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Desde o momento que somos concebidos
até o dia em que damos nosso último suspiro,
a ciência e a forma como a usamos,
toca cada um de nós.
A ciência deu um imenso poder para salvar e nutrir a vida.
Mas o ritmo das mudanças é tão grande que muitas vezes não temos tempo
para parar e apreciar quão longe chegamos.
É por isso que eu quero compartilhar com vocês
dez dos mais importantes avanços científicos de nosso tempo,
e revelar algumas das coisas que estão por vir.
No final do programa, vou pedir a você que vote
no avanço que você acha que mais fez mudar seu mundo.
Teve um enorme impacto em nossa sociedade.
Realmente mudou sua vida, não foi?
Então, você é a mulher biônica perfeita?
E o vencedor? Bem, cabe a você. 1100 00:01:03:000 --> 00:01:07,000 COMO A CIÊNCIA MUDOU NOSSO MUNDO?
É um pequeno passo para o homem, um salto enorme para a humanidade.
Nos últimos 50 anos, vimos a ciência transformar nosso mundo.
Em meio século, ela combateu inúmeras doenças,
colocou homens na Lua,
e mudou completamente a forma como nos comunicamos.
Estes são os meus dez melhores avanços.
Algumas coisas você pode adivinhar, outras, você pode achar surpreendentes.
O primeiro avanço a ter lugar em meu Top 10 quase ficou de fora,
porque é quase demasiado velho!
Há algumas mulheres que preferem fingir que não se interessam por ele.
E há quem gosta de ser abordada pelo homem.
Mas para todos os mais velhos,
ela tornou um monte de pessoas muito felizes.
Ah, como eu perdi minha virgindade!
Caramba. Minha mãe teria um ataque.
Fizemos uma aposta, eu e essa garota, para ver quem perderia primeiro.
Foi terrível! Mas...
Nós estávamos tendo uma época maravilhosa!
Quando eu era estudante de medicina, o que foi há mais tempo
do que eu realmente gostaria de mencionar,
houve uma revolução que algumas pessoas afirmam:
transformou a nossa sociedade.
Foi, é claro, a pílula anti-concepcional.
Em 1961, a pílula foi liberada na Grã-Bretanha.
O dia é impresso ao lado de cada pílula.
E visto que ela pode se lembrar que dia é hoje,
uma mulher pode saber se ela tomou ou não a pílula de hoje.
Os fabricantes fazem o seu melhor para torná-las infalíveis -
eles não querem perder sua reputação
com o chamado "erro piloto".
Hoje a vemos como algo normal
mas, para aquela primeira geração, foi revolucionário.
Eu era uma professora
durante aquele tempo,
e rolou na faculdade
que havia um certo médico em Doncaster que dava a pílula,
logo, todas nós fomos direto pra lá.
Curiosamente, todas nós, pacientes, éramos chamadas de "senhoras",
quando você era chamada para ver o médico.
Nem lá você era uma "Senhorita".
Nós sabíamos que havia uma clínica privada,
mas você tinha que pagar por isso, então, precisávamos de outro modo.
A pílula apareceu em cena em um momento de grande convulsão social,
e tornou-se uma grande parte dessa mudança.
Eu me senti muito livre.
Ficar livre desse medo de engravidar era incrível.
Eu sabia que estava assumindo o controle de minha própria vida.
Havia um bocado de coisas nos jornais sobre a pílula:
Ah, as mulheres vão ficar oferecidas.,
e muito mais, você sabe. Não foi assim comigo.
Eu poderia planejar meus filhos e minha carreira,
que era muito importante para mim.
Mas o que ninguém previu foi que a pílula indicava que mais mulheres
tenderiam a engravidar mais tarde, e o risco de infertilidade.
Mas aquela liberdade para planejar tinha, em média,
mudado a vida da maioria das pessoas para melhor.
E por essa razão, a pílula tem de estar em meu Top 10.
É pequena, mas teve um enorme impacto sobre nossa sociedade.
Sua influência libertadora tem sido um dos avanços mais importantes
nos últimos 50 anos.
Assim como a pílula transformou a vida das mulheres, na década de 1960,
a ciência está mudando nossa relação com os contraceptivos novamente.
Bill e Rachel estão prestes a iniciar um ***
para um novo anticoncepcional que não precisa ser tomado todos os dias.
Você teve três filhos,
e você ficou grávida mesmo com a pílula, em cada vez?
Isso. Nada a ver com a pílula, só a ver conosco.
- Você não tomou corretamente? - Essa é uma razão.
Então, que métodos contraceptivos você já tentou?
Nós tentamos abstinência, porque ele estava na Marinha,
de modo que funcionou por um tempo, com ele indo embora.
Nós tentamos um pouco de preservativos no início.
E por que você não quer tomar mais a pílula?
Eu realmente não sou boa em tomar isso,
e ficaria aliviada em não ter diferentes produtos químicos,
fora o estresse de saber que me esqueci.
E você não se importaria de seu marido tomar os produtos químicos?
Não. Ele pode.
Eu acho que seria ótimo para ele assumir alguma responsabilidade.
O anticoncepcional que estão prestes a tentar é para Bill, não Rachel.
Agora, eu sei o que vocês podem estar pensando -
Se eu fosse uma mulher, eu não deveria confiar em um homem,
mesmo um bombeiro confiável, como Bill, para tomar a pílula.
Mas essa pílula é, na verdade, um conjunto de injeções
que vai deixar Bill temporariamente infértil.
Então, o que na terra fez você tomar parte nesse ***?
Para mim, é apenas sobre ser capaz de assumir o papel da
contracepção de Rachel, e eu ser responsável por isso,
em vez de deixar tudo para Rachel.
E sobre os efeitos colaterais que eles falam
sobre a contracepção masculina, isso preocupa você?
Há alguns efeitos colaterais de que nos avisam, como ganho de peso,
acne, irritabilidade.
Eles disseram que você pode desenvolver seios?
- Eles disseram isso. - Sim.
- Você é um bombeiro, não é? - Eu sou.
