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A Transição estimula a criatividade das pessoas nas ruas
para se reunirem para além das suas diferenças,
para melhor aproveitarem os seus recursos, as suas energias e os seus espíritos.
Não se trata de tentar mudar o comportamento,
trata-se de criar infra-estruturas que poderão estar disponíveis quando necessárias.
Quando houver a necessidade... Elas lá estarão.
Para mim, a Transição está a avançar para uma economia
onde todos têm um lugar, um valor e um propósito.
E isso inclui que o meio ambiente tenha um propósito, mas também pessoas.
Para mim, a Transição é mais o envolvimento com a nossa comunidade,
construir e ajudar a nossa comunidade.
Toda a gente se preocupa com sua comunidade, portanto toda a gente tem algo a oferecer.
Eu adoro toda essa inclusão. Para mim, é isso que é a Transição.
Então, Transição para mim é imaginar o que será a nossa comunidade
daqui a 20, 30, 50 anos...
quando tivermos feito um bom trabalho a criar algo que seja inclusivo, que seja próspero,
onde as pessoas são felizes e o nosso modo de vida é sustentável.
É descobrir o que podemos fazer hoje, para que nos ajude a chegar lá.
Os seres humanos têm andado mais ou menos assim:
“Oh, que coisa é essa que acabámos de encontrar? O petróleo...
“Oh, isso pode ser bastante útil." Então eles começaram a usá-lo cada vez mais.
E, em seguida, “Oh, isto é realmente útil." E começaram a usá-lo ainda mais.
E estamos a aumentar os níveis de consumos de petróleo,
entretanto, os níveis de petróleo que ainda resta, estão a diminuir rapidamente.
Isso está a causar um grande problema.
Todos os gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono,
são libertados quando queimamos combustíveis, vão para o ar,
capturam o calor do sol, guardando-o e impedindo-o de sair para fora,
o calor volta à Terra, e vai aquecê-la a sério!
O que causará clima instável, aumento generalizado da temperatura,
os pólos começam a derreter e o nível do mar vai subir, inundar a terra,
e vai causar o caos climático.
O pico do petróleo também está ligado a outro problema, chamado “crise económica”.
Crise económica é quando a economia colapsa.
Basicamente, para a economia crescer, antes que mais, precisa de consumidores.
Então precisamos de coisas para os consumidores comprarem.
As coisas são produzido em fábricas.
E as fábricas precisam de energia barata, como o petróleo.
E quando eles não recebem tanta energia barata, por causa do pico do petróleo,
as coisas tornam-se mais caras, e então menos consumidores irão comprá-las,
e a economia contrai-se.
O que as pessoas em Transição gostariam, era que tivéssemos uma economia sustentável
em vez de uma que cresce e encolhe por tudo e por nada,
porque a economia que temos agora
poderá ir estourar a qualquer momento e simplesmente esfumar-se.
Mas se tivermos uma economia sustentável, isso não irá acontecer!
Todos precisamos de transitar de uma ou outra maneira, mas precisamos de um guia.
A nossa cultura formata-nos de forma tão rígida para que sejamos consumidores,
e para ficarmos inconscientes do que está a acontecer no Mundo,
que para fazer as mudanças necessárias, precisaremos de apoio.
Dessa forma na Transição, a comunidade, apoia-nos.
A forma como se está a levar a nossa sociedade, hoje em dia, não é sustentável
portanto isto surge como alternativa a todo este comportamento consumista
e cada vez mais insustentável que estamos a ter
É a maneira de criarmos um mundo de pessoas que estão mais ligadas.
Mais ligadas consigo mesmas, com outras pessoas e com o mundo natural que as envolve.
Todos podemos sentir que temos algo a oferecer e a contribuir.
E não é algo para especialistas.
Sinto que me deu força e um propósito para a minha vida.
E porque é divertido! É tão gratificante, tão animador!
conhecer as pessoas verdadeiramente, e falar sobre coisas que verdadeiramente interessam.
Gosto de falar com pessoas, ajudá-las, ajudar a construir a minha comunidade.
TraIniciativas de Transição por todo o Mundo
900 iniciativas registradas, mais de 1800 em todo o Mundo
A Transição começa com um grupo de pessoas que se reúne.
Esse grupo de pessoas pode ter origem numa variedade de lugares diferentes.
Pode ser um grupo já estabelecido, ligado a um tema qualquer,
pode ser um grupo de pessoas que já se conheciam,
mas que ainda não trabalhava em conjunto.
Pode ser um grupo de pessoas que se encontram num evento ou no bar e dizem:
Por que não iniciamos um movimento de Transição?
Mas essa primeira reunião, a formação do grupo,
é a semente de todo o processo.
Transição Wayland, Massachusetts - EUA Formação do Grupo
O primeiro evento foi no dia 3 de abril. Oito pessoas compareceram.
No segundo evento, já só apareceu uma pessoa.
Lembro-me de ter regressado a casa, e do meu marido ter tentado animar-me, pelo insucesso.
Olhei-o na cara e disse-lhe: Estás errado!
Quem quer que seja que tenha vindo foi a pessoa certa.
Temos este ditado, na Transição que é "Quem quer que venha, é a pessoa certa".
Eu era estava especialmente céptica em relação a isso... Pois, sim...
E devo dizer que é verdade! Acabou-se por confirmar que era verdade!
Das oito pessoas que vieram ao primeiro evento,
quatro deles são hoje parte do grupo iniciador da Transição Wayland.
E a pessoa que apareceu, também faz parte do grupo iniciador da Transição Wayland.
No último evento, na biblioteca, éramos, talvez, 10, a maioria da Transição Wayland.
Conversamos pela noite adentro.
O bibliotecário teve que nos expulsar, pois passámos para lá da hora de fechar!
Saí de lá com a consciência de que aquele tinha sido o último evento só meu...
caminhava sobre as nuvens, pois sabia que tínhamos um grupo!
O que temos observado, ao ver o que os vários grupos de transição têm feito,
como parte desta experiência de cinco anos que temos vindo a desenvolver,
é que passam por uma série de etapas.
Primeira Etapa: O Início
É aquela fase criativa, animada, cheia de energia,
em que se projectam filmes, se colocam cartazes,
se organizam eventos e actividades de sensibilização,
começando a criar as bases do que se tornará a Iniciativa de Transição,
Mas nesta fase, até podemos nem chamar-lhe Ininicativa de Transição isto ou aquilo.
Transição Moss Side - Manchester, Reino Unido Sensibilização
Moss Side é uma área muito urbana, no centro da cidade.
