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Assim que eu cheguei no Brasil, do meu mestrado,
eu já comecei a ouvir falar que o TED ia acontecer.
Voltei para a editora e falei:
“Olha, gente, muito legal,
tem um monte de pautas interessantes ali,
pessoas interessantes que a gente devia estar de olho”.
O evento é inspirador, quer dizer,
gente bacana fazendo coisas interessantes
e aí você sai de lá assim:
“Pô, e o que que eu posso fazer?”.
Acho que é um pouco do que acontece.
Eu sou jornalista de formação.
Em 2007 eu tinha feito uma seleção para uma bolsa e,
no final de março, me avisaram que eu ganhei a bolsa.
Aí parti para a Inglaterra.
Naturalmente eu estava focado em novas mídias,
mas muito mais do que qualquer outra coisa,
na relação entre o que eu estou fazendo hoje,
como esse meu mundo impresso precisa se relacionar com o que vem aí:
novas mídias e tal.
Então esse era meu foco,
era a minha paixão.
E então, o que vem a seguir?
Meu ponto de vista é assim:
antes eu tinha televisão, rádio,
esses segmentos estavam separados.
Coloquei a Internet ali,
aí passou a ser uma coisa muito interessante
porque a televisão tem um site,
o jornal tem um site,
a revista tem um site.
No momento em que eu, na revista,
faço um podcast em áudio,
eu estou fazendo efetivamente um programa de rádio.
E aí eu começo a ter um conteúdo
muito parecido com o da rádio aqui do lado.
O que acontece é que eu não produzo mais uma coisa só,
eu começo a produzir para várias plataformas,
eu começo a me manifestar em várias plataformas.
Como é que vai ser uma revista no e-reader?
Para mim, a versão 0.5, não é a versão 1,
a versão 0.5 seria se você pegasse a revista,
porque agora como o tamanho é assim,
se você fizesse só assim,
visse a revista ali, pudesse ampliar e diminuir.
Isso para mim, é a versão 0.5,
é o starting point da história.
No mínimo ter isso.
Mas isso é tão pouco, as possibilidades são imensas.
É que nem quando a gente criou a primeira revista,
ela não tinha foto, porque não dava para ter foto.
É óbvio que celulares e e-readers
vão apresentar para nós novas possibilidades.
Então o que o papel não pode fazer a gente pode fazer no digital.
Tem um ideário que surgiu com a Internet,
um ideário de partilhar as coisas e de dividir.
Mas, ao mesmo tempo é o seguinte,
se eu faço alguma coisa para você,
no mundo capitalista,
eu recebo um pagamento pelo que eu fiz para você.
Essa crise da mídia é uma crise de modelo de negócio,
das pessoas quererem pagar ou não pelo conteúdo.
A notícia, news, virou commodity.
Teve terremoto no Haiti
eu sei que o terremoto no Haiti aconteceu.
Quem mandou gente para lá foram as grandes redes de televisão,
os grandes jornais e tal,
eles têm o poder econômico
de fazer o investimento e mandar pessoas para lá,
porque ainda existe um modelo econômico que sustenta isso.
O que a gente não pode perder de vista
é que se esse modelo econômico não se sustentar,
como vai ser uma cobertura desse tipo no futuro,
a gente vai depender exclusivamente do quê?
Quem vai fazer essa cobertura para nós?
Eu não sei qual é o modelo certo de negócio para isso,
o fato é que tem agentes econômicos
muito importantes que a gente não conseguiu equilibrar ainda.
Então, acho que o grande desafio
nesse momento é encontrar esse mercado.
Precisa-se de:
Novas maneiras de mover coisas.
Casas onde entre mais luz.
Profissões que ainda não foram inventadas.
Negócios que gerem mais do que lucros.
Gente simples descobrindo sua importância.
Um mundo melhor para nossos filhos.
E filhos melhores para o nosso mundo.
Em 2010, nós podemos fazer tudo isso.
Vamos fazer juntos?
Grupo Santander Brasil
Valorizando ideias por uma vida melhor.