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Há uma região do nosso planeta que nenhum humano jamais visitou.
Ninguém jamais viu este lugar,
ainda assim, o que ocorre aqui afeta cada um, a cada dia de nossas vidas.
Está a 3.600 km sob nossos pés; o núcleo derretido da Terra.
Aqui, um vasto oceano de ferro líquido fera uma força invisível,
o campo magnético da terra.
É isto que faz nossas bússolas apontarem o norte.
Mas ele faz muito mais:
ele ajuda a manter a vida no planeta.
Nossos vizinhos, Vênus e Marte, tem apenas um fraco campo magnético
o que significa que eles estão desprotegidos da mortal radiação que varre o sistema solar.
A Terra, por outro lado, está dentro de uma grande esfera magnética,
um campo de força que por bilhões de anos tem nos defendido em nossa jornada pelo espaço.
Mas agora os cientistas fizeram uma descoberta estarrecedora.
Parece que há uma tempestade em crescimento no interior da terra
uma tempestade que está enfraquecendo nosso campo magnético
O campo magnético da Terra tem sido nosso protetor por eras,
e agora, parece, está se acabando.
O campo magnético da Terra está enfraquecendo-se rapidamente.
Não podemos garantir que o campo magnético da Terra
estará lá a 1000 anos a partir de hoje.
Está nosso protetor invisível desaparecendo?
A questão não se ele vai desaparecer, mas quando isto irá acontecer.
Poderia a Terra realmente perder seu campo magnético?
E o que acontecerá se isso acontecer?
A seguir em NOVA: Tempestade Magnética.
Calor avassalador, pressão gigantesca,
e um Trilhões de toneladas de ferro derretido;
essas são as condições do Centro da Terra.
Esta é a fornalha principal da Bethlehem Steel Corporation,
e este é o mais perto que temos do ambiente do núcleo da Terra que temos na superfície.
Enterrado abaixo de perto de 3600 km de rocha sólida,
o núcleo da Terra é inacessível para geofísicos como Peter Olson.
No meio do caminho para o centro da Terra
nós atingimos o verdadeiro coração da Terra, o núcleo,
uma imensa esfera de ferro derretido, e ali é onde o campo magnético da Terra é gerado..
Mas recentemente, cientistas têm detectado uma dramática mudança no campo magnético da Terra.
A habilidade do núcleo em geral o campo parece estar decaindo.
Hoje algo muito estranho está acontecendo com o campo magnético:
sua força está rapidamente decaindo, tão rápido que no ritmo atual
só irá durar até o próximo milênio.
Parece que o campo magnético está rapidamente decaindo,
um quebra-cabeça que está desafiando os cientistas ao redor do mundo.
É muito surpreendente quão pouco se sabe sobre o campo magnético terrestre e como é gerado.
É um problema intrigante, algo que está pedindo por um resposta.
Eu ás vezes desejo que pudesse ver o campo magnético.
Eu sou motivado pelos mistérios que lá estão.
Como cientistas lidando com as complexidades do campo magnético, eles compreenderam que
o que está acontecendo no centro da Terra poderia mudar nosso mundo por gerações.
O magnetismo é algo com o que estamos familiarizados.
A habilidade mágica de atrair e repelir, fascina e mistifica.
Mas essa misteriosa força não é apenas uma curiosidade.
O magnetismo, um primo próximo da eletricidade, jaz no coração da mais moderna tecnologia,
tudo - da estação de força à televisão que está assistindo
E, de fato, a Terra por si só é um imã gigantesco.
Enquanto estamos constantemente cientes da força da gravidade,
a maioria das vezes estamos alheios à outra força que a Terra gera - o campo magnético.
Mas, cientistas espaciais como Andrew Coates sabem quão importante é.
A extensão campo magnético é realmente grande.
É a maior coisa que temos na Terra.
O campo magnético é criado nas profundezas do núcleo.
Ele sai perto do pólo sul e contorna o planeta,
e então volta ao núcleo perto do pólo Norte.
Esse é o campo de força protetor da Terra.
Sem ele, estaríamos com problemas.
Ele protege-nos contra a radiação espacial.
É um pouco como estão numa abóbada aqui.
Ele não protege do clima espacial;
o campo magnético da Terra nos protege do clima e da radiação espaciais.
O clima espacial é terrível.
Os ventos que sopram pela galáxia são ventos de radiação,
alguns dos mais perigosos vêm de distantes estrelas que explodiram.
Mas há outra fonte que está bem mais perto - O Sol.
O sol é uma fornalha termonuclear,
e emana grandes quantidades de matéria perigosa em grandes explosões.
Em alguns casos, expele a mesma *** do Everest que vem em nossa direção.
