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Fim de ano taí e com ele, chegam também os merecidos recessos de Natal e Ano Novo.
É momento de fazer promessas para 2014, mas também fazer um balanço do ano que passou.
Por isso, nós aqui do Canaltech resolvemos preparar uma retrospectiva tecnológica de
2013.
Foram 12 meses bem agitados no mundo da tecnologia com altos e baixos de empresas,
muitas aquisições, muitos lançamentos de produtos interessantes
e uma grande questão relacionada à segurança e espionagem no mundo online.
Impossível começar essa retrospectiva sem lembrar de Edward Snowden.
Ele talvez tenha sido o maior nome no mundo da tecnologia nos últimos 12 meses.
Em junho, o jornalista Glenn Grenwald, da publicação inglesa The Guardian,
divulgou os primeiros documentos vazados pelo ex-agente da NSA
e que revelaram ao mundo o esquema de espionagem dos Estados Unidos.
Desde então, mais e mais fatos vêm à tona, mostrando que a segurança
e a privacidade online estão longe de ser algo fácil de se conseguir.
Fugido da polícia norte-americana, Snowden conseguiu asilo político na Rússia no começo
de agosto,
depois de passar quase um mês ilhado na área de desembarque do aeroporto de Moscou.
E essa história ainda parece estar longe de chegar ao fim. Agora, em dezembro,
Glenn Greenwald afirmou que Snowden ainda tem muitas revelações que vão chocar o
mundo, mas isso é coisa pra gte colocar na retrospectiva de 2014.
Em 2013 ainda teve muito figurão do mercado de TI dando o que falar.
Você se lembra de tudo o que John McAfee aprontou nos últimos meses?
A saga do criador do antivírus que leva seu sobrenome começou ainda em 2012, quando ele
foi acusado de assassinar seu vizinho em Belize.
Depois de ficar foragido por algum tempo, o ex-executivo lançou um blog onde contou
todas as aventuras pelas quais passou em sua fuga.
Ele conta que chegou a se disfarçar de vendedor de rua e até fingiu ser um alemão bêbado
para se safar da polícia, mas
a estrada dele teve um fim na Guatemala, onde foi preso por entrada ilegal no país.
A confusão toda já virou história em quadrinhos, e ele chegou até
a vender direitos para a Warner Bros. fazer um filme sobre sua vida.
Em junho, o polêmico executivo lançou no YouTube um vídeo ensinando a desinstalar
o antivírus que criou.
Na gravação ele diz que até hoje, mesmo estando afastado da empresa há mais de 15
anos,
recebe emails de pessoas perguntando como desinstalar o software.
Ele acende um cigarro, lê algumas mensagens e pede um amigo que faça o trabalho,
enquanto ele aparece rodeado de mulheres e cheirando sais de banho, um tipo de droga
que já assumiu publicamente gostar.
Ao final, a solução dele para desinstalar o antivírus é essa aí:
Acha que acabou? que nada. Em setembro ele reapareceu, dizendo que quer fazer uma internet
impossível de hackear.
Ele acredita que pode ser mais esperto do que a NSA e quer criar um gadget que atua
em redes incapazes de serem acessadas por agências governamentais.
Enquanto isso, do outro lado do mundo, um outro cara bem polêmico, Kim DotCom,
o criador do MegaUpload, resolveu abandonar a sua mais recente cria, o Mega,
e anunciou que vai participar das próximas eleições na Nova Zelândia, inclusive lançando
um novo partido político.
A principal bandeira dele também é o desenvolvimento de uma internet livre, à prova de espionagem.
Tanto que também já anunciou que planeja lançar um serviço de email e mensagens totalmente
seguro,
além de um projeto de música que permitirá a compra de faixas via dinheiro
ou por sistema de recompensas, que acumula créditos com a visualização de anúncios
publicitários.
Taí uma maneira de reinventar o falido mercado fonográfico mundial.
Não só o mercado fonográfico, mas também o cinematográfico, está se reinventando.
2013 marcou o fim da Blockbuster, uma das maiores redes de aluguel de filmes do mundo.
No auge, a blockbuster chegou a ter quase 10 mil unidades ao redor do mundo e mais de
70 milhões de associados.
Quem se deu bem com essa reviravolta do mercado foi a Netflix, que anunciou receita recorde
e vem crescendo, em média, 50% ao ano no Brasil.
Foi o primeiro serviço de Tv online a ganhar um Emmy, com a série "House of Cards" desbancando
"Breaking Bad".
Tumblr comprado pelo Yahoo, Waze comprado pelo Google, IPO do Twitter:
o microblog viu suas ações dispararem na bolsa assim que foram lançadas.
