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No ano passado, 100 mil pessoas por dia morreram de fome
ou de necessidade imediatas.
A cada 5 segundos, no ano passado,
uma criança, de até 10 anos, morre de fome.
856 milhões de pessoas,
das 6.200 milhões que nós somos em 2007, ou seja, 1/7
856 milhões de pessoas no ano passado
estiveram gravemente subnutridos.
A ordem do mundo que temos hoje, a ordem do mundo capitalista,
não somente é assassino, porque mata,
E mata, as cifras estão aí,
senão que também é um absurdo,
porque mata e mata sem necessidade.
... outro mundo é possível?
VOCES CONTRA A GLOBALIZAÇÂO
... outro mundo é possível?
UM MUNDO DESIGUAL
A realidade do mundo
é que a globalização criou um mundo menos solidário que nunca
1/3 da humanidade vive com menos de 1 dólar por dia.
Uma vaca européia
recebe por dia 4 dólares de subvenção
Vivemos num mundo, que vale mais ser uma vaca européia, do que um ser humano.
Isto é um escândalo!
Este é um mundo escandalosamente desigual.
E querer mudá-lo não é atacar moinhos de ventos.
Mas sim atacar as desigualdades que estão construídas de tal maneira,
que nós com o esforço coletivo, podemos modificá-las.
Em qualquer ponto da África, as pessoas são um milagre de graça e resistência.
Trabalham juntas parar superar as grotescas provocações,
que minam suas estruturas de sobrevivência,
sua capacidade de subsistência,
cuidar das suas famílias, seus clãs e suas tribos.
Estes são eles, fazendo o de sempre,
não importando a guerra, a escravidão ou a brutalidade ou as centenas de invasores
que trouxeram seus exércitos.
Se um dia nos apoiarem, África será como os EUA
Congo será como a França, Congo será África do Sul
É o que necessitamos
A Globalização
A globalização abriu um processo de divisão profunda
em todos os países do mundo.
A unificação do capital mundial,
de regulação, do processo de globalização,
atingiu um pouco todos os países.
Você pode encontrar grandes ricos e arranha-céus
que dominam as populações extremamente miseráveis
tanto em NY e Los Angeles,
como em Johannesburgo ou em Nova Deli.
Há mais sem-tetos, passando fome em Los Angeles,
que em qualquer outro lugar nos EUA.
Essa é capital da fome dos EUA.
Não sabia disso.
A última coisa que se fala na Cisjordânia é da pobreza dos EUA.
A última coisa que se fala no lado oeste, é da pobreza dos EUA.
Los Angeles é a capital da fome da América,
E há um monte de gente sem teto,
que vive muito além do limite considerado admissível.
Dizem que se pode viver nas ruas um ano, talvez dois,
e muitas dessas pessoas morrem.
E muitas dessas pessoas provavelmente não são identificadas.
E muitas dessas pessoas, uma vez que morram, acabam numa vala comum.
As ruas se enchem não apenas de delinquência,
mas também de pobres, sem casa onde dormir.
Há mais de 2 milhões em todo o país.
Só em NY calculam-se 70 mil,
muitos deles são doentes mentais.
Mal vivem na mais completa miséria ante a indiferença general.
Nos EUA quando alguém é pobre é por causas pessoais,
A muito bem conhecida nos filmes norte-americanos,
a batalha entre os "winners" (vencedores) e os "loosers" (perdedores)
Os que ganham e os que perdem.
E o pobre merece ser pobre porque perdeu.
A pobreza é o justo castigo que a ineficiência merece
Então há aí uma inversão de valores
que quem sabe possamos tirar o pé dessa armadilha
mas uma inversão de valores que justifica a apropriação
de tudo o que é patrimônio público ao interesse privado
E o desmantelamento dos mecanismos públicos de proteção
de proteção das pessoas, de proteção da economia nacional
O Furacão Katrina
Nem luz, nem telefone. As estradas, os portos, os aeroportos,
supostamente cortados e, portanto, não podem chegar mantimentos, nem água potável
que tanta falta fazem em situações como estas
A situação é muito dramática, como disse
E esta manhã tiverem que evacuar muitos hospitais porque
estavam sendo inundados pela água que vem da ruptura de um dos diques.
Passei os 4 primeiros dias vendo a TV,
e pensando como a maioria das pessoas da cavalaria chegaria depois
Mas vimos como dia após dia, que o governo federal não estava fazendo nada.
Que a situação era insustentável.
Então vim para tentar fazer algo.
Ontem passei 8 horas dentro d’água e só vi 3 botes militares
O furacão descobriu aquilo que a sociedade globalizada queria ocultar.
