Tip:
Highlight text to annotate it
X
Associação Mulher e Meio Ambiente
Boa Tarde, bem-vindos a Plaza Gutierrez, o povoado mais antigo da zona de Intag.
Nós somos a parte da Associação Mulher e Meio Ambiente.
Praticamente somos poucas, ao total somos 31 mulheres trabalhando o artesanato da Cabuya.
No começo a idéia era gerar dinheiro para nossas famílias, porque
como mulheres trabalhávamos em muitas coisas, mas ninguém nos pagava pelo que fazíamos.
Não nos sentíamos valorizadas porque fazíamos o trabalho doméstico e nada mais.
Agora nos sentimos bem porque, digo e repito, nos sentimos valorizadas ao saber o que fazemos
e até onde podemos chegar.
Somos mulheres que podemos tomar decisões, e boas, para coisas boas.
Colhendo a Cabuya
Estas matas de penca maduram aos 3 anos
e quando estão bem abertas se começa a cortar, e se corta a cada ano.
Cortamos os espinhos porque temos que carregar nas costas.
Sempre se corta parte da mata deixando algumas folhas porque se cortamos tudo
matamos a planta e para a outra vez não temos de onde cortar.
Temos que carregar, por mais distantes que estejam as pencas
Extraindo a Fibra
Essa máquina se chama desfibradora...
Lavando a Fibra
Lavamos com água, nada mais. E da fibra da cabuya sai como um sabão
por isso ao esfregar sai uma espuma.
Colocamos no rio e lavamos assim, então assim se lava rápido.
Uma vez que está desfibrada e lavada, a cabuya é levada a um lugar.
Como podem ver a praça de Gutierrez é um lugar estratégico pra secar a cabuya
e temos que estar movendo-a continuamente, a cada hora.
Então quando a cabuya está seca, começamos a pintar para nosso artesanato.
Tinturas Naturais
Este é o ‘chanchi’, nós não comemos, é bem tóxico e pode ser mortal.
Só utilizamos pra cabuya. Esse azul nos dá o chanchi.
Mas se queremos que seja mais suave, com a mesma planta se pode ter essa cor.
Essa é uma folha da mata que vimos atrás chamada ‘rucuna’, utilizamos a casca,
que cozinhada dá uma cor amarela como essa.
Essa é uma mata de ‘chilca’, selvagem, encontramos por todo lado,
com essa chilca cozinhada temos uma cor verde.
Essa é a nogueira, que é a base fundamental para pintar as outras cores
porque essa fixa todas as tinturas.
Primeiro, junto, ou depois... a nogueira vai sempre!
Coloco o urucum para que ferva um pouco e depois a cabuya.
Com essa cor que estamos cozinhando, temos uma cor tomate intensa,
mas se pode fazer dessa cor também. Essa mais tempo,
essa menos e varia a cor com o mesmo urucum.
A água cozinha bem na panela e coloco a fibra.
Logo que esteja na panela, deixo de noite até amanhecer, mas sem fogo.
A cor sai amarela.
Dia Seguinte
Lavamos para que saia a água de cima
e aqui colocamos no sol.
Quando seca mandamos fazer o fio.
Fiação
Meu nome é Fabíola Ries, sou parte do grupo de mulheres.
Então cada companheira traz sua fibra da cor que queira para que eu faça o fio.
Então se desembaraça depois se encera e logo se coloca na placa.
Vamos pentear a cabuya.
Tem que ser boa cabeleireira pra fazer isso!
Depois disso se coloca no chão, se envolve no pau
e trazemos para fazer o fio.
Esse é o fio, cheio ele tem duas libras (1kg).
Meio quilo se faz numas 2,5 horas.
Esse é uma libra!
Tecendo
Esse é um ponto de estrela. Durante o dia, algumas horinhas são para tecer.
Depois do café da manhã ou do almoço quando se vai descansar, de pouquinho a pouquinho..
Estou fazendo uma bolsa de mão, que tem a base de couro e logo cabuya
e tenho que fazer de diferentes cores.
Esse é um tapete que se demora uns dois dias fazendo.
Sempre nos artesanatos terminados queimamos para tirar os fios de cabuya mais largos.
Está terminado.
Tudo é feito a mão, tudo fazemos em casa
também fazendo nossas atividades do lar.
Todas as coisas são pintadas com ervas naturais
e temos diferentes bolsas, carteiras, chapéus, cintos, tapetes, muitas coisas!
Obrigada as amigas de Plaza Gutierrez!