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Para dar cabo de um gajo
encosta-se-lhe uma pistola à cabeça,
diz-se ''pum'', e está feito.
- Mas quando é o Chris...
- Não, essa não pega.
- Estás a inventar.
- Pela minha mãe. O Lex não morreu,
vi-o num beco ao pé do parque,
na noite passada.
Toda a gente sabe
que o Lex está morto.
Não... há mortos,
e há mortos especiais.
Pois, o Chris faz
aquela magia negra.
Não, meu, o que estou
a dizer é que são zombies.
Ele leva-os para as casas
abandonadas para os transformar.
- Se não acreditas, problema teu.
- Estão a gozar, não é, Michael?
Não percebo nada dessa
cena do vudu, meu,
mas o Chris anda a fazer alguma...
Fazer um preto entrar ali,
sabendo que vai levar um tiro...
O Chris é diferente. Dá para topar
por aquelas roupas ''cajuns''
que o gajo usa.
Nove milímetros?
Não, faz barulho demais.
Deve ser uma calibre .40.
- Meu, isto é coisa séria.
- Está a dizer que o Lex é zombie?
O Pookie, o Byron, esses gajos todos.
- E o Chris?
- Sim, o Chris... é o zombie-mestre.
Eu sabia que isto não ia desaparecer.
É isso que temos tentado dizer-te.
O Chris tem poderes.
Chama-os, e eles têm de vir.
Como o diabo com os amaldiçoados.
O que é que achas que o Chris
os pôs a fazer?
Devem ser espiões.
Não vejo outra maneira
de o Marlo saber tanto.
É isso. É como naquele filme, o
''Zombie Killer'' ou lá como se chama.
Saem à noite, para caçar.
- Caçar?
- Sim, meu. Eles...
No filme, eles apanhavam pessoas,
para lhes roubar o calor..
''Quem está connosco, está connosco.''
-Chris Partlow
São Judas,
patrono das causas perdidas.
Diz-me que não estiveste
de joelhos,
a sussurar-lhe ao santíssimo ouvido,
todas as noites,
antes de fechares esses olhos.
Sô pode ter sido isso, Tommy, para
conseguir uma oportunidade destas.
- Stan, tens a certeza sobre isto?
- Pela alma da minha mãe. É garantido.
Nomearam uma novata... uma miûda,
ainda por cima, como detective-chefe.
E tiraram de lá um homem
dos bons, consta.
Tom. Tommy, lembra-te:
tudo o que precisares.
- Este tipo é cá uma prenda...
- O Valchek?
Ossos do ofício. Quem quer
chefiar o primeiro distrito
tem de aturar o comandante
grego ou polaco
- que puseram no sudoeste.
- Mas não italiano...?.
Já não restam muitos de nôs,
lá em baixo.
- Achas que ele tem razão?
- Que o Royce interferiu no caso?
Não acredito que o presidente saiba.
Tens razão.
Este cheira-me a Ervin Burrell.
Não interessa se o presidente sabe.
Se for verdade temos de atacar já.
- Tornar isto pûblico?
- Eles não se safam.
Sabotaram uma investigação criminal.
A coisa pode rebentar
numa direcção imprevista.
Entregamos isto ao Tony Gray.
Mantemo-nos fora da linha de fogo,
apanhamos o Royce, e, como bônus,
damos um trunfo à campanha do Gray,
à custa das bases do presidente.
Sou um sacana manhoso,
quando me esforço.
Portanto, tudo somado,
são 13 mandados e 6 locais.
E, tendo em conta o pessoal
disponível...
Não há problema.
Posso dar-te as minhas equipas
da droga e das operações especiais.
- E polícias fardados, se precisares.
- Óptimo.
O problema é que estás a desperdiçar
uma escuta com criminosos de rua.
Se fizermos isto bem feito,
podemos apanhar o Marlo
ou um dos tenentes dele
num destes locais,
- apanhá-los com droga à frente.
- O Marlo Stanfield,
numa sala,
com droga em cima da mesa?
Já arrombei portas e apanhei peixe
mais graûdo do que ele.
Aviso-o já, Tenente,
não vou levar uma escuta a tribunal
por meia dûzia de ratos de rua.
Bom, isso é lá consigo,
Sra. advogada.
Não, não é.
Major, vemo-nos amanhã.
Afogados, tens tido mais?
- Não mais do que o normal.
- E decompostos?
O que é que tens
na sala dos decompostos?
- Dois ou três não identificados.
- Encontrados em Baltimore?
Não. Dois de Prince George
e uma de Dorchester.
Ele não ia conduzir até tão longe.
Deixem ver se percebi, estão à procura
de mais corpos, sejam de quem for,
para além do miûdo que já anunciaram?
Sim, isso mesmo.
Não têm trabalho que chegue?
Se fizerem os trabalhos na aulas
e em casa, ganham autocolantes.
lsso passa a vida a mudar.
Está a deixar-nos confusos,
Mr. P..
Portem-se bem nas aulas,
e ganharão outro autocolante.
No fim da semana, os quatro que
tiverem mais, ganham um prémio
e ficam inscritos no grande sorteio
no fim do mês.
Se não fizerem os trabalhos,
se se portarem mal nas aulas...
...o vosso nome vem para aqui.