As grandes camadas de pobreza que existem no país mais poderoso do mundo
e também a evidência de que a política econômica neoliberal
havia deixado o Estado reduzido à sua mínima expressão
deixando a sua sorte centenas de milhares de seres humanos
Há água?
Precisamos de água e precisamos de comida.
Por favor entrem em contato com o Governo cubano
para que nos envie um pouco de alimento porque
as pessoas daqui vão nos roubar.
Dezenas de milhões de pessoas não tem seguridade social.
Certamente mais pessoas morrem
pela falta de assistência médica nos EUA,
do que pela chamada ameaça terrorista.
Mas é por isso que o presidente Bush tenta desviar a atenção das pessoas.
Há uma grande desigualdade na distribuição dos recursos atualmente.
No 11 de setembro, 3 mil pessoas morreram.
Todos os dias, de 30 a 35 mil crianças morrem
de doenças relacionadas com a pobreza.
O relatório da FAO (Food and Agriculture Organization) é muito concreto:
Morrem mais de 35 mil crianças por dia de fome.
Que são os responsáveis disso?
Quais são as consequências que estamos vivendo?
Quando alguém defende que o terrorismo é o principal problema do planeta contemporâneo
está retratando de maneira cabal a sua imundice intelectual
O principal problema, antes e depois do 11 de Setembro, é a pobreza
e temos o dever moral, e o dever de inteligência de encarar essas questões
50.000 pessoas morrem todos os dias devido à extrema pobreza.
Se 50.000 pessoas morressem em Canterbury na segunda-feira,
Se 50.000 pessoas morressem em Osaka na terça,
Se 50.000 pessoas morressem em Kansas City na quarta,
Se 50.000 pessoas morressem em Düsserldorf na quinta,
Se 50.000 pessoas morressem em Calais na sexta,
Se 50.000 pessoas morressem em San Petersburgo no sábado,
Se 50.000 pessoas morressem em Vancouver no domingo,
Se 50.000 pessoas morressem em Nápoles na segunda seguinte,
Os líderes do G8 encontrariam dinheiro para acabar com as mortes
no trajeto da porta principal do Glen Eagles até o balcão da recepção.
Deve ser possível.
Faça agora.
Conseguindo ou estabelecendo o desenvolvimento sustentável como objetivo,
conseguiria-se como resultado, em primeiro lugar, a erradicação da pobreza,
mas sobretudo, a partir disso, algo que está se tentando,
que é uma maior estabilidade global
e certamente um menor desenvolvimento do terrorismo.
A tese que sinalizava, Chris Flabin, pessoalmente como,
há certos programas, como os dos EUA,
que em certo momento criam mais terroristas, do que conseguem eliminar.
Se déssemos comida para as pessoas...
Quando eu penso que hoje chegam 180 mil pessoas a mais na terra,
e vão morrer de fome no mínimo 40 mil, calcula-se,
Morrem de fome! É intolerável!
A Fome
O que significa realmente passar fome?
Esse é um documentário que mostra o que fazem algumas pessoas
quando não tem o que comer.
Todas essas histórias são reais.
Essa é uma mãe africana:
quando a comida se acaba, ela recolhe pedras e as põe para ferver numa panela
Então põe as crianças para dormir de onde possam ver a panela.
Quando veem o vapor, acreditam que a janta vai estar pronta
E ela diz: "Está quase pronta!"
e assim repete até que elas esteja adormecidas...
sem haver jantado.
O destino do mundo é somente um.
Estamos dentro de uma vila global,
e portanto não pode existir a salvação de uma minoria da humanidade
baseada na condenação à morte da grande maioria da humanidade.
Aqui um outro prato de Angola:
Este homem está pegando o couro de uma cadeira velha,
com o cuidado de não deixar nenhum prego,
Então põe na panela e ferve.
O que o coro solta é o que dá sabor à água.
Esta é a sopa para toda a família.
E a comida do dia.
A pobreza massiva, a desigualdade obscena,
são males sociais que estão no mesmo nível da escravidão,
num mundo que se orgulha dos seus incríveis avanços na ciência,
tecnologia, indústria e acumulação de riqueza.
Quem pronunciou essas palavras não foi de nínguém menos que Nelson Mandela,
diante de dezenas de milhares de pessoas de todo mundo, na mesma praça londrina,
onde faz 30 anos os britânicos se juntavam para condenar,
o regime de segregação na África do Sul.
Como a escravidão e o Apartheid, a pobreza não é algo natural.
É feita pelo homem
e pode ser superada e erradicada
pela ação dos seres humanos.
E superar a pobreza
não é um gesto de caridade,
é a proteção dos direitos humanos fundamentais.
