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"Qual de vocês é Malala Yousafzai?" "Fale, caso contrário vou atirar em todas vocês!"
Malala Yousafzai é uma adolescente do Vale Swat no Paquistão, na fronteira nordeste do Afeganistão,
um lugar marcado pelas montanhas altas, campos verdes, águas cristalinas, e conflitos sangrentos.
Aos 12 anos, Malala era uma ativista. Em 2009, ela escreveu um diário para a BBC,
no qual descrevia as ações atrozes do Taliban, e defendia educação e oportunidades iguais
para as mulheres. Em 2011, Malala foi designada para o Prêmio Internacional da Paz Infantil,
e em dezembro do mesmo ano, recebeu o primeiro Prêmio Paquistanês Nacional Juvenil pela Paz, pelos seus esforços.
Ela também recebeu ameaças de morte.
Malala era repetidamente advertida pelo Taliban a se calar.
A imediatamente interromper as críticas públicas e parar de falar
pelos direitos do gênero obviamente inferior. Aos olhos do Taliban, Malala e todas as
mulheres deveriam se submeter e aceitar o seu lugar na ordem das coisas.
Mas Malala não ficou em silêncio. Em 9 de outubro de 2012, enquanto Malala
e outras alunas voltavam pra casa da escola, homens armados pararam o veiculo e abriram fogo.
Duas outras meninas foram seriamente feridas.
Malala foi baleada na cabeça.
Com a idade de 15 anos, pelo terrível crime de insistir que meninas
tinham o direito a ter uma educação para melhorarem a si mesmas, para quebrar os grilhões culturais
que as aprisionavam, Malala era a inimiga. Para o Taliban paquistanês, suas palavras
eram mais perigosas do que qualquer arma de guerra, porque elas desafiavam a ordem das coisas,
porque elas insistiam que homens fanáticos não mereciam ser os senhores do seu destino,
porque elas falavam por uma desafiadora e livre voz feminina.
Por isso, o Taliban paquistanês declarou guerra a uma pequena menina. Porque ela era
"o símbolo dos infiéis e da obscenidade."
Mas Malala não morreu. Ela escapou da morte por centímetros.
E sua recuperação tem inspirado milhões ao redor do mundo.
Entre as primeiras fotos públicas da recuperação de Malala está essa:
a jovem menina lendo um livro, um símbolo da própria educação que o Taliban deseja lhe negar.
Escolas foram renomeadas em seu nome.
Petições pela educação das meninas circularam em sua honra.
E no momento, milhões de olhos estão abertos para as culturas brutais,
covardes e opressivas que buscam manter
os direitos das mulheres, manter os direitos humanos, sob suas botas.
A história de Malala Yousafzai é convincente. Mas infelizmente, não é uma história nova.
Todos os dias, atrocidades como essas são cometidas ao redor do mundo. E por milhares de anos,
tiranos têm ficado aterrorizados por aqueles que sob o seu controle,
iriam se erguer e empunhar a arma mais perigosa de todas:
uma ideia.
Este é um momento crítico.
Esse ato horrível de violência e opressão
nos cobra a prestar atenção nas coisas e decidir que
nós não podemos, nós não iremos permanecer silenciosos enquanto nossos companheiros seres humanos
estão sendo torturados e executados pelo crime de pensarem por si próprios.
Que nos recusamos a ser ameaçados a submissão,
e não iremos parar de lutar até que aqueles oprimidos sejam física e intelectualmente livres.
Obrigada, Malala, por nos mostrar o quão poderosa uma única voz pode ser.
Por fornecer um exemplo de coragem real, e por nos lembrar que a luta pelos direitos humanos
não é responsabilidade de qualquer pessoa, mas sim,
responsabilidade de todos nós.
"Eu penso nisso muitas vezes e imagino a cena claramente. Mesmo que eles venham me matar, eu direi a eles que o que eles estão tentando fazer é errado, que educação é nosso direito básico." Malala Yousafzai