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Essencialmente, esta é a primeira exposição de Isamu Noguchi na América do Sul
e sua primeira exibição em São Paulo desde a Bienal de São Paulo em 1951.
Então queríamos apresentar as diversas facetas de sua carreira
e também a grande variedade de materiais com que ele trabalhou.
Há muitos trabalhos em pedra,
porque a escultura sempre foi o ponto central de sua prática.
mas ele também experimenta muito com outros materiais
então tentamos ilustrar isso com muitos outros trabalhos na exposição
e isso inclui materiais industriais, desenhos
e também queríamos mostrar parte de sua produção
e colaborações com cenários teatrais
ele era amigo dos coreógrafos Martha Graham, Erick Hawkings, Merce Cunningham,
e também queríamos mostrar um pouco de seus trabalhos de design.
Então há todo o escopo de sua obra nesta galeria.
Acho que, no geral, ele tentava integrar sua produção
muitas ideias, digamos, da cenografia de teatro,
acabaram sendo usadas depois em seus projetos de paisagismo e de áreas de lazer.
Mas isso porque ele viajou muito durante sua vida,
trabalhando em vários projetos diferentes.
Ele às vezes tinha que compartimentalizar sua produção.
Ele era um escultor modernista avant-garde no início do século XX,
ele tinha um pé na abstração e um pé na representação.
Então a ideia era esclarecer ideias e formas
e acho que ele conseguia facilmente aplicar isso em sua produção de design.
Ele sempre imaginou trazer a escultura para dentro da vida cotidiana,
ele era um escultor que queria expandir o foco da escultura,
ele jogava com a ideia de esculturas que incorporavam a luz
e ao mesmo tempo ele estava projetando um protótipo de uma pequena luminária
que acho que foi produzida por um curto período de tempo
mas essa não era uma solução satisfatória para a ideia de esculpir com a luz.
Então quando ele viu as luminárias de papel
e o uso expressivo e plástico do tradicional papel de casca de Mulberry
que era usado por ser resistente e ao mesmo tempo ter uma aparência delicada
acho que isso era muito interessante para Noguchi
porque ele sempre brincava com a noção de esculturas delicadas
que estavam sempre à beira de possivelmente serem destruídas.
Eles usavam moldes de madeira nos quais as tiras de bambu eram moldadas
para que ficassem com as formas físicas, e então aplicavam o papel de casca de Mulberry.
um aspecto experimental disso para Noguchi
era que ele inseria uma lâmpada elétrica nesta forma.
É como uma reinvenção desta prática tradicional.
Noguchi estava muito interessado em inserir a escultura na vida
ele queria se afastar... desde muito cedo em sua carreira,
ele sentia que havia limites para a escultura em ser exposta sobre um pedestal
numa galeria, num museu ou na casa de um colecionador
ele sempre estava interessado em descobrir um modo
de inserir escultura na vida cotidiana de maneira única
e acho que outros artistas começaram a pensar do mesmo modo,
em instalações, seja lá o que for.
Mas acho que seu trabalho foi uma resposta muito pessoal àquela ideia.