Densamente povoada, muito multi-cultural,
e tinha uma péssima reputação, como sendo o Bronx da Grã-Bretanha,
e por ser tão densamente povoada,
podemos caminhar ao longo de uma linha de casas, batendo à porta, em pouco tempo.
Quando alguém não está, passamos para a próxima.
Já fui instalador de janelas duplas, trabalhando porta-a-porta,
Também trabalhei para uma empresa de energia.
Essa experiência deu-me confiança para bater às portas.
Pensei: "Consigo bater à porta das pessoas, ser persuasivo, causar boa impressão."
Acredito na Transição, muito mais do que acredito noutras coisas...
e isso, também aumentou a minha confiança e fez-me pensar: "Na verdade,
provavelmente terei obter bons resultados para a Transição, com o porta-a-porta."
Penso que com o porta-a-porta, se obtém uma resposta muito diferente
da que se obtém através de outro método de sensibilização.
Na verdade é uma questão de números.
Creio que a maioria das pessoas não virá, e daí, há que insistir.
Qual será a melhor maneira de entrar em contacto consigo?
Estou cá sempre. Todos os dias.
Muito bem, vou tomar nota.
Um dos nossos membros, Ali Mohamed, que conheci no porta-a-porta,
tanto quanto sei, nunca antes se tinha envolvido em activismo ambiental.
Quando conheci o Joel, não pensei que ele estivesse a fazer algo espectacular.
Mas tive abertura e escutei o que ele dizia. Especialmente quando ele falou em "Moss Side"
senti que se tratava de algo para a nossa comunidade, e aí comecei a escutar.
Bater às portas, pareceu-me uma forma excelente de captivar novas pessoas
que nunca se tinham envolvido em acções ambientais.
É muito bom conhecer os vizinhos.
Porque, caso te aconteça algo, o teu vizinho pode ajudar-te.
Com o porta-a-porta também construimos uma relação especial com a nossa comunidade.
E ao construir essa relação, significa que a nossa comunidade está bem protegida,
que as pessoas se conhecem e podem ajudar-se mutuamente.
O Joel já bateu a mais de 1420 portas diferentes.
A Transição Moss Side tem 237 pessoas na sua lista de contactos,
dois terços das quais, provenientes do porta-a-porta.
Não há uma forma "correcta" para fazer a Transição.
Por vezes, começas com o teu grupo inicial e uma das primeiras acções que fazem
é iniciar um programa de sensibilização.
fazendo desdobráveis, posters, passar filmes e por aí fora.
Outra forma frequente, é um punhado de pessoas, ou apenas uma pessoa
iniciar um programa de sensibilização,
Vão para a rua, mostram filmes, criam redes com outras organizações,
promovendo todo o tipo de acções.
E desse programa de sensibilização, forma-se o núcleo forte.
Não há formula correcta. Na verdade ela será a que sentires mais adequada para o local.
Aldeia das Amoreiras Sustentável Alentejo - Portugal
A terra onde vivemos, pertence aos nossos netos.
Temos de viver do que ela nos dá, sem a estragar e sem dependermos de outras regiões.
A Aldeia das Amoreiras é a nossa Terra e temos de a gerir sustentávelmente.
O primeiro passo é sonhar.
Qual é o seu sonho para a Aldeia? Qual é a sua Aldeia de Sonho?
A Aldeia está é quase sem ninguém.
Os velhos têm morrido. Os novos vão governar a vida para outro lado.
A Aldeia está aí com meia dúzia de velhos e pronto...
A minha ideia era de uma boa convivência da gente toda uns com os outros
que é o que temos falta: Conviver bem uns com os outros todos
e auxiliar-se naquilo que a gente pudesse.
O meu sonho? Sabe o que é que era?
Era uma casa para vir para aí um médico...
Que eu mal posso... Já não posso ir lá acima.
Era o meu sonho...
Ter algumas coisas mais para as crianças.
Um jardim assim mesmo para crianças, um parque.
Ah! Já a pensar no bebé! Ahahahah!
Comércio para as pessoas se servirem sem ter de fazer grandes deslocamentos,
sem ir a Ourique, ir ali...
Então ter mais comércio na Aldeia?
Sim, ter um bocadinho de comércio na Aldeia.
Tudo limpo.
Jardins limpos.
Era muito bom... Que fossem apenas alguns dos pontos,
a serem realizados. Dos sonhos das pessoas. Era muito bom
porque a Aldeia precisava mesmo disso,
para ficar mais dinâmica e sustentar-se a si própria.
Era o que no fundo ela precisava.
Aldeia das Amoreiras já concretizou alguns dos seus sonhos.
Limparam e caiaram toda a Aldeia
Criaram um mercado local
E as reuniões estão a decorrer
para organizar e melhorar os cuidados de saúde e das crianças.
Ter uma visão do futuro, é quase como se atirassemos um ímã para a nossa frente...
que, com o tempo, começasse a atrair-te nessa direcção.
É poderoso fazer isso... Penso eu.
Transição Interior Oficina - Devon, Reino Unido
Se nossa visão é de termos comunidades que prosperm,
onde as pessoas se sentem incluídas, e têm uma sensação de bem-estar,
precisamos que os conceitos básicos do nosso sistema de vida trabalhem para isso.
Mas de facto a grande jornada, a grande transição que nós precisamos fazer,
é realmente no nosso interior,
para compreendermos como criar o bem-estar nas pessoas,
porque não se trata de possuir um monte de coisas.
Na verdade, precisamos de uma cultura que induza um "estado de bem-estar".
É sobre aquilo que acontece dentro de nós, do qual estamos conscientes,
para começarmos a entender o que se passa e do qual não estamos assim tão conscientes,
e a forma como essas coisas que estão a acontecer dentro de nós,
moldam a forma como nos relacionamos uns com os outros,
e determinam aquilo que fazemos no mundo.
Olhar desta maneira: "Como funciona um ser humano por dentro?"
O caminho que percorremos para que todo o mundo se focasse na competição,
em obter o máximo possível...
em acompanhar as pessoas que têm mais do que elas,
e muitas vezes olhar para o outro, para quem é diferente de nós,
como alguém que representa uma ameaça...
Tal provém de um estado de consciência e de algo que está acontecendo dentro de nós.
Até que possamos sentir e compreender isso, olhar para o que está a acontecer...
e trabalhá-lo, de tal forma que se manifeste de alguma maneira no mundo.
À FASE 2 chamamos APROFUNDAMENTO
É onde de repente você nos apercebemos:
Somos esta localidade em Transição!
Tornamo-nos uma organização, e começamos
a fazer as coisas de modo um pouco mais estruturado, mais formal.
É um sentimento muito diferente do da fase inicial.
Tem-se o sentido de que nos estamos a tornar numa organização.
