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[Música clássica]
Você viu o último paredão do BBB?
Eu, felizmente, não.
Não que eu seja aquelas pessoas que odeiam Big Brother sem nunca ter visto.
Eu até ouvi falar, na primeira edição do programa, sobre o choro e desespero
de Kléber Bambam ao perder sua boneca Maria Eugênia.
Também fiquei sabendo, num jantar de família que teve lá em casa
que minha tia estava torcendo para Diego Alemão numa outra edição do mesmo programa.
Portanto, posso falar com conhecimento de causa, sobre o que é esse reality show.
Vou revelar a verdade que existe por cima dos muros da casa mais vigiada do país.
Mostrar o que está escondido por trás das lentes
e que o público, do outro lado da tela, não consegue ver.
Primeiro: dizem que o programa é genuinamente brasileiro.
Não, não é.
Segundo a Wikipedia, o programa, tal como nós conhecemos, surgiu entre 1997 e 99
e se espalhou pelo mundo a fora, adaptando-se a outras culturas.
Segunda falsa verdade: dizem que o programa é popular.
Balela! O Big Brother virou negócio; e dos ricos.
Que o digam os inúmeros patrocinadores de merchandising
as festas com atrações internacionais e as milhares de assinaturas pagas ao canal fechado.
E quem não tem dinheiro para pagar o pay-per-view tem direito de assistir ao programa 24h?
Tem não.
E a escolha dos participantes? Todos eles são escolhidos pela direção do programa
apesar de dizerem que o BBB é um programa democrático.
Milhões de reais são pagos aos brothers e a produção de festas
com artistas da terra e de fora dela para garantir o circo
a uma audiência miserável, burra, desdentada
que não tem sequer um sinal de recepção digital decente.
Muita coisa hoje me revolta no Big Brother.
Os participantes, por exemplo, são protótipos vergonhosos da nossa sociedade.
Existem os marombados, as bonequinhas, a cota para negros, os afeminados
similares que não ouso nem citar o nome!
Eu fico indignada quando vejo a quantidade de telespectadores sintonizados no programa
ansiosos para verem bêbados de plantão e valentões que se metem em briga e quebra-quebra.
Onde estão esses mesmos telespectadores quando a Missa de Natal do Papa está sendo transmitida
quando o TeleTon está arrecadando doações, quando eu estou apresentando este jornal?
Eu me revolto quando o Bial, logo antes de anunciar o resultado do paredão, fica fazendo aquele discursinho pseudo-intelectual!
E pô, já se passaram 11 edições e os participantes continuam justificando “ah, questão de afinidade”. Pô, 11 anos!
E aquelas piranhas quando saem do programa ficam aparecendo em capa de revista e meu marido não pára de falar que eu tenho que perder uns quilinhos!
Heil, heil! [Saudação do exército nazista]
[Respiração ofegante]
Alguém já parou pra pensar o quanto que a população, influenciada pelo programa
gasta com procedimentos estéticos, como alisamento e coloração dos cabelos
além de lipoaspiração e implantes de silicone?
Quanto que as famílias dos participantes gastam de gasolina
para poderem se "desdelocar" no dia do paredão?
Quantos metros uma galinha consegue planar com vento a favor?
Eu até acho que a televisão já foi boa, mas isso, foi nos tempos da Tupi.
[Gran finale da música clássica]
[Música]