O direito à dignidade e uma vida decente.
Enquanto a pobreza continue existindo, não haverá liberdade verdadeira.
Um dia qualquer em Maseru, a capital de Lesoto,
um lugar um pouco maior que a Galícia
e localizado no meio da África do Sul.
São 2 milhões de pessoas,
a metade está desempregada e 30% é ***-positivo.
A esperança de vida não chega aos 35 anos
e a mortalidade infantil supera os 90%.
Lesoto não é senão um espelho de um continente especialmente castigado:
África
Vim para Tanzânia faz 25 anos,
e lecionava com participar com uma política que eu ouvia dos livros e dos missionários
do "junta nyerere" que estão tentando um caminho africano
de estruturar a sociedade de uma forma diferente.
África, como qualquer outro continente do sul,
Fala-se da guerra ou das grandes catástrofes,
como terremotos, inundações outras ou coisas assim,
E logo passa a notícia, passa o momento importante da notícia, e se esquece.
e a África ficará anedótica.
Que há leões, que há elefantes, que somos pobres,
mas, nada mais... não há mais informação.
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) pediu semana passada
a comunidade internacional, 17 milhões de dólares
para alimentar 2 milhões de pessoas sem comida na centro da Tanzânia.
Segundo o PMA, mais da metade da população da Tanzânia
vive com menos de US$ 1,00 por dia
Para ele o que está passando na maioria dos países africanos
é a total realidade, e é o resultado de uma globalização que estamos sofrendo.
Que para eles jamais será um benefício, será sempre exploração e mais pobreza;
Sem dúvida é a lei da selva,
os animais mais fortes são os que conseguem sobreviver,
e quando dizemos os mais fortes.
Talvez começamos a ver os europeus, como mais fortes que os demais.
Porque eles são os donos do FMI,
do Banco Mundial e do comércio mundial.
O FMI é um organismo determinante para os países em desenvolvimento,
porque se querem receber créditos por parte do FMI ou do Banco Mundial,
Terão que aceitar as receitas, as políticas que propõem o FMI.
Em muitos desses países, o FMI exigiu planos de ajuste estrutural,
E isso acarretou na redução de suas verbas para educação e saúde
Também lhes exigiu abrir seus mercados,
para que pudessem entrar os produtos dos outros países.
A pobreza é um ciclo vicioso.
Se nasce de pais pobres será pobre, e por isso o filho dele também será pobre.
A globalização não é um fenômeno de distribuição igualitária,
é um fenômeno que inclui uma certa parte do mundo,
e certas pessoas nestes países,
mas não os outros.
Os poucos que tem muito, cada vez tem mais,
e os poucos que tem pouco, cada vez tem menos.
E isso é uma contradição com o potencial que há.
Logo, está claro que situações como
de alguns países que investem até 30 vezes mais em atividades bélicas
ou em orçamentos de defesa, que não ajudam o desenvolvimento.
No caso espanhol o orçamento é de 5 vezes mais, também não é pouco.
Investimos 5 vezes mais na defesa que no desenvolvimento.
Esses casos são uma flagrante contradição com os objetivos propostos
na cúpula do Rio e repetidos na cúpula de Johannesburgo
e dos Objetivos do Milênio, de reduzir pela metade
a população que vive numa pobreza abjeta, para o ano de 2015.
As pragas.
A dificuldade para ter acesso à água potável e aos alimentos,
a falta de trabalho para ter um salário para pode viver,
O aumento das doenças infecciosas,
são causas da inseguridade mundial.
E também a malária, doença que causa milhões de mortes na África
Os pobres adoecem mais
e quanto mais adoece, mais pobre você estará
porque deixa de trabalhar,
há os custos associados com a doença, muito relevantes
perdas de dias de trabalho, de necessidade de outro transporte
E portanto esse círculo vicioso
pode-se quebrar, não só melhorando as condições econômicas de um país,
senão também, e talvez de forma inevitável, tenha que ser assim,
melhorando a saúde da população.
Estou convencido de que se a malária fosse uma doença do ocidente,
já haveria a vacina.
Se fosse dos países ricos, a vacina estaria funcionando.
Mas são apenas os pobres, que morram alguns milhões por ano e daí?
Quem se importa?
Mas é desumano pensar que isso exista
e que há essa possibilidade porque o Sr. Patarollo fez.
E por tirar mais dinheiro não estamos evitando essas mortes.
Da mesma forma é injusto que todos os países do Norte
estão dando medicamentos para os infectados de ***,
e nesses outros não dão.
e as pessoas morram.
Essas diferenças parecem que são insultos à humanidade
Se há algo que possa salvar vidas,
tem que ser para benefício de todos,
e não de somente poucos.
Cruzando este território de Uganda
posso ver muitas casas,
e posso dizer que quase todas estão afetadas pelo ***.
Visitamos a casa de uma senhora que está para morrer,
Ela está morrendo de AIDS
e no quarto vizinho está o seu filho,
também muito doente.
Dentro de pouco tempo, ambos morrerão.
Aqui, no terreno da família, temos o pai, 2 filhos
todos morreram de AIDS.
Então, temos morte no exterior e também na casa.
E os meninos que estão sentados fora,
não sabemos se tem o vírus ***,
mas assim supomos, porque a maioria da família contraiu,
e eles certamente também.
Assim, que parece que seu futuro não parece muito brilhante.
De fato, o futuro, sem intervenção, está justamente abaixo,
na terra.
Faz mais de 20 anos que me ocupo da AIDS.
E me lembro muito bem os primeiros anos dos 80 quando dissemos:
Bom... Que importa?
Tanto faz se morrem disso na África ou se morrem de fome.
Depois, quando começaram a morrer na periferia de Chicago
e nas grandes cidades americanas,
Dizíamos: “Que importa?”.
São todos homossexuais e dependentes químicos.
Quando começou a morrer qualquer homossexual conhecido,
Começou haver dinheiro para fazer uma fundação para eles,
Quando perceberam que o vírus se transmitia a todos
pela via heterossexual, potencialmente,
e que não parava diante de nenhuma fronteira,
então começaram a pensar em grandes campanhas contra a AIDS.
Nesse ponto já havia milhões de mortos.
Vi morrer
em uma só visita de 3 horas num centro
de pessoas infectadas de AIDS na África
Durante as 2h e meia a 3horas que durou minha visita,
quando ia embora, vi 3 mortos
recentes.
Durante aquele tempo!
Eu pensava "as pessoas estavam morrendo de monte
e nós estamos dizendo
que, bem, estes tratamentos triplos anti-retrovirais...
que é complicado! que...
Mas que é isso?
Nós todos sabemos que a política de saúde,
particularmente a política dos produtos farmacêuticos,
já não depende quase nada da Organização Mundial da Saúde,
Mas sim, totalmente da Organização Mundial do Comércio,
e em particular, está regulada pelos acordos TRIPS,
que são acordos sobre a propriedade intelectual e patentes
Que coisa dizem esses acordos?
Dizem que a empresa que produza um fármaco
detém o monopólio durante 20 anos.
É a única que pode produzir e que pode vender.
Não queremos a universalização das patentes
dos medicamentos contra epidemias,
por exemplo: que os Trusts da Bâle digam:
"Não, não vamos baixar os preços das terapias triplas,
Deixemos morrer 24 milhões de africanos infectados pela AIDS,
mas nós devemos resguardar nossos níveis de preços,
mesmo que os que estão morrendo não puderem pagá-los
porque devemos preservar nossa patente".
Não queremos mais isso!
Claro, é um exemplo muito claro do que significa a mercantilização.
A mercantilização da saúde.
Mas essa é a mercantilização da vida!
Porque é a vida das pessoas que está em jogo.
Para uma indústria que tem a taxa de lucro mais alta de todos os campos industriais.
A indústria farmacêutica.
Que dizem que necessitam de todo esse dinheiro para a pesquisa.
Mas uma grande parte das pesquisas está feita por fundos públicos.
E por outra parte se vê que gastam
3 vezes mais em publicidade, que em pesquisa.
É um escândalo!
Nós temos aqui no vale,
uma porcentagem que no ano passado era de 33% da população
afetado pelo ***.
Este ano estão dando 22% até agora. Temos ainda um pouco para terminar o ano.
De todas as maneiras, é uma porcentagem altíssima
e sem esperança de poder fazer nada.
Porque são infectados que vão seguir infectando.
E eles vão morrer.
E por mais que procuremos num lugar ou no outro, não há saída.
Não podemos conseguir nada para evitar a morte dessas pessoas.
Quando veem que já não podem trabalhar em nada,
tem que voltar para casa
Porque se ficam aqui, estão sofrendo, e ninguém vai ajudar
Transportar um cadáver daqui até em casa custa uma fortuna
Vão para casa caminhando?
Não, é melhor pegar um carro ou um ônibus enquanto estejam vivos.
A tarifa não é muito alta.
Mas se está morto, a tarifa muda.
A luta pelo fim das doenças,
pelo fim da miséria,
a capacidade de transformar,
de metamorfosear o homem
de modo que a miséria da morte se afaste,
o faça a tragédia da morte.
Toda a filosofia de Platão até Heidegger,
sempre sustentou que a morte
é uma parte essencial da vida.
