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PRIMOS
Você gostou do meu desenho, papai?
Ficou muito bom.
- Que Deus te abençoe, querida. - Você também, querido.
- Por que toda essa bondade? - Só desejando-lhe feliz ano novo.
Igualmente.
Ouça, vá acordar Yusef. O que é isso, querida Sarah?
Não te disse para por o casaco devido a sua dor no peito?
- Você viu meu desenho, mãe? - É realmente muito bom.
Olhe para isto, vou acrescentar um sol.
Yusef, Yusef, acorde seu pestinha fingindo estar dormindo.
Acorde, você sabe para onde iremos hoje?
Nós vamos fazer uma viagem muito divertida, num barco enorme.
- Vamos Ezzat, o café está pronto. - Vamos, vamos, vamos.
Certo, certo, aqui vamos nós.
Sarah, Sarah vem aqui.
Yusef, Yusuf, venha aqui.
- Venha aqui. - Venha aqui.
Venha aqui.
Yusef, Sarah.
Port Said é tão belo, Ezzat.
Lembro-me de vir aqui com minha tia quando eu tinha a idade de Sarah.
- Pouco antes de ir para o Iraque. - É realmente muito bom.
Nunca pensei que eu trabalharia aqui.
- Você está feliz, querida? - Demais, querido.
Que Deus proteja você.
Sarah, Yusef, vocês vão cair. Recuem, recuem.
Você foi para alto-mar, Ezzat. Estou começando a ficar com medo.
Não tenha medo, querida.
Além do mais, eu escondi algo de você.
- O que é? - Sou um oficial do serviço secreto israelense.
E meu verdadeiro nome é Daniel.
Certo, Shalom Sr. Daniel.
O que foi, Ezzat? Por que você parou?
O que é isso?
O que é isso, Ezzat? Você os conhece? Quem são eles?
- Venha aqui, Salwa - O que está acontecendo, Ezzat?
- Venha aqui, Salwa - Por que você não me responde?
- Ezzat, socorro. - Mamãe.
- Vá em frente, pegue-os. - Socorro, mamãe.
- Ezzat! - Mamãe, mamãe.
Meus filhos, meus filhos, Ezzat.
- Mamãe. - Socorro, mamãe.
- Socorro, mamãe. - Mamãe, mamãe.
- Mamãe, mamãe. - Sim querida.
Yusef pegou meu lápis e ele não quer devolvê-lo.
- Mamãe. - Vou falar com ele, querida.
Yusef, mamãe vai bater em você.
Bem-vinda de volta.
Caros ouvintes, estamos no noticiário,
e vamos dar-lhes agora as notícias de última hora.
Já fazem 29 anos os tratados de paz entre Egito e Israel.
Segundo informações dos serviços de segurança egipcios, nos últimos
10 anos foram descobertas 10 redes israelenses de espionagem no Egito.
E o número de agentes secretos mobilizados pelo Mossad nos últimos 20 anos
chegou a 64 espiões.
Por esse motivo nos perguntamos se o conflito árabe-israelense
terminou de fato ou vai continuar para sempre?
Senhoras e senhores, a "Voz do Cairo" termina aqui.
Fala Abdul Rahman Mustafa.
Até mais.
Alô? Imediatamente.
Recebemos boletins de que Levi e seu pessoal deixarão o país hoje.
Por isso recebemos diretrizes para andarmos logo.
O plano está pronto, a equipe SWAT está cercando a casa agora.
Você vai ter que entrar na casa com eles.
Mas precisamos ter certeza de que expulsamos Levi, ficou claro?
Esta é a sua responsabilidade, Mustafa.
Desista Levi, a casa está totalmente cercada.
Desista, não adianta.
- Você vai me deixar morrer? - Adoraria te deixar.
Mas, infelizmente, eles precisam de você vivo.
Suba antes que eu mude de idéia, venha.
Suba, suba.
Alô?
- Como sua mulher está reagindo? - Ela ainda está em choque.
Ela não está comendo ou bebendo.
Ela está trancada no quarto das crianças.
Você terá que ser capaz de controlá-la.
Ela está num pesadelo agora.
E ela faria qualquer coisa para acabar com isso.
Você deve explicá-la que se fizer algo errado, ela pagará por isso.
E as consequências serão terríveis.
Não se preocupe, Yusha.
Estamos aqui há 3 dias.
É só uma questão de tempo.
Eu sei o que fazer.
Ouça Daniel, eu concordei em trazê-la para cá.
Mas eu nunca te deixaria prejudicar a mim e ao país, ficou claro?
Por favor, Yusha. Acho que não está sendo objetivo.
Sei que você gosta dele porque ele é um judeu oriental.
Que diabos você está falando?
Você não ouviu o que eu disse a ele?
Eu não estaria aonde estou se não fosse por minha lealdade a Israel.
Desculpe-me, desculpe-me, eu peço desculpas.
Sarah, Yusef.
Sarah, Yusef.
Crianças, Sarah.
Onde estão meus filhos? Onde você os deixou?
- Bom dia, querida. - Responda-me, onde os deixou?
Não precisa se preocupar, são meus filhos também.
- Então traga-os aqui. - Só se acalmar o suficiente para eu falar.
Falar sobre o quê? Sobre o quê?
O que você está fazendo não vai te levar a lugar nenhum.
E aonde você quer chegar com isso?
- Você não quer comer? - Eu não quero comer nada.
Então você está de greve?
Sei que o que ocorreu foi difícil, mas temos de superar isso.
- E seguir normalmente com nossas vidas. - Normalmente?
O que há entre nós não é normal, você ficou maluco?
Não, eu não sou louco, sou seu marido.
E você é minha mulher e mãe dos meus filhos.
E isso nunca vai mudar.
Eu não sei se meus filhos são de outro homem.
E que esse homem podia muito bem ter desaparecido, morrido.
ou talvez ele nunca existisse, e eu sei como continuar minha vida.
Não serei a primeira ou a última mulher a perder o marido.
Só devolva meus filhos e me mande de volta para o Egito,
e me esqueça, não vou fofocar ou falar mal de você.
Juro por Deus, nunca vou falar mal de você.
Não, Salwa. Não, querida.
Este é o meu país e nós vamos viver aqui juntos.
Não precisa aceitar isso agora e agir normalmente.
Não, você deve se acostumar.
Acorde para a vida.
Essa é a realidade.
Olhe para fora da janela, Salwa, olhe para este país.
É um país civilizado e desenvolvido, com gente limpa.
Sem engarrafamentos e sem poluição.
Considere que passou a viver num país europeu ou que viajamos.
- Não é isso o que queríamos fazer? - Sabe o que você é?
- Você é um traidor, um espião. - Um traidor?
Sou herói nacional, servi ao meu país Israel e isso é uma honra.
E quando meus filhos crescerem aqui, eles se espelharão em mim.
Vem cá, me devolva os meus filhos ou eu te mato.
- Acalme-se, querida. - Solte-me, seu safado.
Quem você pensa que é?
Você acha que não posso te impedir? Posso te matar num segundo.
- Então me mate e me ajude. - Não, vocês morarão comigo.
contra sua vontade, e se não gostar vou enviá-la sozinha ao Egito.
E se isso acontecer, você nunca verá seus filhos.
Vá em frente, se você quiser sair, vá sozinha.
Pode ir, a porta é larga o suficiente para você.
Bom dia.
O que é isso, gente? Vamos deixar disso.
É possível ouvi-los gritar da esquina, o que pensarão de nós?
Seja gentil com ele, pois deve tê-lo chateado.
Desculpem-me, eu não pretendo intervir.
Já me apresentei? Sou Rashel, sua vizinha da frente.
Venha cá, querida, venha trocar de roupa e lavar o rosto.
Não se assuste, seus filhos estão em casa.
Não se surpreenda por eu poder falar egípcio fluentemente.
Sou judia de origem egípcia.
Mas morei e cresci aqui.
Estou tão feliz por nos tornarmos vizinhas.
- Onde estão os meus filhos? - Lá dentro, querida, venha.
Entre.
Não se assuste, esse é Benhas, meu marido.
Ele foi baleado durante a guerra do Líbano, o inferno das guerras.
Mas pagam a ele um bom salário por aqui.
Graças a Deus não estamos em outro país.
Pois os costumes dele seriam alvo de preconceitos.
Venha cá, venha, ei crianças.
- Sarah, Yusef. - Mãe.
Mamãe, mamãe, eu quero um papel e uma caneta para desenhar.
Vou te mostrar que podemos comprar tudo que ela quer.
Certo.
Olha, esta região é chamada de rua Batyan.
Todos moradores daqui são membros do partido, oficiais, engenheiros.
O que é ótimo nesta região é a proximidade do mar.