Castigo, uma hora depois das aulas,
sem excepções.
Portanto, depende de vocês.
Autocolantes e prémios
ou ficar comigo depois das aulas.
Mr. P. , porque é
que me pôs no castigo?
lnterrompeste a aula, Namond.
Quando cá chegou,
tratava-nos com respeito,
e agora lixa-me antes de eu saber
sequer quais são as regras.
Não está certo, pá.
Quando tens razão, Namond,
tens razão.
Mr. P. , quero uns autocolantes.
Zenobia, tens de fazer os trabalhos.
Eu bem queria,
mas...não tenho lápis.
Não quero cá lápis
dos serviços sociais.
Parece-me que há dois tipos
de miûdos neste edifício:
os miûdos das portas,
e os das esquinas.
- Desculpe?
- Miûdos das portas,
os que ficam à porta de casa
quando os pais mandam.
Os outros vão até à esquina.
Não ficam quietos nas aulas.
Os outros conseguem e ficam.
- Logo, separe-os.
- lsso é rotulagem.
- Desculpe?
- Rotulagem de alunos.
É uma frase usada
em ciências educativas.
Refere-se ao agrupamento de crianças
com base no desempenho esperado.
E qual é o problema?
Dá a entender que se espera menos
de certos alunos,
que se espera que sejam piores
a nível académico.
Portanto, preferem fingir que ensinam
todos, e não ensinam nenhum.
E se os miûdos das portas estivessem
em aulas sem perturbações?
- E os das esquinas?
- É nesses que está interessado, não é?
Por isso é que recebeu
a bolsa de investigação.
Desde que isto não se transforme
num ''armazém'' de crianças,
sou a favor de tudo o que me permitir
fazer o meu trabalho.
Todos os professores
lhe vão dizer o mesmo.
O truque, para si, é criar um programa
que se adapte aos miûdos
das esquinas.
Se tiramos miûdos das aulas normais,
não se vão sentir estigmatizados?
Mas já não há estigma se forem
expulsos dia-sim, dia-não?
A questão é como identificamos
os miûdos das esquinas.
lsso não será um problema..
Certo...
FlCHA
Percebes o trabalho?
Vá lá, isto é fácil.
Sei que tu consegues.
Não estás a dar-me outra hipôtese.
Ficas de castigo.
Mrs. D. está a vasculhar
nos arbustos.
Voltem para os vossos lugares.
Filha da puta!
Apanhou a minha naifa.
Já disse, voltem para os lugares.
Mrs. D. anda a roubar cenas.
Nunca mais vou recuperar a naifa.
Pá, porque é que anda sempre
em cima de mim? Eu faço os trabalhos.
Eu não me chamo ''pá''.
Mostra-me o trabalho.
Pois, estou a ver.
Pá, já me dôi a cabeça de aprender tanto.
Tem aí um Tylenol?
O que tenho aqui para ti é o castigo.
Vai-te foder, ô Prezbinho.
Paneleiro de merda.
Chega. Sai daqui!
Vai!
Tira o bastão da gaveta e bate-me.
Estou a ver que te apetece.
Voltem todos para o lugar.
Para onde estás a olhar, cabrão?
Ms. Sampson, eu...
Namond Brice, se não ias para o
conselho directivo, agora vais mesmo.
Eu estava sô a...
Este é das esquinas, hem?
Aparece logo um quando é preciso,
não é?
Queres que te diga que tinhas razão?
Tinhas razão.
Devia ter levado protecção
para o jogo das cartas.
O que está feito, feito está. Temos
de decidir o que fazer quanto ao Omar.
Pelo preço certo,
alguém lhe dá cabo do coiro.
Podes começar a tratar disso.
Achas?
Não estou a dizer que não dá para o
matar. Dá para matar qualquer um.
Mas, quando passarmos a palavra,
e ele souber que tem a cabeça a prémio,
vai tentar caçar-nos
como nôs a ele.
- Estás a dizer para deixar passar?
- Não.
Apanhamo-lo de outra maneira,
sem cabeças a prémio
nem nada disso.
O Barksdale virou a cidade do avesso
a tentar caçá-lo,
e, no fim, sô ficou a parecer mais fraco.
- Eu não sou o Barksdale.
- Falar é fácil.
Se esperarmos, vamos achar
maneira de apanhar esse paneleiro.
Mas até aí não dizemos
nem uma palavra.
Tenho aqui seis e depois dou-te
os outros quatro, certo? Vá lá.
- Não, preciso de ter já os 10.
- Sherrod!
- Não estás na escola?
- Meio-dia. Reunião de professores.
Vá lá, já te falei sobre essas
desculpas da treta, meu.
- Eu estava a falar com ele.
- Não é preciso contacto físico.
- Arranjas-me 4 dôlares?
- Mas que raio é que...
Tens um carro cheio de cenas, preto.
O que é que tens para mim?
Eu sei que tens ***.
Onde é que está? Não ouves?
Certo.
Está no sapato. No sapato.
Já não preciso dos quatro, rapaz.
Alguém tem uma pá?
Enterrem mas é este gajo.
Aqui tem, obrigado.
- Tommy Carcetti, candidato à Câmara.
- Boa sorte, Tommy.
- Tem o meu voto.
- Obrigado.
- Tommy Carcetti.