Você discutiu isso com seus companheiros no trabalho?
Estranhamente, não.
- Por quê? - Quero dizer...
A gozação não teria fim, não adianta...
É um ambiente muito machista.
É, suponho que sim, é fertilidade e um cara,
você sabe, sou macho mesmo.
E você compreende como a ciência disso realmente funciona?
Eu não.
- Gostaria de saber? - Sim, por favor.
Deixe-me explicá-lo a vocês.
É realmente surpreendente e, em alguns aspectos, é similar
à pílula feminina, o contraceptivo oral que as mulheres tomam.
E, essencialmente, realmente funciona no cérebro, então, este é um corpo,
o cérebro envia um sinal
para fazer um ovo ou fazer um espermatozóide, OK?
Agora, a pílula é um hormônio que inibe o cérebro,
dizendo que o ovo já está sendo feito, quando não está sendo feito.
Assim, o cérebro pensa que a mulher está ovulando e deixa de enviar a mensagem,
e é exatamente isso o que acontece com a contracepção masculina também.
Por isso, se você tomar o hormônio masculino,
isso diz ao cérebro: "Eu estou produzindo bastante esperma",
então ele se desliga. É uma idéia bem elegante,
e o resultado disso é
um dos exemplos mais interessantes, na biologia, de como o corpo funciona.
A idéia é que as injeções irão lidar com as mensagens biológicas de Bill
durante meses.
Esta foi idéia sua.
Assim, o primeiro a entrar na minha lista é a pílula - revolucionária nos anos 60,
e que ainda se reinventa, quase 50 anos depois.
- Fantástico. - Fantástico.
Meu próximo avanço também teve um impacto dramático nas nossas vidas.
Na verdade, é tão significativo que desempenha um papel
em quase todas as outras invenções na minha lista.
Quando eu era estudante, eu trabalhei em uma fábrica de rádio.
O Sr. Benzimra me pagava 5 libras por semana,
um valor irrisório,
para soldar pequenos componentes sobre uma placa de circuito impresso, como essa.
Mal sabia eu que, do outro lado do Atlântico,
um homem iria revolucionar todo o processo.
Um engenheiro chamado Jack Kilby achou um meio de compactar todos esses componentes
em uma extraordinária coisa pequena.
É isso, o pequeno microchip.
E, desde sua invenção, 50 anos atrás, houve mais progresso
médico e científico do que em qualquer outro período da história humana.
O microchip tem que estar em nosso Top 10. Do momento em que acordamos
à hora de irmos para a cama, ele afeta cada parte de nossas vidas.
Sem o microchip, não haveria laptop,
nenhum cartão de crédito, nenhum celular.
Em suma, sem o microchip, ainda estaríamos vivendo nos anos 70.
Espanta-me que hoje
todos os elementos da velha placa de circuito eletrônico
que eu soldei, quando um estudante, só possam ser vistos com um microscópio.
E, agora, a tecnologia está decidida a fazê-los ainda menor.
Estou no Centro de Nanotecnologia de Londres,
onde eles fazem as menores partículas possíveis.
E a razão pela qual estou usando o traje é porque qualquer célula da pele
na atmosfera, contaminaria o que eles fazem.
E aqui, na ponta do meu dedo,
temos um pequeno chip eletrônico.
Neste chip, eles podem colocar 50 milhões de transistores.
Essa, a próxima geração de mini-milagres,
é tão pequena quanto possível... por ora.
Cada componente eletrônico nesses circuitos é menor do que um vírus.
E a miniaturização significa que os chips, como os vírus,
estão ficando mais perto de nós do que poderíamos imaginar.
Bem, aqui está uma coisa.
Esse microchip é feito de uma substância totalmente comestível.
Então, quando você o engole, ele é dissolvido pelo ácido
em seu estômago, e ele envia um sinal para um adesivo em seu braço.
E o adesivo em seu braço... tem esse pequeno dispositivo,
como um rádio, e se você não tiver tomado sua pílula...
Eu recebo uma mensagem no meu celular, dizendo:
"Você não tomou a sua pílula hoje."
Mas há um lado sombrio em toda tecnologia.
A livre proliferação do microchip traz algumas preocupações.
Vale a pena considerar que,
dentro de 50 metros de onde eu estou, na Piccadilly Circus,
deve haver pelo menos
50 câmeras de vigilância gravando cada movimento que fazemos,
acumulando um total enorme de dados sobre o qual não temos controle.
Como lidamos com essas questões é um desafio crescente.
O armazenamento de dados pessoais é, em grande parte, não regulamentado,
e fraude, roubo e perda de privacidade, no mundo virtual, preocupam muita gente.
Mas apesar de tudo isso, o chip está na minha lista,
e não deveríamos esquecer que, sem ele,
muitos dos outros avanços não teriam sido possíveis.
Incluindo o próximo.
No número 3 da minha lista, está um aparelho em cuja história, eu
ou meu coelho, Wilhelmina, feito aqui por um ator, teve um papel fundamental.
Bem, um papel, de qualquer maneira.
Encontrei alguns amigos da física num bar, tomando cerveja numa noite,
e eles disseram: "Nós acabamos de construir esta máquina com muitos fios,
cordas, cera de lacre e uma tela de televisão velha,
e ela é chamada "Máquina de Ressonância Magnética" (IRM).
Você não gostaria de pôr seu coelho dentro dela?"
Assim, fomos para o porão do Hospital Hammersmith
e colocamos Wilhelmina gentilmente na máquina.
Fiquei um pouco preocupado com isso, e depois de 20 minutos cozinhando,
conseguimos uma fotografia, e parecia um pouco com isso.
Apenas um borrão.
Não percebi que isso seria tão revolucionário em sua época.
Acho que meu coelho de estimação
foi um dos primeiros organismos vivos a ser fotografado assim.
E a tecnologia, que estava, então, em sua infância,
foi se tornar o scanner de ressonância magnética.
Durante boa parte de minha carreira na medicina,
os raios X foram a forma mais eficaz de olhar dentro do corpo humano.
