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O que você pensa sobre os cambistas?
Se você é como a maioria dos americanos,
não deve gostar muito deles,
e provavelmente ressente, se já usou seus serviços, de ter tido que pagar mais do que o valor nominal do ingresso
para ir a um show ou a um evento esportivo.
Esse comportamento não existe somente nos Estados Unidos.
Os "cambeiros", como são chamamos no Reino Unido, são tão impopulares lá quanto os cambistas aqui.
Mas pense nisso: Por que você fica chateado se foi você quem fez isso?
Claro, você teve que pagar mais pelo ingresso do que seu valor nominal,
mas você pagou voluntariamente.
Então, por definição, deve ter valido a pena ter feito isso.
Além disso, pense nas alternativas.
Uma delas seria ficar numa fila por um período de tempo incrivelmente longo,
e o seu tempo é precioso.
Outra alternativa seria participar de algum sorteio
e deixar a sorte decidir se você conseguiria ou não o ingresso.
Poderia não ter ido para você;
poderia ter ido para alguém que não valorizava tanto o ingresso quanto você.
A questão é que em coisas como eventos esportivos e shows, existe uma quantidade limitada de assentos,
e há uma demanda muito alta por eles.
Ter um mercado secundário através de pessoas como os cambistas é a melhor maneira que de assegurar
que os ingressos vão para as pessoas que os valorizam mais.
Mas, então, por que as pessoas se chateiam com os cambistas e suas atividades?
Este é só um exemplo de um fenômeno mais genérico, que é a hostilidade para com os atravessadores
- gente que ganha sua renda aproximando quem quer comprar de quem quer vender.
A premissa comum subjacente diz que o atravessador não adiciona qualquer valor,
ele não cria riqueza, porque ele não constrói nada fisicamente.
Isso está simplesmente errado.
Valor não é criado pelo trabalho.
Você poderia trabalhar o dia todo fazendo algum tipo de bem,
mas, se ninguém quiser comprar, não vale nada.
Valor não é criado pelo trabalho;
é criado através de trocas e do comércio.
O modo de descobrir quanto vale algo é saber o que as pessoas estão dispostas a dar em troca daquilo.
Se alguém é dono de algo,
e outra pessoa valoriza aquilo mais do que o dono,
então, se você enquanto atravessador,aproximá-los um do outro, os dois lados saem ganhando.
Por definição, o bem estar econômico aumentou.
O atravessador desempenha um papel vital no funcionamento de uma economia de mercado.
Certas vezes este papel foi literalmente vital.
A maioria das pessoas pensa que há algo fundamentalmente errado em comprar comida em áreas onde o preço está baixo
e depois lucrar com a venda em áreas onde o preço está mais alto por causa de uma escassez ou de uma colheita ruim.
Na França do século XVIII havia leis para impedir isso,
e o resultado é que você não poderia comprar comida em áreas onde havia um excedente e lucrar com a venda em áreas onde havia escassez.
As consequências disso foram que na França houveram vários períodos de escassez durante os quais pessoas literalmente morriam de fome.
Na Inglaterra da época, em contraste, não haviam leis do tipo e então,
mesmo que houvesse escassez local e altos preços de comida,
nunca houve períodos em que as pessoas morriam de fome.
Então o que se tira de tudo isso é o seguinte:
Cambistas, assim como qualquer outro atravessador, desempenham um papel importante numa economia de mercado.
Uma economia de mercado não pode funcionar sem atravessadores.
Eles executam uma parte central no modo como a economia funciona,
sem eles não irá funcionar e o bem estar humano certamente sofrerá.
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