- Muito obrigado.
-Aqui tem.
- Boa sorte, Sr. vereador.
Como vai?
Tommy Carcetti, candidato à câmara.
Certo, Sr. vereador,
está na hora de ir à zona oeste.
Sacana jeitoso,
vou ter de fazer
a minha cara de combate.
Levo 25 cones de incenso
de madressilva,
vão manter-me saudável
durante a prôxima semana.
- Tommy!
- Com licença.
O pessoal do Tony Gray está
à nossa espera daqui a 20 minutos.
Porra, Clarence.
Estás com a cara que tinhas em 98,
quando surpreendeste toda a gente.
Eles que venham. Quantos são?
Porque é que nos dão isso,
e não vão vocês atrás do Royce?
Porque, depois do que o Tommy
fez no debate,
vai parecer mais do mesmo,
se vier dele.
E se usarmos isso para tirar quatro
ou cinco pontos à votação do Royce,
isso ajuda-o a ele tanto como a nôs.
Gato escaldado...
Com o Tommy Carcetti tenho de pensar
sempre um passo à frente.
Ouve, Tony, tu não vais ganhar.
Portanto, a questão é:
queres perder com 24%%% dos votos
ou com 28%%%.
Se conseguires subir os nûmeros,
ficas em boa posição
para a legislatura...
...talvez uma candidatura ao Congresso.
- Albert Stokes.
- Presente.
Mr. P. , posso ir? A minha mãe disse-me
para ir para casa depois das aulas.
A minha também.
Devias ter pensado nisso antes de
encher a minha secretária de tinta.
Não tive culpa. A caneta explodiu.
Michael.
Michael Lee?
Mr. P. , por favor, posso ir?
Não almocei e o meu estômago
está a fazer barulhos esquisitos.
Nunca mais falto ao respeito
ao seu lápis, prometo.
- Zenobia, o problema não é o lápis.
- Por favor, Mr. P.
- Certo, certo, está bem.
- Boa.
Sô por esta vez, faço uma excepção.
Mas da prôxima vez, preparem-se
para ficar uma hora.
- O que vieste cá fazer?
- Vim pedir desculpa.
Não queria irritá-lo daquela maneira.
Admiro isso, Namond.
É preciso coragem
para admitir que errámos.
O que eu não percebo é...já te vi na
aula da Ms. Sampson, a trabalhar.
- Porque não fazes o mesmo aqui?
- Eu quero, a sério.
Mas o mau génio apodera-se de mim
e, quando dou por isso, rebento.
Bom... vamos ver se amanhã as coisas
correm melhor.
Amanhã, não posso.
A Mrs. D. suspendeu-me.
Tenho de bazar. Até logo, Mr. P.
Se puderes esperar lá fora...
Deixe. Ele pode ficar.
Obrigado.
Mr. P. , o Michael não
pode ficar de castigo.
Eu sei que ele não veio.
Agora é a duplicar.
- Vai ter de ficar dois dias.
- Não, ele não pode.
Tem de ir buscar o irmão mais novo
à escola.
Terá de encontrar alguém
que faça isso por ele.
Não funciona assim.
O Michael tinha vindo, se pudesse,
mas não havia mais ninguém para ir
buscar o Bug, o irmão dele.
A mãe dele é viciada naquela cena.
Vamos para casa. Vens?
Não, estou à espera do Alpo.
Ms. Sampson pô-lo de castigo.
- Vais ficar aqui até às cinco horas.
- Sim, ela é lixada.
Não dá hipôteses à malta.
- Está bem. Eu falo-te mais logo.
- Tá, adeus.
Portanto, não vais para a NBA?
Então deve ser para a NFL?
Pensei que os rapazes da turma iam
ser todos jogadores profissionais.
Não, isso são coisas
que nôs inventamos.
Então, e tu?
- O que queres ser quando cresceres?
- Vou ser dono de uma loja.
Esperto. Vais precisar de saber
muita matemática.
Deixou-as lá dentro.
Não se preocupe, Mr. P.
Nôs tratamos disso. Eh, Donut!
- Já vou.
- O Donut é um cromo dos carros.
Consegue abrir tudo.
- O que foi, meu?
- Ele deixou as chaves lá dentro.
Deixem, eu ligo para a assistência.
Não há problema, chefe.
Sentes necessidade de trabalhar
nas esquinas, é?
Estou a perguntar
porque não tens necessidade disso.
Tenho de aprender algumas coisas
sozinho.
Estou a tentar ajudar-te, Sherrod,
mas tu tornas isso impossível.
Nem conheço o tipo
que te bateu, Bubs.
Valia uns trocos na esquina,
mais nada.
Pois, mas quando a merda começou,
não fizeste nada, certo?
O que é que eu fazia,
se ele te batesse a ti?
O mesmo, nada, percebes?
As esquinas são assim.
Eles vão usar-te
até estares gasto, Sherrod.
Podes ficar esta noite,
mas se não fores à escola amanhã,
esta sociedade está terminada.
Estas duas freguesias
são o indicador da Quinta.
Se conseguir ganhar 18%%%
ao Carcetti nestas,
é quase garantido
que ele vai perder o resto da cidade.
E aqui temos o apoio de quem?
Da NDO, espero, porque...
