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[Rui Gabriel]: Olá. Neste segundo vídeo então vamos abordar o tema de crise, da tão falada crise.
Realmente a crise tem sempre dois lados: o lado pessoas que se queixam e o lado das pessoas que fazem alguma coisa para resolver os programas que têm.
E então espero que esteja do lado certo da crise, como nós estamos
que esteja do lado das pessoas que estão a fazer alguma coisa para aproveitar as oportunidades que trazem a crise.
Eu gostava de perguntar ao Sílvio Fortunato o que é que ele acha sobre este assunto, porque ele é uma pessoa especialista em crise
em mudanças, e então acho que o que ele tem para dizer é importante.
[Sílvio Fortunato]: Temos que ter a capaciade às vezes de…de reformular a nossa vida várias vezes e nisso eu tenho bastante experiência.
Costuma-se dizer enquanto uns choram outros vendem lenços, e portanto é exactamente isso que estavas dizer.
A crise em chinês quer dizer oportunidade e portanto é preciso é estar do lado certo da crise, e isto às vezes é mais fácil dizer do que fazer
é muito bonito estas palavras e chavões feitos, mas realmente temos que ter essa noção.
E as crises são são mais do que as mudanças, e quanto maior é a crise maiores mudanças existem.
Hoje uma das grandes mudanças é precisamente a velocidade da mudança, hoje as coisas mudam a um ritmo realmente incrível
e como as coisas mudam muito depressa, geralmente as pessoas que têm dificuldade em acompanhar essa mudança
e terem a sua vida feita de forma a que se consigam adaptar a essa mudança com relativa facilidade, nunca é fácil mudar, nós…
é próprio do ser humano resistir à mudança, mas se nós não tivermos a nossa vida estruturada
para podermos ter a flexibilidade suficiente para mudar, realmente a crise chega mais depressa.
Então hoje cada vez mais, e é isso que vamos tentar ensinar nestes vídeos, é conseguir ter modelos de rendimento
modelos de negócio que tenha essa flexibilidade e que nos conseguimos adaptar.
E hoje nós vivemos nestas grandes mudanças, existem muitas pessoas que realmente têm grandes teorias sobre isso
a minha pode não passar de ser uma teoria mas é um apanhado de algumas ideias.
Uma das grandes mudanças é que hoje…fala-se da globalização, fazem-se manifestações, andam à paulada…, por causa da globalização, contra…
tentam aquele tipo o TGV…, nem é um comboio é um TGV que vem de frente e eles metem-se heróicamente na linha a tentar parar o comboio, não é…!
Então há essa forma de ver as coisas, e há outra forma que é perceber as mudanças e tentar aproveitar essas mudanças e ver onde é que surgiram as oportunidades.
E uma das grandes mudanças com essa globalização é que negócios que se baseiem em mão-de-obra estão a ser deslocalizados.
Isso não acontece só cá em Portugal, acontece em todo o países.
Viu-se muito…muitas empresas sairam aqui de Portugal para irem para os países de leste, e países emergentes como a China, a Índia, os países de leste, etc.
em que têm a mão-de-obra realmente muito mais barata, e as empresas…, quer dizer não têm outra forma de conseguir sobreviver no mercado se as empresas
e grande parte do seu núcleo reside no facto de ter mão de obra, não têm outra hipótese senão deslocar para onde existe essa mão-de-obra mais barata.
[Rui Gabriel]: Há uma coisa interessante em relação a isso, todos nós gostamos de ter os produtos baratos no supermercado ou na loja de roupa ou noutro sítio
mas queremos que as pessoas que fazem esses produtos ganhem muito dinheiro.
Ora são duas coisas que não funcionam: ou bem que as pessoas que trabalham lá ganham muito dinheiro, isso faz com que os produtos sejam mais caros
ou então temos os produtos mais baratos, e essas pessoas têm que ganhar menos dinheiro.
Então, por causa desta lógica muitas empresas deslocalizaram para conseguirem colocar na nossa…ao nosso alcance produtos mais baratos.
Claro que nós podemos nos queixar disso, não é, temos todo o direito de nos queixar disso e tentar encontrar alternativas
mas realmente isto é um jogo em que todas as coisas têm consequências, não é…
[Sílvio Fortunato]: Então as mudanças que houveram aqui há umas décadas atrás nos países mais desenvolvidos em termos industriais, etc.
está a acontecer nesses países, na China, etc., que é as pessoas sairem das aldeias para as cidades, construirem cidades inteiras quase do nada
e portanto toda essa revolução que está a acontecer nesses países já aconteceu a nós há muito tempo.
O que é que acontece? Uma das oportunidades é fornecer…os americanos chamam-lhes “commodities”, desde cimento, tijolo, etc.
tudo isso, todos esses bens e serviços que estão agora a ser necessários lá, portanto são agora pessoas que se estão a adaptar a isso.
