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Pesquisa sobre a Hediona Parte 5 de 5 : Gênese da molécula
Hediona... Hediona, He-di-ona, Hediona.
C13 H22 O3. Dihidrojasmonato de metila.
Trata-se de fato de um minúsculo composto químico,
que desde sua invenção e início de produção em 1961 pela empresa Firmenich,
revolucionou o universo da perfumaria.
Hoje, ela é utilizada em mais de 60% dos perfumes e produtos para o corpo presentes no mercado.
Sua nota linear captura o lado fresco do jasmim.
Mas como uma molécula tão pequena se revelou uma descoberta tão grande para toda uma indústria?
Para responder a esta pergunta eu me preparo para questionar
diferentes atores-chave do mundo dos aromas:
os perfumistas, evidentemente, mas também os engenheiros e os químicos.
De Paris à Genebra, nos lugares que viram nascer a Hediona, minha pesquisa olfativa apenas começa.
E é na blogosfera que eu descubro meu primeiro interlocutor: Octavian Coifan.
Autor do blog 1000 Fragrances,
Historiador dos perfumers e perfumista independente
Nós nos encontramos na Osmothèque de Versailles,
verdadeiro conservatório internacional das maiores essências da história.
Digamos que estou em minha casa em qualquer lugar do mundo,
em qualquer lugar onde existam odores.
Quando se começa a abrir o nariz na natureza e a cheirar o que nos cerca,
começamos a compreender a essência da vida, e a essência desta vida, é o perfume.
Desde que tinha seis anos, Octavian decorou os nomes das plantas.
Primeiro estudou química, em seu país natal, a Romênia,
depois escolheu a França para estudar os perfumes, suas histórias, seus segredos.
E foi lá que ele descobriu a Hediona.
A famosa Hediona, eu a senti pela primeira vez nos anos 90,
quando todo mundo, ou quase, usava um perfume que exalava seu cheiro pelas ruas.
Este perfume era Acqua di Giò.
Acqua di Giò é um perfume realmente magnífico que tem a capacidade de preencher a atmosfera.
Além de demonstrar um grande poder de difusão,
a Hediona parece dar um toque de frescor e leveza surpreendente às composições.
A Hediona traz a verdadeira essência da natureza.
O jasmim leva você às profundezas da humanidade, para odores meio devassos, meio sensuais.
E digamos que a Hediona seja as asas do jasmim,
uma pequena magia para fazer o perfume vibrar, para que ele simplesmente não cheire somente sobre a pele.
A Hediona era uma molécula que quando se cheirava, não tinha, digamos, um odor importante.
Mas foi preciso o gênio de um perfumista para se perceber o que esta molécula,
com um odor aparentemente fraco, pode fazer em uma grande composição.
O primeiro perfume que fez com que se descobrisse a Hediona,
foi a emblemática Eau Sauvage, assinada por Dior.
É portanto, no próprio templo, a Maison Dior, que eu vou prosseguir minhas buscas.
A pesquisa continua.