Tip:
Highlight text to annotate it
X
Dae beleza? Eu sou o Velberan e estou aqui com o décimo Underplay, quadro do canal onde
eu mostro jogos obscuros seguindo as indicações de vocês. E desta vez vamos ver Kahen Soukou
Speed Power Gunbike, um jogo de motos transformistas desenvolvido pela Inti Creates em 1998 para
o Playstation, e foi sugerido pelo Délcio J Costa e pelo Rodrigo Roque de Souza.
Esse é um jogo bem difícil de colocar em algum gênero porque ele tem um estilo de
gameplay bastante peculiar. Hora parece jogo de corrida, hora parece jogo de Mecha, e em
outras com nada disso, então, vamos falar como é o jogo mesmo e depois vocês me dizem
aí se dá pra definir um gênero pra ele.
A gente pilota uma moto e em boa parte das fases precisamos chegar de um ponto a outro
da pista. Só que estas pistas tem uma porrada de obstáculos e inimigos, e pra poder passar
por tudo isso, temos que transformar a moto.
A primeira transformação é colocar ela em modo de rally. A moto mesmo é bem veloz
mas não tem muito controle, então no modo rally ela fica mais fácil de controlar, só
que perde um pouco de velocidade.
A segunda transformação, e bem mais interessante é o robô. Na verdade não é bem um robô,
o veículo se transforma numa espécie de super armadura que deixa o piloto parecendo
um Mecha, mas vamos chamar de robô aqui pra facilitar as coisas.
Nesse modo ele fica bem mais lento, mas pode quebrar a maioria das barreiras que aparecem
pela frente e tem três tipos de ataque. O primeiro é o golpe de curta distância, o
segundo é atirando com alguma arma e o terceiro é um especial.
Esse especial, chamado de G-Power, só pode ser usado depois de encher a barra de energia,
e conseguimos isso quebrando vários objetos em sequência com o robô.
Esse troço aí é bem poderoso mas também tem várias limitações. Só dá pra acelerar
com ele por um curto tempo, depois a máquina superaquece e temos que esperar um pouco até
poder acelerar de novo. Fora isso os controles dele são horríveis, mas esse é o principal
ponto fraco do jogo e eu já falo disso.
Todas as fases tem tempo para serem concluídas, e o relógio é chamado de Anergy. Não sei
por que é Anergy invés de Energy mas beleza. Além desta energia ser o relógio do jogo,
ela é também nossa barra de vida, ou seja, toda vez que tomamos dano, ela diminui também.
E claro, se ela acabar, é game over. Geralmente as fases são mais voltadas pra
corrida de tempo em que precisamos alternar entre os três modos pra vencer os obstáculos
e conseguir chegar no final à tempo. O que varia aí é que nem sempre essas pistas são
regulares, algumas delas, mais pra frente no jogo, são uma espécie de labirinto, elas
vão mostrando outros caminhos que são sem-saída, e se pegamos um caminho errado, temos que
voltar esse trecho pra entrar no lugar certo.
Pra tentar facilitar, dá pra ligar a bússola apertando o Select no controle, mas ela não
ajuda tanto assim, porque muitas vezes só mostra que estamos entrando no lugar errado
em cima da hora. Ela não ajuda muito, mas é loucura tentar jogar isso sem ela, a menos
que você já tenha decorado o jogo inteiro.
Depois de passar por essas seções, tem as lutas com chefes, e é onde o jogo muda de
cara de novo.
O primeiro chefe - que logo vai aparecer aí - é praticamente uma luta de Mechas. A gente
tem que acertar uma das pernas do robozão aranha para ele cair e então golpear o que
seria o olho dele, aí ele levanta, dispara pra tudo que é lado e vamos repetindo o processo.
Em outra luta, que vou deixar no final do vídeo, temos que alternar entre a moto e
o robô pra perseguir veículos de combate em um túnel. Essa já é uma luta bem mais
tensa que a primeira, uma sequência bem bacana.
