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Olhe em volta. Você já reparou na variedade de cores ao nosso redor?
Azul, vermelho, verde, amarelo, "cor-de-burro-quando-foge"...
Ok, desencana, o nosso programa de hoje não é exatamente sobre cores, mas sim sobre um produto que tem muito a ver com elas: a tinta.
Dependendo de características como tom e temperatura, as cores podem expressar diferentes significados e sensações.
Por exemplo, todo mundo sabe que vermelho é a cor do “perigo” e do “amor”, não é?
E quem não conhece a diferença entre as cores frias e as cores quentes?
Pois é, isso quer dizer que modificar a coloração de objetos como essa parede aqui é também uma forma de imprimir uma nova identidade a eles, dependendo do nosso gosto estético.
E é aí que entra a tinta, um produto fundamental no nosso dia-a-dia.
Colorir é realmente uma das principais funções das tintas, mas com certeza não é a única.
Ao pintar essa parede eu também estou protegendo-a da umidade e da ação do tempo.
O mesmo acontece na indústria naval, por exemplo, onde a pintura é também uma forma de proteção.
E não é só isso. Na verdade, as tintas servem pra muito mais coisas do que a gente pensa.
Elas estão presentes nas obras de um artista plástico, nas marcações de uma rodovia, e no rótulo dos mais diferentes produtos.
Sem falar na importância das tintas para comunicação através da escrita, seja na impressão de livros ou mesmo quando escrevemos um simples recado à mão.
E você, já parou para pensar na importância da tinta?
O uso das tintas vem desde a pré-história. Nossos ancestrais já misturavam água e materiais coloridos como plantas e argila em pó, na fabricação de tintas primitivas, usadas na decoração de suas cavernas e tumbas.
Com o passar do tempo, novos ingredientes foram sendo adicionados, para melhorar as características das tintas.
Os antigos egípcios foram o primeiro povo a pintar com grande variedade de cores, enquanto manuscritos de 2.000 a.C comprovam que os chineses já conheciam e utilizavam nanquim para escrever.
Na Idade Média, as tintas passaram a ser usadas também como proteção de igrejas e outras construções importantes.
As primeiras fábricas de tintas, no entanto, só surgiram com a Revolução Industrial, na segunda metade do século 18.
A partir dessa época, o seu desenvolvimento passou a ser responsabilidade não mais de pintores, como era até então, e sim de cientistas ligados à química.
O século XX representou um grande salto para a indústria de tintas, com o advento de pigmentos de origem industrial e resinas produzidas com polímeros sintéticos.
Que as tintas dão cor e protegem as coisas nós já sabemos, mas como será que elas fazem isso?
A tinta parece uma coisa só, mas ela é formada por ligantes, pigmentos, solventes e aditivos que a tornam capaz de pintar diferentes objetos.
Por trás de uma simples pincelada na parede há muita química e tecnologia.
O pigmento é o componente que dá cor à tinta. No entanto, para que ele consiga aderir à parede, faz-se necessária a ação do ligante, que também pode ser chamado de resina.
Já o solvente, que poder ser água ou óleo, é responsável por diluir e transportar o pigmento e o ligante da lata à superfície a ser pintada, enquanto os aditivos melhoram as propriedades deste conjunto.
Está aqui, pintadinha, mas não pode meter a mão porque ela está em processo de cura, que é o período que leva para a tinta secar.
Quando o solvente evapora, o resultado é uma camada muito fina de ligante e pigmento, formando um filme que recobre a superfície, dando cor e proteção a ela.
Ok, já vimos como as tintas funcionam. Agora vamos ver como elas são produzidas.
Como você já deve imaginar, as tintas não se diferenciam apenas pela cor. Essa aqui, por exemplo, é uma tinta à base de água, ideal para paredes.
Ela seca em contato com o ar, a partir da evaporação do solvente e como a sua fixação acontece devido a um processo puramente físico, ela recebe o nome de termoplástica.
Mas nem todas as tintas funcionam do mesmo jeito. As tintas marítimas, aquelas usadas em navios, são exemplos de tintas termofixas.
Isso quer dizer que, em seu processo de secagem há uma reação química entre os grupos funcionais do polímero envolvido na composição do ligante com o grupo funcional de um catalisador, por exemplo.
As tintas termofixas, em geral, são tintas de 2 componentes (tinta + catalisador) e o filme resultante dessa reação possui uma maior resistência e durabilidade.
Embora algumas tintas termofixas sequem ao ar, normalmente sua secagem se dá através da adição de calor, como acontece nessa oficina de pintura automotiva.
Aqui, os carros após serem pintados passam em estufas que atingem a temperatura de 60°C.
O calor é fundamental para que a reação química aconteça como previsto e garanta a fixação correta da tinta na superfície.
Por garantirem maior proteção, as tintas termofixas são muito utilizadas pelas indústrias naval e automobilística.
Ok, o progresso tecnológico tem permitido a produção de tintas cada vez mais duráveis, bonitas e eficientes.
No entanto, não dá pra falar em tintas sem tocar na questão ambiental e de saúde pública.
Talvez você já tenha ouvido falar em como as tintas mais antigas, da primeira metade do século, eram ricas em metais pesados e podiam causar várias doenças.
Pois é, nas últimas décadas, tanto a indústria, quanto o governo, têm se preocupado em criar tintas menos agressivas à saúde e ao meio-ambiente.
O caminho é esse aí, mas ainda tem muita coisa que pode melhorar.
Elas estão aí para colorir o nosso mundo, mas também para protegê-lo, para nos avisar de perigos e até pra escrever cartas de amor.
Como você vai usá-las depende da sua imaginação.
Mas uma coisa é certa, agora você já sabe como se faz. Fique esperto e até a próxima!