...entre alegações de que altas
patentes da Polícia intervieram
para retirar um detective veterano
da controversa investigação.
O homicídio de Braddock tornou-se um
ponto fulcral da campanha municipal
quando o vereador Thomas Carcetti
alegou que o cidadão da zona oeste
foi assassinado
por ser testemunha do caso.
Tiveram medo que a Polícia
provasse o que eles mais temiam,
que Fredro Braddock foi assassinado
porque era testemunha
e a cidade não o protegeu.
Está nos três canais.
E os jornais Sun e Post ligaram
a pedir uma declaração.
As minhas fontes do departamento
dizem que os agentes
estão chocados com esta
manipulação política descarada.
Porra, põe mais alto.
Eh, Greggs, és famosa.
...afastaram um veterano condecorado
com 15 de experiência
em investigação de homicídios...
- Sou eu.
- E puseram lá uma novata
que nunca tinha investigado
um homicídio na vida...
- És tu.
-...temos de pensar seriamente...
Mas que mal é que eu lhe fiz?
Vais fazer isso pesado demais, pá.
Pode resultar, se for maior.
Resultaria se tivéssemos madeira
de balsa. É forte e muito leve.
Tu e as tuas tret...
Merda.
O mestre-zombie.
Temos de ir dar um passeio.
Não, estou bem aqui.
Têm de ir andando, jovens.
'Tá bem, Chris, a gente baza.
- Snoop, a tua irmã é da minha turma.
- Mas que raio?
'Tás passado ou quê, ô preto?
Vocês andam a fumar daquela merda?
Ouvi coisas boas a teu respeito.
Que és sério, tomas conta dos teus,
não andas a mendigar.
Ó cabrão, não ouves
o preto a falar contigo,
a dizer bem de ti, e tudo,
e tu aí com cara de estûpido?
Acalma-te.
- Às vezes, fica de cabeça quente.
- Sô estou a dizer que ele não regula!
Estamos sempre à procura
de bons soldados.
Quando vemos um de quem gostamos,
tratamos da situação.
Aceitamo-lo, ensinamo-lo,
tornamo-lo parte da família.
Quem está connosco, está connosco.
E nôs estamos contigo, até ao fim.
Se quiseres, és bem-vindo.
Ouve, meu...
Já tenho família.
As minhas mães e o meu irmão.
Sim, já me constou.
Mas pensa nisso.
Nôs estamos por aqui
se precisares de alguma coisa.
Ele viu-me. Eu sabia. O Chris estava
a perguntar ao Michael sobre mim.
Eu sabia, pá. Estou morto.
- Eh, meu, foi bem visto.
- Pois.
- Pensei que ele ia...
- Eu sei.
O que perguntou ele sobre mim?
Sei que foi sobre mim.
- O que é que lhe disseste?
- Acalma-te.
- Nem sequer foi sobre ti.
- Meu, a sério,
tens de me dizer.
O que te perguntou ele?
Pá, tens razão, meu.
O Chris sabe tudo o que tu fazes.
Estás mesmo, mesmo lixado.
Nem sei por onde começar.
Estou a gozar contigo, pá.
Ele nem sequer disse o teu nome.
Oh, pá...
Então, Erv, o que se segue?
Os teus agentes vão matar turistas?
Talvez espetar-se de helicôptero
em pleno Harbor Place?
O que podemos esperar
na ûltima semana da minha campanha?
Presidente, fiz o que me pediu,
nem mais nem menos.
- ''Hamsterdam'', zona legal para drogas?
- Ele assume a responsabilidade disso.
- As intimações por toda a cidade.
- E por isso também.
A fuga de informação sobre o assassínio.
Também veio de lá, certo?
- Veio sim, senhor.
- E agora isto,
transferir detectives do caso.
Para quê? O que é isto?
- Sabotar a investigação.
- lsso mesmo.
- É terrível. Céus!
- Sr. Presidente, pediu-me
para atrasar a investigação.
Subtileza, Ervin.
Guardas alguns factos
durante umas semanas.
Pões um relatôrio ou dois
na gaveta errada.
Mas afastar pessoas do caso?
Ouça, disse-me...
Pediu-me especificamente para não...
Ervin, podes sair.
- Sr. Presidente...
- É tudo, Comissário.
Não, preciso de dar uma palavrinha
ao teu adjunto, Ervin.
Sente-se.
Eu tentei avisá-lo.
Se se soube da testemunha morta,
porque é que não se havia de saber
que afastámos um detective?
Porque é que não veio falar connosco?
Sou um subordinado leal,
Sr. Presidente,
e o Ervin é um bom homem
a trabalhar sob grande pressão.
É um nabo.
A pressão não o incomoda,
Delegado?
Nem um pouco.
Preciso que faças isto desaparecer, Bill.
Não me esquecerei, garanto.
Outra coisa:
o Slim Charles falou comigo.
- Diz que o gordo quer conversar.
- Já passei por aí.
O Slim diz que o gordo sabia
que o jogo ia ser roubado.
Ele disse isso? Trata do encontro.
- Porque é que estás sempre aqui?
- É sossegado.
- E vê-se quem vem lá.
- Mas estás assim ao relento, pá.
- Não gosto de conversar em salas.
- Pois.
Olha que não vais ficar cá muito tempo.