A cada poucas horas os sol ejeta bilhões de toneladas de partículas eletricamente carregadas - o vento solar.
Frequentemente a Terra está diretamente no caminho destas partículas.
Mas o magnetismo deflete as partículas carregadas.
Isso significa que o vento solar não é capaz de penetrar o campo magnético da Terra,
e assim, inofensivamente, ele circula o planeta.
O único sinal visível do drama lá em cima é as Auroras Boreais e Austrais.
produzidas quando as partículas, presas no campo magnético
são dragadas pela atmosfera em direção aos pólos.
Agora somos sortudos sobre a Terra,
temos o campo magnético que deflete as partículas e nos protege.
Mas se perdermos o campo magnético,
não haverá nada para parar a radiação que banha toda a atmosfera,
e os efeitos seriam mais que perigosos.
Mas quão perigoso?
Quais seriam as conseqüências para a Terra
se o campo magnético desaparecer?
...5, 4, 3, 2, 1.
A resposta tornou-se clara apenas recentemente.
... e temos a decolagem da Mars Global Surveyor da Nasa.
e os EUA começam sua jornada de volta ao planeta vermelho.
Em 1996, a NASA enviou um satélite a Marte.
Marte tem sido um planeta difícil de enviar satélites.
mesmo depois de 16 missões dos EUA e Rússia e outros,
ainda não sabemos se Marte tem um intrínseco campo magnético ou não.
É essa questão que Mario Acunha e sua equipe da Nasa esperam decifrar.
O que eles realmente descobriram foi consideravelmente mais significante.
A natureza tinham uma grande surpresa para nós, além das nossas expectativas.
Escondida na história de Marte jaz a conexão entre magnetismo e vida.
E aqui é onde desenvolvemos nossos brinquedos milionários, nossos instrumentos.
Este é nosso laboratório.
Mario é um dos especialistas mundiais sobre campo magnéticos extraterrestres.
Ele enviou instrumentos para medi-los por todo o sistema solar.
Este aqui veio de Júpiter, Saturno e além.
Estas são das Voyagers 1 e 2
Esta veio de Mercúrio com a Mariner 10.
Esta veio da órbita do Sol.
Esta do Cometa Halley.
Para medir campo magnéticos, Mario usa a técnica que foi descoberta um século e meio atrás.
O mais simples modo de medir um campo magnético é com um pequenos ímã, como este aqui.
que foi montado de tal maneira que pode mover-se livremente em 3 dimensões.
e este ímã, porque um campo magnético é um campo de força,
irá alinhar-se com o campo magnético da Terra.
Nesse caso, nesta direção que temos aqui,
a qual está indo direto para o núcleo em um ângulo de 70 graus aqui e apontando norte.
Assim isto nos dá uma idéia da direção do campo.
E você pode ver que se eu perturbar este ímã só um pouco,
quão rápido ele recupera a posição original nos dando indicação da força do campo magnético.
Ele é bem fraco para a Terra.
e se eu usar um forte e permanente ímã,
então veremos que nosso ímã de *** move- se muito mais rápido.
Assim se eu fizer este ímã trabalhar contra um campo,
eu terei uma idéia não somente da direção do campo, mas também de quão forte ele é.
No satélite Mars Global Surveyor,
os instrumentos são eletrônicos mais do que mecânicos, mas o princípio permanece o mesmo,
um pequeno eletroímã, que trabalha contra uma fonte magnética.
Assim aqui está meu campo, aqui está meu ímã,
e se eu passar uma corrente elétrica através do campo
e medir o distúrbio no meu ímã, que está dentro,
então eu posso transmitir de volta à Terra a informação sobre a força
e a direção do campo que tentamos medir.
Assim que a Mars Global surveyor começou a enviar informação,
logo ficou claro que Mario e a equipe que hoje Marte não tem mais campo magnético.
Mas o satélite também detectou sinais indicando que aquele nem sempre foi o caso.
encontramos estes grandes campo magnéticos na crosta,
e, de repente, um completo e inesperado planeta desconhecido, emergiu.
Embora não haja magnetismo vindo do núcleo de Marte,
estranhamente, grandes áreas da superfície era fortemente magnética.
A crosta marciana é principalmente composta de lava petrificada,
um remanescente do tempo em que Marte era coberta de vulcões,
e há um modo das rochas vulcânicas ficarem magnetizadas quando se formam.
Se a rocha derretida esfriar em um forte campo magnético,
minerais ferrosos dentro dela podem reter esse magnetismo,
e a resultante rocha sólida será magnética.
Assim o fato de que houve magnetismo na crosta marciana prova que quando a lava saiu,
Marte deve ter tido um campo magnético global.
e não somente isso, mas numa intensidade que é 20 ou 30 vezes a da Terra.