No verão, te levarei lá. Vamos nos divertir e dançar.
Você será muito feliz.
Percebi que sua menina está tossindo, ela é alérgica?
Mas eu ainda posso comer chocolate.
Que Deus os protejam.
E não se preocupe com escolas.
No final desta rua existe uma escola muito boa.
Os donos da escola são meus amigos
e todas minhas amigas enviam seus filhos para lá.
É só preencher um formulário.
Te deixará satisfeita.
Está bem.
Eles vão nos mandar para o estacionamento.
Mas tudo bem, eu entendo eles.
Mês passado, alguém estacionou um carro desses carregado de explosivos.
Ele queria colocá-lo no supermercado e explodi-lo.
Eu não sei porque temos toda essa merda.
Vivemos num país seguro, mas enfrentando todo tipo de problemas.
Está bem, querida. Saia com as crianças e não me atrasarei.
- Mãe, para onde estamos indo? - Estamos saindo, querida.
Estamos saindo.
Embaixada egípcia, por favor.
Embaixada do Egito, onde? Onde?
- Mãe, estou cansado. - Tudo bem Yusef, vamos andando.
Não posso.
Com licença, espere por favor
Com licença, com licença, por favor, por favor.
Fiquem aqui, não se mexam.
Com licença, parece que você fala árabe, certo?
- Sim. - Tudo bem.
Sou egípcia e quero voltar para o Egito.
- Você pode me ajudar? - Que Deus a ajude.
Não, eu não preciso de dinheiro.
Ouça, só me diga como chegar até a embaixada egípcia.
- Não sei. - Espere.
Eu não conheço ninguém aqui e você é o único que fala árabe.
Meu marido me raptou e me trouxe até aqui contra minha vontade.
E ele me revelou ser um oficial israelense.
Ele está trabalhando para o Mossad e seu nome ainda é Daniel.
Que Deus te ajude que Deus te ajude, fique longe, fique longe.
- Só me diga onde está. - Afaste-se.
- Por favor, aguarde. - Afaste-se.
Você vai conosco ou eu deveria pegar as crianças e sair?
Os papéis incluem um relatório da última missão.
As informações mais importantes
que temos é que recuperamos todos os números de telefone do Levi,
incluindo o número do funcionário que trabalha num banco estrangeiro
e que se chama Ezzat Abdul Hamid.
Infelizmente, ele conseguiu fugir antes de o capturarmos.
Ele, a esposa e filhos.
Nos últimos dias, recebemos muitos relatórios estranhos de Israel.
Um comerciante árabe de 1948 foi na embaixada egípcia
e disse que enquanto caminhava na rua uma dama egípcia o seguiu.
E ela lhe pediu para levá-la para a embaixada egípcia
porque seu marido a raptou e levou-a para Israel contra sua vontade
após descobrir que ele era oficial do Mossad e de se chamar Daniel.
Quando comparamos as descrições desta senhora e seus filhos
aos dos desaparecidos
foi verificado de que são as mesmos pessoas.
Venha cá, Mustafá. Trouxe-lhe um pouco de chá.
- Chá? Sim, senhor? - Este é o general de brigada Sabri,
líder do grupo que lançou o plano de ação
e ele me garantiu que você é o mais apto para a missão.
Afinal, senhor, você realizou missões bem sucedidas fora do Egito.
e você entende muito bem a sociedade israelense.
Você fala a língua deles como se fosse nativo.
- Então me obrigaram ir para Israel. - Para obter informações úteis.
E o mais importante, queremos que traga Salwa e as crianças de volta.
- Eu? Sozinho? - É verdade.
E retornar com a Salwa que está sob vigilância dos agentes da Mossad?
Claro.
- O quê? Você tem alguma objeção? - Não, senhor.
Não há tempo a perder. Temos que começar imediatamente.
Daniel Lavon, seu pai é judeu iraquiano e sua mãe é judia egípcia.
Ele contribuiu para executar muitos líderes palestinos e árabes
e figuras estrangeiras simpatizantes à causa palestina.
A maioria foi encarada como morte natural ou assassinato comum.
O que você acha da conexão que criou no Egito
para transmitir informações?
Começamos a receber a primeira mensagem há duas horas.
E isso é mencionado no relatório.
O impacto será maior que as guerras travadas pelo Egito no último século.
Então, se essa rede foi relacionada à autoridade e figuras influentes
que poderiam derrubar a economia do país.
O que faz você pensar que isso pertença aos interesses de Israel?
Pelo fato de não pertencer aos interesses do Egito.
Mas o Egito é um país amigo e nós não somos inimigos.
Você poderia dizer isso na televisão ou na imprensa.
Mas, na verdade, o Egito é o estado árabe mais perigoso para nós.
E devemos sempre tomar cuidado com esse fato.
Daniel, ninguém aqui está subestimando seu esforço.
Nós te colocamos nesta missão e estamos conscientes do seu êxito.
E você passou dois anos no Egito.
E nós queremos saber o seu ponto de vista.
Acho que é só o começo.
E ainda precisamos de outras redes de espionagem.
E se temos a capacidade de causar problemas sem fim aos egípcios,
é isto o que devemos fazer.
E a esposa, por que ele a levou?
Ele poderia tê-la deixado aqui e só levado as crianças.
Eu não sei e não acho que alguém do Mossad saiba a resposta disso.
Só Daniel pode responder a essa pergunta.
Eu recuso responder a essa pergunta.
É um assunto pessoal.
Não tem nada a ver com o Mossad.
O Mossad tem a ver com tudo.
Salwa é a camuflagem perfeita para uma pessoa como Daniel.
Ela é uma órfã.
Seu pai morreu quando ela tinha 2 anos de idade.
E sua mãe morreu um ano depois.
Salwa deixou o país para viver com sua tia em Zaraziq.
e quando ela cresceu, eles partiram para o Iraque.
Você pode encontrar a foto dela no arquivo.
Daniel morava no apartamento ao lado, em Bagdá.
Claro, eles se encontraram por acaso.
Ele a convenceu de que eles se apaixonaram e se casaram por isso.
Exatamente.
E quando seu tio morreu, eles voltaram para o Egito há dois anos atrás.
Com base em nossas investigações, a filha de Salwa é alérgica.
A farmácia mais próxima da casa deles
pertence a um judeu de origem egípcia chamada Victor Hamos.
Você trabalhará na farmácia para atender Salwa sem levantar suspeitas.
E quem vai me levar lá, senhor?
O empreiteiro da Anfar trabalha no Muro da Separação, e se chama Abu-Ziad.
Após 7 anos de casamento, ela não tem mais ninguém em sua vida.
Receio que ela teve de aceitar a realidade e aceitou viver com ele.
Assegure-se antes de se aproximar, Mustafa, de que ela não cedeu,
pois nesse caso, será impossível recrutá-la.
Você vai deixar a Jordânia na fronteira com Israel.
De lá, você encontrará o guia que o levará ao Muro da Separação.
Lá, você encontrará Abu-Ziad.
Leitura dos parágrafos da Torá sobre o êxodo judeu do Egito.
Feliz Páscoa.
Por que você não vem e senta com a gente lá fora?
- Não, obrigado. - Enfim, um feliz feriado para você.
Hoje é dia da Páscoa, na qual celebramos nosso Êxodo do Egito,
ocorrido nos dias do nosso Profeta Moisés.
Desculpe-nos, senhora, não nos apresentamos corretamente.
Sou Yusha, o chefe de Daniel, e esta é minha esposa Serena.
Você gostou da casa? E você trouxe suas roupas?
Em todo caso eu convidei Daniel para um casamento no domingo.
Você pode ir com ele.
Claro que a partir de agora seremos uma família.
Eu sei que você enfrentou alguns dias difíceis.
Mas acredite em mim, minha senhora, Daniel é um daqueles que dei apoio.
Em todo caso eu lhe trouxe um presente.
Mas esperei que a poeira abaixasse antes de entregá-lo para você.
Aqui está.
O ALCORÃO
Estaremos esperando por você no próximo domingo.
Vamos, senhora.
Que Deus te abençoe e te faça feliz, Daniel.
E espero que eu viva o suficiente
para estar no comando do Bat Mitzvah de seu filho, ao completar 12 anos.
- Sério? - Sim, Daniel
Eu sei que a mãe dele é não-judia.
Mas vou falar com o Rabino Superior.
E tenho certeza de que o deixaria se converter à fé do pai-herói.
- Muito obrigado. - Que Deus te abençoe.
Fiquem quietos e ouçam, vamos à aldeia para derrubar casas.
Querem continuar a construção do muro, e não quero nenhum problema.
Todos os que eu escolher irão comigo, e o restante ficará aqui
Ou então eu atirarei em vocês.
Você, você.
- Eu, eu. - Venha.