Os materialistas nunca creram,
sempre pensaram que a vida
não apenas pode ser melhorada,
mas sim que pode ser prolongada, enriquecida.
Portanto há que arrancá-las das mãos das multinacionais,
que pensam apenas nos seus interesses e no interesse de seus acionistas,
estas grandes conquistas do cérebro humano.
Sim, mas como?
Que temos que deixar a medicina,
que seja algo social para todo mundo, o máximo possível gratuita
estamos de acordo.
Mas agora estamos nas mãos de uma máfia que
Vamos ver como quitaremos esse poder, não?
Isso teria que vir por leis
Mas falaríamos o mesmo que falamos antes,
é o cachorro correndo atrás do rabo.
Que essas empresas tem o poder e são mais fortes que o poder político
Não há um político no mundo que tenha a capacidade
ou a força para lutar contra as farmacêuticas.
Afundam o país.
Eu me lembro de um poema
de um poeta guatemalteco,
da guerrilha guatemalteca, Otorroné Castillo,
que dizia: um dia as pessoas simples do nosso povo
irá ver os intelectuais apolíticos e lhes perguntarão "o que faziam?"
e porque guardavam silêncio quando o buraco de nosso país
se estendia paulatinamente.
É isso, a solidariedade intelectual, os intelectuais, as universidades,
aqueles que sabem...
Os que sabem que estas patentes, nestes casos,
não se tem que respeitar, se tem que buscar fórmulas de exceção
porque o vem o direito à vida,
primeiro não é o direito daquele que descobriu a patente e permitiu...
Primeiro é o direito à vida.
Pobreza e Democracia
Nos países onde a sociedade civil é muito fraca,
os governos são aqueles com mais possibilidade de corrupção,
má gestão, pouca orientação aos objetivos da maioria da população.
Há oligarquias que se enriquecem a custo do resto da população.
E os corruptores?
Por que não falamos dos corruptores quando falamos dos corruptos?
Por que não falamos daqueles que vão ali
e utilizam todos os recursos naturais.
A quem pertencem a África?
A quem perecem os diamantes da África,
e o ouro da África?
E o gás da África e o petróleo da África?
E as zonas de pesca da África, a quem pertence?
Vamos ver a quem pertencem.
E se sabemos a verdade, então podemos encontrar a solução.
Podemos dizer: "por isso são pobres".
O feito de que Mobutu (ditador do Congo),
tenha nesses bancos suíços e europeus,
o clã Mobutu,
cerca de 4 bilhões de dólares roubados,
que estão ali escondidas em segredo bancário,
faz que na República Democrática do Congo,
sobre o poder de Kabila agora,
não haja, nos hospitais, o mínimo de medicamento,
que a gente morra de fome.
A ajuda ao desenvolvimento tem que contribuir
para reforçar a unidade desses países,
para reforçar a sociedade civil desses países.
Mas também é necessário que, por exemplo, organismos internacionais
quando cooperam com estes Estados,
saibam que se não ajudam à melhorar a governabilidade desses Estados,
pouco se pode fazer para que possam avançar.
Meu nome é Nina e tenho 4 anos.
Como para 5 milhões de crianças na África, a fome poderia matá-la,
antes que ela tenha 5 anos,
Meu nome é Aur.
Como outras 15 milhões de crianças na África,
ele jamais verá uma sala-de-aula por dentro.
Meu nome é Wangiro, camponesa do Quênia.
De cada 100 kg de frutas que eu planto,
70kg são para pagar a dívida de meus país.
O mundo deve escutar.
Este ano, devemos dizer aos líderes dos países ricos,
que o momento da mudança é agora!
Os africanos e os países pobres da América Latina e Ásia
tem que ganhar divisas fortes
e a única forma de fazer isso é exportando.
Tem que cortar os serviços públicos,
eles tem que despedir muitos funcionários públicos,
Dizem que reduzam seus orçamentos estatais
e em muito casos, há coisas para melhorar nas suas economias,
mas ao mesmo tempo, estes programas
criaram enormes sacrifícios para os mais pobres,
que não tiveram nenhum benefício com a dívida.
Este é o dinheiro que lhe devemos
O que é isso?
Obrigado
Eles me deram dinheiro
Para quê?
Nós não queremos!
Os países mais pobres da África
devolvem mais dinheiro aos países ricos no conceito da dívida,
que o dinheiro que recebem como ajuda.
Isto é seu!
A dívida está escravizando os povos mais pobres do mundo.
Quando seus países pediram emprestado,
Os que se beneficiaram da dívida
foram as classes altas e médias com o consumo.