Mas eles não dão uma imagem clara de todos os órgãos atrás dos nossos ossos.
A ressonância magnética mudou tudo isso.
Engenheiros primeiro usaram a IRM para olhar dentro de metais.
Agora, somos capazes de ver, diretamente, tecidos vivos
e isso tem fornecido novas incríveis idéias
sobre o mais complexo órgão do corpo humano.
Acho realmente humilhante que esse espaço, esse objeto inanimado,
esse cérebro, seja o local onde alguém se sente irritado, triste, e amado.
E o que é extraordinário é que, até bem recentemente,
não tínhamos idéia de como ele realmente funcionava.
Uma pesquisa excitante da Universidade de Cambridge
está usando a IRM para ver como a mente funciona.
- Robert, Olá. - Prazer em vê-lo.
No scanner na porta ao lado, está um voluntário que eu nunca conheci.
- Quero que olhe pra esse lado. - Não olhar pela janela?
- Não olhe pela janela. - Então não posso ver o que faz.
Ao fazer algumas simples perguntas de sim ou não,
vou tentar descobrir um pouco sobre ele. Ou ela.
Se a pessoa no scanner tentar enviar um sim,
você verá uma área vermelha brilhante, de atividade, ao redor de seu córtex pré-motor,
no lado superior direito, no meio da cabeça.
Se a pessoa no scanner tentar enviar um não,
você verá a mesma área do cérebro iluminada,
mas com uma cor azul-esverdeada.
Você é um homem?
Lá vai.
Estou certo de que essa pessoa está enviando um "sim", agora.
Você tem mais de 1,80m de altura?
Agora tem uma área verde, então, isso sinaliza que a resposta é "não",
o que, na verdade, significa que esse homem tem menos de 1,80m.
Não podemos realmente ver o cérebro dizendo "sim" ou "não".
Isso seria muito difícil, mesmo para uma máquina de IRM.
Pediram a nosso voluntário para imaginar-se jogando tênis,
quando ele quiser dizer "sim", e quando ele o faz, a área do cérebro
que lida com o movimento, seu córtex motor,
mostra um aumento da atividade, e isso é fácil para a IRM ver.
E essa é a nossa última pergunta.
Você tem cabelo facial?
Novamente, ativação bem óbvia.
Eu diria que esse cara tem uma barba ou bigode.
Oi!
Muito obrigado. Sou Robert Winston.
Você certamente não tem 1,80m de altura, acertamos essa.
Um estudo recente, usando esta técnica,
nos deu uma noção sobre a comunicação com alguns pacientes,
que se pensava estarem em um estado vegetativo permanente.
Nós vimos um paciente, recentemente, que esteve assim, por cinco anos,
e ele foi capaz de usar essa técnica para enviar respostas de Sim e Não.
Certamente não é o caso de todos os pacientes,
mas agora sabemos que há um subgrupo desses pacientes
que provavelmente podem fazer mais do que pensam que podem.
É bem assustador, não é?
Você não acha que é realmente impressionante,
mas também, muito no limiar de nossa humanidade?
É, é algo que muitas pessoas acham difícil pensar a respeito.
A idéia de que você poderia ser preso dentro de seu corpo
e incapaz de se comunicar.
Felizmente, nós achamos uma maneira
de alguns desses pacientes contornarem esse problema.
Essencialmente, o que você está medindo são alterações no fluxo sanguíneo.
Nós estamos olhando pras áreas do cérebro que estão trabalhando mais.
Elas estão drenando o sangue, que está entregando...
oxigênio, e é isso que estamos medindo.
Eu não podia olhar pra alguém, com essa máquina, e dizer:
"Ele pensa que eu sou um completo idiota."
Não, isso pode ser verdade, mas ao menos, você não vai saber disso.
Sem dúvidas, a máquina de IRM
tem sido a forma mais importante de ver como nosso cérebro funciona.
E isso, por si só, a qualifica como um dos avanços
mais importantes nos últimos 50 anos.
Mas o que realmente se destaca, para mim, é sua incrível habilidade
de transformar vidas, através do seu uso na medicina.
Elyse Westrip, de 17 anos, tem epilepsia grave desde os 11 anos.
Exames de ressonância magnética tem recentemente revelado
que as convulsões são devido a um tumor cerebral.
Esta área brilhante aqui é a área que é anormal.
O que precisamos fazer agora é determinar o quão perto
a área a ser removida está das partes que realizam funções vitais.
Apesar de ter sido decidido que o tumor pode ser removido,
a má notícia é que está muito perto do seu nervo óptico.
A operação traz o risco de cegueira parcial.
Mas, para Elyse, é um risco que vale a pena.
Estou tentando esquecer os riscos
e apenas pensar positivo,
as coisas boas sobre fazer a cirurgia.
Sinto que vou ficar melhor.
Posso fazer minha vida ser como era antes.
A epilepsia ficou tão ruim
que decidi deixar a escola cedo, pois não podia lidar mais com ela.
Eu ficava muito chateada porque eu era diferente.
Ela mudou muito a minha vida.
O tumor está alojado 5 cm dentro do cérebro de Elyse.
No passado, pacientes submetidos a esta operação
correriam um risco significativo de sofrer danos cerebrais.
Mas, graças à IRM, o risco para Elyse é bastante reduzido.
Em um novo uso da IRM,
o scan é feito sobre uma imagem vista no microscópio do cirurgião,
e que irá ajudá-lo a navegar, através do cérebro saudável, e remover o tumor,
que é mostrado como uma linha pontilhada.
Após quase 5 horas de cirurgia, finalmente, o tumor é removido.
Esta é a amostra que veio até agora.
Estes são 4 centímetros da frente do pólo temporal,
que é exatamente onde o tumor cerebral está.
Acho que o tumor cerebral está neste pedaço aqui, bem no fundo.
E, depois, Elyse é verificada novamente
para garantir que nada do tumor permanece.
As imagens parecem incríveis. Fantástico.
2 meses depois, estou pronto para visitar Elyse fazendo 18 anos.
Olá. Feliz aniversário. Há algumas flores para você.