- Bom dia. - Bom dia também.
- Você é egípcio. - Ainda bem.
Egípcio? O que você faz aqui?
Ganhando a vida.
Nesse mundo grande, você só encontrou aqui para ganhar a vida?
E por que você não vai a outro lugar para trabalhar?
Por que eu iria para outro lugar?
Esta é a nossa terra natal, e nós somos muito dignos dela.
- Salim, deixa disso. - Cale-se você.
Há muito trabalho e ninguém está tirando nada de você.
Mas você e seus conterrâneos estão acabando com nossos salários.
O Egito não se contentou em trair toda a causa.
Agora estão enviando patifes sujos para nos roubar comida e trabalho.
- Salim. - E que trabalho você realizará?
Você está indo libertar a Palestina?
Você está indo para a construção do Muro de Separação com Israel.
Você não só vendeu a terra que trouxe a sua desgraça,
como também é muito mal-educado.
Pare o caminhão, pare.
Juro por Deus se eu ouvir vocês gritarem novamente,
eu atirarei e deixarei-os aqui para ser comida de cachorro.
Diga-lhes para cessar-fogo.
Aonde vai?
Pegue, nós temos trabalho, não perca tempo, venha
- Você também me espionava? - Eu sei que te enganei.
E você tem todo o direito de ficar maluca para me atacar e me odiar.
Mas nunca menti pra você sobre meus sentimentos, eles eram verdadeiros.
E eles não eram premeditados.
Você ainda não se perguntou por que eu te trouxe aqui comigo?
Eu simplesmente poderia ter levado as crianças e te deixado no Egito.
E eles queriam que eu fizesse isso, mas eu não poderia fazê-lo.
Agi contra as ordens e eu poderia ter arriscado a minha vida também,
- porque eu preciso de você. - Do que você precisa de mim?
Você é minha esposa e meu amor, eu não posso viver sem você.
Como sua esposa? Você é um judeu infiel, e não pode me possuir.
Não, não, não, em primeiro lugar os judeus são fiéis
na fé deles, que você claramente não entende nada a respeito,
pois os judeus são o povo do livro.
Segundo, quando se casou comigo, você não sabia que eu era judeu,
- então você não fez nada errado. - E agora eu sei.
- Como poderei viver contigo agora? - Muito normalmente.
Nos tempos do Profeta, muitas damas se converteram ao Islã,
viviam com seus maridos infiéis e nada aconteceu.
E o que você fará agora?
Por que eu faria algo? Continuar a viver comigo é abominável.
É como... comer com mão esquerda ao invés da direita, não é grande coisa.
Em todo caso posso trazer um xeique para lhe aconselhar.
- Acho que seria um falso xeique. - Espere.
Você viveu 7 anos comigo.
Você nunca me viu orando, ou mesmo ajoelhado.
embora o Profeta diga que quem não reza é um infiel.
- Por que então você não me deixou? - Estava pedindo a Deus para guiá-lo.
Senti que você poderia ser um bom homem e rezei.
- Eu vi-o como alguém... - Sim.
Que tipo de homem? Continue, diga.
Querida, ainda sou o mesmo de antes, você passou 7 anos com quem amava,
o pai de seus filhos.
A única mudança é que ao invés de eu ser Ezzat, sou Daniel.
Sim, afinal por que sou eu que faz birra com isso?
Eu casei com um homem que se revelou um espião israelense.
- E daí? - Se eu me converti ao Islã,
você me perdoaria?
- Não. - Claro que não.
Pois não é questão de religião, é da barreira psicológica em você.
O método de pensar a cultura e que aflorou em você,
que fez você odiar qualquer um que seja diferente.
E acabar se tornando racista como todos os egípcios.
Somos racistas? E o que me diz sobre os israelenses?
O estado de Israel inclui mais de um milhão de muçulmanos
além de imigrantes cristãos e africanos.
Os próprios judeus que vivem em Israel vieram de todo o mundo.
Se fossemos racistas, como faríamos todos eles viverem juntos?
E se fossemos racistas, como então geraríamos toda essa economia,
conquistas científicas e militares em tempo recorde?
É porque Israel é o estado de ordem e justiça.
Ninguém está acima da lei aqui.
Ninguém pode se dar bem pagando subornos e mexendo os paus
assim como você pensa.
Em todo caso, não é o meu ponto de vista pessoal,
é o que dizem os jornais.
O mundo muda, a religião não é mais uma barreira entre apaixonados,
e eu te amo
Eu te adoro e você me ama também, só sei que
nós só temos um ao outro neste mundo.
Eu não posso viver sem você.
Não.
Juro por Deus se você me tocar de novo, eu me mato.
Certo, certo, tudo bem. Eu serei paciente, mas não por muito tempo.
E se você acha que será bom me fragilizar,
vou provar que está enganada.
A partir de hoje, você ficará a sós com seus filhos só na minha presença.
E se você quiser ir a algum lugar, você irá sozinha.
Muito em breve, você vai parar de sair e de ver seus filhos.
Yusef, Sarah.
Ouvindo e enxergando de longe, a verdade é uma coisa,
e vivê-la de dentro é algo totalmente diferente.
Você entenderá.
Você tem ainda muito o que entender.
Você acabou de chegar há dois dias e ainda não viu nada.
No meu escritório refrigerado no Egito,
eu me perguntava qual a utilidade do que fazemos?
E por que fazemos isto e aquilo em silêncio?
Ações falam mais alto que palavras.
Mas os cães têm boa audição, Abu-Ziad.
Deixe-os latir.
Pedi ao oficial uma autorização de trabalho para você ir a Tel Aviv.
Ele pediu muito dinheiro, mas está tudo bem.
O médico estará à nossa espera amanhã.
- Eu não sei o que fazer. - Não se chateie, nos acomodamos
e talvez nos esquecemos do que é viver bem.
Onde você vai?
Quero dizer a ele para vir e tomar um chá conosco.
Não lhe diga nada.
Uma egípcio vivendo entre nós, tirando nosso sustento,
e você ainda o convida para tomar um chá com a gente?
Fique aí.
- Venha tomar chá conosco. - Muito obrigado.
Não importa o Salim e o que ele diz.
Infelizmente, ele é como muita gente aqui.
Ele esqueceu que nós somos irmãos e vamos continuar irmãos.
Eu possuo uma grande estima com o Egito
Eu sei, eu sei.
Acredite em mim, se não passassemos necessidade,
nós não estaríamos aqui.
e nós não teríamos quebrado um tijolo das casas de nossos amigos.
Não se preocupe.
Tomara que estas casas sejam reconstruídas,
seu povo volte a morar nelas,
e esse muro um dia seja o da prisão deles, e não o nosso.
Só um segundo.
- Dr. Victor. - Não sou secretário dele.
- Abu-Ziad, meu caro amigo. - Olá, Dr. Victor.
Como você está?
- Você é Ibrahim. - Sim, doutor.
De qual parte do Egito você é, Ibrahim?
- De Gizé, senhor. - De Gizé? De qual parte de Gizé?
Da rua Mar Grande ou Umraniyyah ou Talbiyyah.
- Ou Muhammad Hassan ou Faysal. - Bem, você conhece o país inteiro.
Você já trabalhou no Egito, doutor?
- Você é tão engraçado, jovem. - Obrigado.
Diga-me, se for corajoso suficiente, você fará o trabalho sujo comigo.
Bem, não é uma questão de bravura.
Antes de chegar aqui, tive que ir e voltar do inferno.
E Abu-Ziad sabe que trabalhar com ele foi duro.
- Ei, rapaz. - Eu queria dizer que foi difícil.
Não quis dizer isso, Ibrahim, não via a hora para ver alguém do Egito.
Eu conversava com ele sobre o Egito, e sei tudo sobre lá.
E se você for bom, não pararemos de conversar sobre o Egito.
- Tudo bem? - Você pode falar o quanto quiser.
Estou o dia inteiro contigo, doutor.
Lisha, leve-o ao quarto dele e volte aqui.
Só um instante.
Por que ele está tão nervoso? É algo incomodando?
- Ele é meu cunhado. - Então é isso.
Pode voltar.
Bem-vindo, bem-vindo, Daniel. Olá, senhora, são muito bem-vindos.
Agora sim o casamento.
- Pegue as crianças e venha aqui. - Vamos, crianças.
Suzan, venha aqui.
- Daniel. - Shalom.
Suzan, a sobrinha da minha esposa e seu marido Sharukh.
- A Sra. Salwa é egípcia. - Olá.
Venha aqui, eu tenho uma surpresa para você.
Quero apresentá-la a um conterrâneo.
Sr. Adel Najib de Kafr al-Sheikh, e sua esposa, Sra. Lillian.
Eles são nossos vizinhos em Haifa, Sra. Salwa.