A equipe de Mário agora sabe que Marte teve um campo magnético
que deve ter sido perdido em algum ponto.
Eles começam a imaginar se isso pode ser a solução
a um dos maiores mistérios do sistema solar.
Os cientistas suspeitam que o jovem Marte era de muitos modos semelhante à Terra,
com uma fina atmosfera e oceanos que pode ter abrigado vida primitiva.
Mas então, cerca de 4 mil milhões de anos atrás, o planeta entrou em catastrófico declínio.
Gradualmente a atmosfera e oceanos de Marte misteriosamente desapareceram.
O quebra-cabeça é, para onde a água foi?
Que processo poderia ter causado a perda da água?
Mario achou que 2 dramáticos eventos na história recente de Marte pode levá - lo à resposta.
Encontramos duas grandes crateras de impactos no hemisfério sul de Marte,
que é Hellas e Argyre.
Não há absolutamente nenhuma magnetização lá.
Nestas crateras, formadas quando 2 grandes meteoritos atingiram Marte, as rochas estavam livres de magnetismo.
E isto era estranho, porque os grandes impactos devem tem derretido a crosta, e quando resfriaram-se,
as rochas deveriam terem tornado-se magnetizadas pelo forte campo magnético marciano.
Ainda assim não há traços de magnetismo em Hellas e Argyre.
O que significa que elas foram formadas depois do campo magnético de Marte cessar de existir
e a estimativa é que estes impactos ocorreram mas de 4 mil milhões de anos atrás.
4 mil milhões de anos atrás é quando Marte estava começando a perder sua água e atmosfera.
embora nem todos os cientistas concordem com ele, Mario está convencido que as épocas não são mera coincidência.
Se terminarmos com o campo magnético, o vento solar teve direto acesso à atmosfera de Marte.
Então teremos um processo que é equivalente à erosão num deserto.
O vento sobra e a areia se vai.
Nesse caso, as areias são as partículas da atmosfera.
Devagar mas com certeza, os gases atmosféricos, que inclui água, são carregados para fora de Marte.
A perda do seu campo magnético poderia ter significado a morte do Planeta Vermelho.
Exposto ao vento solar e radiação do sol por milhões de anos,
sua atmosfera gradualmente foi varrida, deixando um mundo estéril que vemos hoje.
Se fossemos desligar o campo magnético da Terra, o mesmo processo ocorreria.
A atmosfera da Terra seria exposta aos efeitos erosivos do vento solar,
e ela iria ser vagarosamente carregada.
O destino de Marte sugere que sem a proteção de um campo magnético,
a Terra poderia também se tornar um planeta morto.
o que torna isto mais perturbador é saber que nosso campo magnético está decaindo rapidamente.
Evidências do declínio veio de uma fonte surpreendente.
As pessoas tem feito cerâmica por milhares de anos.
Os arqueologistas estudam cerâmica para aprender sobre culturas anciãs.
mas esses vasos têm outra história para contar.
A cerâmica age como gravador de fita magnética.
Ela registra o campo magnético da Terra quando o vaso é feito.
Um vaso antigo é uma cápsula de tempo magnético.
John Shaw aprendeu como extrair dele a força do campo magnético que havia na antiguidade.
Como em rochas vulcânicas, a argila contem pequenos pedaços de minerais ferrosos chamados magnetita.
Num nível microscópico, magnetita contem muitas regiões magnéticas distintas, como minúsculos ímãs.
Mas em argila crua, estes ímãs microscópicos apontam para diferentes direções,
assim eles falham em criar um campo magnético coeso.
Isto significa um pedaço de argila crua, por si só, não é magnética. Não ainda.
Agora a interessante parte é quando o vaso é cozido.
O intenso calor no forno apaga todas as regiões magnéticas.
Mas quando o vaso começa a esfriar, novas regiões formam-se na magnetita.
E quando se formam, elas alinham-se com o campo magnético da Terra, como agulhas de bússolas.
Com milhões de pequenos ímãs, todos apontando para a mesma direção em geral,
o vaso por si, torna-se levemente magnetizado.
Uma vez frio, o magnetismo é preso.
Assim, se tomarmos um pote antigo como este, que veio do Peru; quando ele resfriou pela primeira vez,
ele congelou o antigo campo magnético da Terra e tornou-se magnetizado.
E é claro, se o campo é muito forte, o pote ficará fortemente magnetizado,
e se for fraco, então o pode será fracamente magnetizado
Examinando potes da pré-história tempos modernos
John descobriu quão dramaticamente o campo tem mudado nos últimos séculos.
quando pontuamos os resultados das cerâmicas,
isto é o que vemos:
em 12 milênios um pequeno aumento e uma queda rápida
enquanto chegamos aos dias presentes.
