Tip:
Highlight text to annotate it
X
Venerável Pe. João Leão Dehon Fundador dos Sacerdotes do Coração de Jesus
UMA VOCAÇÃO PROVADA
Leão Dehon nasce em La Capelle (norte de França) a 14 de Março de 1843.
Desde terna idade, sente o chamamento de consagrar a sua vida a Deus.
A sua vocação mergulha as raízes na educação profundamente cristã
que recebeu de sua mãe, Estefânia Vandelet. Aos 13 anos,
durante a missa da meia-noite de Natal de 1856,
sente claramente o chamamento ao sacerdócio e, desde então,
nenhuma dúvida o perturba, quanto à sua vocação.
Aos 16 anos, antes de começar os estudos universitários,
revela ao pai, Júlio Alexandre Dehon, a intenção de consagrar-se a Deus.
A resposta foi um decidido “não”!
Assim, Leão Dehon tem de seguir para Paris
onde frequenta a Faculdade de Direito, vindo a doutorar-se aos vinte e um anos.
Chegada a maioridade decide, mesmo contra a vontade do pai, seguir o chamamento de Deus.
Depois de uma viagem pelo Médio-Oriente, que o pai aconselhara,
com camuflados intentos de contrariar a vocação do filho,
Leão Dehon vai em peregrinação à Terra Santa. No regresso, passando por Roma, contacta Pio IX,
que o aconselha a fazer os estudos teológicos no Seminário francês da Cidade Eterna.
A sua decisão é irreversível: será sacerdote e realizará, a todo o custo, a sua vocação.
LEÃO DEHON SEMINARISTA
Cursa os estudos teológicos na Universidade Gregoriana, em Roma.
Os anos de seminário foram anos de intensa formação religiosa
e de profunda vivência espiritual. Escolhe para lema da sua vida:
“Senhor, que quereis que eu faça”, a exemplo de S. Paulo,
e coloca a sua vida totalmente ao serviço do Reino do Coração de Jesus.
SACERDOTE PARA SEMPRE
A 19 de Dezembro de 1868, é ordenado Sacerdote na Basílica romana de S. João de Latrão.
Celebra a Primeira Missa na Igreja de Santa Clara
e tem a grande alegria de ver comungar das suas mãos,
não só a mãe, mas também o próprio pai que, entretanto, voltara à prática religiosa.
AO ENCONTRO DO POVO
No dia 3 de Novembro de 1871, o Bispo de Soissons
envia o sacerdote Leão Dehon para São Quintino, como coadjutor.
Dos 40.000 habitantes, 35.000 diziam-se católicos,
porém a prática religiosa era muito baixa.
É preciso, diz o Pe. Dehon, sair das sacristias.
Ir ao encontro do povo, entrar nas famílias,
estabelecer contactos com a gente humilde que vive “longe” da Igreja,
em situações sociais de extrema miséria,
com horários de trabalho esgotantes e salários de fome.
A partir desta altura, o Pe. Dehon dedica muito do seu tempo
ao apostolado social e empenha-se seriamente
para que a Igreja esteja presente nestas situações carecidas de humanização e de justiça.
A Igreja não pode alhear-se destes problemas humanos.
De 1871 a 1878, em São Quintino, o Pe Dehon funda o «Patronato»,
um centro social, diríamos hoje, que bem depressa reúne muitas crianças e jovens.
Organiza também um centro para operários.
Funda um jornal para dar cultura social e religiosa aos habitantes de S. Quintino.
Promove congressos diocesanos sobre a questão social.
FUNDADOR DOS SACERDOTES DO CORAÇÃO DE JESUS
“Toda a minha atracção espiritual era para o Coração de Jesus.
Por cartas e em viagens, procurei saber se havia alguma Obra fundada
que satisfizesse a minha inclinação para o Coração de Jesus e para a Reparação.
Não encontrei nada bem encaminhado.
Abri o meu coração ao Bispo de Soissons, D. Thibaudier,
que me fez a seguinte proposta:
«Tu queres reunir sacerdotes e eu desejo um colégio em S. Quintino.
Podes, portanto, começar a tua Obra à sombra de um colégio»” (Diário).
O Pe Dehon vê na proposta do seu Bispo a manifestação da vontade de Deus
e funda o Colégio de S. João para a educação da juventude.
É aí que emite os seus votos religiosas a 28 de Junho de 1878,
Solenidade do Coração de Jesus.
Este dia, escreve o Pe. Dehon nas suas memórias,
será lembrado na Congregação como data de Fundação dos Sacerdotes do Coração de Jesus.
O espírito da Congregação é o amor e a reparação ao Coração de Jesus
e um incansável zelo apostólico para levar os homens a Deus e Deus aos homens.
A exemplo do Pe. Dehon os Sacerdotes do Coração de Jesus serão
«Profetas do Amor e servidores da reconciliação».
O Pe Dehon faleceu a 12 de Agosto de 1925.