- Como você estão? - Perdoem-me.
Tenho certeza que vocês conviverão muito bem juntos.
Eu trabalho numa empresa de engenharia civil.
Esta casa é um dos meus projetos.
- Quanto tempo você vive aqui? - Há pouco tempo.
Ensinei árabe a ela, os egípcios se dão bem principalmente aqui.
Os egípcios são pessoas que todos respeitam.
Quanto mais ficar aqui, descobrirá que este país é bem diferente.
- Por acaso você também é espião? - O quê?
Você é tão teimoso que não fez o que eu te disse.
E qual o resultado?
O tempo passa e você ainda não conseguiu convencê-la.
para se adaptar com a vida aqui.
Salwa é minha mulher e eu a conheço muito bem.
Sem estresse, pois eu sei como lidar com isso.
Sim, mas já foi feito o suficiente.
E os agentes do Mossad não serão tão pacientes com isso por muito tempo.
É porque eles não entendem o que estou fazendo.
Então, pelo menos, explique-me.
Salwa será minha esposa e ela escolherá viver comigo.
Então, vamos anunciar isso e veremos o que todos pensariam
quando uma egípcia declara ser a esposa de um judeu de Israel.
Ela deu à luz aos filhos dele e está muito feliz com ele.
Isso é uma vitória para nós, sem ter que disparar uma bala sequer.
Daniel, você não me engana, pois você a ama.
E é por isso que tenho a certeza de que eu terei êxito.
Dance, Yusef, dance.
Ainda está chateada por eu dizer que não sairia ou ficaria com as crianças?
Não, estou apavorada.
- É por isso que saiu comigo hoje? - É claro, quem sabe?
Você poderia levar meus filhos, e nunca mais me deixar vê-los
para me forçar a fazer o que quiser.
Não se preocupe, nunca forçarei-a a fazer o que não queira.
Como você não me forçaria a fazer algo
se não tivesse nos seqüestrado e nos levado para cá?
Um dia você vai me agradecer pelo o que fiz.
Só então poderá sair com elas sempre que quiser, eu não proibirei.
- Mas eu só tenho um pedido. - Pode esquecê-lo.
Você está jogando duro comigo? Primeiro, isso não faz meu tipo.
Em segundo lugar, quero um prato de bife e batata igual aos que você faz.
Um prato de bife e batata?
Nós não vamos deixá-lo viver entre nós, egípcio.
Acho melhor vocês sairem daqui.
Da próxima vez eu te mato.
- Está bem. - Vá para a saia de sua mãe.
Sarah, Yusef.
- Que barulho é esse, mamãe? - Não se assuste, querida.
- O que é isso, Sr. Victor? - Isso lembra o holocausto do povo
judeu, o assassinato de seis milhões.
No mesmo dia de cada ano,
soam alarmes para lembrar o que aconteceu.
E vocês lembram também a tragédia do povo palestivo ou só a sua tragédia?
Em todo caso sou judeu, e não sionista.
Você sabe a diferença entre os dois, Ibrahim?
Eu sei, Sr. Victor, eu sei.
- Que delícia. - Obrigado, muito obrigado.
Este prato de batatas cheira tão bem.
Ninguém toca no prato de batata, pois seu pai deve comer primeiro.
e vocês comerão o que sobrou, ok?
- Vou comê-lo com Yusef. - O quê? Vamos, vamos.
- Você não vai comer conosco? - Não, obrigada.
- Vou descarregar o carro, Dr. - Tudo bem.
- Boa tarte. - Seja bem vinda.
- Já te disse que eu falo egípcio? - Estou às ordens, como posso ajudá-la?
- Você tem este medicamento? - Tenho-o aqui.
- Você vive neste bairro? - Sim, no edifício nº 48.
- Bem vinda. - Salwa, estamos atrasadas.
- Como você está, Victor? - Bem. E você, Rachel?
Ele não via a hora de falar egípcio, direi algo que te alegrará.
- Salwa é egípcia, vamos agora. - Seja bem vinda.
Você está feliz aqui?
É claro que sim, ela é a esposa de um herói.
Se você deixá-lo gaguejar, ficaremos aqui até amanhã.
- Vamos, preciso pegar algo. - Obrigada.
- Adeus, Victor. - Adeus.
Adeus, Rachel, como é bom ter tantos egípcios por aqui.
A menina árabe está no apartamento nº 2.
Vasculhem o apartamento.
- Entraram no seu apartamento, você é palestina? - Sou sim.
- Por que estão atrás de você? - Apreenderam armas com meu irmão.
E eles estão prendendo todos os seus conhecidos.
- Você também está armada? - Não estou.
- O que tem na bolsa? - Algumas coisas.
Olha, eu não quero ser maltratado.
Vim sem visto, desde que cheguei aqui, não me deixaram em paz.
Não se preocupe, eu não lhe causarei nenhum problema.
- Qual é seu nome? - Darin.
Posso ficar aqui até amanhã? Não posso voltar ao meu apartamento.
- Não tenho para onde ir. - Sinta-se em casa.
Pegarei algo e voltarei.
Não faça barulho, e não abra se alguém bater à porta.
Tudo bem.
- Salwa? - Sim?
- Abra. - Estou com mal-estar.
- Tudo bem, você não quer sair? - Não, obrigado.
Darei uma saida, você quer que eu traga algo?
Obrigada.
- Você ainda está brava com papai? - Do que diz, Sarah?
Eu sei que você está chateada com papai porque ele nos trouxe aqui.
- Eu ouvi você falando que... - São conversas de adulto, querida.
Vá dormir.
Você quer que oremos juntas?
Darin? Darin?
Sou responsável pela explosão da boate Nathalie,
e ninguém mais deve ser responsabilizado por esse atentado.
Darin Ghuni.
O que você procura não pode ser encontrado aqui.
Isto não tem nada a ver com você, fique longe de mim.
Vamos, vamos.
Seus idiotas.
Terroristas.
Vahe? Vahe?
Vamos tirar isto.
Vá para o outro lado e entre rápido.
- Tire sua roupa. - O quê?
Não há tempo para perguntas, tire sua roupa.
Verifiquem estes.
- Dêem-me suas identidades. - Namoramos contra a vontade dos pais.
Dêem-me suas identidades.
Você pode me dizer o que estava fazendo?
Você pode me dizer por que queria se explodir?
- Não é da sua conta. - Já te salvei em diversas ocasiões.
E eu tenho o direito de saber.
O guarda que matou meu irmão estava lá.
Então você se vinga cometendo suicídio?
E que outro caminho existe?
O que um egípcio como você
sabe sobre retribuições entre nós e eles?
Eu sei muito mais do que você pode imaginar.
- Minha mulher foi morta por um deles. - Sua esposa? Como ela morreu?
Eu estava numa missão fora do Egito.
Em vez de me matar, ela recebeu a bala.
Naquela época, eu também tive vontade de
vestir um cinto de explosivos para cometer um ataque suicida.
Mas quando acalmei, eu descobri que não devemos nos matar para vingar,
e que devemos ficar vivos para ser mais forte do que eles.
- E quem vingará meu irmão? - Não se preocupe, pois esse dia virá.
- Quem é você? - Não importa.
Eu só posso dizer que você deve acreditar e confiar em mim.
Poderíamos ter perdido o trabalho de meses num segundo.
Venha comigo.
Este ônibus vai levá-la para Natania.
Você deverá se esconder e nunca mais voltar ao seu país.
- Não te verei de novo? - Eu saberei como encontrá-la.
- Leve. - O que é isso?
É a chave da nossa casa na Cisjordânia.
Todo palestino que é expulso de casa leva sua chave consigo,
porque acredita que um dia voltará.
E se ele morrer, ele dá aos filhos, amigos, ou entes queridos?
- Entendi. - Eu não tenho ninguém mais no mundo.
Eu queria morrer e levá-la comigo, mas agora guarde contigo,
e quando realizar a sua missão, você poderá me devolver.
- Fechado? - Fechado, vá em frente.
Aqui está a Salwa, venha aqui e fale com sua tia.
Espere, se quiser falar com ela, não se atreva a dizer-lhe nada.
Certo, certo.
- Alô? - Sim, Salwa.
- Sim, tia. - O que foi, querida? Por que chora?
- Choro pois tive saudades. - Diga-me como está, querida.
- Como vão as coisas? - Estamos todos bem, sinto saudades.
- Eu estava tão preocupada. - Queria poder te ver.
- Aonde você está? - Onde estamos?
Estamos em Sharm al-Sheikh, você sabe que Ezzat gosta de longas viagens.
- Quando vocês voltam? - Quando voltaremos?
Direi mais tarde, adeus.
- Obrigado. - De quê? Relaxe.