O ritmo da mudança é maior nos últimos 3 séculos.
do que tem sido em qualquer tempo nos últimos 5 milênios.
Está indo de um forte campo que cai a um campo fraco, e bem rapidamente.
Em 3 séculos o campo caiu em 10%.
E o ritmo do declínio está aumentando.
Em apenas alguns séculos poderia estar exaurido.
Está a Terra indo pelo caminho de Marte?
Há somente um lugar para se achar a resposta,
a inacessível região onde o campo é gerado - O núcleo da Terra.
Mas sem um meio de chegar ao núcleo, o professor Dan Lathrop está brincando com fogo,
quando ele e seus alunos tentam construí- lo em seu laboratório
Eles querem descobrir o que mantém o campo magnético funcionando,
e o que pode causar seu desaparecimento.
Eles simularam o núcleo de metal líquido com sódio,
porque ele é altamente condutivo e muito mais fácil de derreter do que o ferro.
O sódio, na verdade, na temperatura ambiente é um metal bem macio.. como o queijo.
É claro, quando o aquecemos até o ponto de ebulição de água ele se liquefaz,
e é aí que fazemos os experimentos.
Mas ele é um perigo para o laboratório.
Se pusermos sódio em água, você terá pequenas explosões e fogo saindo dele.
O que estamos vendo aqui é a esfera que contém cerca de 110 kg de sódio.
Quando fazemos um experimento,
começaremos a girar a bola como a Terra está girando,
e a medir o campo magnético que é gerado sobre ele.
O que eles tentam criar é um dínamo eletromagnético auto-sustentável,
porque é isto o que pensam que a Terra é.
Os cientistas têm uma teoria sobre como o núcleo gera o campo magnético.
Ele baseia-se na relação próxima entre magnetismo e eletricidade;
em particular, do fato de que correntes elétricas criam campo magnéticos.
Assim, não há corrente elétrica na bobina para dar a ignição.
O ferro age como pimenta numa panela, mas se eu ligar a corrente,
então você pode ver o ferro formando linhas com o campo magnético
que é produzido pela corrente na bobina.
Assim é realmente a corrente dentro do núcleo líquido da Terra
que pensamos, dá vida ao campo magnético.
Mas o que gera a corrente elétrica?
a resposta para isto é onde as coisas ficam complicadas.
Os cientistas acreditam que assim que a corrente elétrica gera o campo magnético,
o campo magnético produz as correntes elétricas.
A chave é que o metal líquido no núcleo está em constante movimentação.
Se você pegar um condutor móvel na presença de um campo magnético,
correntes criam-se no condutor.
Na Terra, o condutor em movimento são bilhões e bilhões de ferro derretido,
mas o efeito pode ser visto em um simples laço de fio,
conectado somente a um medidor que mensurará a corrente elétrica.
Se eu mover este condutor na presença do campo magnético da Terra
então isto criará a corrente.
Uma vez que têm correntes, estas geram o campo magnético.
Assim é um tipo de círculo que iniciou - se no núcleo da Terra.
Um pequeno campo magnético gerado a partir do movimento do líquido
deu origem às correntes fluindo no núcleo.
Essas correntes geraram mais campo magnético, que geraram mais correntes e mais campo magnético.
Assim, é um tipo de círculo auto - alimentado que pode ter dado ignição ao campo magnético.
Se isto funciona no núcleo da Terra, irá funcionar no laboratório.
Os cientistas não estão certos o que iniciou o dínamo terrestre;
pode ter sido o campo magnético do Sol.
Mas para ter uma versão em pequena escala funcionando, Dan usa um poderoso Magneto.
Aplicamos um grande campo magnético sobre o sódio na esfera,
e você pode sentir como o campo magnético é forte.
Dan, ligue a bobina.
Podemos realmente ver como ele atrai esta corrente com força
apagaria qualquer cartão de crédito que você tivesse.
Se a teoria do dínamo eletromagnético está correta,
então o campo gerado pelo núcleo em miniatura será mais forte que o campo que o iniciou.
O magnetismo irá rapidamente crescer drenando energia do movimento do condutor líquido de sódio
Isso é algo que eles ainda não conseguiram,
mas eles já revelaram uma pista crucial que pode estar causando a falho no campo magnético do planeta.
Bem, os diferentes experimentos que têm sido feitos mostraram que o metal liquefeito em movimento
é crítico na formação do campo magnético.
Assim se o núcleo esfriar ao ponto do ferro liquefeito solidificar-se e parar de mover-se,
o dínamo irá desligar-se.
Isso pode ser o porquê de Marte perder seu campo magnético tão cedo em sua história.
Porque Marte é um planeta menor, ele esfriou mais rapidamente do que a Terra.
