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Olá, eu sou Jeffrey Sachs, diretor do Earth Institute da Univerdade de Columbia
e também assessor especial do Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban-ki Moon.
Eu estou muito honrado de poder me juntar ao CEBDS em sua importante reunião no Rio.
Claro que eu gostaria de estar aí em pessoa, eu amo o Rio, assim como todo o mundo,
mas esses são os dias da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Eu estou feliz de estar com líderes mundiais que vieram para às Nações Unidas
e vieram especialmente por sua agenda, a agenda do desenvolvimento sustentável.
Vocês sabem que quando se trata de desenvolvimento sustentável hoje em dia, todos os caminhos levam ao Rio.
Não apenas a Rio-92 colocou o desenvolvimento sustentável no centro da agenda política global,
mas 20 anos depois, durante a Rio+20, no ano passado, os líderes mundiais reuniram-se novamente
e eles perceberam que, apesar da Rio-92 ter dado grandes contribuições,
produzindo três grandes acordos, sobre mudanças climáticas, biodiversidades e desertificação,
o mundo ainda estava se movendo de forma rápida e não sustentável.
A conclusão mais importante da Rio+20 foi a decisão dos Estados adotarem Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)
e esses devem ser os novos objetivos globais que guiarão a agenda global de desenvolvimento do período de 2016 a 2030.
Nós estivemos vivendo durante o período dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).
Nós temos que ir dos ODM para os ODS - e esse foi o resultado da Rio+20.
Hoje vocês se encontram no Rio para falar de compromissos empresariais para o desenvolvimento sustentável,
amanhã, líderes mundiais se reunirão em Nova Iorque, no dia 25 de setembro, para por em movimento
um cronograma específico para assegurar que em 2015 tenhamos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que guiarão todo o mundo.
O que é desenvolvimento sustentável? É claro que vocês do CEBDS sabem muito bem.
O mundo está aprendendo que o desenvolvimento sustentável significa uma abordagem holística para a sociedade,
que leve em conta o desenvolvimento econômico, incluindo a luta contra a pobreza;
inclusão social, mais igualdade, menos discriminação - algo bem importante para o Brasil e meu próprio país, os EUA;
e, por fim, sustentabilidade ambiental.
Portanto enquanto estamos aumentando as apostas e aumentando a complexidade,
a sociedade precisa perseguir três objetivos: econômico, social e ambiental,
não apenas o crescimento econômico.
O mundo agora definirá os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
Até 2015 eu espero que tenhamos talvez 10 desses objetivos,
cobrindo áreas incluindo: o fim da pobreza, acesso universal à educação, acesso universal à cuidados básicos de saúde,
mudar para um sistema de energia de baixo carbono para evitar mudanças climáticas induzidas pelo homem,
sistemas de alimentos sustentáveis, que sejam resilientes e menos danosos ao meio ambiente,
proteção de grandes ecossistemas
(e há algum que seja mais importante para o mundo que a Bacia Amazônica, a maior herança do Brasil e seus vizinhos?)
e boa governança - transparência e responsabilização do governo aos princípios do desenvolvimento sustentável.
Então essa é a agenda global - toda a empresa terá que executar o seu negócio de forma consistente a essa necessidade global.
As empresas terão que ter métricas: "somos sustentáveis?"
em termos econômicos, em termos de contribuições para a comunidade;
em termos sociais, promovendo oportunidades, coesão social, confiança;
e em termos ambientais, nos impactos que seus negócios simplesmente têm,
sejam emissões de gases de efeito estufa, mudança do uso da terra, poluição
ou outras formas que os negócios podem impactar o ambiente físico.
Contudo, não será o suficiente simplesmente ter métricas.
Será necessário para empresas de sucesso estar à frente da curva, transformando suas próprias tecnologias,
seus próprios sistemas, seus fornecedores, as relações com seus clientes, para garantir a sustentabilidade.
Muitas empresas têm estabelecido objetivos de sustentabilidade corajosos, recentemente,
a Unilever é uma que conheço bem e é bastante impressionante,
objetivos corajosos para alcançar centenas de milhões de pessoas nos próximos anos, objetivos maravilhosos.
Todas as empresas precisarão estar à frente da curva daqueles que são retardatários
e serem bem proativas em termos de tecnologia.
Mas há uma terceira dimensão de engajamento empresarial, também: boas parcerias com o governo.
Porque nós precisaremos de muitas soluções aos problemas:
como fazer nossas cidades resilientes, como proteger a Amazônia,
como proteger a sociedade contra o aumento da frequência de seca, ou tempestades extremas, ou alagamentos,
ou outros perigos que virão do aumento do nível dos mares.
Então nisso, eu acredito, que em cidade após cidade, no Rio, em São Paulo, em Belo Horizonte,
em outras grandes cidades do Brasil, cidades ao redor do mundo, incluindo minha própria, Nova Iorque,
toda cidade precisará de seu próprio Programa de Desenvolvimento Sustentável.
Nova Iorque fez um até o ano de 2020 - me desculpe, até o ano de 2030.
E as empresas fazem parte dele, precisam fazer parte dele. E temos muito a fazer.
Eu fui requisitado pelo Secretário Geral da ONU, Ban-ki Moon, ano passado
a ajudar a estabelecer uma nova rede global de conhecimento - a Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável (SDSN).
Nós estamos bastante interessados, como vocês sabem, de estar em uma parceria bastante forte com o Brasil, é claro,
já que o Brasil é o epicentro dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e o Rio é o centro disto dentro do Brasil.
Nós queremos ter uma forte relação com o Rio, uma forte relação com o CEBDS,
eu estou muito interessado em ajudar o novo Centro Rio+,
que o governo ofereceu como um lugar para que o mundo se reúna para debater, discutir e solucionar problemas do desenvolvimento sustentável.
Nós estamos trabalhando com grandes universidade,
estamos trabalhando com a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável,
com a grande liderança de Israel Klabin, um amigo para muitos de vocês e um colega de todos nós.
E, é claro, eu trabalho com o governo brasileiro, que é um dos mais importantes líderes
em formular os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e ajudar a encontrar o verdadeiro caminho para o sucesso.
Tudo isso é pra dizer que queremos fazer do Rio um verdadeiro farol de esperança para o mundo,
uma das cidades sustentáveis líderes.
Já é um dos lugares mais bonitos e magníficos do mundo e sabemos que pode ser um farol de esperança.
Mas todo o Brasil está provendo grande liderança, grande exemplo,
e há uma necessidade de que o Brasil, os Estados Unidos e outros grandes países entrem em um caminho para o desenvolvimento sustentável.
O setor empresarial, vocês sabem, vocês terão um papel central em suas próprias métricas,
suas próprias ambições em tecnologias sustentáveis e suas próprias parcerias com o governo.
E nós, aqui, na Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável estaremos trabalhando em conjunto com vocês
a fim de ajudar para que tudo isso aconteça.
Muito obrigado! Enquanto vocês deliberam no Rio, nós deliberaremos na ONU, em Nova Iorque.
Vamos estender a mão um para o outro, achando caminhos para achar soluções.
Nós precisamos do desenvolvimento sustentável como nossa diretriz.
E eu sei que vocês compartilham o compromisso, a capacidade e a habilidade de fazer esse plano ter sucesso.
Muito obrigado.