Não é necessário ser-se uma organização para transformar o nosso bairro...
A quinta urbana da Av. Whitney, perto de Pittsburg está a fazer a diferença
sem se ter tornado numa iniciativa de Transição.
Estava a trabalhar na criação de um blogg quando encontrei a Transição...
Parecia que eles estavam a trabalhar com todas as ferramentas
que eu estava a tentar implementar.
Parecia que lá havia muitos conhecimentos.
E eu queria absorver dessa fonte de conhecimento.
Percebi que lá havia conteúdo sobre permacultura...
Que era algo que me interessava e que queria começar a integrar nas áreas urbanas.
A Transitção foi o culminar de tudo o que eu estava interessado, num único website.
É difícil encontrar outras pessoas assim...
Já pensava que não havia ninguém com a minha idade interessado em horticultura.
O Transition Pittsburgh, o site e tudo a ele associado, mostrou-me que
há por aí a praticar a horticultura. Algo que era considerado um "hobby feminino".
Agora posso ouvir heavy metal, vestir à Punk, fazer horticultura e continuar a ser cool.
Estamos em Wilkinsburg, Pensilvânia, um subúrbio de Pittsburgh
uma área "desfavorecida", em todos os sentidos...
A primeira coisa que fazemos de manhã é verificar as casas abandonadas,
para nos certificarmos de que não há ocupas, que são seguras para lá trabalharmos.
Vamos inspeccionar aquela casa amarela.
Aqui, cerca de 20% das propriedades estão entaipadas, ou desocupadas.
Olá!
Olá! Há alguém em casa?
Vais tornar-te em algo magnífico. Continua.
Bem, a boa notícia é que não há aqui ninguém.
Esta é a Quinta Urbana na Whitney Avenue.
Havia aqui casas, mas há cinco ou seis anos, foram incendiadas.
Tudo o que aqui cultivamos é distribuído gratuitamente ou doado ao Banco Alimentar.
As pessoas do bairro sabem que são bem-vindas aqui
para apanhar frutas e legumes sempre que necessitarem.
O Chris e Carly chegaram quando a Avenida Whitney
era basicamente uma rua de casas abandonadas e terrenos desocupados.
Sozinhos, eles embelezaram toda a rua.
As pessoas começaram a apreciar o que comem.
Algumas das pessoas da rua passavam fome
e podiam ir até a horta e pegar algo para comer.
Trabalhámos com as crianças da vizinhança para construir isto.
Estás a ver... tínhamos um bando de crianças que se metiam num monte de sarilhos...
e precisávamos de uma forma de os atarefar, ocupar... Esta acabou sendo a nossa maneira.
Quando comecei a vir, pensei, 'Isto é ridículo!"
Ainda acho um pouco, mas... mantém-me afastado dos problemas.
Tínhamos outras crianças na rua que estavam a ser uma má influência para o Brandon.
Ele andava com outros miudos que eram más influências para ele.
E quando os outros miúdos se afastaram, e o Chris e a Carly lhe deram projetos para fazer,
ele passou a ser um rapazinho decente.
Quando começaste a colher comida da horta, o que fazias com ela?
Como o milho?
Tudo...
Ah, vendemos.
Ah, é? Onde vendeu?
Ali mesmo!
Levas-me lá?
Sim. Vamos então.
Esperamos que as pessoas passem por ali...
e perguntamos se querem uma cesta de tomates, ou courgettes, ou milho.
E se eles dizem "Não", dizemos: "Obrigado, tenha um bom dia."
Nós adoramos esse miúdo. É como um filho para mim.
Quero ensinar-lhe tudo aquilo que ele não lhe estão a ensinar em casa.
Uma das principais causas da degradação de Wilkinsburg,
foi basicamente a perda dos pais.
Muitos dos pais destas crianças estão presos, ou foram assassinados em determinado momento,
ou pura e simplesmente desapareceram.
Havia gangs por aqui, e sempre que o FBI vinha e desmantelava os gangs,
acabavam por metê-los na cadeia por 20 anos, às vezes 60, 70 pessoas de uma assentada,
todos eles homens, a maioria deles pais.
PAREM COM OS JULGAMENTOS
O meu objetivo a longo prazo seria criar mais hortas destas em Wilkinsburg,
para que as pessoas se possam alimentar a si mesmas.
O que fazemos aqui serve de modelo ao que poderia ser feito.
Cada rua de Wilkinsburg tem, pelo menos, uma casa demolida.
É ridiculamente simples.
Gostaria de ver cada pequeno bairro em Wilkinsburg com uma pequena horta.
De certa forma, creio que lhes estou a mostrar a sustentabilidade...
acho que ninguém aqui lhes poderia falar sobre sustentabilidade, há 2 anos atrás.
Mudou o quarteirão, de tal forma que toda a Wilkinsburg tem inveja da nossa rua.
Todos querem vir para a Whitney Avenue. É a melhor rua em Wilkinsburg.
Já estou a chorar, fizeram-me chorar!
Faz-me sentir orgulho de mim mesma.
Porque quando a família me vem visitar, sinto orgulho do sítio onde moro.
E isso transformou-me.
Em termos de projectos práticos,
muitos dos grupos de Transição começaram pela alimentação.
Porque não é preciso esperar para avançar com isso.
Não é necessária autorização, nem financiamento para o fazer.
Se quisermos instalar um moinho de vento dentros dos limites da cidade,
isso poderia levar uns cinco ou seis anos.
Podes começar de imediato uma horta partilhada,
podes começar a cultivar alimentos, podes cultivar junto à janela, em caixotes...
Podemos começar tudo isto de forma rápida e simples. Então o que vemos frequentemente,
é que os projectos de produção local de alimentos
são dos primeiros que as Iniciativas de Transição concretizam,
e das primeiras coisas que lhes permitem ganhar algum impulso.
Transição Kensal to Kilbur Acesso à terra - Londres, Reino Unido
Estamos na estação Kilburn, na linha Jubilee,
4 meses atrás estes canteiros estavam vazios.
Foi o que nos deu a ideia de pedir ao Metro:
"Podemos plantar algo aqui?"
Especificamente queríamos plantar frutas e legumes,
para mostrar às pessoas o quão fácil é cultivá-los em qualquer lugar.
Acreditamos que esta é a única plataforma de metro em Londres,
onde se cultivam frutas e verduras.
Até mesmo uma macieira.
A razão pela qual escolhemos este local, é a sua tremenda exposição...
12.000 pessoas passam pela estação todos os dias.
Estamos encantados com a idéia de que um passageiro possa descer de um comboio,
colher um morango ou um tomate, e saboreá-lo a caminho de casa. É fantástico!
