Tip:
Highlight text to annotate it
X
Alguns meses depois que eu cheguei em Pittsburgh
fui visitado pelo diretor de pesquisas
da Fundação Nacional para a Paralisia Infantil
e ele perguntou se eu estaria disposto a participar
de um programa de tipificação do vírus da poliomielite.
Eu não tinha experiência com a pólio,
mas parecia uma oportunidade,
assim como o trabalho sobre a influenza (gripe) que fiz.
Então, eu aproveitei essa oportunidade.
Isso me a chance de obter recursos,
obter salas de laboratório, equipamentos,
contratar uma equipe,
e desenvolver algo que não existia.
Também teria a oportunidade de aprender
como trabalhar com o vírus da poliomielite.
O princípio de que eu tentei estabelecer era
que não era necessário correr o risco de infecção,
o que seria o caso se alguém fosse tentar desenvolver
uma vacina com vírus enfraquecido da pólio.
Assim me pareceu que seria mais seguro e certo...
Seria inativar o vírus,
o que nos permitiria chegar à vacina muito mais rapidamente.
Enquanto que, se você estivesse trabalhando com vírus enfraquecido,
em algum momento você teria que demonstrar a segurança disso.
Então, esse foi o motivo e o princípio envolvido.
Podemos dizer, um princípio científico, um princípio fundamental:
escolher algo cuja segurança você pudesse controlar,
e as quantidades (de vírus inativados) que você poderia usar.
De modo que esta era, de certo modo, uma abordagem mais científica.
Tentar trabalhar como a natureza, ao invés de imitar a natureza.
Eu me senti como alguém no olho do furacão
porque todo esse turbilhão estava acontecendo ao meu redor.
Foi naquele momento que tudo mudou.
Foi Edward R. Murrow, o jornalista e apresentador que me disse naquela noite,
"Jovem, uma grande tragédia acabou se abatendo sobre você."
Eu disse, "O que foi, Ed?"
Ele disse, "Você acaba de perder seu anonimato."