Tip:
Highlight text to annotate it
X
Uma palavra só, que eu acho que é a homofobia. E o meu filho viveu isso literalmente. Ele
foi sequestrado. ele foi torturado durante mais de 3 horas. Então ele ficou 3 horas
na mão de 3 individuo que eu não tenho nem como descrever porque isso dói muito em mim:
saber que meu filho lutou pela vida dele durante 3 horas. E ele não teve nenhum, nenhum momento
em que ele pudesse se defender, por que como que você vai se defender?! Uma criança lutando
contra 3 invíduos de 23 ano com porte fisico maior que o dele e ele não teve o direito
nenhum de se defender. Então eu acho que, diante de vocês, diante dessa mesa, né,
eu falo como mãe, eu falo como cidadã. A gente está dentro de uma casa que para mim
trata da diversidade. Ela é composta por parlamentares de vários estados e cada estado
expor a liberdade deles por que adolescente não mede a consequência. Ele acha que não
incomoda. Ele acha que a alegria dele não incomoda. No caso do meu filho incomodou.
Incomodou ao extremo de ser tirada a vida dele. E esse o relato, é essa a minha luta,
eu não tive tempo de viver o meu luto por que eu tive de brigar por justiça. Por que
hoje os assassinos do meu filho estão esperando o julgamento tem liberdade.Meu filho teve
o ir e vir dele perdido e eles estão por ai com certeza colocando em risco a vida de
outros adolescentes. Eu não vou dizer que eles são doentes, que eles tem algum distúrbio,
não tem, eles foram cruéis! Eles foram meticulosos em tramar em todo instante tudo o que eles
fizeram com o meu filho. Onde eles largaram o corpo, tudo! E eu enquanto mãe tive que
vivenciar isso tudo. Eu tive que ir na cena, eu tive que ir na casa onde aconteceu a festa.
Eu tive que ir na cena onde largaram o meu filho. Eu tive que fazer o caminho que o meu
filho fez para entender tudo isso que foi o que motivou o assassinato do meu filho.
Então gente, por favor, vamos sentar. Tem que ser discutido sim mas tem que ser feito
algo emergencial. Entendeu!!! Por que, assim como eu, tem outras mães. O meu foi uma vitima
de fato. Hoje eu não tenho mais o meu filho para abraçar. Um filho que eu dediquei 14
anos da minha vida. Eu eduquei, eu ensinei ele a respeitar as pessoas, e no momento em
que eu achei que os valores que eu recebi dos meus pais, eu passei para os meus filhos,
e que outros familiares tivessem recebido esses valores e passado para os filhos deles.
Não estou dizendo que eles não tivessem passado, mas, eu acho que eles não absorveram.
Então, por causa disso, eu estou aqui, me expondo, expondo a minha história, da minha
vida. Assim que eu descobri que meu filho estava morto, eu soube que meu filho foi assassinado
através de um jornal. E eu até às 1 hora e 30 minutos da manhã, no velório dele eu
sabia que as pessoas praticavam o crime de ódio. Para mim era crime, era faca, ou era
bala, mas, eu não sabia que alguém literalmente tirava a vida de um ser humano com tanto requinte
de crueldade. Então, é um apelo de mãe. É um apelo de mãe! Por que eu não quero
que ninguém esteja no meu lugar. Eu não quero que ninguém sinta a dor que eu estou
sentindo. Meu filho faria 15 anos agora, na próxima terça-feira do dia 30. Eu abro o
caderno dele com a lista de convidados dele e vejo que aquilo nunca irá acontecer. A
gente tem que proteger nosso filhos. Nós temos que proteger as pessoas como um todo.
Ninguém tem que tolerar ninguém. A gente tem que estar no mesmo espaço, respeitando
a sua orientação, a sua religião, a sua cor. Nós não temos que tolerar, nós temos
que conviver bem com as diversidades. E o início disso tudo é respeito. É respeito
por um bem maior que só Deus nos dá. E Ele é quem tem poder de tirar que é a nossa
vida. Ninguém tem o direito de tirar a vida de alguém.