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Olha lá!
Só isso?
É o que a patroa me deu.
Era para ser mais.
Vamos subindo que é tarde, vamos.
Osvaldo, vamos caçar?
Tá bom.
Ele sonhou.
Sim, ele sonhou de novo.
Você não pode deixá-lo sozinho,
Fica atento.
Vamos.
- Traz alguma coisa pra gente comer. - Tá bom.
- Vão caçar de novo? - Hoje vamos conseguir!
Vocês não servem pra isso!
Índio!
Fora daqui, índio!
Vocês ainda vão levar um tiro!
Olha, um macaco!
Não erra.
Fugiu.
Vou avisar os outros.
Agora vocês vão pra onde fica tudo bem.
Vamos voltar.
Põe ela com o rosto pra baixo.
Anguè está aqui, eu estou sentindo.
Estou devolvendo as tuas coisas.
A sua pulseira, o celular, as roupas e os sapatos.
Não quero as suas coisas em casa, não quero mais saber de nada.
Você nunca me deu ouvidos.
Você sempre foi teimosa, Mas agora você está sozinha.
Não quero mais as suas coisas.
Agora vou embora. Vai ficar sozinha.
Não quero mais viver aqui.
Se mexe, tá queimando tudo!
Rápido.
Osvaldo sonhou com a Elma, ele sabia que ela ia se enforcar.
Quem é o Osvaldo?
O filho da Lia.
Então preciso ensiná-lo a ser um xamã.
A gente não pode continuar a viver na reserva.
Precisamos voltar pra nossa terra, pro nosso tekoha.
Se não vamos todos morrer.
... casos de suicídio continuam na região da Grande Dourados.
Mais duas indígenas foram encontradas mortas na manhã de hoje,
duas indígenas adolescentes,
uma de 17 anos e outra de apenas 14 anos...
Abaixa essa porqueira aí.
Não sou índio não...
Masca, masca o troco.
Eba!
Ei Nádio, tudo bom?
Bom dia.
Bom dia. O que que manda aí?
Tem uma lista aqui.
Nádio, eu não vou mais vender fiado pra você não, hein?
Você fica me devendo dinheiro, me enrolando...
Fiado não!
O que é isso, rapaz?
Você nunca vai ter dinheiro pra pagar isso daqui.
Não, não! Não.
Então eu te deixo a carroça e o cavalo.
Quanto é que vale isso aí?
Dois mil.
Dois mil? Isso aí vale mil, no máximo, e ainda com muita boa vontade.
Isso nem cavalo é direito.
Mil. Mil, tá?
Fala: mil.
Mil.
Te dou uma pinga.
E a carona também.
Carona pra onde?
Steves, vê dois fardos de farinha, três de arroz, óleo, erva...
Vamos embora, eu não posso mais esperar, vamos.
Aqui, nós vamos parar aqui.
- Aqui? - Aqui!
Nádio, aqui é a terra do Moreira.
Nádio, Nádio, aqui é a terra do Moreira.
Vamos voltar, eu levo vocês de volta, vamos.
Vamos ficar aqui mesmo.
Eu levo vocês agora.
É aqui!
Este é o nosso tekoha.
Os nossos antepassados estão sepultados aqui.
Vamos ficar aqui.
Vamos morrer de fome!
Ninguém vai morrer de fome. Vamos caçar e você vai ter que aprender.
Eu não vou entrar na floresta. Anguè está lá!
Isto aqui tudo era floresta.
Tudo floresta.
O que aquele povo tá fazendo ali?
Não sei.
Olha aí, você deu a mão e agora eles querem o braço.
Isso começa desse jeito e depois vira um problema sem fim.
Amarra.
Está chegando alguém.
- Como vai? - Bem.
- Quem é o Nádio? - Eu.
É você?
Meu nome é Tito.
- Estou muito cansado. - E?
Ouvi dizer que vocês estão montando acampamento e vim pra ficar.
- Pra ficar? - Sim.
Você acha que vamos ficar aqui por muito tempo?
Não sei.
O sol já está se pondo.
Logo, logo vai escurecer.
É ele.
Verdade que você sonha com o futuro?
Sim.