Também gastaram enormes quantidades em armamento
para consumir bens e também petróleo.
Então, os pobres nunca se beneficiaram da dívida,
mas tem que fazer sacrifícios para pagá-la.
Eu tive a oportunidade de falar, durante muitos anos,
de falar com pessoas importantes
Importante me refiro no mundo político,
nos organismos internacionais,
nos governos,
no mundo econômico e empresarial
E notei uma certa dualidade,
quando falei com eles, ou com elas,
de pessoa para pessoa, disseram:
Defendemos essas causas, são fundamentais
E quando essas mesmas pessoas falaram em conferências internacionais,
e subiram no palco, disseram: Vamos aumentar nível de desenvolvimento,
vamos controlar a dívida externa,
vamos melhorar o comércio internacional,
vamos..., vamos..., vamos...
E sobretudo quando havia muito deles,
porque um dizia uma coisa e o outro dizia algo mais.
Logo voltam para os seus países
e tem que aprovar o orçamento para o ano seguinte
A ajuda ao desenvolvimento,
a dívida externa sempre esta na parte de baixo da lista
E nos dizem: "Homem, é que há coisas mais importantes,
mas sim que vamos, que sim!
Já faremos...
Se sou eleito novamente, farei no próxima legislatura.
Os Subsídios
Haiti, que é o país mais pobre do hemisfério ocidental,
estava bloqueada por culpa do Estado do Haiti
Porque o estado haitiano estava subsidiando o arroz
o que era desleal nos termos da livre concorrência dos mercados
Adeus subsídios,
Acabaram-se os meios protetores do arroz nacional,
e acabou-se o arroz nacional
Então os camponeses que cultivavam o arroz, foram empurrados
à mendigação ou às balsas
E o Haiti se converteu num país importador do arroz dos EUA
É claro que o arroz nos EUA está muito mais subsidiado que o arroz haitiano
Mas os técnicos, os especialistas, são pessoas um pouco distraídas
E nenhum deles pensou em avisá-lo.
No no final das contas, os EUA são o país que mais deve no mundo,
devem tanto quanto devemos todos os outros juntos
Mas nem FMI, BM e nenhum destes organismos
pensou em ir à Casa Branca e dizer ao presidente que
"vocês devem fazer isto, e isto não podem fazer, porque não gostamos"
Imagine. Quem pensaria assim?
Então, o arroz seguiu sendo subsidiado nos EUA
e os camponeses haitianos cumpriram seu destino de miséria
e morte
A UE e os EUA financiaram, aos montes, a produção agrícola
obtendo o resultado que veio definido como "dumping"
então, a venda de um produto agrícola
a um preço inferior ao custo de produção.
Atualmente, no mercado de Dakar,
para por um exemplo que vivi,
um mercado de Dakar em Sandaga,
pode-se comprar frutas e legumes franceses
um terço mais baratos que as verduras produzidas no Senegal.
Porque a agricultura européia recebe subvenções à exportação,
subvenções à produção,
e exporta aos países de 3° Mundo a preço de "dumping",
que arruína a agricultura dos países do Sul,
e que criam a fome,
que destroem as sociedades agrícolas da África Ocidental
ou de outros lugares.
O transporte, a transformação,
tudo o que vem depois da matéria original,
inclusive, no caso de produtos agrícolas,
faz-se através e empresas multinacionais.
Então, a capacidade deste países para se desenvolver é mínima
Entre 4 e 5 transnacionais que partilham o mercado
Atualmente a OMC, o FMI e o Banco Mundial
querem impor aos países a abertura dos mercados
no âmbito da agricultura,
unicamente para que estas poucas empresas,
que detém uma parte muito pequena da produção agrícola internacional
Queremos dissolver o FMI,
Queremos dissolver a Organização Mundial do Comércio,
que são as organizações mercenárias do grande capital, etc., etc.
Sabemos o que não queremos,
e o mundo novo, que vai nascer desses combates,
pertencerá aos ministérios da liberdade liberada dos homens.
Soberania Alimentar
Onde não pode mais, atualmente, lutar contra a pobreza
se não se permite à agricultura desenvolver-se ali onde está,
aí onde existe, digo, em todas as partes do mundo.
Hoje em dia, 55% dos habitantes das populações do planeta
são de camponeses.
Se falamos de agricultura,
devemos por no centro,
em todas as partes do mundo, a soberania alimentar,
e portanto, evitar os financiamentos e os subsídios
para produtos destinados à exportação
e, pelo contrário, sustentar produtos destinados a um mercado interno
e aumentar a multiplicidade da diversidade dos produtos
de modo tal que cada nação, no possível,
produza internamente o que necessite para viver,
e para que o resto se organize em intercâmbios internacionais.
porque se queremos que todos os habitantes do mundo
tenham o mesmo nível de vida que os europeus,
necessitaríamos 4 planetas.