Não sou seu carcereiro e eu não quero que você fique chateada.
- Mas nada é de graça. - Como assim?
Você foi comigo ao casamento, então deixei você sair com as crianças.
Você cozinhou para mim bife e batata, deixei você falar com sua tia,
- e é a sua vez agora. - O que você quer?
- Só um pequeno passeio. - Aonde?
Talvez se passear comigo,
você terá menos medo de mim, do país, e tudo seria diferente.
Não se preocupe, nada mudará meus sentimentos.
Pode ser que hoje eles mudem, cabe a você decidir.
É só uma hora e meia de viagem, você não tem nada a perder.
Diário de Yedoot Ahronot.
Então, qual é a notícia?
Mustafa levantou pistas no cofre de Daniel.
- Muito bem, há algo mais? - Ele garantiu que Salwa não desistiu.
Graças a Deus.
- Esta é minha mãe. - Bem-vindos, bem-vindos.
- Como está, Daniel? - Oi, mãe.
Como você está, querido?
Bem-vindos de volta.
Venham cá, minhas crianças, venham aqui.
- Diga oi para a vovó, meninos. - Não quero que me chamam de vovó.
Chamem-me de Mamãe Sarah.
O quê? Por que ficou surpresa? Você não sabia que ela é minha xará?
Vamos lá, crianças, vão brincar lá dentro.
Meus pais eram de Alexandria.
mas eles foram forçados a abandonar o Egito nos dias de Abdul Nasir.
Tiveram medo que ele pudesse tratá-los igual Hitler aos judeus.
Alexandria e os dias de Alexandria
ficaram na memória de minha mãe.
Ela queria voltar para lá, mas infelizmente...
Portanto, logo que tive chance, eu fui a Alexandria.
Fui visitar tudo, vi o porto do qual os seus avós partiram.
Quando deixaram Alexandria, eles foram à Europa,
logo depois de vender tudo que tinham por 1/4 do preço real.
Quando eles voltaram sem dinheiro, tiveram que se mudar para Israel.
Eles foram jogados num kibutz, ou seja, numa colônia.
Eu nasci lá.
Esta colônia era um inferno para nós,
porque eramos judeus sefarditas, ou seja, orientais.
Quanto aos Ashkenazi, os judeus europeus, logo que chegaram lá
receberam carros, casas, e uma calorosa recepção.
Mas tudo isso mudou agora.
Temos heróis como Daniel, que nos fazem sentir orgulhosos.
Você não vai contar sua conturbada história de amor com papai?
E você vai ficar aqui conosco?
Deixe-me sozinha com Sarah, e vá ver os seus filhos.
Eu conheci o pai de Daniel num kibutz.
Ele foi expulso do Iraque.
Eu era muito jovem quando nos casamos.
Você fuma?
Eu sei que você ainda está muito chocada.
Se você estivesse no meu lugar, o que sentiria?
Não estou em seu lugar.
Acredite, eu gostaria que meu filho tivesse se casado apenas com judias.
Mas é claro que ele está muito apaixonado por você.
Portanto, antes de sequer pensar em interferir,
prefiro refletir sobre o que é melhor para os meus netos.
Afinal, você é a mãe, ele o pai deles e continuará assim.
Esse é um status quo, aceite e lide com isso,
da mesma forma que vou aceitar e lidar com você.
É como toda a nossa vida, um status quo.
Me dá o cinzeiro.
Obrigado.
Saiam do carro.
Esse é um parque muito bonito.
Você pode se sentar aqui e pensar em silêncio.
Mas saiba que esta é sua última chance.
Ou você vive comigo e as crianças, como uma família normal,
ou te mando para o Egito e as crianças ficarão comigo, é claro.
Nossa casa está próxima da rua ao lado, nº 48.
Estarei esperando por você.
Certo, Yusha, já dei o ultimato hoje.
Não, ela está sob vigilância, não se preocupe.
- Eu quero jogar bola. - Depois eu ligo.
Eu permanecerei aqui com você e as crianças.
Acredite, você tomou a decisão certa.
Você não se arrependerá, pois eu sou o homem mais feliz do mundo.
Por favor, Ezzat, agora não. Seja paciente comigo, por favor.
Está tudo bem, não se pressione e descanse.
Não olhe para mim, leia os anúncios do jornal que sempre recebe.
Você gostaria de encontrar um trabalho em árabe?
Candidate-se ao emprego e tomara que volte ao Egito em breve, Sra. Salwa.
Você já terminou? Vamos sair daqui.
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- O que significa "eu"? - Ani.
- E o que significa "nome"? - Shimi.
Bravo.
O que é isso? Você aprendeu hebraico sem me avisar?
Estava olhando a toa, mas há alguns artigos em árabe neste jornal.
E eu os leio para me divertir.
- Ouça, eu gostaria de trabalhar. - Trabalhar?
Eu li um anúncio sobre secretária de língua árabe.
E eu gostaria de me candidatar ao emprego.
Se querem uma secretária árabe, o hebraico também será crucial.
- E daí? E se eu só tentar? - Não dá, é complicado para mim.
Devido ao meu trabalho, não posso lidar com pessoas que não conheço.
- Certo, certo. - Espere um pouco.
Trabalho significa um currículo e uma entrevista.
Se perguntarem: o que seu marido faz? Como você responderá?
Direi a eles tudo o que você quiser.
Direi que você trabalha num banco, igual no Egito.
Ezzat, eu preciso deste trabalho, não conheço ninguém aqui.
Estou tão entediada em casa e me sinto muito sozinha.
Este é um trabalho simples e não exigirá muito esforço.
- Por favor, aceite. - Tudo bem.
Se realmente quiser trabalhar, deixe-me encontrar um bom emprego.
Eu tenho bons contatos aqui neste país.
E posso oferecer um emprego melhor e com salário duas vezes maior.
Suas conexões?
Pensei que o desenvolvido estado de Israel era de ordem e justiça,
e ninguém poderia fazer uma carreira mexendo paus,
ou aplicando parentes em cargos conceituados.
E que essas coisas só aconteciam em países subdesenvolvidos.
Tudo bem, querida, já que você quer este emprego, te fará melhor,
e não vai fazer você se sentir tão sozinha, então pode se candidatar.
Mas, primeiro, deixe-me ter certeza que é seguro.
- O quê? Você mudou de ideia? - Nem um pouco.
Vamos nessa.
Nós acabamos de telefonar, é sobre Salwa Navon.
- Você fala árabe? - Sim.
Preencha este formulário.
Entre para a entrevista.
Desculpe-me, a entrevista é individual.
- Individual? - Sim, individual.
Vá em frente e te esperarei aqui.
- Bem-vinda, Sra. Salwa. - Olá.
- Você já trabalhou antes? - Não.
- Qual a sua escolaridade? - Administração de empresas.
Você está...
Quem é você?
Sou um oficial egípcio que veio te resgatar, Sra. Salwa
- Você me levará ao Egito? - Sim.
Graças a Deus, vocês são muito generosos, graças a Deus.
- Mas eu preciso voltar com meus filhos. - Resgatarei a todos.
Mas não será tão fácil.
Também não quero que você fique com medo ou se preocupe.
O que você quer que eu faça? Farei qualquer coisa.
Você já sabe que seu marido é um espião?
Sim.
Quero que você me ajude a obter informações sobre sua estada no Egito.
Sim, é só me dizer exatamente o que fazer.
Para começar, quero que você me fale sobre os movimentos e ações dele.
E te ensinarei como fazer isso.
Esperemos que com sua ajuda ele seja punido.
Que punição? Eu não posso fazer isso.
Você percebe o quanto Daniel fez mal para o Egito?
- E você sabe a verdade... - Ele é o pai dos meus filhos.
Se algo acontecer com ele, o que eu direi a eles?
- Não posso prejudicá-lo. - Daniel pode matar a todos vocês,
caso se coloquem contra os interesses dele ou do seu país.
Aliás sua tia desapareceu quando você foi raptada.
- Ele deve tê-la matado. - Você está mentindo.
- Eu falei com ela ao telefone. - Então não era ela.
E mais: ele não deixa você ligar para ela.
Não pode ser.
Vivendo assim, você decidiu ficar em Israel com seus filhos.
- E decidiu viver como sionista. - Sou muçulmana.
Eu e meus filhos continuaremos a ser muçulmanos, com licença.
E não se preocupe, meu marido não saberá nada sobre esta entrevista.
O que o trabalho trará a você?
Como alguém livre para ficar em casa pode optar por trabalhar?
Como alguém pode recusar conforto?
Esqueci disso, Rachel, e eu não quero falar sobre isso.
Vou comprar um sorvete para as crianças.
- Você quer algo? - Não, obrigada.
Voltarei logo.
- Como você está hoje, Salwa? - Você?