Fomos à direcção de transportes de Londres
e perguntámos se poderíamos produzir alimentos, aqui.
Creio que inicialmente, a reação deles foi um pouco apreensiva.
"Não queremos produzir alimentos aí! Mas teríamos todo o prazer se plantassem flores."
Portanto, nossa primeira tentativa foi... um pouco desanimadora.
Quando fomos a uma reunião com eles, apresentaram a ideia "Metro em Flor".
"Adoraríamos que vocês fizessem isso como parte do concurso de Metro em Flor."
Quando pesquisámos a lista de categorias para escolher em qual participaríamos,
eles próprios ficaram realmente surpreendidos pela existência de uma categoria:
"Cultive os Seus Próprios Alimentos"
Dissemos-lhes: "Adoraríamos participar nisso!"
"Temos uma macieira e algumas sementes de legumes"
Eles não tinham a menor ideia da permissão para cultivar alimentos nas plataformas.
Vale a pena ser persistente porque, às vezes, como em muitas situações,
depende muito da personalidade das pessoas envolvidas.
Algumas pessoas podem não estar dispostas a assumir riscos,
mas outras ficam verdadeiramente entusiasmadas,
portanto... Depende da pessoa com quem se fala, em qualquer organização.
É uma maneira diferente de ver o lugar para onde se olha...
Há 10 anos que vivo aqui... vê-lo sob uma luz totalmente diferente...
é a primeira vez que participo em algo que cria este tipo de conexões, nesta área.
É algo verdadeiramente emocionante.
É muito importante, quando fazemos a Transição, incluir espaços para celebração.
Existe o ciclo de sonhar, de planear, de concretizar algo,
mas lembrem-se de celebrar o que fizeram antes de regressar de novo ao ciclo.
A Cidade em Transição de Tooting comemorou com um "Carnaval dos apanhadores de lixo"
Mais de 1 milhão de garrafas de plástico e de sacos de compras...
meio milhão de pacotes de batata frita...
e uma tonelada de outros materiais...
Foram recolhidas durante mais de 6 meses, para criar este espetáculo!
Celebração, apreço... Toda essa comunicação positiva
ajuda-nos realmente, enquanto seres humanos,
a sentirmo-nos confiantes e bem com nós mesmos.
É onde criamos espaço para celebrar as conquistas de cada um,
para apreciar as qualidades que observamos em cada um.
As pessoas constroem confiança e gostam de estar juntos.
Enquanto que se estivessemos num estado de pressão constante,
não teríamos tempo para tal,
porque estaríamos a passar para a próxima coisa...
seria a receita para as pessoas se esgotarem muito rapidamente.
Bem-vindo ao Carnaval de Tooting!
A Transição é muito mais uma festa do que uma marcha de protesto.
Em cada reunião deve haver uma celebração e a valorização de tudo o que aconteceu.
Assim como ter eventos onde se comemora conscientemente as coisas que se fizeram.
Será muito enganoso se este filme vos der a impressão de que a Transição funciona sempre.
Que tudo é sempre brilhante e deslumbrantemente bem sucedido.
Por vezes, os projectos individuais, de diferentes iniciativas,
ou de toda uma organização, desagregam-se, de forma amarga, ou devido ao esgotamento.
A Transição Lancaster desagregou-se passado um ano.
Podemos ter aquela visão rosada de que, se todos tivermos o mesmo sonho,
todos iremos lá chegar.
Isso não vai contecer.
As diferenças e o conflito sempre estarão presentes nos nossos grupos.
Para ser honesto, foi horrível.
Não entrarei em detalhes porque são privados, mas teve um final absolutamente horrível.
Fiquei muito marcado por algumas das coisas que foram ditas,
e muito, muito perturbado por alguns dos abusos que sucederam.
E bastante chateado comigo mesmo,
pois na parte final também eu me empenhava em não ser muito agradável.
Puxa, se estas são as pessoas que se estão a unir para salvar o mundo...
tirem-me já deste planeta. Não quero ficar aqui. Porque não temos qualquer esperança.
Talvez estejemos todos completamente equivocados, ingénuos e um pouco estúpidos.
Se conseguirmos passar por tudo isto mantendo-nos abertos à aprendizagem,
transforma as nossas vidas.
Pode realmente ajudar-nos a fazer melhor da próxima vez.
Penso que aquilo que se aprendeu, quando um novo grupo surgiu,
foi compreendermos que a coisa mais importante,
para lá de "salvar o planeta", ou para lá do pico do petróleo,
era que as pessoas se focassem em conseguir ouvir-se umas às outras
e ter respeito pelos pontos de vista de cada um.
Não necessariamente concordar com o outro, e sermos capaz de dizer que não concordamos,
mas tolerar e considerar as relações entre as pessoas são a coisa mais importante.
O novo Grupo de Transição Cidade de Lancaster tem agora quase 450 membros.
Depois de muitos filmes, palestras, debates, bancas de mercado, refeições e festivais...
tornaram-se "Iniciativa Oficial" em Abril de 2010.
Acho que uma das coisas que a "Transição Interior" identifica,
uma das maneiras com que realmente como pode ajudar as pessoas,
é fornecendo estruturas de apoio,
espaços onde as pessoas debatem sobre...
como carregar o fardo da responsabilidade neste trabalho de Transição.
Finsbury Park Apoio à Liderança - Londres, Reino Unido
Para mim, como não estamos na Corporação Transição,
não existe um gestor de linha dando palmadinhas nas costas.
Para as pessoas que estão a conduzir as coisas, é bom ter o apoio dos pares,
pessoas como tu, que ouvem o que tens feito,
compreendem os problemas que estás enfrentando.
É muito esgotante estar na linha da frente do que estás a fazer...
ou sentir que és a linha da frente do que estás a fazer,
e até podemos esquecer-nos da razão porque estamos a fazer isto
É algo como voltar à fonte emocional, ao manancial emocional,
que te lembra a razão porque estás a fazer o que fazes.
e que te coloca de novo em contato com essa força motriz, de uma maneira muito boa.
Voltas a sentir-te feliz, em vez de te sentires num corre-corre.
Acredito que é algo absolutamente fundamental,
que a Transição nos faça a todos saltar para um nível diferente de liderança.
Líderes de diferentes projetos podem juntar-se e apoiar-se mutuamente,
estabelecer redes uns com os outros.
Talvez até adquirir competências que transfiram aos seus próprios grupos.
Há algo de mágico...
Sobretudo, reconecta-me, às razões pelas quais estou a fazer tudo isto.
Agora sinto que tenho uma rede de apoio sólida.
Trornou-se em muito mais do que aquilo que pensei que seria.