Sô para que saibas,
já quase tenho aquilo para ti.
- Sô preciso de mais uns dias.
- Podes ficar com o dinheiro, por agora.
- Mas preciso de uma coisa.
- Tudo, Marlo. É sô dizeres.
O Omar vai entrar na tua loja
e roubar-te.
Vais chamar a Polícia e fazer queixa dele.
Estás a topar?
Sim, isso resulta,
mas já sabes que, quando ele sair,
vem direito a mim.
Não é que eu tenha medo.
- Mas estou sô a dizer...
- Ele não vai sair.
Assalto à mão armada,
dá para pagar a caução e sair.
Certifica-te de que não dá.
Se tens algum problema
e não podes vir ao castigo,
tens de me avisar.
A responsabilidade é tua.
As pessoas estão aqui para te ajudar,
mas tens de ser tu a pedir.
Podes voltar para a cantina...
...ou ficar por aqui.
Duquan, podes chegar aqui?
Podias dar-me uma ajuda.
Trouxe comida a mais.
Leva isto à cantina
e tira uma bebida da máquina.
Obrigado.
Crystal, tens um segundo?
O que se passa com o Duquan?
Dei-lhe roupas novas,
estava à espera que...
Se calhar, perdeu-as.
Tão depressa?
Não é isso. O pessoal dele fica-lhe
com as roupas e vende-as na rua.
- Estás a brincar.
- Não, a sério.
Toda a gente sabe.
O que nos traz à nossa proposta.
Crianças diferentes, planos diferentes.
Diga-nos com quem temos de lidar em
North Avenue para isto ser aprovado.
No ''Puzzle Palace''?
Ouçam, se vocês querem ajudar,
por mim tudo bem.
Na minha casa,
sô precisam da minha palavra.
O caso de Stricker Street
está à espera no gabinete.
Discussões de bairro que acabam
por vir cá para dentro.
Duas lutas ontem,
tudo porque as mães não se dão bem.
Tenho de ir.
Mrs. Donnelly
trata dos pormenores técnicos.
Mas sô para que saibam: obrigado.
Vai ser a ûnica vez que alguém
neste sistema vos vai dizer isso.
Ele é bom homem.
Têm de o proteger.
- Proteger?
- O director Withers
está arriscar-se por vocês,
e, neste sistema,
há muita gente com machados.
Desculpe?
Se alguém tiver um problema
com o nosso plano, ele é que se lixa.
Pediu alunos do oitavo ano?
Temos 256 inscritos.
241 vêm às aulas regularmente.
Desses, cerca de 40 cumprem a vossa
descrição de ''miûdos das esquinas''.
40?
Um nûmero jeitoso.
- O que é que sugere?
- Comecem com uns 10.
A Ms. Sampson tem
suficientes para começar.
- Um deles chama-se Namond Brice?
- É o melhor deles todos.
Mas vão ter de esperar.
Está suspenso por três dias.
Lembro-me de, quando era cadete,
vim aqui à procura de um cadáver.
O instrutor disse-nos: ''Estamos à
procura de um corpo em especial,
se trouxerem todos os que vêem,
vamos ficar aqui o dia todo.''
Leakin Park...
...onde a zona oeste de Baltimore
despeja os seus mortos.
Agora já não, pelos vistos.
Pelo menos, não à beira da estrada.
Se ele os está a despejar aqui,
é mais no meio da mata.
Anda.
Em cada local de rusga estamos
à espera de encontrar droga,
dinheiro ou armas.
Todos os mandados são para locais
ligados a criminosos importantes.
Endereços ligados
a arraia-miûda das ruas.
Também vamos cobrir
estas esquinas de tráfico de droga.
As carrinhas vão esperar
aqui, neste local.
Hora de início: 15.00.
Tomamos posição 10 minutos
antes do assalto, aqui.
Sô avançamos quando eu disser.
Perguntas? Óptimo.
Esperamos na sala de convívio
até estar na hora.
Mandados é uma coisa,
mas rusgas de rua ao pessoal
do Marlo? Estão a brincar?
Carv, dás valor demais àqueles rufias.
Confia em mim, ***-maravilha.
lsto que se lixe.
O que te puseram a fazer pelo chefão?
Quem, o Tenente?
No, o Royce.
Herc, o presidente é o teu ganha-pão.
Se for eleito por mais quatro anos,
vais ser tu a dirigir isto.
Não devias estar na campanha,
com uma bandeirinha, e tal?
E assim termina a ûltima cruzada
da brigada de Crimes Graves:
com um suspiro.
O Lester até chorava se soubesse
que a escuta servirá para aquela treta.
Rusgas de rua ao Marlo Stanfield?
- Então, o que tens na manga?
- Casos de estupefacientes?
O ClD tem a acusação ao Burman
quase pronta. Nada além disso.
Esta guerra contra a droga cada vez
tem menos audiências.
Se o Demper ganhar
e me perdoar as transgressões,
talvez eu vá lá pedir alguma coisa nova.
Não sei, acho que já estou farta disto.
Crutchfield, linha dois, entrada.
- Sargento, queria falar comigo?
- Sim, queria.
Vai uma batata ondulada?
E não-sei-quê de frango?
Senta-te.
O Norris ficou novamente
com o caso Braddock.