Nokia comprada pela Microsoft. Com essa jogada, a empresa criada por Bill Gates conseguiu
garantir uma fábrica exclusiva para seu Windows Phone,
que, apesar de todos os esforços, ainda não se mostrou forte o suficiente para brigar
em pé de igualdade com o Android e o iOS.
Já a Blackberry, que um dia foi a queridinha do mercado corporativo, parece estar ladeira
abaixo.
No começo do ano ela lançou o sistema operacional BlackBerry 10
e o aparelho top de linha Z10 como grandes apostas para o seu renascimento,
mas o aparelho não foi bem recebido pelo mercado
e o sistema operacional não mostrou nada de extraordinário.
Aí veio uma onda de demissões que culminou com a troca do CEO
e até mesmo ameaças de venda para a Fairfax Financial e o fechamento de capital.
Aos trancos e barrancos, a empresa chegou em dezembro publicando uma carta aberta
a clientes corporativos dizendo com todas as letras que ainda está viva, mesmo que
respirando com a ajuda de aparelhos.
Um dinheiro sem lastro e sem regulamentação de nenhum governo.
Em 2013 as Bitcoins se mostraram mais fortes do que nunca, inclusive com várias empresas,
lojas e instituições aceitando a moeda virtual.
Até mesmo o governo dos Estados Unidos deu um voto de confiança à ideia,
fazendo com que esse dinheiro experimentasse uma supervalorização.
Cursos universitários, jogos e até viagem para o espaço: tudo isso já pode ser pago
com dinheiro virtual.
As Bitcoins já têm, inclusive, caixa eletrônico. E se o dinheiro é digital, a entrega é feita
por robôs:
a Amazon apresentou seu conceito de entregas por drones voadores.
Em 30 minutos, sua compra online chega até você assim, pelo ar.
O sistema das empresas precisa ser cada vez mais inteligente para conseguir gerenciar
tudo no menor espaço de tempo, e sem cometer erros.
E a cloud computing, tão falada e implementada recentemente, desempenha um papel fundamental
nessa história.
A tendência é armazenar tudo na chamada nuvem, ou em servidores que podem ser acessados
de qualquer lugar do mundo.
Com funcionários espalhados geograficamente e com os dados disponibilizados na nuvem,
as empresas tiveram que enfrentar uma nova realidade:
as pessoas começaram a acessar esses dados a partir de seus dispositivos próprios, sejam
A sociedade nunca gerou tantos dados em um único ano. E conceitos como Big Data e Data
Mining se tornaram comuns entre as equipes de TI.
Criou-se essa necessidade de análise de grandes volumes de dados,
e, cada vez mais, as empresas começam a construir suas infraestruturas ***íticas,
enquanto diversos fornecedores começam a lançar produtos para atender a essas necessidades.
As vendas dos PCs sofreram, em 2013, o pior baque da história e quase já não se enxerga
um crescimento desse mercado a médio e longo prazo.
Os smartphones, por outro lado, estão explodindo em popularidade. Hoje, no Brasil,
3 em cada 10 pessoas já possuem um desses dispositivos, e pelo menos 6 dos outros 7
querem ter um.
De olho nesse cenário, as fabricantes estão lançando uma novidade atrás da outra
e vimos vários bons smartphones chegarem às prateleiras em 2013.
A Motorola, agora sob os olhos atentos do Google, lançou dois ótimos produtos: primeiro
o Moto X,
que buscou se diferenciar no mercado não por um processador melhor que os outros, ou
tela com vários milhões de pixels. Nada disso.
O papo aqui é a ergonomia e a "inteligência" do aparelho, que fica com
os sensores esperando a todo momento um comando do dono, mesmo que longe das mãos.
E o subsídio do Google fez com que ele chegasse a um preço bem competitivo, cerca de 1300
reais no Brasil. Mas não foi só isso:
em novembro chegou o MOto G, versão mais barata do Moto X.
Um super aparelho vendido a 650 reais no nosso país. Parece até mentira!
Da LG, temos o G2, que trouxe configuração potente e uma inovação: botões de volume
aqui na parte de trás.
A Sony, com sua linha Xperia, apostou na sofisticação do design com aparelhos bonitos, além de
potentes e à prova d´água
- é o caso do Z1 que já está disponível no Brasil.
E tem a eterna guerra entre Apple e Samsung. De um lado do ringue,
a sul-coreana e seu Galaxy S4, considerado por muitos o melhor aparelho Android do ano.
No outro canto, a norte-americana colocou no mercado não um, mas dois iPhones: o 5S,
que trouxe uma evolução na configuração,
inclusive com o primeiro chip 64 bit do mundo, e o 5C, que é praticamente o iPhone 5 de
cara nova.
Entre os laptops, 2013 foi o ano dos Ultrabooks.
Eles já vinham dando as caras no passado mas agora, surgiram efetivamente como um produto
palpável,
com preços um pouco mais acessíveis para boa parte da população.
