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Momento de Reflexão
O MATRIMONIO
Caros Irmãos, hoje falamos do Matrimónio.
É um tema sempre actual,
sobretudo no nosso tempo em que vemos desfazerem-se tão frequentemente até os nossos matrimónios cristãos.
Como já sabemos, a origem do matrimónio é antiga quanto é antigo o homem.
Na Sagrada Escritura, está escrito que Deus,
depois de ter criado o homem, teve, quase podemos dizer, pena da solidão dele e disse:
“Não é bom que o homem esteja sozinho; demos-lhe uma companheira semelhante a ele”.
E tendo mandado um sono profundo a Adão, tirou-lhe uma costela e com ela formou Eva.
E Adão, acordando, disse: “Eis o osso dos meus ossos, e a carne da minha carne”.
Por isso mesmo, continua a Sagrada Escritura,
o homem deixará o pai e a mãe para juntar-se à sua mulher e os dois formarão uma só carne, um único ser.
E Deus disse ainda: “Crescei e multiplicai-vos e enchei a terra de novos seres viventes.
Eis a instituição divina do matrimónio, eis a origem sobrenatural do matrimónio.
Meus Irmãos e Irmãs, façamos aqui uma pequena consideração sobre a grandeza do matrimónio:
Deus, Criador de todas as coisas,
aquele que tirou do nada o mundo inteiro,
aquele que criou o primeiro homem,
teria podido muito bem criar todos os outros homens, um por um, sem nenhuma dificuldade,
como ainda hoje cria uma por uma as almas, infundindo-as no ser humano que acaba de ser concebido.
Mas, Deus na sua bondade divina, quis associar o homem a Si próprio na obra criadora de novos seres de novos homens,
de forma que o homem e a mulher se tornassem instrumentos nas mãos de Deus
para Ele comunicar a vida a novos seres humanos.
Deus, porém, impunha aos homens umas leis para estes colaborarem digna e santamente com Ele.
“O Matrimónio deverá ter estas leis: Unidade e Indissolubilidade, isto é:
um para uma e para sempre”.
Mas os homens, inclinados para o mal, logo violaram as leis.
Deus compreendeu a nossa fraqueza humana e veio a socorrer-nos.
Jesus veio, e, para fortalecer os homens, institui os Sacramentos, isto é,
os sinais sensíveis que significam e produzem a graça na alma como meio de santidade.
Entre estes, está o Sacramento do Matrimónio.
De forma que, no Cristianismo, o matrimónio já não é uma simples instituição natural,
mas instituição natural divinizada.
É, sobretudo, antes de mais nada, meio de santidade, instrumento de santificação.
Com efeito, o Sacramento do Matrimónio nas almas que o recebem com as devidas disposições, isto é,
que se apresentam ao altar diante do Sacerdote ou do Diácono em estado de graça, produzirá:
1- a fidelidade absoluta e constante ao esposo e a esposa;
2 – o respeito pelas leis sacro santas da natureza humana, isto é, de Deus, no uso do matrimónio:
3 – a graça de consagrar-se, com toda a abnegação, à educação cristã dos filhos.
Meus Irmãos e Irmãs:
eis a santidade, a nobreza do matrimónio cristão. Assim, e só assim, deveríamos olhar para ele.
Mas os homens como corresponderam ao esforço de Deus de elevar para tão alto este contrato natural?
- Há alguns anos, na Áustria, saiu um livro com o título: “Diário de uma criança que não nasceu”!
O autor imagina que a criança escreva:
“Hoje começou a minha vida. O meu pai e a minha mãe não o sabem ainda.
Sou muito pequenino, mais pequeno que uma cabeça dum alfinete, mas já sou um ser independente.
Todas as minhas características físicas e morais já estão marcadas.
Por exemplo: terei os olhos do meu pai, o cabelo loiro da minha mãe.
Já está estabelecido também que serei uma menina.
Passado algum tempo, a criança continua o diário:
apareceu no meu sangue o primeiro sangue, as primeiras veias...Hoje, minha mãe... matou-me!
No enterro da menina, enquanto se enterrava o caixão dela, a mãe, tomada pela dor, com um grito desesperado, disse:
“Deus é um assassino...”! A esta voz angustiada respondeu imediatamente a voz do marido dela:
“Cala-te! Assassina és tu! Seriam cinco os nossos filhos se tu não os tivesses matado!”
Caros irmãos e irmãs: estamos num mundo no qual muitas nações já legalizaram o aborto.
No ano passado, a televisão de um país europeu dava a notícia
de que já se tinham realizado 20.000 (vinte mil) abortos num só ano,
e que precisava agora de redobrar os nascituros...!
Noutras nações, se calhar, esta situação será pior.
Quem serão os assassinos???
Quem serão os assassinos???
Mahadma Gandy, sem ser cristão, dá-nos uma bela lição sobre a “Sexualidade e verdadeiro amor no matrimónio”.
Diz ele: «Nunca houve verdadeira compreensão entre a minha mulher e mim
até que não deixasse de considerar as minhas relações com ela só no aspecto carnal.
O nosso amor então não alcançava um plano muito elevado.
É verdade que trocávamos carinhos.
No entanto tivemos que distanciar as nossas relações no plano físico
para poder comprovar que cresciam mais ainda os nossos vínculos afectivos.
A minha mulher, continua Gandy, não sentia necessidade nenhuma de submeter-se a esta mortificação;
ela se teria abstido muitas vezes, se eu, da minha parte, não lho pedisse.
Por isso, desde que decidi renunciar ao prazer carnal, o nosso amor fez-se autenticamente espiritual.
O desejo sensual apagou-se, para dar lugar ao puro amor
”(de: “Todos los hombres são hermanos” – pág.163).
Irmãos, tende presente este exemplo da vida do Mahadma Gandy
para que o vosso matrimónio seja cada vez mais verdadeiramente cristão.
+ A bênção de Deus Todo-Poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo
desça sobre vós, sobretudo sobre os casais cristãos,
para transformarem sempre o seu amor em amor cristão. –Ámen.