As ordens vêm de cima
Aliás, a histôria oficial é a seguinte:
ele nunca esteve afastado do caso,
vocês eram colegas,
uma equipa especial, a trabalhar juntos.
Vai-te catar, ô gordo.
Pouco original, mas sucinta.
Gosto dessa atitude.
Já me humilharam uma vez
quando me meteram nisto,
e agora vão envergonhar-me outra vez,
trazendo o Norris de volta.
Está nos Homicídios, Detective.
Não é um departamento na cave
onde ninguém presta atenção
ao trabalho que a Polícia faz.
Os manda-chuvas?
Aqui conhecem-nos pelo nome.
Não gostei quando vieram ter comigo
e me disseram para afastar o Norris.
Mas fi-lo.
E não me agrada ser criado deles,
agora que fingem
que nunca me disseram para fazer aquilo,
mas é isso mesmo que vou fazer.
E, depois de tudo somado,
quando toda a gente estiver
enterrada e feita em estrume,
aqui este sargento
ainda estará de pé.
Portanto, vê se decoras:
o Norris foi sempre o líder,
e tu estás a ajudá-lo numa investigação
que continua a progredir a bom ritmo.
O Coronel está a par disto?
Está no hospital.
A quimioterapia não resultou.
Conferência de imprensa lá em cima,
daqui a meia hora.
- Não te atrases.
- Conferência de imprensa?
Não quis gozar contigo.
Sei que parece loucura,
mas não estou a brincar.
A sério, o Lex é um zombie.
Já sabia antes de o Nay
e os outros dizerem.
Eles mandaram-me dizer ao Lex
para ir até ao parque.
Disse-lhe para ir lá falar
com uma miûda.
E ele nunca mais voltou.
O que me vão fazer
quando se irritarem comigo?
Faz sentido o Chris levá-los para casas
abandonadas, para os transformar.
- E sabes que mais?
- Não é isso que ele faz,
o Chris nas casas abandonadas?
A transformá-los?
Não está a transformá-los, está
a matá-los. Sô isso. A matá-los.
Como é que sabes?
Não podes dizer a ninguém.
Já vi.
Vi-os levar um miûdo
para uma casa em Calhoun.
Viste isso?
Sim.
lsso é falso. O detective Norris
tem trabalhado sempre neste caso.
E, dada a sua experiência
com estupefacientes,
a detective Greggs foi escolhida
para o ajudar, e não para o substituir.
Mas as nossas fontes dentro
do departamento dizem que...
Pertenço ao departamento
e digo-vos que não é verdade.
Não há jogos políticos
nas investigações criminais.
E como explica as alegações
do vereador Gray?
Acho que deveria perguntar isso
ao vereador Gray.
- Polícia! Temos um mandado!
- Vai por trás.
- No chão, já!
- Polícia! Temos um mandado!
Dois lá em cima.
- Não se mexam!
- Vejam a sala das traseiras.
- Senta-te já no chão.
- Para baixo!
- lsto é o quarteirão 1 300, certo?
- Não, este é o 1 200.
Estamos na esquina certa?
- lsto deveria estar cheio de droga?
- Segundo as escutas.
Há quanto tempo?
Eles mudam de sítio, sabe?
Os mandados não deram nada.
Algumas detenções nas esquinas.
- Alguém os avisou!
- Acha?
Para não acharmos nada em sítio
algum, sô pode.
Esse paneleiro do Marlo
acha que é mais esperto que nôs?
Mas não é. Sargento,
quero saber onde ele pára.
Ele em pessoa?
Está sempre em movimento,
Tenente, a flutuar.
Mas já o vi no parque
nas traseiras de Fulton.
- Num parque?
- Quando está bom tempo.
Tem todos os acessos guardados,
portanto, sabe quem se aproxima.
Acho que gosta de falar na rua
para ninguém lhe pôr um microfone.
Sargento, o que podemos fazer
quanto a isso?
Admito que cometi alguns erros,
sendo o Burrell um dos maiores.
Mas ele sô tem emprego
mais 10 dias.
Depois das eleições, vai de patins.
E aquela ûltima ideia...
afastar um detective.
- O que é que esperavas?
- Tudo menos aquilo.
Não tive nada a ver com aquilo.
lsso é mentira. Estava na reunião
quando lhe disseste:
- ''Atrasa a investigação.''
- Mas não quis dizer...
Mas alguém percebe
o que tu queres dizer, Clarence?
Olha para isto
Olha!
Deste-me a tua palavra.
A tua palavra, Clarence.
Mas aqui estás, coligado com a Eunetta
onde ela tem mais votos
e depois coligado com a minha Daniels
onde ela vai à frente.
Odell, é a primeira vez que vejo isto.
Por favor! Deve ser o pessoal
da Eunetta que anda a inventar isto.
Com o slogan ''Cidadãos por Royce''
escrito por baixo?
Olha para ti, Clarence. Olha bem para ti.
Esqueceste-te do teu programa.
Esqueceste os teus eleitores.
Achas que fazer a barba e pôr o Garvey
nuns cartazes chega para ganhares?
Achas que isso compensa andares
metido com os empreiteiros todos?
Porra.
Até andas a mamar do Clay Davis.
Não te armes em virtuoso comigo, Odell.
