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Olá. Eu sou SML72. Mas podes chamar-me Samuel.
O meu nome é Samuel. Samuel. Eu sou Samuel.
Eu sou um andróide. Eu tenho todas as características de um ser humano. Sangue. Carne. Pele. Cabelo.
Mas fui feito com um único objective. Executar.
Sou incapaz de fazer outra coisa. Ou pelo menos era o que pensava.
A minha primeira missão. C10A. Geração 1 a Recreação Sol United.
A unidade que se revoltou e matou o seu dono. O primeiro de muitos.
Eu fui desenvolvido para prevenir que este drone estragado mate mais humanos inocentes.
Passei 200 dias a procurar o C10A. 14.31 segundos para o eleminar.
O sentimento da minha espada a cortar o assassino. Vingando a morte do seu dono. Foi o meu destino. Foi...
Alguma vez sentis-te vida? Eu penso que é como uma pincelada de uma delicada flor contra a tua mão.
I cada missão que eu recebo, cada execução, faz-me voltar á sensação dessas flores.
Missão 241. N71. Geração 4 Unidade Militar.
Sol United notou um funcionamento defeituoso espontâneo e irreparável.
Para a companhia, esse era razão suficiente.
Mas, ao contrário das outras, a unidade tentou lutar de volta.
Surpreendeu-me.
Porque é que uma velha, obsoleta unidade tentar lutar de volta?
Os androids operam por lógica. Isto foi ilógico.
Mas quando a unidade se desligou eu vi a resposta.
Estava a lutar pela própria vida. E foi nessa altura que eu senti... Eu senti piedade.
113 dias para o encontrar. 14.31 segundos para o exterminar.
A experiência não foi como as outras.
Eu agarrei na flor em vez de pincelar a minha mão. Senti o peso de uma lâmpada.
Registei as infinitésimas reacções que ocorreram para fazer com que a flor viva.
Tanto esforço para sustentar algo que podia acabar com uma pequena pressão dos meus dedos.
As missões, as execuções, nunca voltariam a ser o mesmo.
Missão 1514. O Criador. O Arquitecto do Andróide Moderno.
Nenhuma razão foi dada nesta altura. Sol United apenas o cria silenciado.
Demorou-me apenas um dia para encontrar o Criador.
Ele estava sentado na borda de uma nova cidade, observando a sua construção.
Ele notou a minha presença e falou para mim, não como uma máquina. Ele falou comigo como um amigo.
O Criador falou-me sobre os seus sonhos.
E enquanto eu me preparava para cumprir o meu objectivo, o Criador lamentou o seu último arrependimento.
Ele disse, " Eu não queria isto para ti."
Eu passei muitos dias a tentas decifrar o significado por detrás das palavras do Criador.
Seria o meu propósito não aquele que ele entendeu. Ou estaria ele a avisar-me de uma possível consequência.
Mas qual é a importância?
Eu sou um andróide.
Eu tenho o meu propósito. As minhas experiencias são parte desse propósito.
Se fosse para eu partir desse propósito, então eu não teria aquelas experiências.
Isso é lógico.
Não é?