O ESTÁGIO 3 é de CONEXÃO, e é aí que, uma vez instalada e em funcionamento,
a iniciativa de Transição começa realmente a chegar à comunidade mais alargada,
às organizações e às pessoas com quem normalmente
não contactaríamos nessa altura.
A Câmara Municipal, as empresas locais, a comunidade em geral,
Portanto "Conexão" é um estágio de profunda incorporação do projeto na comunidade,
tornando-o substancialmente mais relevante para tantas pessoas quanto possível.
Cidade em Transição Monteveglio - Bolonha, Itália
Trabalhar com as autoridades municipais
Cristiano Bottone Iniciador da Cidade em Transição Monteveglio
No verão de 2008 dei a 1ª palestra sobre Transição em Monteveglio.
Convidei umas 30 pessoas que pensei estarem interessadas.
e o que aconteceu depois, é que quem interagiu,
depois aprofundou o assunto.
A 1ª reunião foi uma experiência que nos deixou chocados
com a informação que nos era dada.
Alguns meses mais tarde,
estávamos todos muito mais conscientes do que tínhamos começado.
Alguns de nós decidiram continuar o caminho
no grupo iniciador Monteveglio, Cidade em Transição.
Outros, como o Humberto e o Daniel,
decidiram concorrer às eleições para a Câmara Municipal.
Venceram, e agora são o Presidente da Câmara e o Vereador do Ambiente.
O resultado é que acabamos com uma Câmara Municipal com duas pessoas
muito, muito conscientes sobre toda a temática da Transição.
E também outras pessoas tinham uma ideia bastante clara dos desafios
que teremos que enfrentar nos próximos anos.
Como é que o governante de uma cidade com 5000 habitantes
enfrenta a crise do modelo de desenvolvimento, de crescimento ilimitado,
o termo da economia do petróleo e, por assim dizer, orienta as políticas?
O primeiro acto foi escrevê-las preto no branco.
E assim nasceu uma resolução oficial, em que a administração
indica como política prioritária
o afastamento da economia dos combustíveis fósseis,
prevendo a elaboração de um plano para a redução energética.
Perguntamo-nos amiude, como é que conseguimos obrigar os nossos políticos
a assinar uma deliberação tão exigente?
O melhor é que não foi necessário convencer ninguém.
não tivemos de fazer qualquer tipo de pressão.
Já conseguimos obter resultados muito importantes, no meu modo de ver.
Um deles é a decisiva mudança de curso relativamente ao tema urbanístico.
Trabalhar em estreita colaboração com a administração permite, obviamente,
fazer coisas que de outra forma seriam impossíveis.
Um exemplo é o projecto Enescom, um projecto europeu
que levará os 6 municípios do vale a aderirem ao Pacto dos Autarcas,
e que permitirá elaborar os planos de redução energética para todo este território.
Se estas políticas forem justificadas,
como o fez o município de Monteveglio, através do fortalecimento da resiliência,
libertando-nos de uma economia baseada no petróleo,
a adesão de todo o território ao Pacto dos Autarcas é ainda mais interessante.
O Pacto dos Autarcas é um programa europeu
que visa reduzir as emissões de CO2
e o desenvolvimento de energias mais sustentáveis e renováveis.
É uma boa ferramenta para a Transição,
porque permite juntar as pessoas e os governantes no mesmo processo.
Agora, em Monteveglio vemos acontecer
o que já acontecia em muitas outras cidades em Transição.
Além disso, há um forte envolvimento ao nível institucional
que, esperamos...
possa ajudar a mudar a realidade das coisas um pouco "mais rapidamente".
O que é realmente fascinante
é o que surge quando a abordagem, de base para o topo, da Transição
encontra uma autoridade local empenhada e pró-activa,
que também pensa em termos de relocalização e resiliência.
E essa interface onde estas duas coisas se encontram é muito, muito importante
e é uma área fascinante que está a emergir.
Como pode um município apoiar eficazmente um processo de Transição em vez de o conduzir?
Como conseguem incorporar a consciência do pico do petróleo
e a necessidade de criar resiliência no seu trabalho?
E como se manifestam essas duas coisas quando se juntam?
Totnes, Cidade em Transição Ruas em Transição - Devon, Reino Unido
"Juntos em Transição" foi originalmente concebido aqui em Totnes,
através da Iniciativa de Transição da Cidade Totnes
como uma forma de envolver as pessoas numa espécie de metodologia rua-a-rua.
Um grupo começa com alguém que vem ao escritório ou nos telefona.
dizendo que estão interessados em iniciar um grupo no seu bairro.
São eles quem de facto recruta todos os vizinhos.
Aí está algo em que o nosso projecto é um pouco diferente:
Não saimos para a rua a bater às portas das pessoas.
São elas mesmas que o fazem.
Costumam reunir entre 6 e 10 vizinhos, e de seguida, passam por 7 sessões.
Têm 7 reuniões em conjunto. O primeiro é facilitado por nós.
Enviamos alguém, apenas para os ajudar a encarreirar no caminho certo...
e para definir um calendário para a próxima reuniã.o
A segunda sessão debruça-se sobre o uso de energia em casa.
Há cerca de 10-12 coisas práticas que podem implementar,
nenhuma das quais fica muito cara.
Focamo-nos em ações sem custo ou de custo muito reduzido.
E no final da primeira sessão, eles escrevem um plano de acção.
Cada pessoa geralmente escolhe duas ou três ações
que irá tentar implementar em sua casa antes de se reunirem novamente.
Muitas coisas que somos capazes de colocar em prática,
sobre como economizar energia,
e como passar a utilizar melhor os recursos neste planeta,
...sem sofrimento! Isso é a chave para o sucesso!
Foi realmente uma coisa divertida de se fazer.
Trabalharmos rua-a-rua permite que as pessoas comecem a imaginar as implicações,
comecem a imaginar um mundo pós-petróleo e de baixos níveis de carbono
numa escala pequena.
Não se trata de imaginar como vai ser o Mundo depois de mudar totalmente,
mas de imaginar a transformação nesta nossa pequena parte do Mundo.
Como podemos imaginar que se deu transformação? Naquilo que se tornou...
Isso parece ser mais assimilável.
Aplicar aquilo que lemos e conversámos nas reuniões, tem feito uma grande diferença.
Tem sido mais uma interiorização da forma como estamos nas nossas vidas,
do que aquilo que estamos fazendo.
Tornarmo-nos mais conscientes, do que fazemos com nossas vidas,
no que diz respeito à energia, a desperdiçá-la ou não.
Fazendo o nosso melhor.
Acredito que um dos benefícios a longo prazo é realmente em torno da coesão social.