Os tablets, que já vinham ganhando espaço, fincaram os dois pés nas casas das pessoas
e viraram ítem complementar à navegação do smartphone ou do PC, e também como tela
secundária da TV.
Que atire a primeira pedra o geek que não curte ver um seriado, filme ou qualquer outra
coisa comentando nas redes sociais por meio do tablet!
E por falar em TV, os modelos 4K também chegaram ao mundo real, o que eu e você habitamos.
Elas já estão à venda em lojas de todo o Brasil. É claro que o preço ainda é salgado
e a quantidade de conteúdo disponível para elas ainda é pequena,
mas a tecnologia deixou de ser algo exibido apenas em feiras para ganhar espaço nas salas
de estar.
O Chromecast, esse dispositivo lançado pelo Google no meio do ano, também chamou a atenção:
ele é uma espécie de pen drive que faz a ligação e o streaming de vídeo entre seu
computador
e a TV, permitindo que você assista conteúdos de uma forma bem mais interessante.
Também do Google, o Glass ainda é para poucos, mas devagarinho ele vai se tornando popular.
Nós, aqui do Canaltech, já temos nosso exemplar! Olha ele aí!
E entre os gadgets vestíveis, uma outra tendência em 2013 foi a dos relógios inteligentes.
Samsung e Sony lançaram os principais modelos dessa categoria.
A dúvida que ficou depois de todo o hype em torno do lançamento
é se eles terão fôlego para sustentar uma nova categoria de gadgets
ou se isso não vai passar de mais uma modinha...
A gente fez análises de muitos aparelhos ao longo do ano, inclusive todos esses que
mostramos aí.
Junto ao vídeo você encontra o link para essa área do nosso site
e pode passear pelos reviews que publicamos. É bom destacar que muitos dos lançamentos
mundiais ao longo do ano,
a gente viu em primeira mão, no dia em que foram mostrados ao público.
Em 2013, o Canaltech marcou presença nas principais feiras de tecnologia do planeta!
O ano começou em Las Vegas, nos Estados Unidos, onde aconteceu a CES,
apontada como a principal feira de tecnologia do mundo voltada para o consumidor final.
A equipe do Canaltech passeou pelos corredores do evento
e mostrou pra você a primeira tela flexível exibida pela Samsung, as primeiras TVs curvas
do mercado,
o já falado Xperia Z à prova d´água entre muitos outros.
No começo de fevereiro a parada foi em São Paulo, para a Campus Party.
Transferimos nossa redação para o Anhembi e passamos a semana inteira colados nos geeks
e nas palestras.
Em julho, fizemos um tour pelo Vale do Silício e visitamos empresas como Google, Apple, HP,
NASA, Kingston,
Evernote, e também atrações super interessantes para os geeks que visitam a região, como
o Computer History Museum
e o Museu da Intel. Também na California, participamos da E3, a principal feira de games
do planeta,
onde foram mostrados o PlayStation 4 e o Xbox One.
O segundo semestre começou com um pit-stop em Nova York.
Conhecemos, em primeira mão, as novas workstations e monitores da HP.
Em seguida, atravessamos o Atlântico e aterrissamos em Berlim para acompanhar a IFA que,
ao lado da CES, firmou-se como visita obrigatória para quem cobre o mercado de tecnologia voltado
para o consumidor final.
Foi na IFA que vimos, em primeira mão, o tão falado relógio inteligente da Samsung,
o Galaxy Note III, o primeiro celular com câmera 4K, uma lente fotográfica para smartphones
entre muitas outras novidades.
De volta ao Brasil, cobrimos a Brasil Game Show, que mostrou-se bastante competente,
oferecendo muita diversão para nossos gamers.
Coisa digna de bons eventos consagrados ao redor do mundo!
Já no mercado corporativo, nossa equipe acompanhou de perto a Futurecom,
que aconteceu no Rio de Janeiro e contou com as principais empresas da área de Telecom
e infraestrutura em TI.
A mesma equipe da área corporativa foi parar do outro lado do mundo: na Nova Zelândia,
tivemos uma conversa exclusiva com o CEO do Mega, polêmica empresa criada por Kim Dotcom,
e conhecemos também várias outras startups e companhias de TI que estão transformando
a economia neozelandesa.
Se perdeu alguma dessas coberturas, tá na hora de conferir. Os links estão todos aqui
junto ao vídeo.
E essa primeira parte da retrospectiva 2013 do Canaletch termina por aqui.
Sexta que vem tem a segunda parte com trollagens, memes e besteiras que marcaram a web ao longo
do ano, mundo gamer
e o lançamento da nova geração de consoles, filmes, redes sociais, polêmicas...
enfim, tem muita coisa que não coube nessa primeira metade.
Te vejo sexta que vem com a nossa continuação. Até!