Estou feliz por ver que ela teve uma recuperação completa.
É surpreendente que apenas algumas semanas antes da operação,
ela tinha até 8 convulsões por dia.
Você não está tendo nenhuma convulsão mesmo?
- Nenhuma.
Então, realmente mudou sua vida?
- Isso. - É, é fantástico.
É incrível ver como a habilidade do cirurgião e a tecnologia da IRM
transformaram totalmente a vida de Elyse.
Os últimos 50 anos têm visto inovação, invenção e descoberta,
numa escala sem precedentes.
Eu estou escolhendo aqueles que creio serem os melhores,
os 10 maiores avanços científicos da segunda metade do século passado.
Até agora, vimos como a pílula revolucionou mulheres
e, de fato, a vida de todos.
Vimos o quase milagroso efeito do microchip,
em, bem, quase tudo,
e nos maravilhamos com nossa capacidade de sondar a mente,
graças à IRM.
Há ainda 7 do meu Top 10 por vir
e, após o programa, você terá a chance de votar no seu favorito,
o melhor dos melhores.
Enquanto isso, de volta à lista.
Minha quarta escolha, embora um pouco familiar,
tem o potencial de salvar o planeta.
Eu certamente não ficaria sem isso.
É uma das minhas invenções favoritas. É a lanterna.
Mas o grande avanço no uso da luz veio há 50 anos,
com a invenção do laser,
que concentra a luz num feixe bem estreito, com muita precisão.
É o maior avanço na tecnologia da luz
desde que a humanidade acendeu sua primeira vela.
Um laser produz uma luz tão concentrada
que pode queimar, cortar e destruir.
Desde o início, esse poder destrutivo
tem provocado a imaginação de escritores de ficção científica.
"Ele escolheu a própria morte!"
Mas a força também pode ser usada pro bem e, por isso, está em meu Top 10.
Eis um laser com a potência de 1W (Watt).
Se você não quiser usar sua energia e acender seu fósforo,
basta você segurá-lo no feixe de luz.
Um laser de 1W pode acender um fósforo.
Imagine, então, o poder
de um laser de 500 trilhões de Watts.
É exatamente isso que eles construíram aqui,
no Centro Nacional de Ignição, na Califórnia,
onde os engenheiros estão concluindo
a construção do laser que acabará com todos os lasers.
Na verdade, 192 dos lasers mais poderosos do mundo,
todos concentrados em um alvo minúsculo de hidrogênio.
Se eles puderem atingi-lo, todos ao mesmo tempo,
e quando digo ao mesmo tempo, quero dizer em um bilionésimo de segundo,
então, a energia no interior dos átomos será liberada,
criando, em um instante, 500 vezes mais energia
do que toda a rede nacional americana.
Esta incrível liberação de energia advém da fusão nuclear.
O que é energia de fusão?
Energia de fusão é o que está acontecendo dentro do sol.
Quando chocamos átomos de hidrogênio, essa fusão acontece.
Convertemos *** em energia,
e essa energia sai e podemos pegá-la,
transformá-la em eletricidade.
É assim que queremos dar energia à civilização. É energia de fusão.
Isso é o que esperamos conseguir nesta câmara.
O que é empolgante nessa energia, é que não há problema de poluição
e não temos o problema do aquecimento climático global.
Esse é o sonho. Esse sempre foi o sonho da energia de fusão,
e esperamos ser capazes de fazê-lo aqui.
- E sem resíduos nucleares? - Sem resíduos nucleares. Isso.
Eu só sei que nesse centro, nos próximos 2 anos,
talvez até em 1, descobriremos como podemos fazê-lo.
De fato, dentro dessa câmara, Ed e seus colegas
estão tentando criar e captar a energia de uma estrela
fundindo prótons em um átomo.
Uma fonte de energia tão poderosa que, se puder ser aproveitada,
seria o Santo Graal da mais barata e limpa energia renovável,
e reduziria nossa dependência dos combustíveis fósseis.
O que é totalmente extraordinário é que toda essa energia
que você está gerando, nessa máquina, está realmente aí.
Mostre-me aquela pequena cápsula.
Essa cápsula é onde está o combustível de hidrogênio.
Ele fica lá, próximo do zero absoluto,
e a luz do laser chega e o aquece como pode.
Quando o combustível explode,
aquele hidrogênio implode a quase 1,5 milhões de km/hora,
e é assim que fazemos a fusão acontecer.
A idéia de usar o laser
para resolver um dos grandes problemas da física -
a produção de energia verde, que pode salvar o planeta
utilizando fusão nuclear.
Esta parece ser uma razão importante para o desenvolvimento de lasers.
É interessante lembrar que, quando os lasers foram inventados,
ninguém imaginava quantos usos teríamos para eles.
É lamentável, mas verdadeiro,
que é na guerra quando surgem alguns dos nossos maiores avanços.
E o meu próximo se deve muito aos conflitos.
Eu estava no sul do Afeganistão,
em patrulha durante a noite, e pisei em um dispositivo explosivo (IED).
Eu me lembro de ver o flash,
de ser lançado ao ar, a queda,
e eu fui atirado a 15 pés de distância dos rapazes.
Eu sabia o que se passara imediato, pois me toquei
para ver se tinha todos os meus dedos, minhas mãos.
Eu tentei a minha perna, e pensei: "Não está lá. Muito bem."
Chequei a outra perna e estava sangrando muito.
Todos os ossos quebrados e tudo mais,
então, sabia que, provavelmente, não estaria lá quando acordasse.
Aqui estou.
Até recentemente, Sam não teria andado outra vez,
mas, agora, a ciência da biomecânica está chegando mais perto do que nunca
de imitar a complexidade e sofisticação de nossos próprios corpos.
No Centro de Reabilitação do Tribunal Militar Headley,
médicos estão ajudando centenas de soldados feridos, como Sam.
Sam, quando você foi ferido?
Início de agosto.
Então, você já está andando.
Então, quanto tempo? 5 meses?
- Aproximadamente isso, sim. - Bastante impressionante.
