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Pra concluir: por quê, Soninha, você num falou isso antes?' Falei! Mil vezes! Falei
em palestra, em auditório de universidade com transmissão ao vivo pela internet, é,
em palestras que foram gravadas, e que ficaram disponíveis 'on demand'. Falei nos blogs,
falei em entrevistas dadas por escrito, falei em entrevistas de canais de televisão. Eu
sempre falei! A diferença agora é que neste momento, mais uma vez vem muitas concentradas
as perguntas - 'Pq que você saiu do PT? Pq você não vota no PT de jeito nenhum?', tal.
E vou dizer: não é nem de jeito nenhum, hein? Eu falei: se fosse o, o Russomanno - do
PRB, do Edir Macedo - do lado de lá, é, eu votaria no PT. Mas pq eu acredito que a
alternativa seria pior pra minha cidade. Mas, fora esses casos, né, muito específicos,
eu não, não voto no PT, em São Paulo, principalmente. É o centro, né, dessa, dessa, dessa conduta
- é onde eu vivi! É onde eu, eu testemunhei, eu fiz parte, eu vi as coisas acontecendo.
Então, sim, eu contei várias vezes! E agora, é, me fizeram a proposta - vamo gravar isso,
e vamos colocar no ar, em vídeo assim. 'Ah, mas vai me dizer que seu partido todo mundo
presta? Vai me dizer que não é tudo assim? Vai me dizer que num, num é assim em todos
os partidos?' Todos os partidos têm gente que não presta! É óbvio! As igrejas têm
gente santa e gente não que presta. Movimento ambientalista, tem gente decente e gente que
não presta! É lógico que tem gente que não presta! Em todos os partidos. Ou gente
que presta do ponto de vista da conduta, mas que defende coisas que eu não concordo! Na
minha aliança, no meu partido. Qual que é a diferença? A diferença é a linha que
é dada. O que foi acontecendo cada vez mais no PT é que as lideranças, sabe? Presidente
do partido, presidente da República, foram dando uma linha cada vez mais de tolerância
com condutas indevidas, ilícitas. Primeiro, nega. 'Não, tem nada disso, é golpe, complô
das elites!' Depois, é, reconhece, mas fala: 'Ah, mas fazer o quê, todo mundo faz! É
assim que é, que que cês, que que cês querem que a gente faça, é o preço que tem pagar',
tal. E, e nenhuma, e, e e nenhuma punição! A essas pessoas que tiveram essa conduta indevida!
Defendidas até o fim: 'Não, foi em nome de uma causa!'. Então isso passou a ser a
linha mestra do PT. E as pessoas decentes, honradas, que ainda acreditam num ideal, que
realmente acreditam em lutar pelo, pelo fim da desigualdade, por uma política urbana
decente, essas pessoas são o ponto fora da linha. Essas pessoas que eu não entendo como
elas agüentam! Elas sabem o caminho das lideranças! Elas sabem que aquelas lideranças não as
representam! Elas sabem o quanto aquelas lideranças são capazes de fazer tudo, de abraçar o
Maluf! Pra ter mais tempo de televisão e dar um pedaço de governo lá pra ele, e faz
de conta que a gente não tá vendo. São pontos fora da curva. É completamente diferente
um técnico, no treino, no vestiário, dizer: 'Entra pra quebrar! Entra pra quebrar! Vamos
quebrar a perna dos caras! Não quero saber, vamo pro pau!' E o técnico dizer: 'Gente,
é pra jogar limpo. Vai na bola. Não é, não é pra cair na provocação deles, não
vamo apelar pra violência'. Então, se um cara entra e dá uma porrada, e o técnico
reprova, condena, tira ele do jogo, é, e pune ele, independentemente do cartão vermelho
que ele tenha tomado ou num tenha tomado no jogo, é uma coisa. Mas se o técnico diz:
'Futebol é jogo pra homem!', então, ele tá assinando embaixo da conduta violenta.
E é, é essa diferença que faz a liderança de um partido político. E, no PPS é assim.
Se o PPS for tolerante com desvios de conduta do próprio PPS, é, eu vou brigar dentro
do partido. E se eu vir que a minha briga não deu em nada, eu saio do PPS. Mas, até
aqui, onde eu tenho brigado...e eu sozinha não, também não sou eu contra a rapa, sabe?
Dentro do partido tem, tem essa, essa postura assim, sabe? 'Vamo sair do governo Agnelo,
não devia nem ter apoiado a eleição dele! Nem devia ter apoiado! Então a gente aprova
aqui que vai sair do governo Agnelo! Pq a gente desaprova, reprova o governo Agnelo,
e quem quiser ficar no governo, então tá, então sai do partido, e fica no governo'.
Que foi, por exemplo, o caso do Ciro Gomes. Quando o PPS rompeu com o governo do PT, e
falou: 'Não dá! Olha o que que cês estão fazendo! Olha o que cês estão construindo
aí pra ter maioria no congresso!' É, o Ciro falou: 'Não, eu não saio do governo', ficou
no governo e saiu do PPS. Então, é quase um longa-metragem, é, pq saí do PT, em primeiro
lugar, e pq que eu vim, pq que eu fiquei no PPS. Pq o PPS respeita as minhas posições,
e me dá orgulho de fazer parte.