Então você pode ser um xamã como eu,
mas tem que começar agora e do jeito certo.
Tem que aprender a reconhecer as vozes boas
e a se defender de Anguè, o espírito do mal.
Você tem que pegar a maraca,
acariciá-la sempre e tocá-la,
porque ela vai te proteger.
Me dá a maraca.
Essa é a sua maraca.
Você tem que cantar e rezar.
Tem que tocá-la o tempo todo.
Mais alto!
Nádio, ele tá sonhando de novo.
Acorde-o.
Osvaldo...
vai pegar água.
Vai embora!
Vai embora!
Vai embora!
A cadeira está toda cagada.
Mas eu limpo, e eles cagam o tempo todo.
Se cagam o tempo todo, você limpa o tempo todo.
Você tem um aí?
Tenho.
Tem isqueiro?
Tenho tudo.
Vamos?
O que que vocês estão fazendo aqui?
O que que você tá fazendo aqui?
O que que é isso?
Isso?
É, isso.
É o celular pra falar com Nhanderu.
Tá, é um celular.
Então você vai falar com esse Nhanderu em outro lugar, porque aqui a gente vai nadar.
Ai meu Deus, que bobinho...
Você veio pro rio pra rezar
ou para transar com a garota das pernas tortas?
Vamos.
Vamos!
Ei, olha!
Olha lá, já estão entrando pra pegar água.
Eu não quero que você deixe isso acontecer.
Eu quero que você fique aqui igual a um espantalho, pra botar medo neles.
Ei, minha bolsa.
Filho da puta!
Você vai morrer de fome aqui.
Eles estão vindo!
Aqui estão eles, são eles!
Senta aqui...
Olha pra essa garrafa. Você tem que ser tão transparente quanto ela.
E enquanto está se preparando para ser um xamã,
não pode tocar nenhuma mulher.
Vou te ensinar rezas secretas,
rezas muito poderosas que podem matar.
Esse nós vimos hoje.
Tuiuiú.
Tuiuiú?
Sim.
E...
Arara-azul.
Arara-azul?
Bem...
Gavião-de-penacho.
Muito bem!
E esse é o meu preferido.
O colibri, que aqui no Brasil é chamado de beija-flor.
Significa que beija as flores.
Agora vou mostrar umas fotos de índios brasileiros do século passado.
Esses não são os índios que vimos hoje!
Não, não mesmo. Os índios que vimos hoje...
Já contou pra eles que os índios daqui comem gente?
Cortam elas em picadinho e jogam elas na fogueira...
Maria! Maria, vou chamar seu pai!
Conta pra eles!
Mas não dá mais pra ter sossego aqui, né?
O que que foi?
Vamos parar com essa palhaçada, né?
Sai!
Lia!
Fala com o homem branco. Ele tem alguma coisa na cintura.
Deixa ele vir, ele não vai fazer mal a nós.
É apenas um revólver.
Não tenha medo.
O que você tá fazendo aqui?
Tô sem água.
Vai pegar no rio, lá.
Não posso sair daqui não.
Eu não vou te dar água não.
Vem.
O que você faz com essa arma? Se masturba com ela?
Você bate uma punheta com sua arma?
Seu punheteiro!
Nádio?
Nádio?
Oi, Tito, cadê o Nádio?
Oi, Nádio.
Oi.
Tudo bom?
Tudo bom.
Tem trabalho lá na fazenda Santa Rita.
Eu tô levando e trazendo o povo todo de graça. Vamos?
Quantos dias?
Uns 10 dias.
É muito.
Dez dias só Nádio, vamos?
Eu não vou não.
As mulheres não podem ficar sozinhas.
Eu vou.
Vai. Pega suas coisas e não volta mais.
Vamos, Tito! Vamos!
Vamos?
Mami, tem uma dona lá em Dourados querendo uma moça novinha, igual a você,
pra ser doméstica. Vamos?
Vocês que sabem.
Depois não quero vocês me perturbando lá na venda, pedindo fiado, hein?
Falando que não tem dinheiro pra comprar comida.
E aí, vamos trabalhar?
Não!
Não quero vocês lá na venda depois, hein?
Me ajuda!
Segura!
Onde é que você arranjou essa carne?
Pagamento do trabalho.
Deixa eu ver a marca?
Vai, deixa eu ver!
Vocês tão fazendo o que aí?
Aqui não pode montar acampamento.
O lugar de vocês é na reserva.
Vocês tem que voltar pra reserva, lá que é o lugar de vocês.
Ficar aqui pra quê?
Aqui só vai dar trabalho, e pra que isso?
Dá pra ela.
Toma, Lia.
Você tá aprendendo, não pode comer essa carne!
Não deve comer!
Essa carne não é boa pra você. Você tem que cantar, rezar.
Então o que eu posso comer?
Vai caçar! Mata outros animais.
Mas não sobrou mais nada pra caçar!
A onça nos ataca, mas é nossa irmã.
A cobra nos ataca, mas também é nossa irmã.
A vaca está na nossa terra. É nossa inimiga.
Você não pode comê-la!
Sei lá, arruma uma liminar, dá um jeito.
Eu não sou advogado, eu não sei.
Mas eles estão parados na frente da minha propriedade e eu não posso fazer nada?
Sei, sei, sei, tá.
Tá bom.
Não, eu espero. Estou no aguardo.
Oi.
Continua, tava tão bonito.
Não.
Por quê?
Você não pode ver.
Agora pode continuar.
Você matou a vaca, né?
Não se preocupada não, meu pai tem um monte.
Como é o seu nome?
Maria.
Onde você vai?
- Ver o homem de nariz grande. - É o pau dele que é grande, não o nariz!
O homem do pau grande!
Você não quer um pouquinho de água?
Quero.
Você tem bolacha pra eu levar pras crianças?
Tenho.
Quer um pedaço?
Quero.
Você come gente?
Você não toma banho? Cheiro de queijo...
Índia bonita!
Espeta na terra.
Vamos saindo daqui! Vamos saindo daqui!
Aqui não pode ficar.
Vai embora.
Embora!
Vamos, fora!
Tá ouvindo? Vamos!
Toma cuidado, hein? Não chega perto.
Se não você pega doença.
Não tem marca de onça, nem de cobra.
Febre aftosa não pode ser, né?
Então é o quê?
Feitiço de índio.
Eu vi flecha fincada na fazenda.
E o pajé.
Quatrocentos e quarenta, quatrocentos e quarenta...
Quatrocentos e quarenta, quatrocentos e quarenta...
Quatrocentos e cinquenta, quatrocentos e cinquenta...
Ela vale mais, ela vale mais...
Olha pra ele.
Eu disse pra ele se lavar.
O pau dele tá cheio de piolhos.
O que tá fazendo aqui?
Pegando água.
Fora daqui.
Olha que bunda gostosa!
- Ele tá vindo atrás de você! - Não, tá vindo atrás de você!
Cuidado, ele tá sempre de pau duro.
Tudo o que sobe, desce, mais cedo ou mais tarde...
Ele vai chegar aqui com o pau pra fora.
Vocês têm que sair daqui, agora! Rápido!
Olha o pintudo, sempre resmungando...
Você sempre pede água pra mim. Você ajuda a levar a água!
Agora você canta pra gente.
Não canto nada!
Canta!
Não vou cantar!
Canta!
Se vocês saírem daqui, eu vou cantar.
Canta!
Fez escapar o bicho!
O que que era?
Era pra ser o meu almoço.
O que que era?
Um macaco.
Por que você reza sempre no rio?
Eu tava rezando lá.
Fico rezando lá pro Nhanderu,
pra eu ver o futuro das pessoas.
Se eu fico rezando posso até quebrar a sua moto.
Por que você vai quebrar a minha moto?
Se eu quiser eu posso.
É dificil andar de moto?
Não.
Você me ensina? Sobe.
Mas se comporta, hein?
Aqui você acelera, tá vendo?
Sim.
Vai soltando a embreagem devagar e bate com a marcha.
Entendeu? Quer tentar?
Tá bom.
Devagar.
Vai.
Para!
Neo!
Neo!
Escuta bem, você tem que levar esse dinheiro pra eles.
Diz que eu tenho trabalho na semana que vem, mais turistas.
