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Assim era como os estudantes sírios costumavam passar o tempo livre durante o período escolar.
antes da crise que abateu o país, a ideia mais maluca deles
era escapar da escola
mas hoje, ou melhor, depois de dois anos
Escapar da morte tem sido uma ideia mais racional
Não apenas suas casas foram destruídas
mas também as escolas em que desenhavam seus sonhos nas paredes,
e que sobre as mesas, eles escreviam suas ideias,
Também se tornou parte do campo de batalha do conflito na Síria
“O que vocês estão fazendo aqui?”
“Eu estou estudando as crianças”
“Você está ensinando essas crianças! Por que elas não vão à escola?”
“Não há professores, nem mais nada”
As crianças sírias fugiram para países da região na tentativa de salvar suas infâncias,
mas eles não tinham em mente,
que seriam apenas meros números nas listas,
que tem sido feitas pelas organizações internacionais e associações humanitárias,
que deveriam ajudar a garantir o mínimo de direitos para eles,
Incluindo o direito de viver decentemente e de estudar,
“Eles não nos matricularam”
“Eles não matricularam vocês? Vocês querem ir para a escola?”
“Sim”
“O que gostariam de dizer se alguém estivesse ouvindo?”
“Eu quero ir para a escola”
“Vocês amam ir para a escola?”
“Sim”
“Do que vocês sentem mais falta da escola de vocês na Síria?”
“A escola”
“E o que mais?”
“Meus amigos, Zaid and Hammoudah”
“Onde estão Zaid and Hammoudah agora?”
“Na Síria”
“O que eu sinto mais falta é da Síria, meus professores e amigos”
“Vocês se matricularam em alguma escola aqui?”
“Não”
“Por que?”
“Não nos permitiram.”
“Qual a desculpa deles?”
“Eles querem estudar”
“As escolas não estão aceitando alunos”
“e o currículo escolar libanês é muito difícil, além de ser quase todo em inglês”
“enquanto na Síria o currículo é em árabe”
“e eles estão sofrendo por não conseguirem se matricular”
Os pais, que aceitaram a realidade como ela é,
desejam que o futuro dos filhos seja como eles sempre quiseram que fosse
e não como as circunstâncias tem imposto a eles
“Eles estão indo para a escola?”
“Não, não há escolas aqui”
“Por que eles não vão?”
“Nós fomos a uma escola, mas eles estão esperando a resolução do ministro no dia 15 desse mês”
“Para decidir se eles podem ou não ser matriculados?”
“Sim, para decidir sobre isso, e ainda não há respostas”
“Todos os seus filhos iam pra a escola na Síria?”
“Claro, iam sim.”
“Meus filhos tem gana. Meu filho apareceu recentemente na TV
e disse 'nós queremos continuar nossos estudos e, assim como os libaneses,
melhorar o nosso inglês”
“As crianças estão dispostas a se dedicarem para aprender”
“Mas ninguém deu nenhum retorno?”
“Não, sempre nós dizem que darão a resposta em um mês”
As crianças no campo de Al Marj, em Al Biqa’a são uma amostra disso
cerca de 550000 estudantes sírios,
e de acordo com o UNICEF, apenas 15% das crianças migrantes
foram matriculadas em escolas libanesas no ano passado.
Sobre o assunto, os Ministérios das Questões Sociais e da Educação
estão trabalhando em conjunto em uma série de procedimentos para facilitar a matrícula dos alunos,
nas escolas do Estado,
as escolas do governo estão sendo pressionadas no Líbano,
para inserir além de seus alunos libaneses, mais 45000 sírios,
que tem o direito de aprender como qualquer outra
e assim, com bases sólidas, planejar seu futuro,
E não na instabilidade gerada pela guerra, migração e deslocamento.
Se caso ficassem na Síria, a guerra destruiria o presente deles,
Quão melhor é ir para o Líbano e ter seus futuros destruídos pelo abandono da comunidade internacional?
As crianças sírias tem uma entre duas opções,
permanecer em uma guerra que ameaça a vida delas diariamente,
ou a migração que ameaça a infância e os sonhos.
Do campo de Al Marj, no oeste de Biqa’a,
Nawal Berri – New TV