É um grupo de gente com a qual normalmente eu nada teria a ver...
Isto juntou-nos... É uma tal mistura de pessoas, é adorável.
Temos esta coisa em comum, que nos mantém como grupo, que nos faz juntar-nos.
Realmente trouxe um forte sentimento de comunidade à nossa rua.
Até à data, juntaram-se 56 grupos
envolvendo 468 famílias
chegando a 1.100 pessoas.
Cada família tem economizado uma média de 600 £ por ano
e evitado que um número estimado de 1,2 toneladas de CO2 seja lançado na atmosfera.
Podemos ver a centelha da criatividade,
e as pessoas começam a olhar para as hortas de cada um de maneira diferente.
e olhando os telhados como fontes de grande potencial.
Acho que, a longo prazo, essa é a mudança que se vai interiorizar.
É o que a sociedade precisa. Aquilo que todos precisamos. É viver num mundo seguro.
Acho que isto é um começo para tal.
A ETAPA 4 é a CONSTRUÇÃO.
A Construção é o passo para começar a pensar estrategicamente
sobre a relocalização do lugar em que vivemos.
É a fase em que se inicia a criação de empresas de energia,
de moedas locais, de empresas sociais...
É quando passamos de um conjunto de idéias,
para fazer um esforço muito tangível para a criação de uma nova infra-estrutura local.
Cidades em Transição Marsden e Slaithwaite West Yorkshire, Reino Unido
Empreendedorismo Social
Já havia aqui uma mercearia há muito, muito tempo.
Faço aqui as compras há, pelo menos, 50 anos.
Acho que já existe aqui uma mercearia desde a última Grande Guerra.
O negócio foi esmorecendo. Parecia que não faltaria muito para fechar.
Falámos com o dono sobre como poderíamos tomar conta da loja como empresa comunitária.
A ideia da propriedade comunitária foi muito bem pensada, por razões éticas, suponho.
mas também por razões muito práticas. Queríamos que as pessoas comprassem na loja.
Que melhor maneira de as levar a comprar na loja do que serem donas da mesma?
Anteriomente não era assim, mas agora tudo gira à volta dos alimentos locais.
As pessoas entram e dizem: Tenho 6 couves-flor, está interessada?
Se forem de boa qualidade, ficamos com elas.
Eu sei, é maravilhoso!
Ruibarbo local... Adoramos isto!
Há clientes que entram e perguntam especificamente pelo ruibarbo de Diggle.
Fazemos parte do "triângulo do ruibarbo".
Queremos incentivar as pessoas a cultivarem mais coisas, queremos desenvolver tudo isso,
e permitir que a nossa comunidade se torne um pouco mais resiliente.
São as 13,50 £ que recebemos pelos nossos produtos, e vamos reciclá-las aqui na loja.
Penso que iremos gastar ainda mais algum, que é o costume!
Acrescentámos valor à comunidade.
Criámos empregos, permitimos que mais pessoas possam fazer as suas compras localmente,
trouxemos mais negócio aos outros retalhistas aqui da zona, ao estarmos aqui
pois mais pessoas estão a comprar localmente, em vez de conduzirem até ao hipermercado.
Também estão a gastar mais dinheiro nas lojas vizinhas, o que é óptimo!
Estou realmente satisfeito que as coisas tenham corrido tão bem.
Podia não ter corrido assim. Poderia ter sido bem diferente, com certeza!
Logo no início começámos a fazer o pão, que é algo muito especial.
Foi um casamento perfeito, na verdade. Ambas as empresas são cooperativas.
Numa estrutura cooperativa ficamos muito mais ligados às pessoas com quem trabalhamos.
Tive colegas ao longo de toda a minha vida profissional, mas não é a mesma coisa.
Estamos num nível superior de entrosamento.
'Handmade Bakery' (Padaria Artesanal) Empresa Social, West Yorkshire, Reino Unido
Abrimos a padaria há pouco mais de três anos.
Conseguimos reunir um grupo de cerca de 60 famílias
que pagaram adiantado pelo seu pão, em alguns casos até 12 meses!
Quanto mais longa a subscrição, maior foi o desconto que lhes oferecemos.
O entusiasmo da comunidade foi tal
que percebemos logo que tínhamos uma fórmula vencedora.
Rapidamente percebemos que o nosso cubículo com 15 metros quadrados seria insuficiente,
de modo que decidimos dar uma grande passada e procurar as nossas próprias instalações.
No entanto, ainda não tínhamos dinheiro suficiente para o fazer
de modo que tivemos que pensar novamente como nos poderíamos financiar.
A ideia não foi nossa.
Foi uma sugestão de Andrew Whitley, e já tinha sido ensaiada noutros lugares,
o conceito de "acções em pão”,
uma série de empréstimos individuais dos nossos clientes e de pessoas da comunidade,
em que lhes pagariamos juros.
Pagamos-lhes uma taxa de juro excelente, 6,25%, mas pagável em pão,
o que equivale a 2,50 £ por semana, o equivalente a um pão de forma por semana
Assim atrais pessoas que estão ligadas a este lugar e à empresa
e é um empréstimo muito barato para nós e com bom retorno para eles
Não consegues melhor retorno para um investimento tão pequeno em qualquer banco.
Reconectar-se com a comida é uma fantástica metáfora para se reconectar com a vida.
Actualmente, sempre que pagamos as contas da energia, o dinheiro deixa a nossa comunidade.
a capacidade de fazer a Transição acontecer, perdeu-se
É muito entusiasmante ver o número de comunidades
que estão a criar as suas próprias companhias de geração de energia,
de modo a que a energia é gerada, mas beneficia a comunidade
e traz dinheiro para a comunidade.
Cidade em Transição de Lewes
Propriedade Comunitária de Activos East Sussex, Reino Unido
Somos a primeira Estação de Geração Solar comunitária na Grã-Bretanha.
Faz-nos sentir muito orgulhosos.
“Estação de Geração Solar” é uma designação solene para uma unidade fotovoltaica de 98 kW
Calculámos que seja suficiente para abastecer cerca de 40 habitações, ao consumo actual.
Não vamos conseguir gerar eletricidade para toda a Lewes com painéis solares,
mas há outras formas para o conseguirmos.
Tem a vantagem de ser simples, rápido, barato e sem problemas em termos de planeamento.
Perguntámos à cervejaria Harvey's se nos podia arrendar o telhado.
Disseram-nos que em princípio poderia ser, desde que fosse tudo legal.
Fizemos o lançamento do projecto na cidade.
Fizemos muita publicidade, estivemos na imprensa local,
para ter a certeza de que toda a gente ficava a par.
O dinheiro começou a entrar.