Deve ter sido um esforço maciço para você? Presumo que sim.
Mais do que um desafio. Tentei bater em alguns de meus amigos.
Vocês competem entre vocês?
Há muita concorrência entre nós pra ver quem é mais rápido.
Sendo soldados, vocês tendem a ser competitivos.
Sem dúvidas.
A coisa surpreendente sobre as pernas artificiais de Sam
é que elas são controladas por um computador.
Onde está o computador nisto?
Está justamente atrás da articulação do joelho.
Na canela, temos alguns medidores de tensão
e eles passam 50 leituras/segundo de volta para o computador,
o qual regula o sistema hidráulico.
É isso que deixa esse joelho tão estável, andando normal.
Nos primeiros dias, uma lesão teria resultado em quê pro Sam?
Provavelmente teria ficado em uma cadeira de rodas pro resto da vida.
Agora, ele passa praticamente o tempo todo com suas pernas, andando.
- Portanto, é uma mudança de vida? - Absolutamente. Sim.
Não há nada que você não possa fazer agora que você fizesse antes.
Esqui, natação, corrida, andar de bicicleta.
Você espera voltar para as pistas de esqui?
Com certeza. Se você tiver o material certo, a atitude certa,
você pode se sair tão bem quanto antes. Nada impede você.
E não são apenas soldados feridos
que estão se beneficiando com essa nova tecnologia.
Da cabeça aos pés,
a biomecânica está encontrando formas de reparar e substituir
a tão perfeita máquina natural.
O sonho da biomecânica é fazer as próteses serem realmente integradas.
E, para isso, elas precisam ser controladas pela mente do usuário.
Mas até recentemente,
interferir com o funcionamento do cérebro não era uma opção.
Mas hoje, isso tudo está começando a mudar.
A capacidade de investigar e manipular o cérebro
tem muitos benefícios em potencial, não só no controle de próteses de membros.
Diane Hire sofre de depressão há mais de 20 anos.
Sua doença era tão incapacitante
que até a levou a tentar o suicídio três vezes.
Então, me diga como é ficar deprimida.
É horrível, é como estar em uma caverna escura.
Ninguém por perto, frio, solitário.
Se você tem depressão, você não tem vontade nenhuma de viver,
e é como apenas um dia após o outro.
Na verdade, acho que eu me sentia morta por dentro.
Eu era como uma pessoa morta, vivendo e falando.
Tentei vários remédios e também tentei ECT - eletroconvulsoterapia.
Isso foi muito ruim também!
Em uma última tentativa de controlar sua depressão,
Diane passou por uma cirurgia inovadora,
na esperança de controlar sua depressão devastadora.
Em uma operação de cinco horas,
eletrodos foram inseridos 8 cm dentro de seu cérebro.
Para saber se os eletrodos estavam na posição correta, Diane era acordada
durante o procedimento, para que os impulsos pudessem ser ajustados.
Você sabe, quando eu acordei, eles disseram:
"Nós vamos ligar isso agora e você vai nos dizer qual a sensação."
E, no começo, eu me senti meio quente
e depois o ajustaram de outra forma, e meu coração ficou saltitando.
- Como você se sente? - Começando a sorrir. Sinto-me feliz.
Então, de repente, eu tinha esse sorriso enorme, bem no meu rosto.
E depois disso, puseram-me pra dormir novamente,
para terminar a cirurgia.
Você, do nada, se sentiu imediatamente feliz?
- Ah, sim, para mim foi instantâneo. - Como foi isso?
Incrível.
Era quase como se meu cérebro estivesse fazendo ginástica.
Sabe, é como eu costumava me sentir quando ia pro trabalho
e... e...
você sabe, tendo bons fins de semana e fazendo coisas.
3 anos mais tarde e Diane vive com um sistema
conectado em seu próprio corpo, como um marcapasso cardíaco.
E por onde é que os fios correm?
A caixa de controle está em seu peito, não é?
Isso. Começam aqui e, então, descem pela traseira de meu crânio,
por trás de meu pescoço e dão a volta, ligando-se
a uma bateria no meu peito.
Não lhe preocupa que haja algo experimental dentro do seu cérebro?
Não. Não, porque faz valer a pena.
Tão logo os eletrodos foram ligados, a depressão de Diane desapareceu.
E, claro, sua vida mudou totalmente.
De ponta-cabeça.
Eu acordo todos os dias, e eu penso: "O que o hoje trará?"
Fico empolgada com a vida que eu nunca tive.
Então, você é a mulher biônica perfeita?
Isso. Sim.
Mesmo como último recurso, parece absolutamente aterrorizante pensar
em pôr um dispositivo eletrônico bem no centro do cérebro,
da forma como aconteceu com Diane.
Mas você não pode retirá-lo, pois mudou completamente a vida dela.
Devido ao poder de transformar vidas e ao potencial de tratar tantas outras,
a biônica definitivamente tem um lugar no meu Top 10.
É o mais significativo avanço dos últimos 50 anos?
Cabe a você decidir no final do programa.
Ou talvez você escolha minha próxima escolha - uma invenção notável
que, mais do que qualquer outra, talvez, tenha causado mudanças.
Mudou a forma como eu trabalho.
Mudou a forma como eu vejo a nova arte.
Acompanho o que meus filhos estão fazendo.
- Comparo preços. - Olho resultados do futebol.
- Conversar com amigos. - Conversar com garotas!
- Arrecadar dinheiro para caridade. - Assistir ao noticiário.
Mudou a forma como eu faço minha pesquisa.
Na verdade, mudou nossas vidas de mil formas.
Eu, por exemplo, não poderia viver sem ela.
É, obviamente, a Rede Mundial de Computadores (World Wide Web).
É espantoso pensar que a maioria de nós
ficamos on-line pela primeira vez, há dez anos.
Minha 1° vez com a Internet foi quando fui, um dia, ao laboratório
e vi minha aluna chinesa de doutorado, digitando em sua tela.
E lá estava ela, digitando,
e, de repente, ela tirou suas mãos do teclado
e algumas outras letras apareceram logo abaixo.