Assim há uma boa chance que marte tenha simplesmente se tornado muito frio para sustentar um dínamo ativo.
Pode ser que o núcleo de metal líquido apenas tenha se resfriado em alguma época.
Mas o que aconteceu em Marte, eventualmente acontecerá na Terra?
O núcleo da Terra está esfriando muito vagarosamente ao ritmo de talvez 100 graus a cada bilhão de anos,
assim, eventualmente o núcleo inteiro irá solidificar-se.
Nesse ponto o dínamo parará.
Mas os cientistas calculam que o resfriamento do núcleo da terra
é tão vagaroso que aquele ponto jaz a milhares de milhões de anos no futuro.
O campo magnético da Terra estará presente por um longo tempo, no mínimo por 2 bilhões de anos.
Ele durará tanto porque ele tem uma grande fonte de energia no calor original
que o núcleo da Terra herdou quando ela formou-se.
Assim a Terra pode sustentar o campo magnético por bilhões e bilhões de anos.
Porém, a história dos declínios do campo revelada pela cerâmica não corrobora com a idéia
de que o dínamo interno da Terra está desativando-se.
Surpreendentemente, o campo da Terra está enfraquecendo rapidamente.
Se o fluxo de calor do núcleo está enfraquecendo-se,
isto tomaria centenas de milhares de anos, talvez milhões de anos, para o campo desaparecer.
E isso não é o que vemos.
Vemos um decaimento no campo que é muito mais rápido que isso,
assim, há algo mais acontecendo no caso da Terra.
Mas o quê? Pesquisando por pistas do que está acontecendo no interior do planeta,
os cientistas voltaram suas atenções a uma cadeia de ilhas vulcânicas no meio do Pacífico.
Aqui, há um registro do campo magnético da Terra que retroage milhões de anos,
um registro, não de um declínio gradual, mas de uma série de espetaculares picos magnéticos.
Na grande ilha do Havaí, algum do calor
que move o dínamo da Terra encontra seu caminho para a superfície.
Por vários anos, o Monte Kilauea tem estado continuamente em erupção.
Os cientistas do U.S. Geological Survey precisam de amostras da lava para manter os olhos no vulcão.
Ele solidifica bem rápido como pode ver.
Mas o geofísico Mike Fuller está interessado na lava por outra razão,
o que ela conta sobre o campo magnético da Terra.
Tudo começa quando a lava atinge o mar.
Você pode ver a lava escorrendo do vulcão bem aqui,
na maioria dos casos por túneis.
Agora estamos começando a vê-lo saindo e indo para a água.
e formar mais um pedaço da cadeia de ilhas do Havaí.
Quando essa lava atinge o mar, é claro, ela esfria muito, muito rápido.
E uma coisa maravilhosa acontece.
Elas realmente prendem...registram o campo magnético da Terra.
Enquanto solidificam e esfriam, essas rochas vulcânicas estão preservando um registro do campo magnético atual.
Mas os vulcões do Havaí tem estado em erupção, por milhões de anos, construindo as ilhas.
Cada camada de lava contém um registro do campo magnético da época daquela erupção.
Assim, o arquipélago do Havaí é uma crônica escondida do magnetismo terrestre.
estendendo-se por 5 e meio milhões de anos.
Estes registros mostram que houve flutuações na força do campo.
mas ele contém algo mais de grande significância.
Quando a lava esfria - como na cerâmica - regiões magnéticas formam- se por dentro.
Agindo como microscópicas agulhas de bússolas, elas registram não somente quão forte é o campo,
mas também em que direção estava apontando.
Hoje o campo magnético da Terra corre do sul para o norte -
o que faz a agulha da bússola apontar em direção ao Pólo Norte -
e derramamento de lava recente registram o campo apontando o norte.
Mas 50 anos atrás, quando os cientistas mediram o magnetismo preso em amostras antigas de lava,
eles fizeram uma incrível descoberta:
os imas microscópicos dentro da lava estavam todos apontando para o Sul.
Quando voltamos a cerca de 780.000 anos encontramos um incrível fenômeno.
repentinamente as rochas estão magnetizadas ao contrário.
Ao invés deles terem sido magnetizados para o norte como o campo atual, eles estão voltados para o sul.
Parece que há 780.000 anos atrás,
a lava havaiana teve ter esfriado dentro de um campo magnético global
que estava apontando para o sul e saindo do norte,
exatamente o contrario de hoje.
A bizarra implicação era que em algum ponto
o campo magnético inteiro girou, repentinamente, em 180 graus,
revertendo completamente a direção.
Foi difícil para as pessoas aceitarem. Eles não gostam da idéia de que o campo reverteu-se.