Olhe para frente e aja normalmente.
Já disse que não posso te ajudar. O que mais você quer de mim?
Eu sei que ele está te pressionando e você está amarrada pela situação.
Mas cuidado, Daniel está tentando fazer lavagem cerebral em você.
Ele prejudicou o Egito e disse que é irrelevante você ser esposa dele.
Se você acreditar nele, logo se tornará uma judia israelense, Salwa
Não seja tentada por todas as coisas boas que ele diz a você,
pois ele está escondendo a verdade nua e crua.
Esta é uma sociedade racista, que pratica terrorismo com nosso sangue.
Você tem uma grande chance de servir a sua fé e ao seu país.
Não perca isso.
Pense com cuidado e olhe ao seu redor, Salwa
E abra os olhos para o que você viu e ouviu nessa terra,
pois é tudo uma grande mentira.
E se você mudar de ideia, sou funcionário na farmácia do Victor.
- Para quem você telefona? - Ligo para minha tia, mas não atende.
Tente novamente, talvez ela esteja no banheiro.
- Olá - Como você está, tia?
Como você está, querida? Como vai?
Estou bem, graças a Deus estamos felizes aqui em Sharm al-Sheikh.
- Diga-me uma coisa, tia. - O quê, querida?
Se lembra da sura que você lia sempre para mim antes de dormir?
Queria ler para Sarah, mas não consigo recordar.
Eu esqueci, já faz tanto tempo, Salwa.
- Então você não se lembra? - Eu me lembro, mas não muito bem.
Tudo bem, tente se lembrar e ligarei em breve.
- Tudo bem. E como Ezzat está? - Ele está bem, graças a Deus.
Tudo bem tia, até mais.
Como ela se esqueceu da sura que lia sempre para mim antes de dormir?
O remédio de Sarah acabou. Vou comprá-lo na farmácia.
Quando você me mandará de volta ao Egito?
Espero não voltar para o Egito sem vocês.
Ouça com atenção:
o dono da farmácia em breve estará aqui.
- Você sabe onde fica a rodoviária? - Sim, fica ao lado do parque.
Amanhã às 11:00, você dirá à sua amiga
que deseja comprar um presente para o Daniel, sozinha.
E deixe as crianças com ela.
Você pegará o ônibus aqui.
Na volta você pegará o mesmo ônibus no sentido contrário.
- Não se perca. - Não se preocupe.
Eu falo um pouco de inglês, darei conta.
- Cuide deles. - Tudo bem.
Amiga, sabe o que farei contigo se não me mostrar o presente?
- Pode deixar que mostrarei, adeus. - Diga tchau para a mamãe.
- Tchau. - Tchau.
Esse homem me disse que você é a mulher mais feia de Israel.
Eu disse a ele que você é linda, mas ele insistiu nisso.
Afaste-se, afaste-se.
Eu não vou deixar você ir.
- Me sinto como uma traidora. - Ele não é seu marido.
E você precisa saber que seu casamento não é mais oficial.
E se algo acontecer entre vocês, seria um adultério.
- Você o ama? - Ele é meu marido e pai dos meus filhos.
- Eu realmente não sei o que fazer. - Escolha.
Coloque sua fé e seu país numa das mãos,
e o homem que diz ser seu marido, que te enganou,
e que sequestrou você e seus filhos na outra mão.
E você poderá julgar.
Mas eu não o ajudarei até me garantir que ele não se machucará.
Como assim? Você sabe o que Daniel fez no Egito?
- Eu nunca o abandonaria. - Tudo bem, vou-me embora.
- Espere. - Prometa-me primeiro.
Prometo-lhe, confie em mim. Há algo que eu gostaria de saber.
Aconteceu algo entre vocês? Você se entregou a ele?
- Não. - Não desista.
- Preciso sair pois estou atrasada. - Só um momento.
Você comprou um quadro de presente, pois ele lhe deixou trabalhar
Apesar da não-contratação, ele foi muito legal em permitir a tentativa,
daí o presente.
Ao presentear, conte que não quer mais trabalhar.
- Eu já contei isso a ele. - Ótimo.
Agora sim você começou a trabalhar conosco.
E eu quero que você peça para ele sair contigo todos os dias.
Claro, ele não poderá devido ao trabalho.
Assim, ele tentará compensar isso, permitindo que você saia sozinha.
Posso vê-la no parque todos os dias com as crianças.
E se você o incomodar, Salwa, como uma boa esposa egípcia,
ele pedirá para deixá-lo em paz.
- Quando me mandará de volta ao Egito? - O mais breve possível.
Quanto mais me ajudar, mais rápido sairá daqui.
Como posso ajudá-lo?
Só lhe digo para
tomar cuidado e ficar alerta.
Você está num ninho de vespas.
Cada respiração sua está sob vigilância.
Cuide bem de você mesma.
- O quadro é muito bom. - É verdade, senhor.
E o telefone está tocando no escritório de Daniel.
Olá?
Saiba que cada informação, é importante, por mais irrelevante.
Memorize cada movimento de Daniel, e cada nº de telefone.
Anote tudo quando estiver sozinha.
No parque com as crianças
aproveite enquanto Rachel estiver desatenta.
e jogue o papel com as informações no lixo.
E se eu enviar recado, colocarei na caixa de remédios de Sara.
Salwa, se sentir hesitação ou perigo, não assuma riscos.
Confie em mim, estou do seu lado e cuidando de você.
E não te abandonarei.
Sua pestinha, como encontrou esse lugar?
A esposa de Yusha me contou.
- Experimentarei este, cuide das crianças. - Tudo bem.
Este vestido é tão bonito.
Quanto é? Não, o médico me proibiu de usar esse tipo de coisa.
- O que é isso? - O chefe do seu marido
é o chefe da unidade de assassinato do Mossad,
e significa que a rede criada no Egito por Daniel envolvia assassinatos.
E o que eu devo fazer agora?
Temos de saber quem são as vítimas no Egito.
- Tudo bem, perguntarei a ele. - Não seja maluca.
Então o que devo fazer? O que você quer?
Olhe atentamente essas fotos,
e diga-me se alguém destes conhecia seu marido.
Sim, acho que já o vi conversando com este homem na porta de casa.
Na época disse-me que era um colega do banco
pedindo-lhe um favor.
- Alguém mais? - Não.
- Você quer algo mais de mim? - Não.
- Você acha que há esperança? - Apenas os fracos pensam assim.
- E o que somos? - Nós somos muito fortes.
- Precisamos ser assim. - Sinto que nunca retornaremos.
Tudo à minha volta me faz sentir que isso é um status quo.
Não existe status quo.
- Não se renda, Salwa. - Salwa, que demora é essa?
Vamos lá.
- Você me preocupou. - Estou pronta, vamos Sarah.
- Que grosseria é essa? - Desculpe-me.
- Quero assistir desenho animado. - Não, vamos assistir à lição de casa.
- Quero desenho animado. - Não, a lição.
- Desenho animado. - O que você fazia no Egito?
- Desenho animado. - Desenho animado.
Vão para dentro, crianças, podem ir.
Quando insisti em trazê-la comigo para Tel Aviv,
seria algo impossível para qualquer agente.
E muito menos para um judeu.
O judeu devoto jamais permitiria uma não-devota encostar na comida,
pois a nossa fé nos diz isso.
Eu não só permiti você tocar na minha comida, mesmo sendo muçulmana árabe,
e ainda que eu soubesse que minha comida fosse envenenada, eu comeria
porque eu te amo a ponto de preferir morrer, ao invés
de ter que viver com o seu ódio.
- Por que você diz isso? - Alguém te recrutou?
Recrutou-me? Claro que não, do que você está falando?
Então me disponho a responder todas suas perguntas.
O que fui fazer no Egito? Recrutar espiões na política e na bolsa,
que fornecessem informações úteis contra o Egito.
Você também quer saber quem são esses espiões?
Nomes? Endereços? Onde eles trabalham?
Você me entendeu mal, todos ao nosso redor falam de suas façanhas.
É natural para mim querer saber sobre elas.
E eu confio em você.
Em todo caso, o arquivo com todas as informações da minha missão
estão no meu escritório na Mossad.
Posso obtêr uma cópia para que você leia e guarde como quiser.
Salwa, poderia me trazer um copo de café?
Olha, esta é a última vez.
O arquivo que você quer está no escritório dele no Mossad.
Só Deus sabe se isso verdade ou mentira e se ele duvidou de mim.
E por favor não me peça para fazer outra pergunta a ele.
Se isso significar que não voltarei ao Egito, por mim tudo bem.
Eu disse para não perguntar a ele.
- E este é o seu maior erro. - Eu apenas perguntei.
Calma.
Ouça, da próxima vez
aja com naturalidade, Salwa, especialmente diante dele.