Isso não é possível.
E se queremos que no mundo,
seus habitantes vivam como os norte-americanos,
então precisaríamos de 7 planetas.
E só temos um.
Isso quer dizer que temos que mudar radicalmente
o modelo econômico e social
e temos que entrar em consenso que os recursos do planeta
são limitados e que temos que compartilhá-los.
Hiperconsumo
O 1° Mundo
Somos 20% da população mundial.
E nós consumimos 80% dos recursos mundiais.
Este nível de consumo é simplesmente insustentável.
Atualmente o mundo se converteu numa espécie de hipermercado global
no qual, os que podem, ter acesso e consumir nesse mercado global...
os que não podem simplesmente são excluídos.
"Surplus - Aterrorizados em ser consumidores" atmo 2003 - Erik Gandini
O norte-americano comum consome 5 vezes mais que o mexicano
10 vezes mais que uma pessoa chinesa
e 30 vezes mais que uma pessoa da Índia
O orçamento da ONU, faz pouco, era de 1,2 bilhões de dólares.
Isso parece muito dinheiro,
mas os americanos gastaram 8 bilhões de dólares em cosméticos,
27 bilhões de dólares em doces e em chicletes,
78 bilhões de dólares anuais em álcool,
todas essas são cifras,
e 600 bilhões em carros.
Não vejo valor nem saúde em se manter esse sistema
E conseguir todas essas coisas é uma questão coerção, afinal
As pessoas são forçadas a estar em minas e linhas de produção
Sem estas coisas, não temos tudo isso:
Não temos um mundo de coisas,
um mundo em que se supõe que temos que lutar toda nossa vida
É toda uma situação de extrema fragilidade
criada por esta corrida econômica,
que é uma corrida desnecessária.
Se poderia ganhar um pouco menos,
porque toda esta corrida serve para que os ricos ganhem. Ninguém mais.
O pobre consumidor que se endivida é uma vítima dessa corrida
não é um beneficiário dessa corrida,
porque passa a vida pagando dívidas,
não tira nenhum proveito.
Portanto, eu acho, que esta doutrina,
que estamos praticando, da aceleração crescente e infinita
não tem sentido.
Nós seguimos pautas que nos vão calcando
por isso hoje a sociedade da informação tem uma responsabilidade enorme
a mídia com a teleporcaria tem uma responsabilidade enorme
E a capacidade crítica, e as partes sociais mais avessas,
tem, ou temos, uma grande responsabilidade.
Acho que os jovens hoje
não tem nenhum futuro.
"PESSOAS JOVENS NENHUM FUTURO"
Acho que todos no mundo hoje podem sentir,
sentir,
podem sentir o poder das grandes corporações multinacionais
que estão realmente começando a dominar o mundo.
"DOMINAR O MUNDO"
Estas grandes corporações multinacionais
gastando 400 bilhões de dólares por ano, tentando vender para nós
tentando vender fast-food,
tentando nos vender carros,
E, é claro, dá um enorme impacto em nós.
Eles são a cultura dominante que se estende através dos meios de comunicação
mas também através das Universidades, do modelo de vida,
que se transmite através da pele,
digamos de uma forma
através do Hambúrguer,
através dos televisores,
através...
Ou seja, esse modelo "coca-colizante" de vida
em que, também é através dos meios de comunicação.
Pode não haver comida, nem nada em alguns lugares do mundo onde passei,
mas sempre há uma televisão, isso é incrível
Televisão e parabólica... tem no último canto do planeta.
Isso sim que chegou,
não chegou o remédio,
não chegou a comida,
não chegaram os tratores, não chegou a infra-estrutura,
mas a televisão chegou...
para dizer "COMPRE!"
"comprando, vive-se melhor"
E uma grande parte do planeta,
está obsessiva com isso.
Os 30 segundos da propaganda de televisão
é a mais poderosa forma de comunicação
que os seres humanos já inventaram.
Você...
que está sentado aí na sua poltrona.
Passivo.
Com nada para dizer.
E lá fora, há algumas pessoas espertas, que estão produzindo
fantásticos programas e comerciais...
Eles são os poderosos produtores de informação e produtores de significado.
E você é o consumidor passivo desse significado.
A lata-de-lixo é o exemplo das mudanças que passaram
de uma carência total, de uma penúria, de uma pobreza
em que o mais velho, digo dos anos 40, 30, algo assim,
inclusive 50.
Que a lata-de-lixo alguém olhava e não tinha quase nada dentro.