Levou 50 anos para convencer as pessoas disso,
mas eventualmente acabou estabelecido, e principalmente pelo trabalho nessa ilha,
porque se você fosse mais fundo você descobriria que
depois de mais uns pares de séculos,
ele mudou novamente. E você vê esta seqüência avançando.
E quando examinaram amostras de lava mais e mais velha,
os cientistas descobriram mais e mais reversões, em média, uma a cada 200.000 anos.
E assim, na época em que terminaram, ficou bem óbvio que o campo reverteu - se.
Mas se o campo reverteu-se tão frequentemente no passado, é claro que fará novamente no futuro.
A reversão do campo magnético da Terra é um fenômeno extraordinário,
mas esse processo de reversão é bem comum.
A última reversão foi há, 780.000 anos atrás?
Antes disso, houve uma a cerca de 200.000 anos antes daquele, novamente,
na verdade menos de 200, assim nós estamos um pouco atrasados para a reversão.
É por isso que o campo está ficando mais fraco hoje?
Poderia ele estar se preparando para mudar?
Os cientistas precisavam descobrir se havia uma ligação
entre as mudanças na força do campo magnético, e as mudanças na direção.
Era um problema intrigante, algo que clamava por uma resposta.
E os computadores tornaram-se poderosos o bastante para resolver algumas equações
que descreviam a convenção no núcleo da Terra e como esse movimento gerava o campo magnético.
Na década de 1990, o físico Gary Glatzmaier decidiu embarcar em um ambicioso experimento.
Ele pôs todos os fatos essenciais que os cientistas tinham aprendido sobre o núcleo da Terra, num computador.
Dúzias de equações descrevendo suas dimensões, temperatura, viscosidade e etc.
Então ele deixou o modelo correr
para ver como o campo magnético evoluiria em centenas de milhares de anos de tempo simulado.
É importante entender quanto tempo essas simulações levam.
Cada vez que o computador resolve as equações ele avança para a solução completa um passo a frente,
e um passo a frente é 10 dias.
E dentro de 10 dias as coisas não mudam muito,
o que significa que você tem que ter, muitas soluções.
Você tem que resolver milhões de vezes, dezenas de milhões de vezes,
em ordem de estar apto a simular centenas de milhares de anos, que é o que precisamos.
Uma simulação pode tomar 6 meses de processamento no mais rápido comutador do mundo.
Eu estava usando supercomputadores do Departamento de Energia,
da NASA e da Fundação Nacional de Ciência,
e não importa onde estava, a primeira coisa que fazia era certificar-me que os computadores não travassem.
Assim era algo que fazia todo dia, 7 dias na semana por 4 anos.
E eu lembro-me que houve um período de tempo,
eu acredito que era no Outono, e eu estava viajando para outras universidades e dando palestras,
e depois de algumas semanas voltei e decidi,
"Bem, agora preciso dar uma olhada nos detalhes do campo magnético."
E o que eu vi era que estava com a polaridade revertida!
Ela realmente reverteu-se. Isto é algo que não esperava.
Assim então eu procurei pelos registros do período que estava fora
e percebi que o campo realmente, tinha se revertido espontaneamente.
Este foi a primeira vez que isso aconteceu. Estávamos ansiosos para escrever sobre isso.
Foi realmente excitante!
E como o experimento continuou, assim também as reversões,
a cada 100.000 anos de tempo simulado.
E crucialmente, cada vez que o campo revertia-se, o processo começava da mesma forma.
O que é interessante é que sempre que revertia sua polaridade, sua direção,
aquilo acontecia quanto a intensidade magnética era bem fraca.
Assim ia decrescendo e decrescendo e, finalmente, quando a parte bipolar do campo estava bem fraca,
o campo revertia-se.
Ali estava a evidência de que o que estávamos vendo hoje,
um perda da força do campo, está de fato, ligada às reversões.
E mais, Gary poderia ver por que as reversões são conseqüências de um campo enfraquecendo.
Agora esta filme irá mostrar parte da simulação que mostra a reversão do campo magnético.
O que você aqui em azul representa o campo magnético direcionado para dentro.
e o dourado representa o campo magnético direcionado para fora.
No modelo de Gary, as reversões parecem começar com a aparição de ilhas de azul e ouro, e vice versa
Estas são anomalias magnéticas, regiões do núcleo onde o campo já está correndo revertido.
Enquanto cresce, estes pedaços onde o campo está revertido começam a cancelar o campo principal.
tornando ele mais fraco e apto a girar.
Você vê, enquanto o tempo passa, o campo torna-se mais e mais complicado.
E então você tem uma anomalia crescendo no hemisfério norte,
onde o campo magnético está saindo.
Eis uma reversão.