Em breve voltaremos ao Egito.
Até mais.
Disseram-me para telefonar a você.
Onde fica?
- Bem vindo. - Obrigado por vir, senhor.
O que aconteceu?
A informação necessária está no escritório dum agente do Mossad.
Esqueça dessas informações e volte para o Egito.
Não posso voltar para o Egito sem estas informações.
E eu não posso conceder permissão para se pegar algo do Mossad,
- apesar de minhas conexões. - Não quero nada de ninguém.
Quero entrar no edifício do Mossad por conta própria.
- Você deve estar brincando. - É um assunto de segurança nacional.
E se não obter essa informação o mais rápido possível,
o Egito poderá estar em apuros.
Me explique então o que eu fiz aqui por mais de 20 anos?
Você precisa saber o momento de recuar, para reduzir perdas.
Senhor, não posso negar o seu conhecimento.
Mas este é um risco a ser tomado,
e existe possibilidade de que eu esteja certo.
Preciso entrar no edifício do Mossad para conseguir essa informação.
- Você gosta de teatro? - Eu não entendi.
Belin é um grande ator, mas temos melhores atores no Egito.
Vá ao teatro e ele irá ajudá-lo.
Tome essas vitaminas quando necessário.
Se você se sentir doente, eles o levarão ao hospital.
Para eles, você é uma captura importante e eles tentarão salvá-lo.
Muito obrigado, senhor.
Entre.
Há um fã que quer vê-lo.
Deixe-o entrar.
- Shalom. - Shalom.
Sou um grande fã e gostaria de falar com você.
Um amigo me disse que você poderia me ensinar.
Eu encontro fãs no restaurante árabe de Nazaré.
Entendido.
Ouça, eu me sinto bem somente aqui.
Este lugar é tranquilo e ninguém me conhece,
pois os árabes em geral não ligam para arte israelense.
E tanto faz quantos filmes e séries o estado produz para judaizá-los,
eles assistem Adel Imam, dizendo: Eu sempre assisto isso,
e quem me dera esqueçer todas as minhas preocupações.
Escuta, eu sei que você trabalhava junto com o Mossad.
Que garantias eu tenho que você não vai me dedurar?
Porque vocês pagam mais.
Quando trabalhei para o Mossad, recrutaram-me contra minha vontade.
Queriam que eu espionasse meus amigos e parentes, imigrantes judeus russos.
Aqui nós somos cidadãos de terceira classe, igual aos judeus africanos.
É por isso que estou trabalhando voluntariamente para você.
E como você vai me ajudar a entrar no prédio do Mossad?
O prédio do Mossad é público e com movimento intenso de pessoas.
Empregados, trabalhadores, contabilistas.
Com uma autorização simples, você poderá entrar pela portaria.
Esta é minha autorização, junto com um mapa detalhado do local.
O escritório de Daniel Navon você sabe onde é?
Sei sim, já fui lá uma vez. Fica no 4º andar, escritório nº 5.
Mas para entrar lá você precisará do cartão de identificação dele,
e arrume-o por conta própria, pois não poderei te ajudar com isso.
Tenha cuidado. Na portaria tem dois homens.
Procure este homem e ele o deixará passar, é um dos nossos.
Ele exige um bom suborno, mas sua função é crucial.
Ouça, cuidado com este aqui.
Ele reconhece todos que passam por ele.
É um cara mal-humorado que nunca sorriu.
Quero lhe dizer outra coisa.
Você precisará de sorte pois não garanto sua sobrevivencia.
Mãe, esta é minha amiga.
Olá, como você está?
Qual é seu nome?
- Isabel. - Isabel, é um bom nome.
Viu? Eles têm amigos, serão felizes e brincarão juntos.
E em breve Isabel estará passando em casa para sairem juntas.
- Shalom. - Shalom.
- Você é a mãe de Isabel? - Sim.
- Esta é a mãe de Sarah. - Olá, meu nome é Salwa.
- Você é árabe? - Sim, somos egípcios.
lsabel, vamos agora.
Não fique chateada com isso, Sarah.
Mas quando você ver aquela menina, não poderá mais brincar com ela.
Vá brincar com seu irmão, Yusef.
Essa é uma senhora racista e desprezível, isso é estranho.
As pessoas aqui não são assim.
Vou pegar um pouco de água para não engasgar com o racismo dela.
Não fique chateada, Sarah. Vá brincar com Yusef, vai lá.
Olhe para a praia enquanto conversamos.
Salwa, quero o cartão de Daniel para entrar em seu escritório.
Sinto muito, já disse que eu não te ajudarei novamente.
Tudo bem, Salwa, é o último favor que peço.
E espero que, se eu sobreviver, amanhã retornaremos ao Egito.
- Amanhã? - Olhe para frente.
Mas você me prometeu que Ezzat não seria afetado,
e se perder este cartão, ele terá problemas no trabalho.
Entre você e o trabalho dele, Daniel escolheria a segunda opção.
Mais do que isso: se ele sentir que você o atrapalha,
- ele a mata. - É um absurdo, você não o conhece.
Nem você, Salwa. O que peço de você me coloca em apuros.
Ele vai trabalhar amanhã?
- Ele vai trabalhar amanhã? - Não, amanhã será a folga dele.
Ele ficará em casa o dia todo.
Então me encontre na farmácia daqui a pouco.
Você encontrará esse cartão na carteira ou no bolso dele.
Você ouviu algo, Sarah?
Sim, ouvi dizer que você vai levar o cartão do papai.
Querida, estou preparando uma surpresa para o papai.
Não diga nada a ele. Será nosso segredo, fique calada.
Eu não me preocupo com as crianças palestinas que serão mortas.
Vamos realizar a operação.
Meus filhos queridos.
- Papai, quero contar um segredo. - Você quer me contar um segredo?
O que é, querida?
Tudo bem, querida, vá para seu quarto.
- Sarah, ei garota. - Salwa, preciso de uma palavra sua.
Sarah contou-me sobre o que aconteceu no parque.
Você não acha que ela confundiu as coisas?
Rachel esteve conosco também, caso você queira esclarecer o assunto.
Por favor, não esconda nada de mim.
Já esperava algo assim, mas não na frente de minha filha.
Acredite em mim, ela não entende, ela é apenas uma criança.
Não, não, amanhã irei para o parque com você.
Verei quem é a racista desprezível que negou a filha dela com Sarah,
e lhe darei uma lição que nunca esquecerá.
Ela é uma miserável. Eu ia lhe dar uma bronca,
se não fosse por Raquel.
É verdade, mas eu não queria que você ficasse chateado.
Eu sei que nem todos os israelenses são racistas.
Sai dali e não tive nenhum problema depois.
- Você é tão doce, Salwa. - Obrigado.
Sarah, querida Sarinha.
Espere por mim amanhã com seus filhos ao meio-dia,
num restaurante chamado Shira, próximo às lojas de Habayib.
É um nome em inglês.
Se eu não voltar em uma hora, volte para sua casa.
- O que você quis dizer com isso? - Posso ser capturado,
- e Deus sabe se eu estarei vivo ou... - Ou o quê?
Não conheço ninguém aqui, você é o único que partilha do meu sangue.
Não se preocupe, Salwa, se eu falhar outros te levarão de volta ao Egito.
Não se preocupe.
- Como você está, Sra. Salwa - Como você está, Dr.?
O médico está lhe cumprimentando, Sra. Salwa.
O médico está lhe cumprimentando, Sra. Salwa.
Estou bem, obrigada.
Adeus, Sra. Salwa, adeus.
Shalom, esta é a minha autorização para entrar
Venha comigo.
- Onde está seu colega rabugento? - Ele estava lá dentro, lá está ele.
Não posso passar daqui.
Vá até o primeiro andar, sala nº5.
E isso é tudo que você precisa.
Estou dentro.
Eu entrei com autorização do Benin, conforme acertado.
Mas o estranho é que o homem mal-humorado sorriu para mim.
O cofre abre com impressões digitais, conforme esperado.
Tomara que a transmissão das impressões dê certo.
Lista de assassinatos:
o arquiteto Amr Ahmad Said Dr. Majid Majdi Mikhail,
Dr. Hasan Majid Mursi.
É claro que eu também estaria na lista de assassinatos.
Estava esperando por você por que você demorou tanto?
É isso ai, rapazes.
A história da inteligência está escrita na sua frente.
Ninguém entendia no que eu pensava, Sr. Mustafa,
inclusive eles me levaram à dúvida.
Por que trouxe sua mulher para cá? Você poderia tê-la deixado no Egito.
Qual o sentido? Ela é uma boa isca.
Como um bom pescador eu coloquei a isca no anzol e joguei-a.
Eu esperei com calma, calma... até eu te capturar.