Ela estava se comunicando com alguém em Hong Kong.
Eu pensei: "Isso nunca dará certo!"
A World Wide Web exigia que todos os computadores no mundo
sejam capazes de falar uns com os outros, usando uma linguagem comum.
Mas isso era impossível até 1990,
quando um cientista britânico, chamado Tim Berners-Lee,
descobriu uma maneira de conectar todo mundo.
Ele criou um código que permitia aos computadores partilhar dados.
E de repente, podíamos falar uns com os outros.
E uma nova era das comunicações começou.
Como a Web nunca foi patenteada, é livre e aberta para qualquer um usar.
Hoje, 1.7 bilhão de pessoas usam a web a nível mundial.
Oi, todos vocês, hoje vamos fazer lábios no estilo Hollywood.
Quando você frita ovos sem uma frigideira, vira uma bagunça.
Então, se você pode dançar assim...
Desde a invenção da imprensa
não víamos um salto assim na quantidade de informação,
livremente disponível para todos.
E nunca antes houve tal plataforma como essa para as pessoas comuns
fazerem ouvir suas vozes.
Esta é apenas minha opinião, se você discorda, sinta-se livre!
É como nós nos comunicamos com os amigos.
Um bilhão de nós usa sites de redes sociais
e 300 milhões conhecem as pessoas em um mundo virtual.
Nossos filhos a usam para interagir, aprender e jogar.
Transformou notícias e informações.
Nos negócios, todos nós nos tornamos comerciantes,
comprando e vendendo com o clique de um botão.
Apesar dos riscos de exposição à violência e pornografia,
problemas preocupantes que temos de encarar,
a Internet é um dos avanços mais significativos dos últimos 50 anos.
E, para mim, a Web é emocionante,
pois deixa todos nós participarmos na ciência, como nunca antes.
O Dr. Chris Lintott tem a tarefa de classificar
mais de um milhão de galáxias a partir de fotos tiradas por telescópios robóticos.
Ele ficou tão emocionado com a quantidade de dados,
que ele contratou milhares de voluntários on-line para ajudá-lo.
Mas o fato realmente emocionante
é que esses cientistas caseiros fizeram uma nova descoberta.
Há alguns anos, um grupo de nossos voluntários notou que
no fundo de algumas imagens, havia esses pequenos e redondos objetos verdes.
Eles os chamaram "ervilhas". Encontraram centenas deles e disseram: "O que eles são?"
Nós os olhamos com alguns dos maiores telescópios do mundo.
São galáxias explodindo de modo dramático na formação de estrelas.
São as mais eficientes fabricantes de estrelas no universo local.
Eles tinham passado despercebidos por astrônomos profissionais.
Foi somente graças a um quarto de um milhão de pessoas, suas poltronas
e suas conexões com a Internet, que chegaram a nosso conhecimento.
Galaxy Zoo é apenas um de uma série de projetos,
convidando o público a se envolver na ciência.
Quem sabe que progressos poderíamos fazer através de
colaborações, como essa, disponíveis pela Internet?
Este progresso enorme na forma como os seres humanos trocam informações
sem dúvida a torna um dos avanços definitivos, nos últimos 50 anos.
Será que o impacto de longo alcance da WWW em todas as nossas vidas
irá torná-la o avanço mais significativo?
Ou será que a revolucionária união do homem com a máquina
significa que a biomecânica recebe o seu voto?
Poderia ser a promessa de energia limpa para todos nós
que faz do laser o seu número um?
Antes de decidir, há mais quatro avanços a considerar.
O próximo tem o potencial de mudar tudo no que sempre acreditamos.
O que nos distingue de todas as outras criaturas?
É a curiosidade humana.
Por que estamos aqui? Para onde vamos?
Qual é o nosso lugar no universo?
Olhando lá de cima, você percebe
quão insignificantes somos.
Desde o início dos tempos, as pessoas se maravilham
com a imensidão que nos rodeia, e perguntam: "Como isso começou?"
Na década de 20, o astrônomo americano Edwin Hubble
mostrou que o universo estava se expandindo
e, dessa simples observação,
foi calculado que se você voltar no tempo...
tudo deve ter vindo à vida,
há quase 14 bilhões de anos, em uma grande explosão.
Para mim, o que acho tão empolgante sobre o Big ***
é a ambição da idéia.
Eis uma idéia que não é só sobre nosso planeta ou nosso sistema solar,
mas que une toda a nossa compreensão do universo.
E nos diz sobre nosso início, sobre de onde viemos
e, possivelmente, para onde estamos indo.
Mas a teoria do Big *** também prevê que o universo inteiro,
todos os planetas e galáxias que vemos ao nosso redor, vieram do nada,
o que parece loucura.
Quando foi proposta pela 1° vez, há quase 100 anos,
a idéia era controversa,
mas nos últimos 50 anos, a ciência começou a reunir provas concretas
de que o Big *** pode não ser uma idéia tão louca, afinal.
Em 1965, dois rádio-astrônomos, trabalhando nessa antena-satélite
em Nova Jersey, começaram a captar um sinal estranho.
Esta radiação vinha de algum lugar
no mais profundo espaço cósmico,
além de qualquer fonte de rádio que qualquer um de nós
sabia ou sequer sonhava existir.
A ousada explicação para a radiação foi que poderia ser
o último resquício do Big ***, ecoando através do espaço e tempo.
Talvez.
Em 2001, a sonda WMAP analisou essa radiação
e até produziu um mapa do universo primitivo,
que parecia, mais ou menos, provar a teoria do Big ***.
Mas, infelizmente, até agora,
ela não explicou por que o Big *** aconteceu.
No alto das colinas da Califórnia, no Observatório Lick,
astrônomos estão tentando calcular
a rapidez com que o universo está se expandindo,
na esperança de ser capazes de lançar alguma luz no problema.
E, ao fazê-lo, eles fizeram uma descoberta surpreendente.
Todos anteciparam que a gravidade iria desacelerar
a expansão do universo.
