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De nota em nota De Dó pra Dó
De gota em gota de suor escorregadio Dançamos para o infinito e de volta
Plantamos uma vida que brota
Deixa penetrar a música que nos une Vem comigo
Vem, Vem ser imune
Porque o ritmo nos coliga Nos aperta
Afaga qualquer dor Nos põe alerta
Do Hip ao Hop Da Salsa ao Rock
Estamos ligados de Norte a Sul Estamos unidos nessa falta de tudo o resto
Apenas reclusos da essência Presos em cadência
Partilhando da mesma demência
Ritmicando amores Amando das claves de sol aos Dó maiores
Transformando meras pulsações em sensações maiores
E ficando quase que impune:
Deixa penetrar a música que nos une Vem comigo
Vem, Vem ser imune
Escutei um som e percebi o que é amar: Amar é dançar
É requebrar sobre a pauta do coração É viver essa musicalidade que te exalta
E declamar as palavra da paixão
Porque o resto não interessa A quem amas ou odeias
A cor do sangue que te corre nas veias Se és Rapper ou poeta
Cabindense ou lisboeta O que interessa é o que está aqui dentro
O que vem dos corações alheios e te penetra
O que interessa é aqui, neste instante, Até ao som de um Funk:
Momentos eternizam-se, Sofrimentos amenizam-se
Lamentos viram lírica Mágoas fazem mímica
E descrevem lamúrias tão doces de se cantar E de tão longe eu consigo te tocar...
Meu coração chega ao teu Teu sentimento torna-se meu
Milagres rítmicos se manifestam a cada batida dos nossos corações
E vivemos momentos tão bons!
A vida é polifónica, Não é monotónica
Ensina de tom pra tom Porque viver é bom, faz barulho
Quando é mau faz ruído Mas quando é bom faz sentido
Da vontade de apertar no Play toda hora e reviver tudo aquilo que já foi vivido
E a música não é só a de estúdio É aquela do escuro
Do íntimo Que no faz rir e chorar
Que nos relembra o quão saboroso e doloroso gamar
É a Rebita que nos faz dar os braços A tarraxinha que promove muitos amassos
É o Kuduro que ninguém sabe bem porquê mas todos amamos
É o Kilapanga do Popula É o Semba, é a Cabetula
É a mama da Ilha que bungula É o Heavy Metal daquele pessoal de preto
que só pula
É aquela boa vibe na qual todos entramos ao ouvir uma sequência sonora que nos revela
É mais que bela É a nossa telenovela
Contada por batucadas Na percussão que faz soar o destino
É o nosso Hino.
Na música unimo-nos sem raça Com graça
Sem cabelos lisos nem rastas
Sem castas, nem pastas, nem cargos Unimo-nos em embargos
E nos perdemos navegando
Como seres microscópicos Pouco lógicos
Ligados apenas pelo verso Versando entre as galáxias
Diariamente poetizados por essa matriz linfática perfeita
Que une dos pontos mais ínfimos e distantes E nos torna em um e amantes
E assim coligamos estrelas e cometas Partículas e cometas
Coisas e seres Homens e mulheres
No verso criamos um universo: O buraco *** da simbiose dos átomos
Que de tão grande torna-se no mais pequeno, coeso e sereno
O que nos une é a palavra, Seja ela escrita ou falada,
Chorada oi cantada A que quando expressada é eternizada
Pois é a pura manifestação humana da irmandade Da africanidade!
A dispersão da sociedade, na música íntima se reúne: