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Aqui em Roma no século 17 d.C. uma organização foi fundada para dar um novo ímpeto
à polinização renascentista de belas artes e de ciências naturais:
a Accademia dei Lincei.
A Academia do Lince, nome dado em homenagem à boa visão desse animal.
O grupo era uma mistura de academia científica e um clube de cavalheiros.
Chegou a nomear até Galileu como um dos integrantes.
Mas no campo do desenho, a academia é significante por causa de um homem e sua força motora excêntrica:
Cassiano dal Pozzo.
Cassiano reconheceu que ele estava vivendo dentro de uma explosão de conhecimento científico.
No período em que foram inventados o microscópio e o telescópio,
ferramentas ópticas que possibilitaram novas maneiras de ver e de desenhar.
O desenho se tornou muito importante para Cassiano, era uma maneira de
alimentar sua insaciável curiosidade científica.
E ele teve a idéia extraordinária de encomendar uma grande coleção
de desenhos científicos. O suficiente para conter todo o conhecimento humano
ao mesmo tempo que produzia conhecimento de uma maneira visual direta.
Era uma grande e ambiciosa idéia, e ele chamou isso de "Museo Cartacceo", ou Museu do Papel.
Vigiado pelo presidente do museu, eu fui permitido ver alguns desenhos que a academia ainda possui.
Cassiano divulgou o seu projeto por toda a Europa, e encomendou centenas de artistas de diferentes países
para desenharem tudo que o mundo natural pudesse oferecer
400 anos depois, os desenhos ainda são fascinantes.
Essas representações coloridas de diferentes espécies de pássaros parecem ter sido finalizadas ontem.
A riqueza do Museu do Papel se espalhou. O vivo, o morto. Animal, vegetal, mineral.
Não apenas um tipo assunto, mas todos os tipos de assuntos
Quando o projeto terminou, existiam cerca de 15.000 desenhos em aquarela no total.
Mas se você realmente quiser desvendar os segredos do "Museo Cartacceo",
você precisará acesso à biblioteca real.
Em um de seus raros momentos de lucidez,
George III compartilhou os desenhos existentes em 1762, e eles estão aqui desde então.
Cassiano era um homem muito versátil, mas se ele tinha um interesse sobre todos os outros
era por ontologia.
Então não há dúvidas de que um dos mais espetaculares desenhos no Paper Museum
são de pássaros, como este pelicano de tamanho quase real, feito com maravilhosas cores vívidas.
Ao analisar os desenhos, é possível ter uma noção da enorme variedade de temas representados.
Há desenhos de todos os tipos de coisas.
Um melão mutante de duas cabeças.
Alguns utensílios romanos para a cozinha.
Uma grande e detalhada imagem de um gato civet.
Detalhada até demais, eu diria.
Da mesma maneira que é um museu, é também um labirinto de papel,
então para me guiar por ele eu fui até o expert Martin Clayton.
O Museu do Papel, às vezes eu penso como sendo um tipo de sistema intelectual de rodovias,
onde você tem essas rodovias que não levam a lugar nenhum e essas estradas que parecem apontar para um futuro...
Sim, claro. Mas é só um retrospecto do que você já viu. Eles não sabiam que essas estradas não levavam a nada.
Então eles investigavam todos os fenômenos da natureza que eles podiam, para ver o que poderiam descobrir.
- O que é isso? - Isso é um brócolis, um brócolis gigante.
Nós temos que ver ele em tamanho real.
Eles usavam o microscópio para fazer algumas investigações.
?
Esse é um dos milhares de desenhos de antigüidades que Cassiano coletou.
?
Da mesma leva, nós temos esse lindo desenho, os dois lados de prato de peito.
Esse é talvez o único desenho que nós podemos identificar na coleção de Cassiano que é de Nicholas Pussah.
- Este é de Pussah? - Sim!
Devido ao estilo nós podemos estar certos disso.
Ele foi, sem dúvida, um dos grandes artistas do século 17 d.C. em Roma.
E Cassiano foi o seu maior patrono, ele adquiriu mais de 40 pinturas de Pussah.
Mas esse é o único desenho que Pussah parece ter feito para o Museu do Papel.
De fato é um dos únicos desenhos que pode ser atribuído a qualquer um dos artistas.
Na maior parte, os pratos individuais, Cassiano compilou em bonitos volumes para servirem como tema do desenho.
E o fez de maneira objetiva.
Mas ser o que é é o que importa. A coisa, nestes termos, sendo antigüidades romanas
bonitas e bizarras ao mesmo tempo.
- Isso aqui eram colheres romanas? - Sim. E aqui o fundo de um espelho.
Aqui é a frente, e o fundo, do mesmo objeto.
Isso aí é um cara com um pênis na cabeça?
Sim, é um cara com um pênis na cabeça.
?
Você poderia olhar para o Museu do Papel e pensar:
?
Todo tipo de planta e fruta, todo cogumelo...
Mas por trás dessa produção imagética, reside um sério objetivo.
O Museu do Papel representa a fundação da ciência moderna.
Ele estabeleceu as bases para o método empírico de pesquisa.
Talvez tenha levado anos e anos de desenhos. Mas o que é dito é que:
"No conhecimento humano, nenhum progresso pode ser feito...
sem se analisar tudo que você pode, sobre tudo que existe."
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