Tip:
Highlight text to annotate it
X
Não entendo de palavras caras em francês Mas vim dizer o que sei a todos vocês
É grave, nas nossas esperanças há demasiadas mortes nestas andanças
De tanto bater à porta do sucesso Sem sucesso
O que me dói É que quando falo
Ninguém me quer escutar As autoridades têm outros cozinhados para
tratar Embora os travões da pobreza tenham quebrado.
É impossível fazê-la parar, Avança veloz e açoita sem calcular
Se vocês vêem o que nos nossos bairros está a provocar
Até em vós causará grande pesar Hoje, cada um faz o que pode para se
abrigar Nessa hora, igrejas e mesquitas ficaram a
abarrotar A nossa sorte a Deus foi confiada
Porque os nossos dirigentes não andam a ver nada
Não entendo de palavras caras em francês É verdade, mas aquilo que vejo por aí
Não sou capaz de calar Somos nós próprios que estamos em jogo
senão o nosso futuro está numa prisão Por quanto tempo não se sabe
Ninguém escuta nosso perdão Redobramos os esforços e dia a dia a coragem
Mas o desemprego Continua a subir a cada sondagem
Que podeis de verdade contra tanta popularidade Muito sereno, ele avança sem ser perturbado
Queremos enfrentá-lo, mas não temos armas Tudo o que temos nas mãos
São nossas lágrimas só Os nossos maiores que o tentam, de coração
grande, Acabam em Maca ou em Willi Town
Os que têm o coração pequeno também mordem o pó
Consequências de uma curta doença Em todo os casos é o caos
Mesmo sendo-se Alpha ou Tiken Jah, fica-se K.O.
Diz-se que a paciência é um caminho de ouro Mas no país
O salário da perseverança é a morte Estamos cansados de gritar
Ninguém nos ouve E sabem porquê
Todos os nossos dirigentes Plastificaram os tímpanos, já se vê.
Não entendo de palavras caras em francês Mas o que eu sei
É que todos os jovens fazem trabalhos de galé
É Mugabé Não é porque a gente se veste bem que a
coisa está bem Nem todos os que vão a Sococé
Vão fazer compras Há demasiadas falhas no sistema
A nossa escola está entregue a si própria Se conheces o teu papel é teu problema
Demos o nosso peito à escola Sem guardar recuo
E hoje o que recebemos em troca É o inferno que nos mostra o cu
Nós somos ricos é de aflições Quando dormimos
São só os nossos olhos que estão fechados De resto, 24 horas, os pensamentos estão
ligados Está-se em Abidjan
Mas vive-se como no campo Acaba-se de nascer, em breve se vai morrer
Não se conhece gosto de champanhe Sentados no barracão do desabrigo
Espera-se das autoridades um pouco de trigo Mas o cofre do Estado
Anda sempre obstipado São já muitos
A não terem medo do inferno Afinal o que a gente vive é o quê?
Estamos desencorajados Mas não nos podemos zangar, ou então
É preciso que te zangues, e atrás disso vem o quê
Eis o porquê de não se poder declarar A guerra a seja a quem for
O nosso coração ferve e nós a segurar Porque sabemos que ninguém nos vai apoiar
Não entendo de palavras caras em francês Mas eu disse o que sei a todos vocês
Agora me vou, se vos apraz E deixo-vos em paz