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Meus irmãos vamos reflectir hoje sobre este tema:
O QUE É PRECISO PARA FAZER BEM A CONFISSÃO ?
1 – É preciso desejar encontrar-se com Deus:
Olhemos para Zaqueu: a primeira coisa que faz foi de subir, trepar à árvore:
desejou ver o Senhor e esperar que Jesus passasse para olhar para Ele
e deixar-se olhar por Ele.
Que quer dizer isto?
Quer dizer que devo acreditar que é Ele que me procura
e que eu devo deixar-me encontrar por Jesus,
porque seria perigoso se Ele me procurasse e não me encontrasse.
Ele faz todo o possível para me encontrar e quando me encontra,
eu devo acolhê-Lo, fazê-lo entrar na minha casa,
porque Jesus lhe disse: quero ir à tua casa. Isto é:
Jesus quer entrar na minha casa, no meu coração.
E na minha casa, que irá encontrar lá dentro?
Encontrará miséria, talvez alegria, porque o sacramento é Festa,
encontrará generosidade; porei tudo na mesa: vinho, queijo, pão etc.
Força, Zaqueu (Força António, Paula, Maria...),
desce depressa, deixa o teu orgulho, o teu «eu»,
porque este encontro Comigo deve renovar a tua vida, quer renovar o teu passado.
2 – É preciso o Arrependimento.
O remorso, isto é, a vergonha de ter cometido certas acções, não basta;
o próprio Judas sentiu remorso de ter traído Jesus.
É preciso o arrependimento, o qual exige de ti,
todo o teu presente, exige de ti reparação,
exige de ti uma vontade de renovar a tua vida!
Tu não podes recomeçar um presente,
se não tens ainda apagado o passado.
Tu deves prever a tua fraqueza e organizar
esta tua fragilidade contra o pecado.
Neste momento então, devo dizer-te, como Sacerdote,
que nenhuma conversão aguenta sem uma programação de vida de oração.
Alguém pensa que quando se confessa, acaba tudo.
Não, não; pelo contrário, começa tudo;
porque começa uma vida nova
e a vida nova deve ser capaz de resistir contra tantos choques;
então, é necessário um programa sério de vida de oração.
Quem não reza, não aguenta!
Quem não decide rezar de uma maneira proporcionada às suas fraquezas, não aguenta;
quem não reza com perseverança, fracassará.
Então, qual será a coisa mais importante, quando, amanhã te confessares?
A resposta é esta: Dar garantia de segurança ao teu arrependimento!
Tu deves estar verdadeiramente arrependido.
Agora, estar arrependido não é uma simples questão de palavras.
Estar arrependido é uma questão de obras, obras... não de palavras!
3 - Que obras devo fazer?
Vou dizer-te TRÊS sinais de verdadeiro e sincero arrependimento:
1 – Franqueza: se esta faltar, é um sinal que o arrependimento não existe ainda;
é preciso uma franqueza dolorosa.
Vejam Zaqueu; sem esta franqueza não teria subido à árvore!
2 – Concreto nas tuas coisas, nas tuas decisões, isto é,
“cortes decisivos e generosos”: com aquela pessoa, com aquele vicio etc.
3 – Reparação: esta parece ser a obra mais clara do arrependimento.
Se tu procuras reparar, podes estar certo do teu arrependimento,
mas se não reparas, não estás ainda arrependido.
E como deve ser a reparação?
1 – Deve ser eficaz e deve atacar mesmo o centro do teu pecado.
Se se trata de um pecado grave,
não o reparamos simplesmente com a reza da penitência
de três Avé Marias ou do terço...
O Pecado grave, para ser reparado,
precisa de qualquer coisa que ataque a raiz do pecado grave,
que ataque o coração do pecado!
Então, tu precisas de muito silêncio,
porque precisas de rezar muito para descobrires a raiz do pecado.
A Confissão, o Sacramento da Penitência é uma acção de fé,
e a acção de fé exige oração,
muita oração, como quem precisa de estudar,
para fazer bem o seu exame de reparação.