Agora o campo magnético esta saindo do hemisfério norte e entrando no hemisfério sul;
Assim agora a questão é, "O que está acontecendo no modelo de Gary,reflete a Terra real?
É o declínio de 300 anos no nosso campo, que a cerâmica revelou,
o trabalho das anomalias magnéticas crescendo no núcleo abaixo de nossos pés?
Se sim, então uma reversão pode estar à vista.
Incrivelmente, há detalhados registros que cobrem exatamente este período de 300 anos:
os diários de bordo da Marinha de Sua Magestade.
Como o geofísico Jeremy Bloxham descobriu,
os marinheiros dos séculos 18 e 19 eram obcecados com o campo magnético.
No tempo de James Cook, quando eles estava fazendo sua viagens exploratórias,
uma bússola era o instrumento principal de navegação.
Entretanto, uma agulha de bússola não aponta o verdadeiro norte,
no Pólo Norte geográfica, ao invés disso, ela aponta o norte magnético.
Para os marinheiros, saber a diferença entre o verdadeiro norte e o magnético
era questão de vida ou morte.
Mas como eles eram bem informados, o norte magnético mantinha-se em movimento,
nas cercanias perto do pólo enquanto o campo, gradualmente mudava.
Assim os navegadores precisavam medir a diferença entre o norte magnético e o real norte,
o ângulo de variação.
Eles faziam isso, comparando suas bússolas a um cálculo astronômico do norte real.
O truque era achar o norte real, e poderiam fazer isso olhando o sol ao meio dia,
quando está mais alto no céu. Alternativamente medindo o ângulo fazia na aurora ou no crepúsculo.
Aqui, no dia 8 de junho de 1770, temos uma variação magnética de 4 graus, 53 min, leste.
Milhares dessas observações juntas com medidas atuais da força local do campo,
ajudaram Jeremy a reconstruir o declínio e o fluxo do magnetismo terrestre nos últimos 3 séculos.
E o que revelou sobre uma região em particular foi bem significativo.
Vimos mudanças abruptas no campo magnético da Terra abaixo do Atlântico Sul.
Abaixo do Atlântico Sul, Jeremy encontrou clara evidência de uma região com anomalias magnéticas.
lugares onde o campo já havia começado a reverter-se. E as anomalias estavam crescendo.
Quando vamos ao início do século 20, vemos a emergência de um novo padrão de fluxo reverso,
uma região onde as linhas do campo, ao invés de ir para fora do núcleo, estavam voltando.
E esta região então dirigia-se para o oeste,
levando com esta outra região de fluxo revertido.
para criar uma grande região do que chamamos Anomalia do Atlântico Sul.
onde o campo está cerca de 30% mais fraco.
E esta região cresceu substancialmente durante o último século em particular.
Assim uma questão que não todos perguntamos no momento é,
"Está o campo magnético da Terra para reverter-se?"
Numa região do núcleo 3.600 km abaixo do Atlântico Sul,
as correntes magnéticas reverteram a direção,
cancelando o campo principal, causando um declínio em sua força.
Se as coisas continuaram assim,
então experimentaríamos um fenômeno magnético que a Terra não vê a 780.000 anos,
uma completa reversão do campo global.
Realmente não há dúvidas sobre se o campo magnético da Terra irá reverter - se novamente.
A questão não é, se vai acontecer, mas quando vai acontecer.
Realmente, nos últimos séculos,
a intensidade do campo magnético na Terra tem decaído,
o que é uma indicação de que talvez estamos passando por uma reversão.
O tempo médio entre as reversões está na ordem de umas poucas centenas de milhares de anos
Estamos passando por um tipo dela.
Ninguém jamais experimentou uma reversão magnética.
Se isto está realmente para começar, o que acontecerá adiante?
Um homem que pode saber, é o geologista Rob Coe.
Por 25 anos, ele tem vindo à Mountain Steens no Oregon,
uma vasta cadeia de centenas de derramamentos de lava.
16 milhões de anos atrás houve uma grande série de erupções aqui.
Você pode retirar literalmente, centenas de amostras de erupções desta parede
Cada camada delineia uma diferente erupção. São mais de 1000 m de camadas de erupções.
O que faz Steens especial, é que 16 milhões de anos atrás,
quando esta lava aflorou, o campo magnético estava no meio de uma reversão.
Tomando amostras de dúzias de erupções todas montanha acima,
Rob e seus colegas montaram um registro detalhado dessa reversão magnética,
embora isto seja tão surpreendente que nem todos aceitam.
O que encontramos quando ela começou a reverter-se foi que a força do campo
decrescia dramaticamente, de 80% a 90%.
O campo começou a apontar o sul,
mas quando ele enfraqueceu, a direção do campo começou a mudar erraticamente.