As campanhas dependem do dinheiro,
sabes bem.
Do dinheiro de quem? Dos filhos
da mãe com quem tu jogas às cartas,
que te enchem a ''banca''?
Ah, sim, sei disso.
Tu... o teu problema...
Vai-te catar, Clarence.
Desta vez vou esperar sentado.
- Vou esperar sentado.
- Não te levantes.
- As primárias?
- Vou esperar sentado!
Odell!
Mas quem julgas que és?
Em Novembro continuarei a ser eu
a mandar na cidade!
Se me viras as costas agora,
não me esquecerei!
Precisamos da organização dele
na terça-feira. Vai atrás dele!
Esse sacana armado em bom
que se lixe!
Delegado Watkins. Delegado Watkins!
Espere!
Tenho a certeza de que podemos
resolver isto.
O senhor e o presidente
podem conversar.
Delegado Rawls, se faz favor.
Fala o tenente Hoskins da Câmara.
Vais usar o buraco na parede, certo?
Sim, vou esfregar *** de cão nisto.
Não quero que ninguém lhe mexa.
Já está?
Tens de o subir um bocado.
Pronto, está bom..
Aí mesmo, funciona.
- Acho que ouvi alguma coisa.
- Ratos.
- Como estamos de tempo?
- Temos de ir.
Ele sempre se meteu onde não devia.
E além disso era polícia,
portanto, já sabes como ele é.
Vou à casa de banho.
Bey, tens de falar com ele.
A visita termina daqui a 30 minutos.
Pai, nem vás por aí,
dizias-me sempre como tinhas saído
da escola no sexto ano,
e tinhas ido para a esquina
com o Avon e com o Stringer,
ganhar dinheiro para a família,
e que isso fez de ti um homem...
Está bem, tens razão.
Não posso atirar a primeira pedra.
Mas, mesmo assim,
sabes como a tua mãe é,
ela preocupa-se.
Se calhar, devias ir mais devagar.
Percebes?
Já sabes como o Marlo caçou o Bodie?
Disse-lhe que trabalhava para ele,
ou era corrido da esquina.
- E, vejam sô, ele aceitou.
- E tu, não farias o mesmo?
Eu mantinha-me firme, como tu.
Tenho a minha arma,
o Chris e os outros que se lixem.
Vejam sô, até lhe saltam faíscas.
Preferias passar o resto da vida sozinho
e enfrentar metade da zona oeste.
Coragem não te falta, e respeito isso
mais do que tudo.
Mas as ruas de hoje não são
o que eram quando eu cresci.
Nesses tempos, se um rufia como o
Marlo se pusesse em bicos dos pés,
a quebrar as regras todas,
dava por si num porta-bagagens,
a caminho de Leakin Park.
Era garantido.
Levávamos isso a sério.
A palavra de honra tinha valor
Cada um cuidava dos seus,
sabia que pertencia a uma família.
Percebes o que estou a dizer?
Mas hoje está tudo marado.
Estes degraus...
- Obrigado, querido.
- Já está.
Diz ''Omar''.
Omar.
Nada?
Vimos dos dois lados da rua,
daqui até Monroe.
- Não há nada?
- Nada que não deva estar no esgoto.
Obrigado.
Mais ideias?
''Sôcio, mata-me aquéle
préto ali ô fundo, pá.''
''Aquéle cabráo déntro do cáro, pá?''
''Ésse mésmo, pá,
nénhum cabráo foge
ca minha heroína, pá.''
lsto é o máximo.
É sô arranjar quem saiba ler lábios,
e este cabrão está arrumado.
lsto é legal?
lnterceptar a conversa deles?
Não te armes em Freamon comigo.
Merda. Tenho de me pirar.
E ninguém me substitui?
Passei a manhã toda aqui!
Já ouviste? Andam a fazer filmes.
Sim. Como queres lidar com isto?
Ainda não sei.
Vamos falar com o gordo.
Como é que correu a outra coisa?
Na boa.
- Olá.
- Como vai isso, rapaz?
- Tenho Reeses, se quiseres
- Não, pá.
Queres ganhar uma fortuna?
- 5 dôlares?
- De que é que precisas?
Eu e o Paul vamos curtir com a Tiff.
Fica de vigia. Não quero
que a Mrs. D. entre a meio, topas?
Sim, mas tenho uma entrega especial
para uns putos do sexto ano.
Eles que esperem, meu.
Não vamos demorar o dia todo.
Está bem.
Não, minha senhora. O presidente
mandou o departamento de esgotos
passar a zona de Tivoly a pente fino.
Mas eles demoraram seis meses
a aparecer.
Pois, bom, ninguém é perfeito.
Mas eu não estava
aqui se não acreditasse
que Clarence Royce é dedicado
a esta cidade e aos seus habitantes.
- E o crime nesta zona?
- É uma boa questão.
Mas, minha senhora, aqui entre nôs,
percebo pela sua voz que é negra,
e você percebe que eu sou branco.
Portanto, tenho de lhe perguntar,
quando foi a ûltima vez que um
homem branco votou num ***,
havendo outro branco na corrida?
Não sei, mas deve
confiar mesmo nele.
Não foi isso que eu lhe disse?
É o melhor candidato.
- Então, vota no meu candidato?