Recebemos cheques debaixo da porta, juntamente com os formulários de inscrição,
e em pouco tempo, creio que em 3 semanas,
tínhamos mais do que precisávamos para financiar a instalação.
É um investimento real na comunidade, por isso dá algo à comunidade,
as pessoas entendem-no, é muito simples. Para além de que é bom para o ambiente,
diminui as nossas emissões de carbono,
mas é de propriedade local, são pessoas locais que se juntam e estão a fazê-lo.
Cria um precedente interessante, porque mostra
que o poder das pessoas é, na verdade, o poder efectivo,
em termos de financiamento e projetos comunitários.
É uma excelente semente para potenciais atividades comunitárias.
Demontra que a comunidade está a envolver-se em áreas
que há 10 anos atrás seriam consideradas impossíveis.
Se tiver uma instalação de geração de energia renovável de qualquer tipo,
toda a eletricidade que gerar será adquirida pelo governo.
Através da tarifa bonificada, estamos a acumular
uma boa quantia com a qual pretendemos amortizar o investimento inicial das pessoas.
Tem sido um processo muito difícil para nós.
Sou compositor. Não sou um homem de negócios, nem um especialista em finanças.
Tive de aprender muita coisa em muito pouco tempo. Todos tivemos.
Ninguém devia entrar nisto com ilusões acerca do esforço,
comprometimento e tempo que isto necessita.
É difícil.
Comunidades resilientes são o futuro, é para lá que caminhamos.
Para isso temos que ter infraestruturas preparadas
para conseguirmos responder às necessidades da comunidade.
Os modelos de que somos somos pioneiros,
são os modelos que poderão, eventualmente, ser adoptados
em outras comunidades, em outras partes do mundo.
Podemos pensar na nossa economia local como um grande balde.
Para dentro do balde vão as pensões, os salários, os empréstimos e por aí adiante.
Mas neste momento, coisas como supermercados, pagar as contas de eletricidade,
compras via internet, estão a encher esse balde de buracos.
Isso significa que a nossa riqueza acumulada e o seu potencial estão a escorrer para fora.
Em cada fuga existente nesse balde,
há um potencial emprego local, uma potencial empresa local
ou um potencial estágio para jovens.
Por isso, apoiar empresas de produção de energia comunitárias,
apoiar produtores de comida locais, onde existam,
e estimular o seu aparecimento onde não existam,
e usar moedas locais,
são tudo formas hábeis de tapar as fugas do balde.
Transição Brixton - Londres, Reino Unido Moeda Electrónica
Brixton é o lugar culturalmente mais eclético no Reino Unido. É único.
Temos aqui todas as nações sob este Sol.
Lançámos a Libra de Brixton em 2009.
Hoje, cerca de 200 estabelecimentos aceitam-na, oficialmente.
Hoje,virámo-nos para a eletrónica.
Somos a primeira zona no Reino Unido a ter uma moeda eletrónica.
Não é bom?
Avançámos para a era digital, com esta moeda.
Penso que é mais um fantástico incentivo para que as pessoas venham comprar em Brixton.
Para que venham visitar Brixton e gastar aqui o seu dinheiro.
A New Economics Foundation, uma orgnaização Holandesa chamada COIN e a Transition Network
têm vindo a desenvolver o software para lançar este tipo de moeda eletrónica.
Brixton é o primeiro projeto piloto onde esta moeda está a ser testada na prática.
'Médico dos Relógios!!'
Olá! Como vai? Olá! Menos mal!
Queria que desse uma vista ao meu relógio.
Quer que eu o repare? Vou buscar o repara-relógios especial!
Bom, deixe-me ver. Parece-me que vai ter que levar uma pilha nova.
Aqui está, a funcionar! São 2,50 £.
£2,50. Posso pagar por mensagem?
Claro que pode. Com certeza.
Vou ao banco Brixton Pound (£ de Brixton)... e você é o... Stuart o Relojoeiro! – S T W.
Mensagem recebida. Maravilhoso. Tudo bem.
Recebi a sua mensagem... missão cumprida! Fabuloso, fantástico! Até á próxima.
Até à próxima. Obrigado. Adeus.
Desenvolvemos, um sistema de pagamento por mensagem
utilizável por qualquer um, sem qualquer esforço.
Não é preciso passar o cartão na máquina. Apenas é preciso um telemóvel.
Não precisa de ser um smartphone, basta um telemóvel básico.
Envia-se uma mensagem, não é preciso mais nada.
Posso pagar por mensagem? Sim, claro.
Qual é o seu nome de utilizador? Sana Foods.
Os negócios locais e independentes são absolutamente cruciais
para resolver os problemas económicos que enfrentamos actualmente,
porque as pequenas e médias empresas são o sangue que alimenta a economia Britânica.
O que é fulcral no caso da Libra de Brixton,
é a ética de gastarmos o nosso dinheiro localmente
e potenciarmos os nossos negócios locais, para que possam crescer e prosperar.
A importância da libra de Brixton não é transferirmos o nosso dinheiro,
por exemplo, do norte de Londres para o sul de Londres.
A importância é criar uma economia diferente.
Onde possamos, realmente: perguntar, por exemplo,
Será que conseguimos abastecermo-nos localmente?
Será que existem habitantes locais que podem fazer isto?
Será que conseguimos fazer as coisas diferentemente?
Tem a ver com o género de economia onde todos têm um papel, todos têm um emprego,
e onde temos uma verdadeira economia local que prospera, que é forte e diversa.
Fantástico! Já recebi a mensagem de confirmação.
Fantástico. Tenha um bom dia. Até á próxima!
Aqui está, a libra de Brixton. Eletrónica! Fantástica!
A Transição, inicialmente, foi projetada como uma desintoxicação para o Ocidente,
uma forma com que o Ocidente, mais rico,
pudesse reduzir as suas emissões e ir de encontro com os países em desenvolvimento.
Mas é fascinante ver como no último ano têm aparecido em países em desenvolvimento.
Em Março de 2011 a Heal the Soil decidiu adotar o modelo de Transição…
Começámos com a primeira aldeia, Kottakarai, onde vivemos.
… fazendo deles a primeira Iniciativa de Transição na Índia.
O primeiro objetivo é dar acesso à aldeia, às nossas casas, às famílias a comida nutritiva.
Este é o coração do nosso plano e do nosso projeto.
Toda a gente devia ter acesso a comida de qualidade e saborosa.
Chegamos a uma casa e perguntamos, “Querem começar uma horta?”
Trazemos as sementes e mostramos como se mantém a horta.
E mal começas, os vizinhos veem e perguntam “Podemos ter uma igual?”