Mas o que é que acontece? Basicamente vai haver uma grande *** de pessoas que ao serem desempregadas, ao ter o modo de vida delas
ao ter um modelo de sobrevivência ou de rendimentos aplicados numa mão-de-obra, essas pessoas vai ser uma *** que vai ter que mudar a sua forma de ganhar dinheiro
a sua forma de pensar, para outras formas, ou seja, não vale a pena se estar a lamentar, e claro que…, e hoje assiste-se a uma coisa, quer dizer, que é bárbara…
uma pessoa com quarenta anos se fica desempregado, no mercado de trabalho já passou o prazo de validade, não é…nós já passamos do prazo de validade…
Então, eu por exemplo não tenho assim nada de grandes estudos, optei logo, quando estava a terminar o décimo primeiro ano, nem sequer tenho o décimo segundo ano
estava para estudar para educação física porque havia menos disciplinas para estudar…
mas depois pronto tinha que ser professor, desculpem os professores, não é desprestígio nenhum, mas não me seduziu a vida de andar com a casa às costas durante anos
não me seduziu a vida de professor, e como tal não tinha se calhar estudos suficientes para arranjar um emprego
e portanto sempre na minha cabeça eu pensei que tinha que arranjar o meu próprio emprego, ou seja, tinha que ser dono do meu próprio…
do meu próprio modelo de negócio, e portanto eu nunca ficava desempregado, percebes, e foi uma das diferenças.
Então hoje essa *** humana de pessoas cada vez maior nesses países procura desesperadamente alternativas.
[Rui Gabriel]: Nesses países estamos a falar de Portugal, por exemplo.
[Sílvio Fortunato]: Portugal por exemplo, dos países onde essa *** de pessoas que fabricam se desloca para os outros países, e essas pessoas ficam sem emprego
não é, e o que acontece é que essas pessoas vão tentar procurar a fabricar, porque é isso que elas sabem fazer, mas esses empregos do fabricar cada vez são menores
e cada vez existe mais concorrência para os mesmos lugares, não é, então se essas pessoas em vez de procurarem, e porque têm especialização em fabricar
têm que começar a adaptar-se, têm que aprender novas coisas, novas…novas especialidades.
Uma coisa que a mim me mete muita confusão é quando abordo alguém e ela me diz “ai eu não sei fazer isso”.
O não saber fazer isso, mentalmente é a primeira…é o primeiro indício do desastre, não é…!?
[Rui Gabriel]: Claro! Quer dizer, ninguém nasce ensinado, não é, mas uma coisa é ter a atitude “eu não sei fazer, eu não faço”, outra coisa é “não sei fazer, aprendo”
são duas posturas mentais completamente diferentes e faz a diferença entre uma pessoa com sucesso e uma pessoa sem sucesso.
[Sílvio Fortunato]: E a pessoa que passou…, isto é um exagero, mas a pessoa que passou uma vida a apertar um parafuso é difícil passar para outros patamares
mas obrigatoriamente, cada vez mais, e hoje vivemos num mundo de informação, por um lado temos a dificuldade, mas é como o copo meio cheio meio vazio, não é
podemos olhar das duas formas, por um lado temos a dificuldade de estarmos a viver numa era de informação, enquanto esses países entraram na era da fabricação
nós saímos dessa era para a era de informação, ou seja, existe lugar para nós, lógico, existe é outro tipo de trabalho, e as pessoas têm que perceber isso.
Então nós estamos na era da informação, e nunca foi tão fácil aceder a essa informação pela Internet, agora…, quem é que vai ganhar o jogo?
Quem se adaptar, quem tiver sede de aprender, tem que estar constantemente com a sede de aprender, e aquela coisa do “eu não sei fazer”
assim que ela diz isso tem que pensar duas vezes: não sei fazer mas eu quero aprender.
Então como existem tantas pessoas a necessitar de uma determinada coisa, se tu souberes essa coisa
e se conseguires guiar essa pessoa nessa coisa tens realmente uma grande oportunidade.
[Rui Gabriel]: Eu acho muito interessante a situação da história de crise, todas pessoas que eu conheço, mesmo na televisão toda a gente fala da crise
e eu reparo que os meus negócios na Internet têm aumentado significativamente.
Isto leva-me a entender que existem formas de fazer as coisas, como o Silvio estava a dizer, eu não posso concordar mais, há formas diferentes de fazer as coisas
fazer as coisas da mesma maneira de sempre produz, obviamente, os mesmos resultados de sempre.
É interessante nós lutarmos por aquilo que já atingimos, os objectivos que já conseguimos, lutarmos para os manter, isso é bom, não há nada de errado com isso
mas também é bom ser inteligente, e tentar juntar a isso que nós já temos alguma coisa extra que nos ajude então a lidar melhor com as situações
a lidar melhor com esta crise.
Portanto, não posso concordar mais, a propósito disso de juntar outras coisas.
No próximo vídeo, então, vamos falar de como é que nós podemos criar várias fontes de rendimento
e não estarmos dependentes somente do nosso ordenado, ou do nosso trabalho ou do nosso emprego.
[Sílvio Fortunato]: Não por os ovos todos na mesma cesta, basicamente é isso que nós vamos ensinar.