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Em um tempo onde a civilização ainda era jovem,
ardilosas armadilhas da morte espalhavam-se por todos os cantos
visando aqueles que trafegavam desatenciosos pelas estradas do mundo.
Foi nessa época traiçoeira que três irmãos embarcaram
numa aventura perturbante e forjaram seus nomes entre as lendas imortais.
Tal epsódio foi muito comentado por todas as comarcas.
Há quem acredite que a história é apenas uma das muitas fábulas
que o vento sopra aos ouvidos de quem tenta modificar o destino.
Outras já crêem, que se tratou mesmo de um acontecimento extraordinário,
e que a partir dele, o mundo que conhecemos
mudou para sempre.
O CONTO DOS TRÊS IRMÃOS
Mandou me chamar, pai?
Preciso lhe contar uma história.
Mas agora?
Não tenho muito mais tempo filho,
sinto que minha vida já está no fim.
Você precisa saber e dar continuidade a esta história.
Portanto preste muita atenção.
Há muito tempo, um homem chamado Cadmus perdeu tragicamente sua noiva
um dia antes do casamento.
Talvez não fosse a melhor decisão, mas Cadmus decidiu deixar seu vilarejo.
Dizia estar enlouquecendo pelas memórias que aquele lugar lhe trazia.
Cadmus possuía dois irmãos, Antioch e Ignotus.
E os três nutriam grande carinho e admiração entre si.
Apesar de suas diferenças e divergências.
Antioch e Ignotus decidiram que não abandonariam o irmão nessa solitária jornada.
Hey, Cadmus!
Você tem certeza que é isso o que você quer fazer?
Isso já foi discutido.
Ta, mas é que eu pensei que talvez...
Chega, eu não aguento mais ficar aqui, é insuportável pra mim.
Cada lugar que eu olho vejo o rosto dela.
Se eu pudesse eu também iria.
Ah é? E será que é por causa daquela porcaria daquele teu duelo?
Exatamente! Tudo por causa daquela porcaria de duelo!
Depois daquilo parece que as pessoas perderam respeito por mim.
Chega! Chega! É óbvio que isso uma hora iria acontecer.
Tu sempre quer duelar com todo mundo.
Chega os dois!Parem de brigar! Eu vou embora sozinho, não preciso de vocês.
Quando chegar mando uma coruja para ambos.
Isso já foi discutido, tu não vai embora sozinho.
E assim eles partiram para além dos limites do vilarejo.
Onde Cadmus deixava para trás sua triste e comovente história.
E é nos caminhos tortuosos da vida, onde encontramos nos verdadeiros amigos,
o apoio para não desistir nas primeiras adversidades.
Agora é só a gente seguir costeando o rio, que logo logo a gente chega na outra cidade.
Mas... porque a gente não fica na cidade do outro lado da cachoeira?
Tu não ia querer ficar ali! Eles recebem muito mal os forasteiros.
Que que foi? Tu perdeu um duelo lá também?
Ha, ha, ha! Muito engraçado, Ignotus.
Eles percorreram por horas e horas o tortuoso caminho
seguindo o leito de um traiçoeiro rio que divisava aquelas terras.
Mas a angústia de Cadmus apertava dolorosamente o seu coração,
e seu desejo de se afastar o máximo possível de sua terra natal,
o consumia terrivelmente.
...claro, eu cheguei lá e ele já estava me esperando.
Aí eu saquei a varinha, mas quando eu menos esperava,
então veio um raio azul e "***"!
Estourou na janela da Sra Black! Coitada!
Claro, eu consegui desviar em tempo e derrotá-lo com apenas um movimento de Varinha!
Esse aí nunca mais vai se meter comigo!
Hey! O que tá fazendo?
Já chega Antioch, eu vou atravessar isso a nado mesmo.
Ah trouxão! Não é mais fácil a gente aparatar lá do outro lado?
Tá louco? A gente nem sabe o que tem lá do outro lado.
E se tiver um pântano ou uma árvore?
Eu vou nadando, eu já disse! Eu não preciso de vocês.
Se vocês quiserem, venham comigo.
Tá. Ninguém aqui vai aparatar ou atravessar a nado.
O que a gente tem que fazer é construir uma ponte, então.
Eu vou pegar madeira.
Accio troncos!
E assim, eles construíram uma ponte.
Porém, sequer imaginavam o que os esperavam na outra margem.
...então eram cinco contra mim e eles achavam que podiam me derrotar!
Aí eu... Hey!
Hey, quem é você?
Parabéns meus caros amigos! Então os senhores conseguiram enganar a Morte, construindo esta ponte!
Muito engenhoso.
É claro que, atravessando este rio a nado, seriam todos arrastados para um fim realmente doloroso,
pois seus corpos seriam devorados aos poucos pelas criaturas que moram nestas águas.
E se decidissem aparatar nesta margem,
iriam afundar num pântano tão traiçoeiro, que como areia movediça, iria engolí-los vivos!
Veio nos levar? Não sem duelar comigo antes!
- Não faça isso. - Não!
Por favor! Se eu quisesse levá-los suas rudes maneiras sequer iriam me atrasar!
E como eu disse antes, os Senhores venceram a Morte.
Portanto, pretendo premiá-los.
Você tá falando sério?
Eu não brinco com ninguém.
Façam os seus pedidos, que eu honrarei com a minha palavra.
Então nós vencemos a Morte e ainda somos premiados por isso?
Eu...
Eu quero ser invencível!
Eu quero algo... Eu não quero mais perder nenhum duelo.
Eu quero que todos aqueles que cruzem meu caminho, se arrependam disso!
Que assim seja então.
Para você eu darei... vejamos.
Ah, é claro.
Eu lhe concederei a arma mais poderosa de todas!
Com esta varinha você será invencível!
A partir de agora, você não perderá nenhum duelo!
E você meu jovem? O que você deseja de mim?
Você já levou aquela que eu amava e não tinha o direito de fazer isso.
Eu... Eu quero poder trazer de volta, aqueles que você levou.
Ah, eu entendo.
Muito bem.
Para você...
Eu lhe concedo esta pedra e com ela você será capaz
de trazer dos mortos aqueles que você deseja.
Mas lembre-se:
vire a face desta pedra três vezes para cima,
vire a face desta pedra três vezes para cima,
Por fim...
O que você deseja, meu jovem?
Eu...
Eu quero...
Eu quero sair daqui sem que você me siga.
Certo então.
Tome esta capa.
E a morte desapareceu deixando os três irmãos com seus prêmios.
Eu não acredito! Eu preciso voltar!
Voltar?
- Voltar pra onde? - Mas como assim? Peraí!
Peraí!