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Ok. Não é necessário ser-se religioso para se ser um aborrecimento público, tal como não é necessário ter-se uma licenciatura em medicina
para se ser um alcoólico, mas estatisticamente ajuda, aparentemente, e quem duvidaria?
Este vídeo vai ser relativamente duro, porque pensei que tinha tornado bastante clara a minha posição relativamente às escrituras
da última vez, mas aparentemente não. Algumas pessoas decidiram tentar evangelizar-me,
porque na opinião delas eu ainda não alcancei a verdade
e elas querem-me esclarecer quanto a isso, usando - adivinhem o quê - escrituras.
E porque eu não quero ouvir nada disso tenho o espírito fechado, aparentemente,
o para mim é uma novidade. Ser chamado de "espírito fechado" por pessoas religiosas é um pouco
como ser chamado "amarelo" por um cacho de bananas. Mas neste caso devo admitir
que há algum fundo de cerdade na acusação. De facto, tenho um espírito tão fechado
que só estou preparado para lidar com a realidade. Sei que não soa muito razoável,
mas quando algo não é real sinto que tenho automaticamente um preconceito inato - exacto, um preconceito -
contra fingir que essa coisa é real. De facto, tenho um espírito tão fechado
que quando se trata de acreditar em absurdos (nem vão acreditar nisto) exijo a existência de provas.
A sério! Provas à prova de bala, das que são aceites em tribunal.
Num tribunal a sério, não numa comissão de direitos humanos.
E acho que ambos sabemos que vocês e as vossas escrituras não vão fornecer essas provas
nem que vocês berrem até à eternidade. Por isso mais vale se darem ao trabalho.
Estariam bem melhor a reflectir sobre o facto de que as vossas crenças íntimas
não são mais que um mero defeito de nascença. Os pais que vos troxeram ao mundo
e aquilo que eles acreditavam é sem dúvida o que vocês acreditam.
Se tivessem nascido noutro local qualquer acreditariam noutra coisa qualquer, e considerariam estas escrituras
heréticas e falsas. Mas am ambos os casos, a vossa religião seria a única verdadeira.
Como podem não ter vergonha?
Por isso, não obrigado, não quero ouvir as vossas crenças,
e quero lá saber o que as vossas escrituras dizem.
Desculpem ter um espírito tão fechado, mas vou-vos soletrar
tão claramente como possível, de forma a evitar desentendimentos futuros:
Não me interessa que tenham uma fórmula para transformar chumbo em ouro.
Fiquem com ela.
Evangelizar quem não vos quer ouvir é algo tão reles de se fazer.
É como exporem-se nus em público. O que aconteceu às boas maneiras?
Não é como se nunca tivéssemos ouvido falar! Deus sabe que já ouvimos isso
milhares e milhares de vezes, e não se torna mais convincente à medida que se ouve,
mas isso aparentemente não vos entra na cabeça, pois não?
Se alguém me tentasse vender um carro, e eu decidisse que não era o que eu queria,
não estaria à espera que essa pessoa regressasse no dia seguinte para mo tentar vender novamente.
Especialmente se fosse um carro invisível.
E se o fizesse, essa pessoa seria rapidamente mandada embora,
e acharíamos que tinha sido uma falta de respeito.
Mas sabem, eu não estou à procura de um carro. De NENHUM tipo de carro.
Decidi andar a pé.
E isso vai-me levar onde vou, porque eu vou para onde isso me levar.
E serei feliz quando lá chegar. De facto, já sou feliz.
Por isso não quero ouvir nada sobre o deus, o salvador, ou o profeta de ninguém,
ou sobre escrituras, ou sobre qualquer tipo de chachada de superstição sobrenatural.
Nem sequer sobre variações do mesmo tema: coisas tipo "meio homem, meio deus".
Não estou interessado. Já ouvi tudo sobre isso, e acho que são tudo mentiras.
Tudo coisas degradantes, insultuosas, e sem sentido, que contaminam tudo onde tocam.
De facto, sempre que estou exposta a religião sinto-me sujo.
Sinto-me contaminado pela mesquinhez de clichés hipócritas
que passam por conhecimento, pela extorsão de dinheiro explícita,
pela retórica controladora despida de qualquer humanidade ou compaixão - estão a gozar comigo?
O tom desdenhoso e insolente, as constantes e intrusivas exigências de direitos,
e a absoluta violação imperdoável das mentes das crianças.
E acho que aqueles que fazem da religião a sua profissão
são a escumalha do mundo.
E também acho que Jesus, se aparecesse cá amanhã, concordaria comigo.
Esperemos que apareça. Paz.