A princípio, esta é a mecânica do jogo, pode parecer um pouco confuso no começo,
mas depois que a gente entende melhor tudo isso conseguimos jogar trocando os modos do
veículo tranquilamente.
E o Gunbike ainda tem mais alguns atrativos interessantes.
Pra começar o jogo tem cutscenes renderizadas em tempo real, e isso era uma coisa meio rara
na época, pois as animações em CGI estavam bem em alta. E não regularam na mixaria não,
porque tem umas cenas bem da hora.
Fora isso tem muitas vozes, os personagens conversam bastante entre si, e a história
também parece ser bacaninha, pelo menos pelo que eu entendi porque eu não entendi nada
do jogo. Ele só saiu em japonês, e nem legenda tem, então a gente vai só inventando a nossa
própria história enquanto vê a ação mesmo. A única coisa que eu entendi é que ela se
passa 100 anos no futuro, a partir do ano de desenvolvimento, ou seja, em 2097.
Aqui começamos com três personagens pra escolher, cada um tem uma moto diferente,
com especiais e golpes distintos. Li que cada um tinha uma história diferente, mas até
onde eu joguei com eles não pude confirmar isso.
Mesmo assim vale a pena fechar com todos, porque cada um abre um personagem novo, fora
que o modo de robô deles são realmente bem distintos, então dá pra ter uma experiência
diferente com o jogo só trocando de personagem.
No gameplay aqui eu escolhi o Major Nouno, que tem o robô mais apelão! Os outros golpeiam
sempre em linha reta, mas o Nouno usa uma espécie de espada de luz que ataca em arco,
aumentando a área de ataque, fora que ele também atira com duas armas, também acertando
uma área maior.
Se você ainda não conhecia o Gunbike e for experimentar o jogo, recomendo fortemente
que comece com ele, porque, como os ataques dele acertam uma área mais ampla, acaba aliviando
um pouco o terrível problema que este jogo tem com a jogabilidade.
Apesar do Gunbike ser bem divertido e ter um estilo bem curioso, ele tem um problema
gravíssimo no controle de tudo o que a gente faz, e pra se acostumar com isso e conseguir
jogar direito, vai tempo pra caramba!
Tem um modo de treino que dá pra tentar antes de começar a jogar pra valer, pra aprender
os comandos e tal, mas eu achei ele mais difícil que o jogo em si, esse foi o primeiro jogo
que eu não consegui terminar o treino! E olha que eu tentei pra valer, viu!
Mas deixa eu explicar direitinho o problema. A moto funciona muito bem enquanto só temos
que desviar de alguns obstáculos na tela, só que isso é depois de aprender a controlar
o dedo, porque até onde eu sei o jogo não tem compatibilidade com o controle ***ógico,
então se apertar um pouquinho demais o direcional pro lado, a moto vai com tudo pra parede.
Isso ainda tudo bem, só que pra fazer curvas muito fechadas, temos que praticamente parar
a moto e fazer a curva, e como não tem mini-mapa e a bússola só avisa que tem que virar em
cima da hora, é bem frequente passar batido por isso.
Dá pra contornar ou com os direcionais mesmo, ou apertando o L1 e R1, que faz a moto, teoricamente,
virar 180º graus. Só que pra câmera, que sempre está atrás do veículo, se posicionar
corretamente de novo, também demora. É como se o cameraman fosse correndo mesmo pra filmar
do outro lado.
Sem falar que se a moto leva um dano muito forte o carinha sai voando dela, no melhor
estilo Road Rash, e pra voltar pra moto pode levar até 15 segundos.
Parece bobeira reclamar dessas coisas, mas como o jogo todo é uma corrida contra o tempo,
tudo isso atrapalha muito.
A maior parte desses problemas com a moto são resolvidos quando estamos no modo rally,
por isso é melhor usar esse modo quando tem muitos obstáculos desviáveis.