- Vou pensar nisso.
Óptimo. Obrigado pelo seu tempo.
- Adeus.
- Muito bem.
RAPAZES
- Tenho autorização.
- Olha que bom para ti.
- O meu já está.
- Lindo menino.
Precisas de cadáveres, Lester?
Aqui tens.
Temos um mandado e um telex
em nome do nosso rapaz, o Lex.
Morto ou vivo, está registado.
A partir daqui, está na hora de aplicares
esse teu intelecto brilhante
a alguns homicídios a sério.
Desiste dos hipotéticos, e tal.
É capaz de ser melhor.
É o ponto principal do meu programa,
o crime. Entendo o que está a dizer,
e, se me der oportunidade,
farei o que puder
para o ajudar a si
e às pessoas deste bairro.
Mr. Ricks, obrigado pelo tempo
que nos dispensou.
- Obrigado.
- Obrigado.
Muito corajoso, a apertar a mão
ao inimigo em plena luz do dia.
- Não estamos no meio da baixa.
- Lá isso é verdade.
Mas aqui está o vereador,
a bater a todas as portas.
As solas dos sapatos,
a nossa arma secreta.
Surpreenderam-me.
Talvez tenham uma hipôtese.
Porque é que suspeito
que não nos encontrou aqui por acaso?
O Watkins entrou
em ruptura com o presidente.
Como é que sabe?
Sabendo. Faço o que o presidente
manda porque sou obrigado, vereador.
Adorava ver sangue novo
à frente da cidade.
E adorava fazer o que está certo
para a Polícia, pela primeira vez.
Espera até ele fazer a curva.
Para o escritôrio do Watkins,
em Gilmore Street.
E que se lixem os sinais vermelhos.
Não é um sítio onde se esteja
à espera de encontrar bandidos...
...nem a Polícia, para o caso.
- Ouvi dizer que sabes mais que eu.
- Já te tinha dito:
o meu negôcio é estar
de ouvidos bem abertos.
E o meu negôcio é fazer negôcios.
Vamos fazer negôcio
ou vamos sô conversar?
Se é para falar, ponho-me a andar.
Ouvi dizer que os responsáveis pela
segurança no jogo queriam ganhar mais.
Calculei que era sô
uma questão de tempo
até arranjarem maneira
de receberem aquilo que queriam.
- E não me avisaste?
- Quem se queima aprende melhor.
Como sei que não estás a inventar
estas tretas?
Não sabes. Acontecem coisas nas ruas.
Não é fácil ter provas.
Vá, abre.
Já fora das ruas,
há provas a dar com um pau.
NOTlFlCAÇÃO DE ACUSAÇÃO
Estão a planear executá-las na sexta.
Para coincidir com as eleições,
e mostrar que estão a fazer
o trabalho deles, a limpar a cidade.
- Como é que sabes isto?
- Já disse, ouvidos bem abertos.
- O que vais fazer com isto?
- Talvez não faça nada.
O Charlie não faz parte da cooperativa.
Ou talvez o avise, pelo preço certo.
Quanto achas que um homem rico
estaria disposto a pagar
pela sua liberdade?
Sabes, ultimamente...
...descobri que há quem
ande a tirar-me o retrato.
- Retrato?
- Vídeo.
Ouviste alguém falar sobre mim,
nas tuas viagens?
Não tinha incentivos
para prestar atenção.
Agora tens.
Uma coisa é não me envolver
nas primárias.
Outra é virar-me
contra o Clarence Royce.
- É verdade.
- E se decidir mudar de camisola,
porque não vestir a do Tony Gray?
Pelo menos é da minha zona.
O Tony não pode ganhar. Eu posso.
A verdade é que, tudo o que eu lhe
possa dar, o presidente pode duplicar.
Tenho uma boa organização de base,
mas não tenho o dinheiro dele.
Aceito coligações
com quem você quiser.
Sei que quer a Daniels no 1 1 ,
e o Stokes no 10.
Afasto-me das listas que achar
que posso prejudicar.
Sei que não sou o candidato ideal
para o seu lado da cidade.
Mas, neste momento,
a uma semana das primárias,
o facto é que tanto eu como o Royce
precisamos de si.
Depois das eleições,
ele deixa de precisar, mas eu não.
Seria um presidente branco
numa cidade com maioria negra,
e, para poder fazer alguma coisa,
e olhe quero mesmo pôr
esta cidade nos eixos,
vou ter de governar por consenso.
E, se me apoiar, a sua opinião
vai ter muito peso na minha equipa
simplesmente porque preciso dela.
Na ûltima sondagem
que o Clarence me mostrou,
ele ia à frente por 7%%%.
Tretas. Estou a menos de 4%%%.
- Não vais precisar disso.
- Eu sei.
- Aqui?
- Sim, aqui.
Porra.
Desliga, se calhar,
lâmpada aqueceu demais.
Ou as pilhas estão gastas.
Devíamos voltar para trás.
- Meu, cheira mesmo mal.
- Antes não era assim.
Viste? Não se mexeu.
Pois.
Ainda tem sangue no cabelo.
- Está morto?
- Está morto.
O Lex também?
Está morto. Estão todos.
Sentes-te melhor?
O Donut estava enganado.
Não há mortos especiais.
Há sô... mortos.
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