Depois de 300 anos, ele girou em 180 graus para apontar norte,
e a força do campo começou a recuperar - se.
Mas ele não poderia manter essa polaridade, e começou a reverter-se.. e a intensidade caiu novamente.
Uma vez mais o campo magnético da Terra praticamente desapareceu, desta vez por 3.000 anos.
O que restou mudou tão rápido
que Rod encontrou uma erupção que capturou esses giros radicais mesmo quando a lava esfriou.
E o que encontramos era ainda mais difícil de crer.
As bordas que esfriaram mas rápido tinham uma direção,
como aquela da erupção anterior,
e a porção central tinha uma direção que era 60 graus diferente.
Num piscar de olhos, enquanto a lava esfriava, o campo moveu-se 60 graus,
o que, se calcularmos, isto dá cerca de 6 graus por dia.
Se estivéssemos observando isso com uma bússola, você poderia ver a movimentação com os olhos.
É realmente atordoante e extraordinário.
As camadas de lava de Steens Mountain sugerem que poderíamos entrar num caos magnético.
com o norte magnético mudando a cada dia.
Mais seriamente, por talvez milhares de anos,
o campo magnético da Terra estará enfraquecido, algo que afetará cada pessoa no planeta.
A intensidade do campo magnético estará mais fraca, talvez 10,
talvez centenas de vezes mais fraco do que hoje.
o que significa que mais radiação cósmica irá atravessar.
Isto basicamente abre nossas defesas, assim as radiações solar e galáctica podem atingir a atmosfera diretamente.
E isto significa que a radiação no nível do solo crescerá tão quanto.
Uma estimativa é que nossa exposição total à radiação cósmica irá dobrar.
e em alguns lugares poderia ser mesmo pior.
Hoje, o campo magnético deflete a radiação espacial para o extremo norte e sul
onde poucas pessoas vivem.
Mas quando o campo principal colapsar, o fraco campo que restar terá uma estrutura mais complexa.
Em vez de apenas 2 pólos magnéticos, haverá talvez 4 ou mesmo 8,
movendo-se devagar através da superfície da Terra.
A estrutura do campo magnético não será a agradável,
homogênea e simples estrutura bipolar que temos hoje.
que tende a defletir as partículas carregadas, radiação cósmica, para os pólos da Terra.
Ao invés, haverá vários pólos ao redor da Terra, talvez próximos do equador.
E assim, não apenas o campo estará mais fraco,
o campo tenderá a dirigir a radiação cósmica para as baixas latitudes onde as pessoas vivem.
Isto, infelizmente, significa mais mortes por câncer.
Grosseiramente umas 15 por milhão por ano.
Este é o montante de mortes que estamos falando.
E se você multiplicar isto pela inteira população da Terra, isso torna - se um número significante.
É impossível saber com certeza, mas a melhor estimativa
é que cada ano 100.000 pessoas morreriam pelo nível crescente de radiação espacial.
Mas, é claro, isto representaria somente uma pequeno incremento no total de incidência de câncer.
Assim não iria ser catastrófico.
Será algo para se preocupar, mas não será um evento catastrófico.
E certamente com o tempo, a civilização descobrira um modo de lidar com ela.
O campo voltará.
No caso de Marte sabemos que o campo não voltará,
e tem estado ausente por bilhões de anos, assim o efeito foi muito,
muito sério na atmosfera de Marte.
Mas na atmosfera Terrestre, apenas uns poucos milhares de anos sem o campo magnético,
não é esperado que o resultado seja um grande dano à atmosfera.
Os cientistas agora sabem que a reversão magnética
que é inevitavelmente virá terá sérias conseqüências para nossos descendentes.
mas não será um desastre para o planeta Terra.
E enquanto netos de nossos bisnetos esperam que o norte torne-se sul,
eles podem achar que o mundo sem um forte campo magnético tem suas compensações.
A grande coisa que seria possível ver a aurora, toda noite, no planeta inteiro.
Assim Londres, atrás de mim, por exemplo,
poderíamos estar aptos a ver a grande aurora todas as noites do ano,
brilhando e movendo-se pelo céu enquanto o vento solar atinge a atmosfera diretamente,
e brilharia como luzes de neon.
A aurora será bem excitante.
Eu posso imaginar um interessante e dinâmico campo magnético fora da Terra durante a próxima reversão.
Eu adoraria ver uma reversão ocorrer, mas isto implicaria viver além de meus planos.
Mas seria bem legal.
De fato uma das grandes tragédias da vida, nunca veremos como estas coisas funcionam.
Eu realmente gostaria de saber como isso acontece e por quê.
E quando irá acontecer novamente.
Legendas por haN25771 traduzido por Leopacman Sincronia: Luno84