Mas tem uma condição: eles têm que voltar pra reserva, tá?
Mas isso aqui não dá nem pro frete.
Quanto é o frete?
300.
O que me trouxeram hoje?
Arroz e feijão.
Não tem carne não?
Ah, o que mais você quer?
E você não vai ficar comigo à noite?
Não.
Ah, que pena...
Mas não sabe nem transar, viado!
Pergunta pra sua irmã!
- E aí, tudo bem? - Tudo.
A patroa mandou esse dinheiro e disse que vai dar mais.
Tem mais trabalho pra vocês.
Mas vocês têm que ir embora daqui e voltar pra reserva.
O que é que ela tá dizendo?
Ela trouxe dinheiro, mas nós temos que ir embora.
E por que você não vem viver com a gente?
O que eu digo à patroa?
- Ela deu o dinheiro? - Sim.
Me dá. Tenho que comprar muitas coisas, porque mais pessoas estão chegando.
Não dou, tenho que comprar comida.
Tem muita comida na floresta.
Não é verdade, não tem nada lá, só Anguè...
Para de pensar em Anguè, os mortos estão mortos, pensa nos vivos.
Não vou te dar. Vai caçar! A gente precisa do dinheiro pra comida!
Não vou te dar.
Mami, vim te ajudar.
Toma!
- Por que você veio? - Pra te ajudar!
Por que você parou?
- Põe o balde no chão. - Por quê?
Põe no chão.
Pega na minha mão.
Por quê?
Quero ficar com você.
Você é muito novo pra mim.
Mas eu quero você.
Você é muito novo.
Mami, eu te amo.
Eu também te amo, mas você é muito novo pra mim.
Não podemos.
Pai, Mami não quer ficar comigo.
Você é muito novo pra ela.
Mas eu vou crescer.
E vou casar com ela.
Pessoal... Oi Tito, chega aí.
Chega aí, pessoal.
Osvaldo, chega aí.
Nádio!
Nádio!
Ó, tem um trabalho bom lá na fazenda do Irajá.
Vinte reais por dia mais o almoço.
E eu tô levando de graça, hein?
Daqui ninguém vai, aqui é o centro do movimento.
Por quantos dias esse trabalho?
5 dias, 100 reais mais comida? Vamos embora!
Vamos trabalhar, não sobrou nada pra comer.
Por que não vai?
Que eu quebro essa desgraça aí.
Vamos trabalhar.
Vamo lá, pessoal!
Vem você também.
Vamos embora, gente!
Vamos! Vamos trabalhar!
Eu não vou trabalhar. O xamã me mandou cantar e rezar.
Vamos embora!
Não vai!
Vem! Vem!
Sem chuva, sem pássaros!
Traz um pouco de chuva de Londres.
Vem cá, você tá achando que eu sou um imbecil, é?
O que que deu na merda da tua cabecinha de mandar dinheiro pros índios?
Você acha o quê? Que você vai mandar dinheiro, eles vão embora e muito obrigado?
Estou trabalhando.
Olha, você tem que entender...
Você tem que compreender que você...
você não entende nada do que tá acontecendo aqui.
Você é uma gringa que acabou de chegar.
Da próxima vez que falar assim comigo eu vou embora mesmo, tá?
Só não se mete com as minhas coisas, deixa que eu resolvo do meu jeito.
E ainda arruma uma índia pra trabalhar aqui!
Quem que tá fazendo barulho aí?
Eu não quero ouvir música de buca aqui dentro.
Cala a boca!
O que que é aí?
Nós estamos fazendo tererê no cabelo das crianças.
Qual é o seu nome?
Jéssica.
Tchau!
O que você trouxe?
Isso.
Você só trouxe isso?
Todos esses dias de trabalho e isso é tudo o que você traz?
Você não disse que estava indo.
Você estava muito bêbado naquele dia.
O centro do movimento é aqui, e você sabe.
Você fez o que queria e se vendeu pro fazendeiro.
Irineu, você não tem vergonha?
Você tem obrigações,
e você não obedece.
Agora eu quero que você vá embora.
Pega isso e some.
Você é muito duro com seu filho.