Deves pedir ao Senhor a graça. Então,
a Reparação deve ser eficaz, deve atacar no coração, na raiz o pecado.
Em certos casos, a tua reparação poderá durar toda a tua vida
para arrancares aquela raiz do pecado impuro, do ódio, da infidelidade...
2 – Deve ser proporcionada:
a Reparação não é um adesivo que tu pões sobre a chaga.
O adesivo não basta para curar a chaga.
É preciso curar a chaga...
É necessária uma reparação adequada, proporcionada;
deves pensar diante do Senhor.
Depois, quando te confessares,
poderás perguntar ao teu sacerdote, ao teu confessor:
é suficiente esta reparação?
E ele te dirá o que deves fazer e Jesus te ajudará.
É possível que tu digas ao confessor:
decidi fazer isto, ou aquilo, para atacar a raiz do meu pecado mortal;
está bem assim? – E ele te poderá dizer:
Não, não, não isto é muito pouco, estás a brincar?
A tua raiz está muito profunda; exige mais isto e aquilo...!
3– Deve ser correctora : deve corrigir! Isto é, deve curar-te. (Cf. Pe. Gasparino)
MEUS IRMÃOS, AGORA,
NESTE TEMA DA CONFISSÃO, VISTO QUE HÁ MUITA GENTE QUE AFIRMA:
“EU CÁ CONFESSO-ME SÓ A DEUS;
HÁ TANTOS ANOS QUE NÃO ME
CONFESSO AO PADRE”!
ACHO ÚTIL ENTÃO QUE CONHEÇAMOS
O QUE ESCREVEU O BEATO ISAAC, NO SÉC. XII,
relativamente à confissão.
Foi o seguinte:
CRISTO (diz este beato) NÃO QUER PERDOAR NADA SEM A IGREJA
“Há duas coisas que só a Deus pertencem:
1- a honra de receber a confissão
2- o poder de perdoar os pecados.
A Ele (isto é, a Deus) devemos fazer a confissão;
d’Ele( isto é, de Deus) devemos esperar o perdão.
Só a Deus pertence perdoar os pecados, e, por isso,
a Ele devem ser confessados. Isto é certíssimo!
Mas, continua a escrever o Beato Isaac,
o Senhor todo-poderoso e excelso tomou uma “Esposa débil e humilde
(a Igreja)”...De facto, foi do seu Lado que nasceu a Igreja
e do Seu lado a tomou como esposa...
Portanto, o Esposo, isto é Jesus, que é um só com o Pai e um só com a Esposa,
destruiu o que havia de menos santo na Esposa,
cravando-o na cruz; tomou sobre Si os seus pecados no madeiro da cruz
e destruiu-os pela cruz.
Assumiu o que era próprio da natureza da Esposa,
e concedeu-lhe o que era próprio da Sua divindade... e,
deste modo, Ele participa na debilidade e no pranto da Esposa (que é a Igreja)
e tudo se torna comum entre o Esposo (Jesus)
e a Esposa, INCLUSIVAMENTE A HONRA DE RECEBER A CONFISSÃO
E O PODER DE PERDOAR OS PECADOS;
assim se explica aquela palavra: Vai mostrar-te ao Sacerdote.
- A Igreja nada pode perdoar sem Cristo,
- e Cristo nada quer perdoar sem a Igreja.
A Igreja não pode perdoar se não a quem se arrepende,
isto é, a quem Cristo tocou com a sua graça;
E Cristo não quer perdoar a quem despreza a Igreja.
Caríssimos irmãos, esta é a doutrina da Igreja que encontramos na Liturgia das Horas.
E vou dar-vos agora a Bênção,
para que o Senhor vos ilumine a compreender cada vez mais
esta grande graça da confissão:
A BÊNÇÃO DE DEUS TODO-PODEROSO,
PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO, DESÇA SOBRE VÓS,
SOBRE A VOSSA FAMÍLIA, SOBRE OS VOSSOS FILHOS,
SOBRE OS VOSSOS DESEJOS E PERMANEÇA PARA SEMPRE.
ÁMEN.