Agora a lata-de-lixo se enche todos os dias.
Porque se enche exatamente do que não necessitávamos,
porque não necessitamos de tanta coisa.
Não necessitávamos tanto.
Mas mesmo assim, nós consumimos,
porque é a única forma de que esse sistema econômico se mantenha.
Bancos, lojas caras e cadeias como Starburks e outros.
As pessoas entendem que fazem parte do sistema global,
parte desta...
parte desta abusiva, padronizada e destrutiva forma,
que está arrasando todas as diferenças,
toda liberdade.
A distribuição do consumo no Ocidente,
em parte contribui para a perda de vidas em outros lugares.
Agora, também podemos aceitar, "é assim que o mundo é"
ou podemos dizer que precisamos de um sistema alternativo
para suprir as necessidades mais urgentes.
80% do planeta não tem nem para comprar.
Então, o mundo está em crise.
Eu acho que qualquer pessoa com quem eu converse pela rua,
por qualquer lugar, e pessoas muito diferentes,
idéias políticas superdiferentes das minhas.
Mas as pessoas... é que elas já tem medo.
Já sabem que tudo isso não é viável.
Porque não.
E somos alguns vivendo em certos mundos privilegiados:
Europa, América do Norte e alguns lugares da Ásia.
Mas a pressão das pessoas que já não tem nada é demasiadamente forte
Ou compartilhamos, ou tudo irá à merda.
Eu gostaria de ver um gigantesco desmantelamento,
para se desfazer de todas estas coisas.
Para arrasar as estradas e ruas.
Desfazer de tudo isto que se apóia na destruição da natureza
que nos separa do mundo natural e mantém as pessoas nesse moedor
em constante trabalho e em constante consumo.
É uma loucura.
O freio é somente o colapso,
O colapso é o 1929, o "Big Crash",
a grande depressão, foi um freio porque...
todos se empobreceram e não havia mais dinheiro.
Mas sob essa ótica, volto a dizer, na minha opinião totalmente demente,
o freio é o desastre.
Neste novo mundo, as pessoas teriam sua própria cultura novamente.
Teríamos um novo conjunto de valores.
Seria uma grande mudança de paradigma.
Uma grande mudança mental global,
onde as pessoas diriam:
"Eu não quero um carro de luxo"
Onde as pessoas passariam a dizer:
"Eu não quero outro Big Mac".
Onde as pessoas passariam a dizer:
"Eu não quero usar nenhum jeans Diesel".
Onde as pessoas passariam a dizer:
"Quero ter uma vida simples, satisfatória".
Verdade!
Porque o sistema transforma o cidadão num consumidor
E essa é uma conquista muito importante,
também do ponto de vista ideológico
E assim trata-se de refazer as pessoas em cidadãos
porque é somente com isso que vamos entrar
em uma outra perspectiva e outra visão sobre o mundo.
A maneira de lutar contra tudo isso é muito fácil:
É consumir menos.
É a única maneira de fodê-los:
Não comprar.
Porque é a única coisa que lhes interessa:
que você compre.
Se você não compra, se compra menos,
se compra unicamente para uma vida decente.
Aí já estará tocando onde lhes dói.
Mas há um marketing tão forte
e há um marketing, no nível da educação, tão forte
de que o importante é comprar
que, para maioria das pessoas, socialmente, o importante é comprar
E eles tem a todos adestrados
Porque a solução é esta: parar de comprar
Eu quero conseguir envolver a opinião pública ocidental,
a *** das pessoas ocidentais,
de que se não mudamos este caminho,
este modelo que está ai,
não está em discussão somente a vida de 3/4 do mundo,
mas está em discussão o nosso próprio futuro.
E quero dizer aos que me ouvem,
que se não estão disposto a fazer essa batalha em solidariedade
com os que vivem no hemisfério sul,
façam em solidariedade com seus filhos e com seus netos,
porque um mundo que vai nesta direção
destrói o ambiente, aumenta a pobreza,
aumenta as doenças.
Que futuro construir?
Se você não tem uma alma que vender
Se não te angústia, a necessidade
Se não fica tentado com o luxo, nem o poder
Se não é escravo da propriedade
Se não possui carteira de motorista
Se não navega ali na Internet
Se não lhe importa nada o porvir
Se não tem hipotecas, nem chalé
Se nem sequer é sócio do Madri,
de alguma maçonaria ou sociedade
Se não é adepto a um líder ou chefe
Se para você só importa a amizade
Você não é desse mundo, acredite
Mas encontraremos seu lugar.
Porque algo teremos que lhe vender,
algo que você terá que comprar
Amém
legendas: www.docverdade.blogspot.com Baixe documentários grátis