Fala com ele com mais jeito. Um dia ele vai ficar no seu lugar.
Lia,
preciso te dizer uma coisa.
O quê?
- Eu quero ficar com você. - Não, eu não quero você.
- Por quê? - Não gosto de você.
Mas eu estou sozinho, e você também.
Mas eu não quero você.
Por que não?
Eu quero você.
Vamos.
Você vai morrer velha e sozinha!
Osvaldo! Osvaldo!
Irineu... você costumava ir caçar e agora não vai mais.
Você foi atrás dos seus amigos,
foi trabalhar no campo
e se vendeu pro fazendeiro.
Foi você que fez isso com você.
Fez porque quis.
Ninguém te obrigou a nada.
Mas agora chega!
Vou te esquecer e te deixar.
Você era meu filho, minha família.
Mas agora não quero mais saber de você.
Vou deixar você sozinho, estou indo embora.
Não chorem.
Vamos embora, senão Anguè vai entrar em vocês.
Você nunca viu uma mulher?
Homem do pau bonito!
Índia bela.
Pau grande!
Homem do pau grande!
Homem gostoso.
Homem bonito.
Pau gostoso!
Pau grande mesmo!
Homem gostoso.
Sai.
Sai fora.
Por aqui!
Venham por aqui!
A terra tá em litígio lá em Brasília
e é a Justiça que vai resolver agora o problema.
Enquanto isso, Nádio, é bom você não deixar o seu pessoal
entrar nas outras plantações
e, principalmente, na sede.
O Moreira vai segurar o pessoal dele, não deixar entrar na área ocupada.
Se acontecer alguma bobagem, eu vou ter que colocar
o efetivo da Polícia Federal na parada.
Eu não quero ver a Justiça desrespeitada, ok?
Olha, o senhor me desculpe, com todo o respeito procurador...
mas eu não sei como o senhor pode falar de justiça
vendo essa terra invadida,
terra legal, legalmente titulada em cartório.
Nós não precisamos de título que você fala...
eu não conheço, não entendo, nem interessa também...
Que nós estamos aqui, a terra é nossa.
Não temos mais mato, não temos mais outras coisas pra gente sobreviver,
mas nós estamos aqui e nós vamos ficar aqui.
Essa terra aqui,
o meu pai chegou aqui há mais de 60 anos,
são três gerações. Eu nasci aqui.
A minha filha foi criada aqui.
Eu trabalho nessa terra, de sol a sol, pra fazer disso aqui um lugar produtivo.
Eu planto comida, pras pessoas comerem.
Vocês ficam aqui até o Moreira sair.
Atenção, Viatura 147, central pede apoio. Viatura 147, rebocar-se para área central...
Olha aí!
Isso me dói muito.
A única maneira de acabar com esse cupinzeiro é encontrar a rainha e matar.
Só que se acontece alguma coisa com um índio desses,
aí as suspeitas vão todas cair em cima de mim.
Moreira, se você não cortar esse mal pela raiz,
isso que tá acontecendo aqui na sua fazenda vai acontecer em todas as outras.
Terceira cabana, está dormindo.
Você é o Nádio, rapaz?
Você é o Nádio?
Você é o Nádio?
Parado! Parado!
Você é o Nádio?
Não! Eles vão me matar!
Pra que arrumar tanta mala também?
Por favor...
Tá certo aqui?
Eu quero que vocês tomem conta da minha casa.
Eu vou passar um tempo fora, uns três, quatro meses,
até que essa situação se resolva.
Foram vocês que mataram meu tio Nádio!
Seu irresponsável!
Maria, você também, sua vagabunda, sua vadia!
Sua biscate!
Covardes! E agora fogem!
Seu filho da puta! Você o matou!
Seu desgraçado.
Seus desgraçados.
Eu não tenho medo de vocês!
E nem de você!
Por que tá apontando essa arma pra mim?
Eu vou te matar, vamos!
Se é pra atirar, atira na minha cara então!
- Homem de orelhas grandes! - Vai embora!
Você vai fazer uma coisa... dá um recado pro seu patrão:
eu vou pegar ele ainda,
vou cortar a cabeça dele!
Eu ganhei, e você perdeu!