Só que a pior coisa aí é no modo robô. Os caras que desenvolveram ele esqueceram
de dar função pro bicho girar. Tipo, se você está com um inimigo do teu lado, você
não pode só virar e atacar ele. Pra mudar a posição do robô, ele tem que ir andando
até estar virado pro lado que você quer, mais aí o alvo já está no lugar errado
de novo, então tem que ir andando pra trás, ir pro lado de novo, até conseguir deixar
o infeliz no lugar certo pra atacar.
Dá pra segurar o botão de mira para manter ele na linha enquanto gira, mas desse jeito
ele vira tão devagar ainda!
Por isso o Major Nouno é o melhor pra começar neste jogo, porque os ataques dele são em
arco, então pega melhor os flancos,e a arma de fogo dele também não precisa de tanta
mira pra acertar.
Talvez um pouco da razão de todo esse problema com os controles é que a Inti Creates, produtora
do jogo era relativamente nova no ramo. Esse foi o primeiro jogo dela, só que esta produtora
foi formada com ex-membros da Capcom.
Então a minha teoria é que, o jogo é bom porque foi feito por desenvolvedores bastante
experientes, só que eles esqueceram de levar da Capcom algum programador que manjasse mais
de controles pra colocar na equipe nova.
O Gunbike é um jogo bem desconhecido e quase não tem informações dele na internet, nem
em japonês encontrei muita coisa. Ele foi lançado só no ***ão e parece que nem neste
território conseguiu muita popularidade.
Mesmo assim, quem por uma razão ou outra acabou trombando com uma cópia desse jogo
acabou virando fã. Até achei um carinha aí que montou alguns veículos do jogo com
Lego, ficou bem legal e vou deixar o link do cara aí na descrição pra quem tiver
a curiosidade de ver as outras figuras que ele fez.
Apesar deste jogo não ter feito quase que sucesso nenhum, a Inti continuou em frente
e além de outros jogos, produziu as séries Megaman Zero e Megaman ZX. Hoje eles estão
trabalhando junto com a Comcept no que já é o título mais aguardado de 2015, o Might
Nº 9.
Se por algum acaso você não sabe o que é este jogo, ele é o novo título do Keiji
Inafune, criador do Megaman e... ele é praticamente o Megaman, com outro nome. Só que como a
Capcom abandonou o azulzinho, o pai dele resolveu pegar a cria de volta, desenvolveu outro personagem
que lembra muito o Megaman, quebrou os records do kickstarter pra conseguir fundos pra desenvolver
o jogo e o hype que toda essa história está gerando está tão grande que não duvido
nada que ele acabe se tornando o jogo da série mais vendido de todos os tempos, mesmo não
sendo bem um jogo da série.
E a Inti Creates, produtora do Gunbike, está no meio deste projeto, espero que não mapeando
os controles.
Então é isso, o Speed Power Gunbike é um jogo bem interessante, mas a dificuldade pra
aprender a jogar ele decentemente pode desanimar muita gente, mesmo assim acho que, principalmente
quem gosta de jogos do estilo Mecha pode sim curtir bastante ele.
Muito obrigado ao Rodrigo pela sugestão, e ao Délcio também que tinha sugerido o
Gunbike lá no segundo Underplay.O Délcio aí que é um dos que estão há bastante
acompanhando o canal, participando bastante nos vídeos, obrigadão pelo apoio.
E se você tem alguma sugestão de jogos obscuros para aparecer aqui no Underplay, pode deixar
aí nos comentários, e não deixe de clicar no gostei e adicionar o vídeo aos seus favoritos,
que isso dá uma baita força pro canal. Se esse é o primeiro vídeo daqui que está
assistindo, inscreva-se, e siga nas redes sociais, os links estão aí na descrição.
Eu vou ficando por aqui, nos vemos no próximo vídeo. Falou!!!