Muito bem, amigo Daniel, muito bem.
Foi um plano perfeito,
mas existe algo simples que você não levou em consideração.
E este é o seu problema, sempre puxando a sardinha para o seu lado.
É o sistema sionista, estamos todos conscientes que
é só a história é única e que não existem dois lados da moeda.
Existe sim,
por exemplo, a promessa de resgate que fiz a sua mulher e filhos.
- Como? De trem? - Odeio trens, primo.
De carro.
- Fique aí - O quê? O que é isso?
Eu estava só deixando uma marca para que o reconhecessem.
Você ficou maluco, idiota?
Vou te enterrar aqui mesmo.
Mostre-me o que você vai fazer com a informação que você descobriu
Diga a Kamal o que aconteceu.
Sarah, Yusef?
Sarah?
- Você viu as crianças? - Acho que eles saíram com o pai, por quê?
- Não sabe para onde eles foram? - O quê?
- Então sabe aonde ele os levou. - Não sei.
Você o aborreceu? Você deve ter feito algo para ele.
Espere por ele lá dentro, vai.
O que é isso? Como se atreve a falar assim comigo?
- Mamãe. - Sarah.
Espere por ele lá dentro.
- Está tudo bem? - Sim, está tudo bem.
Você realmente pensou que entraria no sistema do Mossad,
e sairia ileso?
Este é o maior serviço de inteligência do mundo.
Por que vocês não querem aprender?
Por que não querem saber do tamanho real de vocês?
Saiba que, se eu fosse vocês, eu não realizaria esse desejo
porque, se fôssemos realmente conhecer nosso tamanho,
vocês perceberiam o quão pequenos e insignificantes vocês são.
O que você faz aqui, Mustafa? Esta não é a sua terra ou país.
Sabe que eu ia dizer a mesma coisa?
- Esta não é sua terra ou país. - Esta é a única verdade, Mustafa.
É um status quo.
Status quo é cada cidadão de Israel ser um soldado.
Mas vocês constroem portões, corredores e um muro para protegê-los.
Por que vocês fazem tudo isso?
Porque vocês são como um ladrão forçado a sempre confrontar a vítima.
Vocês estão com medo.
O tempo passa e ainda temos trabalho a fazer.
Você a conhece, certo?
Ele é o homem que saiu da boate com você?
Certo, Mustafa, o casaco escondeu o rosto dela das câmeras.
Parabéns, você se tornou um terrorista.
Darin.
- Você se apaixonou por ela? - Vou te mostrar o inferno na terra.
Vai me implorar para atirar em você como um cão vadio,
que foge da tortura. Vou atirar em você.
Vá em frente, inicie o inquérito e acabe com isso.
Eu adoraria continuar essa conversa agradável,
mas infelizmente eu preciso começar a trabalhar.
Vou dizer algo que você não sabe.
Os cientistas do Mossad desenvolveram o uso da eletricidade em tortura,
para que vá direto ao sistema nervoso.
Complicado, né?
Antes de vir para cá eu estava interrogando um dos seus agentes.
Ele me deu informações muito importantes.
A informação que ele me deu é a de que você é imundo.
- Quem te ajudou em Israel? - Sua esposa.
Khazak.
Quem mais?
- Pergunte a sua mãe. - Confesse, Mustafa.
- Quem te ajudou em Israel? Vou te matar. - Eu não vou falar.
Não estou com medo de você ou de morrer.
Aumente a voltagem.
Salwa e seus filhos voltarão ao Egito.
Eles voltarão ao Egito e serão muçulmanos egípcios.
Esta é a chave da nossa casa na Cisjordânia.
Este muro, um dia, tornará o muro da prisão de vocês, e não da nossa.
Você acha que temos esperança?
Bem vindo novamente, você ainda está sob o efeito da pílula.
Estou bem, senhor.
Quando vi que eles me deixaram entrar, eu tomei a pílula.
Salwa não pôde sair de casa, devem tê-la trancado.
Pode ser que seja perigoso tentar libertá-la.
O que você quer dizer com isso, senhor?
Dêem cobertura, vamos sair, vamos sair.
Estou bem. Fui baleado no ombro.
Vá buscar Salwa pois meus homens me levarão de volta.
Leve esta mochila. Você encontrará nela tudo o que precisa.
Vou buscá-los e irei até ao Km 48, atravessarei a fronteira de noite.
- A gente se vê. - Tomara.
Tomara.
Você teve a chance de viver num lugar bom,
com um herói que qualquer mulher gostaria de ter.
Mas o que posso dizer? Vocês árabes amam ser pobres.
Tussa, querida, com a condição de você morrer e carregar todos juntos.
- Alô, Daniel, sim? - Como você está?
- Está tudo bem, não se preocupe. - A força-tarefa está a caminho.
Estamos esperando por você.
Fujam logo.
Cuidado.
Vá ao estacionamento, se eu não te encontrar em 2 minutos, vá ao Km 48.
Há uma fábrica abandonada que eles virão para buscar vocês à noite.
Só um segundo, deixe-me abrir o carro.
Eles fugiram.
- Rachel e Benhas foram nocauteados. - O que você disse?
Irei sozinho.
Entrem rápido.
Vá ao estacionamento se eu não te encontrar em 2 minutos.
Vá a uma fábrica abandonada no Km 48 e eles buscarão vocês lá à noite.
Estamos indo para a fronteira agora?
Isso não signica que a atravessaremos de imediato.
Todas as unidades, todas as unidades o alvo está na rua Eshil.
Não matem-os. Eu quero todos vivos.
Negativo, o alvo será enquadrado
e terá que ser liquidado, com todos dentro dele.
Não, Yusha, eles são minha esposa e filhos, não são inimigos.
Eles são inimigos. Não são judeus, e sim traidores.
E eles devem ser liquidados.
- Sem exceções. - Yusha.
- Sente-se atrás com as crianças. - Cuidado, crianças, vamos lá.
Nós não podemos atirar neles. Existem muitos civis na área.
Positivo, o reforço está a caminho.
Vocês estão bem?
Cuidado.
Como eles nos encontraram?
Revistem as crianças para ver se estão grampeados com algum GPS, rápido.
Venha cá, Yusef, não tenha medo, levante-se.
- Que colar é esse? - Papai me deu.
- Jogue fora. - Tudo bem.
Você está bem?
Segurem firme, crianças.
Vou parar aqui e eu quero que vocês desçam rápido.
Para onde você vai? É o fim da ponte.
- Já falei para descerem logo. - Tudo bem.
- Venham aqui. - Podem ir.
Vamos lá.
Vamos depressa.
Por que não vamos na embaixada egípcia e acabamos logo com isso?
A diplomacia é algo bem diferente do que fazemos agora, Salwa.
Vamos encontrar um carro.
- Como você fez aquilo? - Te ensinarei quando retornarmos.
Yusha, Yusha, acabou. O carro caiu da ponte e todos morreram.
Você me deve, depois de todos os favores que prestei.
Está na hora de pagar suas dívidas.
Esta fábrica está abandonada há muito tempo.
É o lugar mais seguro para se esconder após o cair da noite.
Venham comigo.
- Abençoada seja, Sarah. - Ela precisa tomar o remédio.
- E eu esqueci de trazê-lo. - Vou procurar na farmácia mais próxima.
- Nós vamos com você. - Não, aqui vocês estarão seguros.
Ainda que algo aconteça a mim, terei certeza que voltarão ao Egito.
Eu ficaria surpreso se ouvisse falar de alguém matando esposa e filhos.
Mas eu já não acho isso estranho.
- Ele não está no carro. - Procure-o em todos os lugares.
Mexam-se.
O que é isso? O que é isso?
- Eu matei ele. - Perdeu, Salwa.
Sua desprezível origem árabe te incitou a trair seu marido.
- Odeio você, odeio você. - Daniel, Daniel, Daniel.
Fakhi, Fakhi.
Ele não conseguirá pegar o telefone, mas você pode mandar um recado.
Abaixe sua arma.
Como pode ser? Como o fim pode ser tão cedo?
E você nem terá tempo para assistí-lo.
- O que te fez tão agressivo, primo? - Você ainda não viu nada.
Meu filho, nós somos o povo escolhido de Deus.
Você realmente acredita no que diz?
- Vamos negociar. - É assim?
Você tem a sensação de que sua hora chegou, certo?
Fique com Salwa e vá embora com ela. Eu fico com as crianças.
Ficarei com Salwa e as crianças e eu não vou deixar você sair.
Salwa, Salwa, é esse o homem que você não queria que eu machucasse?
É esse o seu marido, o pai de seus filhos?
Ele queria massacrar todos, ele é um merda.
Você vai voltar ou não?
Nós voltaremos, mas não agora.
Legenda por seogaldino
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