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Meu nome é Sian,
eu atualmente trabalho no Institute for Cultural and Creative Entrepreneurship, aqui na Goldsmiths.
Eu estou aqui há quatro anos,
desenvolvendo o ICCE com meu colega Gerald Lidstone e meus colegas Vanessa, Adrien e Maria.
É um instituto bastante incomum no departamento de ensino superior, eu acredito.
Nós não só ensinamos diretamente, com experiências completas de mestrado,
como estamos também tentando criar
um entendimento de práticas e processos empreendedores para cada estudante que vem para a Goldsmiths.
Então quando eles vão embora são capazes de tomar decisões,
baseadas nas seus conhecimentos de seus valores e habilidades.
Eu acredito que todo o trabalho que realizo aqui vem,
provavelmente, dos meus últimos 15 anos de prática,
e particularmente com o trabalho que fiz em Glasgow,
com o Cultural Enterprise Office,
trabalhando com recém-graduados da Glasgow School of Art, como também com desempregados de longo termo.
E o trabalho que fiz na NESTA, para desenvolver o Creative Pioneer Program,
que era o de checar novos tipos de modelos de negócios de recém-graduados das indústrias criativas.
Então estamos realmente tentando criar algo que seja ao mesmo tempo robusto academicamente,
como também auto-reflexivo e pronto para causar um impacto no mundo real quando nossos graduados se forem.
Eu acho que eles compartilham
duas características muito claramente.
Eles são oportunistas, e isso é fantástico!
Eu acho que as pessoas as vezes vêm isso com criticismo,
mas na verdade eles são capazes de ver o mundo cheio de potencial e oportunidades que estão disponíveis pra eles.
E eles a agarram. E eles as demandam.
E eles as transformam em algo muito interessante, para seu próprio uso e impacto em suas comunidades.
Então acredito que essa seja a primeira, ser oportunista.
A outra, é mais complicada: desconfiam de si mesmos.
Não parece ser necessário muito para que percam a auto-confiança.
E eu vejo isso em mesmo em coisas como em cinco minutos antes de entregar um artigo,
se você olhar no Facebook, você vê pessoas discutindo se devia ser entregue hoje, ontem, ou se perderam o prazo.
Existe uma real falta de segurança às vezes em suas próprias decisões…
Ken Robinson fala a respeito no The Element
em como é fácil perder esse senso de fluência e segurança, e confiança.
Então, oportunistas, desconfiam de si mesmos, e perspicazes.
Eles sempre têm ideias extraordinariamente perspicazes.
Há três problemas que todos os empreendedores criativos tem.
Um é acesso a financiamento, outro é conhecimento.
Pessoas criam negócios, gerenciam-no de uma forma específica e percebem que não está funcionando, mas não sabem o que mais fazer.
Ou estão na fase de start-up e tem apenas habilidades e conhecimentos muito básicos.
E a terceira é eles mesmos.
E isso diz a respeito dos seus valores, mas também o seu nível de ambição.
E talvez também o nível de ambição que eles acham que podem ter.
Eu realmente acredito que eles precisam entender de modelagem de negócios enormemente.
Eu acho que eles precisam realmente enteder modelagem financeira,
eu acho que precisam entender as escolhas que fazem a respeito das estruturas de preço.
Acho que eles precisam entender a cadeia de valores completamente
e entender o que os dá valor,
pra que possam se manter caminhando, e que não se esgotem.
Eles estão constantemente criando valores financeiros, sociais e estéticos e seu próprio valor.
Há um círculo lindo que os alimenta, ao invés de sentirem que estão apenas dando coisas de graça a todo o tempo.
Então acredito que o entendimento e uma consciência disso são muito importantes.
Acredito que as outras habilidades ou conhecimento podem ser adquiridos muito facilmente,
mas ao menos que você entenda profundamente o modelo de negócios e o processo da cadeira de valores,
eu acho que você sente que as coisas são feitas para você.
Então eu espero que ao entender isso, você se sinta mais em controle.
Sem ele você tem um negócio bem enfadonho.
Acredito que mesmo que você esteja gerenciando uma loja de esquina ou uma vendendo sanduíches,
você precisa pensar em novas formas de fazer as coisas a todo o momento.
Nosso mundo está mudando imensamente e muito rápido,
então acredito que as habilidades criativas são absolutamente aliadas das habilidades empreendedoras.
Sem essa habilidade de identificar problemas e identificar novas soluções para problemas,
de identificar novos produtos ou serviços, de criar novos mercados.