Assim, nós tentamos medir o quanto o universo desacelerara,
a fim de prever se ele expandiria para sempre,
embora mais e mais lentamente, ou se voltaria a colapsar.
Em vez disso, descobrimos que está acelerando. Não desacelerando.
Um universo acelerando...
Como isso funciona? Por que deveria fazer isso?
Bem, achamos que o universo é cheio de uma substância estranha -
nós a chamamos "energia escura", mas não sabemos nada sobre ela.
Logo, ela está lá e, de certo modo, é gravitacionalmente repulsiva,
fazendo com que o espaço se expanda, mais e mais rápido.
É muito bom dizer que o universo está se expandindo,
mas uma pergunta que confunde muita gente, inclusive eu, é -
No quê estamos expandindo?
Isso confunde a todos nós.
Podemos estar expandindo em um grande hiperespaço, um com mais dimensões.
E pode haver todo tipo de universos em expansão, dentro deste espaço maior.
E o nosso é apenas um desses universos no multiverso.
Eu aceito que o que você faz é incrivelmente interessante,
mas é inútil, não é?
Em certo sentido, é inútil, mas a natureza acelerada do universo
é importante, em parte, porque pode nos ajudar a compreender o Big ***.
Então, é o nascimento do universo e, assim, devemos tentar compreender
como é que isso aconteceu, e como o universo evoluiu desde então.
Mas o fato dos dados indicarem algo estranho,
não me parece controverso, nesse ponto.
Por que o Big *** é uma de minhas 10 grandes ideias?
Bem, é simbólico.
É símbolo de algo que nos torna unicamente humanos -
nossa curiosidade.
E é isso que nos move, através da ciência, adiante.
Tivemos a audácia de lidar com o espaço exterior,
mas também tivemos a coragem para abordar o espaço interior.
Meus últimos três avanços são todos sobre a compreensão de "Nós".
Começando com um livro notável, publicado no ano 2000.
115 volumes, como este,
contêm a impressão do genoma humano de um único indivíduo.
Três bilhões de letras.
É a receita para fazer de você quem você é.
Ela revolucionará o diagnóstico,
prevenção e tratamento da maioria, se não todas, as doenças humanas.
Há dez anos, decodificar o genoma humano
era visto, por muitos, tão importante quanto colocar um homem na Lua,
um símbolo da esperança para o novo milênio.
A razão para toda essa esperança, e alguns até diriam "propaganda" -
se deve ao enorme potencial da terapia dos genes.
Até recentemente, a medicina não podia fazer nada para restaurar
genes quebrados, ou com defeito.
Mas hoje, existem procedimentos que podem oferecer esperança.
Abdullahi, de 10 anos, está prestes a sofrer uma operação
que pode mudar seu destino genético.
Abdullahi tem visão deficiente, em especial, sua visão noturna,
porque lhe falta um dos genes,
essencial à conversão de energia luminosa em um impulso nervoso;
então, a idéia dessa operação é fornecer à sua retina
uma cópia correta e funcional desse gene.
Para isso, embalamos os próprios genes em um vírus inofensivo.
Mas, para levar o vírus ao lugar certo,
precisamos injetar o vírus embaixo da retina.
Embora seu cirurgião não esteja certo da eficácia desse tratamento radical,
sem intervenções, Abdullahi poderia, talvez, ficar totalmente cego.
Mas o que esse procedimento notável espera alcançar
é nada menos do que entregar uma nova e perfeita seção do DNA
para fazer o trabalho do gene defeituoso de Abdullahi.
A boa notícia é que, desde a operação,
a visão de Abdullahi melhorou.
É um pequeno passo na jornada da terapia genética, mas seus campeões creem
que pode, eventualmente, beneficiar muitos de nós.
Há centenas ou milhares com ele, não é?
Tal como 10% das crianças no Reino Unido,
Millie e Ruby sofrem de asma.
Embora as duas garotas tenham a doença,
Millie responde muito melhor à medicação do que sua irmã.
Você está com um pouco de tosse, não é? Você sempre tem tosse?
Para Ruby, ataques resultam em idas perigosas e sem fim ao hospital.
Não há nada que você possa fazer para ajudar seus filhos.
Você pensa: "Em algum momento, ela vai parar de respirar?"
Elas tossem tanto que estão ficando doentes,
sua respiração se torna pior e, então, você tem de ir ao hospital...
É a pior sensação que você possa imaginar.
Mas Ruby tem um jeito bem compreensivo, não é?
Com certeza.
Ela é incrível. Mesmo quando está pior, ela lhe dá um sorriso.
Millie e Ruby participam de um projeto de investigação,
que está tentando descobrir por que alguns pacientes
são mais fáceis de se tratar do que outros.
Mais de 100.000 crianças no Reino Unido, com asma,
carregam uma alteração particular no gene.
o que parece torná-las muito menos sensíveis
ao mais comum aliviador da asma, o inalador azul que usamos.
Cotonetes são usados de modo que o DNA das meninas,
seus genes, possam ser examinados.
A esperança é que o medicamento possa ser combinado com os genes,
e que a atual abordagem de tentativa e erro,
para tratar as pessoas como Ruby, seja uma coisa do passado.
O sonho é que, eventualmente, todos sejamos tratados com medicamentos
que sejam uma combinação perfeita para nosso próprio e único DNA.
A tecnologia desenvolvida desde o projeto Genoma Humano significa
que decodificar o genoma duma pessoa está ficando mais fácil e acessível.
O conhecimento genético é uma nova fronteira
e nossa compreensão de como os genes funcionam
é um dos mais significativos avanços médicos desde a época da Grécia Antiga.
Os métodos usados têm aplicações
que revolucionarão o tratamento das doenças.
Os cientistas que trabalham neste laboratório, no Imperial College,
estão tentando encontrar uma cura para uma doença humana devastadora.
Mas não estão desenvolvendo medicamentos,
estão tentando entender como novos tecidos crescem.
Meu colega, Michael Schneider, é líder mundial nesta pesquisa,
e ele e sua equipe fizeram um avanço notável.
Eles criaram células cardíacas vivas, a partir do nada.