Foi assim que começámos a desenvolver este conceito.
Até agora, já impulsionaram hortas em mais de 100 habitações em 4 aldeias em Tamil Nadu.
Pode dar resultados muito positivos, trabalhar na Índia rural.
Por exemplo, se dissermos que esta é a dimensão da pegada carbónica de um americano,
esta é a dimensão da pegada carbónica de um indiano.
E esta é a pegada de carbono de uma pessoa que vive na Índia rural.
Por isso, não temos de caminhar tudo até aqui. Nós já estamos aqui.
Só temos de adoptar modelos onde a maior parte das nossas práticas
sejam ecológicas e renováveis,
mas mantenham os aldeões da Índia rural na Índia rural. Para acabarmos com as migrações.
Estamos a fazer a Transição de um modelo antigo da aldeia tradicional
para o de uma Índia desenvolvida
e a encontrar um equilíbrio onde não se sintam marginalizados por não viverem na cidade.
Estamos muito felizes por ver sorrisos nos rostos dos aldeões.
Eles são muito acolhedores... ao abrirem o seu coração e a sua casa.
Quando iniciámos a Transição, pensámos que seria óptimo se se tornasse em algo
capaz de entrar na cultura, no DNA e na corrente sanguínea de um lugar,
de modo a que quando surgissem momentos de grande incerteza ou dificuldade,
a Transição fosse uma das ferramentas que as pessoas usassem para criar a sua resposta.
Tem sido muito interessante observar, ao longo do último ano,
lugares onde as coisas se tornaram muito, muito difíceis
e a Transição se tornou uma parte principal, quase instintiva, da resposta da comunidade.
Mesmo antes da catástrofe,
pensei que a Transição era a coisa mais maravilhosa que eu podia fazer na minha vida.
Após a catástrofe, era ainda mais óbvio,
que a Transição é exactamente o que nós temos que fazer, que eu tenho que fazer.
Cidade em Transição Fujino - Kanto, ***ão Empresa de Energia de Fujino
A empresa de energia elétrica de Fujino tem cerca de 80 a 90 membros
que estão numa lista de contactos.
Tudo começou quando a catástrofe nuclear de 11 de Março aconteceu.
Reunimo-nos para discutir como poderíamos obter a energia de que necessitávamos,
e como estas são seguras e sustentáveis, para o futuro.
Tivemos uma série de reuniões e conversas sobre o que queríamos fazer,
mas não entrámos em ação.
Então, quando aconteceu o 11 de Março,
alguém sugeriu que fizéssemos algo para combater o desastre.
…e foi quando a empresa arrancou.
O Festival de Luz foi um catalisador para a empresa ser mais clara
acerca dos seus planos específicos.
Este foi o oitavo ano e decidimos gerar toda a eletricidade através de energia renovável.
Em três dias tivémos 5.000 visitantes no festival.
Após o sucesso do festival,
os membros decidiram levar a empresa para a região de Tohoku, onde o desastre ocorreu
e fornecemos a eletricidade à região do desastre
Também gostaríamos de produzir energia na nossa região,
de forma completamente ecológica.
Para isso tivemos que descobrir que recursos temos em Fujino,
e a primeira coisa em que pensámos, foi nesta floresta.
E numa mini-hídrica.
Existem algumas torrentes potentes nestes vales.
Pensamos agora no processo de potenciar este sonho para o futuro em conjunto.
A Transição é apenas uma das muitas ferramentas utilizadas pelo Projeto Lyttelton
em Christchurch, Nova Zelândia.
O seu projecto do Banco de Tempo é um exemplo inspirador
de resiliência comunitária numa crise.
Lyttelton, Nova Zelândia, a cidade onde eu morava,
foi recentemente atingida por um terremoto de grandes proporções.
Voltar lá foi de partir o coração.
RESPIRA
Grande parte da cidade foi destruída.
No entanto, no meio da perda, o verdadeiro coração da comunidade revelou-se
A bondade e simpatia das suas gentes.
Eu era a coordenadora do Banco de Tempo de Lyttelton.
Trabalho como coordenadora há já alguns anos, construindo e unindo a comunidade.
Passou a utilizar-se o “Banco de Tempo” como moeda complementar.
e as pessoas encontraram outra forma de viver sem precisar constantemente de dinheiro.
E ao mesmo tempo, é uma ferramenta fantástica para o fortalecimento da comunidade,
pois as pessoas podem trocar competências,
passam a conhecer-se umas às outras e encontram-se com os vizinhos.
Depois tivemos o terrível terramoto de Setembro de 2010.
A Protecção Civil tinha sido chamada para Christchurch
uma vez que se considerou que não havia nenhuma necessidade real aqui em Lyttelton
Porém, haviam necessidades, mas de outro teor...
Os Bombeiros telefonaram-me e disseram “Sabemos que está envolvida com a comunidade,
não sabemos o que pode fazer, mas... O que poderá fazer? Pode ajudar?”
Então, montámos a base no nosso escritório e andámos ocupados e frenéticos por semanas,
ajudando a responder às necessidades da comunidade,
levando água e comida e dando apoio às reparações de emergência.
Estava praticamente tudo controlado duas semanas antes do terramoto de Fevereiro.
Desta vez foi diferente. Foi mais rápido, bem pior. Todos os edifícios foram destruídos.
Foi completamente diferente.
Foi como se o terramoto de Setembro tivesse sido um aquecimento para o de Fevereiro.
Unimos esforços como comunidade.
Descobrimos o que era necessário fazer e como fazê-lo,
através da base de dados dos voluntários do Banco de Tempo.
Na altura era de pouco mais de 400 pessoas.
Colocámos as coisas em movimento, enviamos e-mails neste teor:
“A situação é esta! Isto é o que precisamos!”
E as pessoas acorreram em ***
e encaminharam aqueles e-mails para os seus contactos e publicaram no Facebook.
Tivemos imensos voluntários a juntar-se-nos, foi absolutamente incrível.
Não acredito que a comunidade se teria recomposto
tão rapidamente sem a ajuda da comunidade do Banco de Tempo.
Isto é dedicado a todos os que perderam algo, mas que se encontraram uns aos outros.
Porque o verdadeiro coração de uma comunidade é o seu povo!
Ressalva Amistosa
A Transição é uma experiência social em grande escala.
Não sabemos se resultará. Mas estamos convencidos de que…
Se esperarmos pelos nossos governantes. Virá pouca coisa e... demasiado tarde.
Se agirmos como indivíduos, será muito pouco.
Mas se agirmos em comunidades, poderá muito bem ser suficiente, e mesmo a tempo.
Nenhuma viagem de avião foi efectuada para a produção deste filme.