E essa é a pra mim a essência do pensamento criativo, quando encontra empreendedorismo e comercialização de conteúdo criativo.
Eu também acredito que eles precisam entender que comercialização de criatividade
não significa emborrecimento, ou apenas reproduzir uma oferta criativa.
Para várias pessoas é só achar o lugar certo no mercado,
para oferecer o que eles querem oferecer.
Eu estive no Brasil uma vez, mas não por tempo suficiente…
Eu acho que países em desenvolvimento, e talvez particularmente o Brasil,
podem se beneficiar da nossa experiência, talvez permitindo que pulem algumas etapas.
Eu acho que sem nossa história
de mecenato, filantropia, financiamento público para as artes,
que têm sido brilhantes, mas também criaram modelos de negócios em uma certa forma para o setor das artes e cultura.
Talvez vocês possam olhar para os erros que cometemos e criar algo que seja novo, e especificamente certo para o Brasil.
Eu acredito que provavelmente no Brasil nesse momento…
bom, eu acredito que seja um momento muito excitante
e eu suspeito que em cinco anos nós vamos estar aprendendo com o Brasil nessa questão, ou talvez até antes.
Há algo que parece estar apontando no Brasil…
Existe muito força na liderança de pessoas que eu conheci no Brasil
e eu acho que é algo que no Reino Unido talvez nós temos, mas precisamos de novos líderes.
E eu acho que essa resiliência, essa paixão e determinação em fazer algo diferente,
que vá resolver algo socialmente, financeiramente e esteticamente
é bem forte para minha experiência limitada a respeito do Brasil.
Eu acho que esse é um entendimento universal.
E é algo que eu trabalho muito fortemente, e eu acho que será meu trabalho de vida, pra mudar esse mito.
Eu acho que diz respeito a novos modelos e ainda não registramos essas novas formas de fazer as coisas suficientemente bem.
Pessoas só tem velhos modelos e velhos estudos de caso e velhas referências.
Então quando você vai para a faculdade de artes,
na verdade para a maioria das pessoas a referência é alguém que é um artista fantástico,
mas tem que suplementar seu salário através sendo professor.
E esse é, claro, um modelo bom e de valor,
mas existem outros modelos aí fora, quando as pessoas não precisam sacrificar suas intenções artísticas para fazer dinheiro.
Eu acho também que há algo a respeito
em permitir que as pessoas movam por essa escala mais livremente, do que talvez todos nós fazemos como público.
Acho que o público acostumou-se a alguém sendo muito comercial ou não comercial,
e essa liberdade de às vezes fazer algo que seja mais comercial
e às vezes fazer algo que é mais complicado e que quebre barreiras artísticas.
Eu acho que essa linha precisa ser mais desenvolvida
e nossa flexibilidade como público, financiadores
e artistas, precisa ser alongada também.
O treinamento em coaching influenciou meu estilo de ensinar enormemente
e eu acho que o que é interessante a respeito é
que existem duas principais crenças em coaching.
Uma é a de que a pessoa que você está ‘coaching’
sabe muito e provavelmente tem várias das respostas dentro de si mesma ou pode aprendê-las muito rapidamente.
E eu acho que essa é uma forma empoderadora de trabalhar com artistas.
Eu acho que às vezes algumas pessoas são bastante maternais ou paternais com artistas,
e não esperam que sejam bons em negócios.
E na verdade o processo de coaching demanda que vejamos todo mundo como
completos e capazes de conquistar essas habilidades se precisarem.
Então eu acho que esse é um ponto-chave inicial importante.
Eu acho que os artistas com os quais eu trabalhei acham isso renovador,
trabalhar com alguém que realmente acredita que podem ser tão bons em negócios e como empreendedores,
ao invés de alguém que queira tirar isso deles.
E isso é extremamente importante.
Outra coisa que eu acho que funciona muito bem no processo de coaching é
que é cheio de perguntas, cheio de perguntas poderosas sem dar respostas,
e apesar de poder ser massivamente frustrante também.
Eu lembro de alguns estudantes dizendo: apenas nos responda!
Eu acho que se você não usar mais do que necessário, na verdade combina muito bem com o processo criativo,
que diz respeito a questionar, que diz respeito a identificar novas perguntas e respostas.
Na verdade pode ser tornar um processo familiar e confortante para aprender durante.
Para aprender a ser questionado ao invés de receber respostas.
E apenas receber alguns pedaços de conhecimento você precisa.
Eu acho que funciona muito bem para artistas.
- Muito obrigada. - Tudo bem.