Quando você olhou pelo microscópio
e viu uma célula do coração batendo,
qual foi sua reação?
Quando você vê algo assim,
batendo vigorosamente na placa, obviamente estimula seu pensamento
sobre como aplicar essa informação
na complicada tarefa de reparar músculos cardíacos em uma operação.
Dez dias atrás, esses tipos de células
não eram diferentes de células-tronco embrionárias,
que podem se transformar em qualquer célula do corpo, sem restrições.
Células-tronco são uma das primeiras produzidas após a fertilização do óvulo.
Embora elas comecem com a mesma aparência,
elas logo se transformam em coisas bem diferentes -
osso, músculo, cabelo, dentes, nervos,
todos os diferentes tipos de células que compõem o ser humano.
Ao compreender como essas transformações ocorrem,
cientistas como Michael,
tentam descobrir como reparar órgãos danificados ou doentes.
Quão importante é esse trabalho no campo biológico das células-tronco?
40% das pessoas vendo esse programa irão morrer de doença cardiovascular.
Somando a isso o fato de que doenças do coração resumem-se à morte de
células insubstituíveis, isso faz da reparação cardíaca por células-tronco
uma das mais importantes e promissoras áreas para pesquisas com células-tronco.
Até agora, alguns poucos tratamentos foram feitos,
dado o trabalho de mexer com células-tronco,
mas alguns pesquisadores esperam que, um dia, elas serão capazes
de desenvolver órgãos de reposição ou, ao menos, ajudar o corpo a se reparar.
Uma pequena minoria se opõe à pesquisa com embriões humanos
pois danifica tais embriões.
Elas têm seu ponto mas, para mim, há, na verdade, uma ética imperativa
de tentar salvar vidas, e essa é uma forma de fazê-lo.
Meu avanço científico final está bem perto de meu coração.
É algo a que tenho dedicado grande parte da minha carreira.
Cada uma dessas crianças começou sua vida em um tubo de ensaio
ou uma placa. Eles são filhos da fertilização in vitro.
Eles vêm de ovos fertilizados não no útero, mas no laboratório.
Isso foi bem legal!
Nenhum deles estaria aqui,
não fosse a pesquisa científica nos primeiros momentos da vida.
Bem, isso é uma espécie de rosa. Não é vermelho.
Você deixa rosa, então? Não? Você é muito detalhista!
E embora eu estivesse envolvido naquela pesquisa,
preciso confessar que, na época, não apreciei seu significado.
Não achei que realmente fosse ser muito importante.
Não achei que a FIV fosse uma tecnologia
que fizesse, realmente, diferença no tratamento da infertilidade.
Vejam como eu estava errado... todos esses bebês.
Há, aproximadamente, 1 milhão de bebês de FIV em todo o mundo.
Na década de 80, meus colegas e eu desenvolvemos
uma técnica de FIV experimental,
para sondar doenças genéticas no embrião em desenvolvimento.
O primeiro filho de Christine Munday, Justin, era muito deficiente,
e descobriu-se que ele portava uma condição genética,
que significa que é muito provável que qualquer filho do sexo masculino
herdaria os mesmos problemas.
Estávamos tentando, há nove anos,
fazer esse avanço surgir, de modo que pudéssemos ter outra chance.
Em 1990,
analisamos seus embriões fertilizados, para garantir que tivesse uma menina.
Rebecca tem, agora, 19 anos.
Sua mãe foi maravilhosamente corajosa. Eu não sei se você percebe isso,
pois o que estávamos fazendo era um procedimento muito, muito experimental
e não tínhamos ideia se iria funcionar ou não.
Você se lembra que nós não podíamos garantir
que você não teria um filho que não fosse afetado?
Não. Para nós, não foi audácia, o bebê poderia ser prejudicado
de alguma forma, mas nunca, nunca me preocupei com essa chance.
Eu tinha toda a minha confiança que você faria isso direito.
Sim, engraçado, não é? Eu não acho que eu tinha toda essa confiança.
Ter nascido como resultado de FIV faz você se sentir diferente?
Bastante humilde.
Para nossa família, essa descoberta foi muito importante.
- Você sabe? - Claro, claro.
Eu não teria Rebecca hoje se não fosse por isso.
Ela nem sempre diz isso.
Para mim, é uma ocasião muito comovente realmente conhecê-la.
Muito especial para mim.
20 anos atrás, havia uma oposição considerável de pessoas
esperando deter esse trabalho.
O que é isso?
Foi você?
Mas, no Reino Unido, a legislação foi extremamente positiva.
E isso nos permitiu dar esperança,
não apenas a pessoas como Christine, mas também para centenas de milhares
de famílias que, de outra forma, não poderiam ter filhos.
Bem, isso conclui minha lista. Agora é hora de você dizer.
Qual dos dez avanços científicos que nós olhamos,
você acha que é o mais importante?
São as milhões de vidas criadas pela FIV,
ou a promessa enorme das pesquisas com células-tronco?
Sua favorita é a máquina de IRM, salvadora de vidas?
Ou o poderoso microchip?
Você acha que a pílula anti- concecpcional fez mais por nós
do que o laser gigante ainda fará?
Ou é nossa capacidade de se reconstruir com a biônica
que o inspira mais?
Você pode dizer que o poder global da Internet bate o enorme potencial de
compreender mais sobre os nossos genes?
Ou será que a chocante teoria do Big *** triunfa sobre todos eles?
Visite nosso website e vote no avanço científico
que você acha que foi o mais significante.
Há um lembrete dos 10 avanços no website.
Mas, antes de votar on-line, sinto que deveria pôr minhas fichas sobre a mesa.
Estou relutante em dizer qual destes 10 avanços é o maior pra mim,
mas, possivelmente, poderia escolher a pesquisa sobre o Big ***.
Pode parecer inútil, mas o conhecimento que ela guarda
terá, certamente, consequências imprevisíveis para a humanidade.
Possivelmente, compreender o universo um pouco melhor
ajudará nossa espécie a continuar florescendo.
Traduzido por: VitDoc e sme1984