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O órfão esquizofrénico
Síntese, tese, antítese
Tese: O órfão
Digno deste nome, condenado deste ninho... Com dois decénios, vêm de mansinho, gritos dum esquizofrénico mas eu renego-os direitinho...
Os escritos que narro degeneram, ai, e como por acaso, o cúmulo deste pesadelo é que não tenho pai
Órfão esquizofrénico, tudo o que é paternal eu deixo para lá...
Mas a vida não é eterna, e o meu segundo personagem é um papá
Eu sou o filho e sou o pai E em silêncio eu opero A auto-educação dum personagem que se perde.
Em cada dia do pai a mim próprio ofereço um presente Se não chego cedo a casa repreendo-me violentamente Em conflito de geração comigo mesmo.
Regresso ao ninho.
Duplo personagem ambivalente " Avia vahao " (venham desfazer) o nó que me amarra à avalancha dos meus males pois " maldito " fico.
Antítese: O pai
Digno deste nome, condenado deste ninho... Com quatro decénios, vêm de mansinho, os gritos dum esquizofrénico... mas eu renego-os direitinho.
Os escritos que eu narro degeneram, ai. E como por acaso, o cúmulo deste pesadelo É que não tenho filho, sendo eu pai.
Homem assalariado em tudo que é educação persisto. Uma vida pode parar, e para o papá como filho não existo.
Eu sou o pai e sou o filho Por falta de ideias fixas
Eu até vacilo entre os meus próprios vícios.
Em cada aniversário eu próprio me ofereço um presente E tenho a auto-aprendizagem da bicicleta em mente Em conflito de geração, afasto-me... de mim
Mas justamente o filho que eu sou quer chamar-me papá mesmo assim
Duplo personagem ambivalente " Avia vahao " (venham desfazer) o nó que me amarra à avalancha dos meus males pois " maldito " fico.
Síntese: O poeta de SLAM
Digno deste nome e condenado deste ninho Com dois decénios, vêm de mansinho, de torsos nus, os escritos que eu narro degeneram,
E como por acaso, o " cúmulo " deste pesadelo É que não sei onde me situar.
É o pai que é poeta? É o filho que é poeta?
Ou talvez a poesia seja um património genético passado de pai para filho
Em constante fracasso Eu sou o rei, sendo também peão
O filho não tem pai ou o pai não tem filho essa é a questão.
Duplo personagem ambivalente " Avia vahao " (venham desfazer) o nó que me amarra à avalancha das minhas palavras,
porque uma " palavra " diz, e isso fica...
Eu sou o S de síntese E homem, tenho em mim "Super-Homem"
Exactamente como tu Tenho meu " Super-Homem " e quero justamente dizer ao SLAM que o amo.