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Por que a liberdade só possível em uma sociedade baseada no mercado?
Olá Pessoal, Praxgirl aqui.
Na nossa última lição, nós definimos o que o processo de mercado é
e por que é conhecido como Capitalismo.
Nós aprendemos que esse sistema requer o respeito pelos direitos de propriedade privados.
Nós também aprendemos mais sobre as missões do cálculo econômico,
e por que no livre mercado, ninguém é escravo de ninguém.
Nessa lição eu gostaria de falar sobre como a competição funciona no livre mercado
e por que ela beneficia todo mundo ao invés de alguns poucos.
COMPETIÇÃO CATALÁTICA
Todo tipo de organização social possui competição.
No livre mercado, os vendedores competem para oferecer aos compradores os menores preços possíveis.
Da mesma forma, os compradores competem para oferecer aos vendedores os maiores preços possíveis.
De maneira a melhor servir a si próprio, um indivíduo tem um incentivo
a fazer os seus concidadãos tão felizes quanto possível.
Portanto, o tipo de competição no livre mercado não deve ser confundido
com o tipo de competição que ocorre na natureza.
Na natureza, a regra geral é a sobrevivência do mais forte.
Quando um animal procura alimento, e um animal mais forte e ágil encontra-o primeiro,
é claro quem é o vencedor e quem é o perdedor.
Mas no livre mercado, os objetivos devem especificamente substituir a selvageria do mundo animal pela cooperação social.
Aqueles que fracassam no mercado não são aniquilados.
Eles são simplesmente relegados a uma posição mais modesta no estrato social.
Nós devemos, portanto diferenciar aquela tipo de competição
– a qual chamaremos de competição biológica –
pelo tipo de competição que a Praxeologia estuda: a competição catalática.
IGUALDADE E LIBERDADE
Na competição biológica os fortes estão sempre certos.
Os fracos devem render-se
e são deixados sem escolha em relação ao resultado de sua situação.
O conceito de liberdade não existe na natureza.
O conceito de liberdade só faz sentido enquanto se referem às relações humanas.
No livre mercado, todo mundo é igual em seu direito ao seu próprio corpo
e à posse de sua propriedade.
A compulsão e a coerção não são elementos do mercado.
Todos os participantes, portanto, tem a liberdade de fazer o que quiserem
desde que não interfiram na propriedade (liberdade) dos outros.
A liberdade como uma categoria praxeologica assim significa:
a esfera na qual um indivíduo atuante está em uma posição de escolher modos alternativos de ação.
Um homem é livre na medida em que ele pode escolher fins
e os meios a serem usados para concretização daqueles fins.
A liberdade de um homem é restrita pelas leis da natureza assim como pelas leis da Praxeologia.
Ele não pode alcançar fins que são incompatíveis intrinsecamente.
Vamos ver dois exemplos de como o homem é limitado pelas leis da natureza e da Praxeologia:
Suponha que Joe deseja pular da costa de Nova York até a costa da Espanha.
As leis da natureza como definidas pela física
irão mostrar que um homem comum não pode pular somente contando com sua própria energia através de tal extensão.
Se ele usar um aparelho (instrumento) como um avião,
ele pode alcançar seu fim, pois os seus meios são compatíveis.
As leis da natureza também irão governar o avião.
Agora suponha que Joe deseja ingerir muitas drogas por um período indefinido de tempo.
Ele pode sair comprando e consumindo drogas,
contudo, uma vez que o dinheiro terminar,
ele não pode continuar a consumir da mesma forma como antes.
As leis do mercado tem então o conduzido a uma posição na qual ele terá que começar a poupar novamente
de maneira a ser capaz de adquirir o que ele quer.
A sua única outra opção é roubar as drogas.
No entanto, naquele ponto, Joe não está mais agindo dentro da sociedade
ou mercado, mas agindo contra si próprio e aos interesses de longo prazo de todas as outras pessoas.
As leis universais da Praxeologia colocam Joe e todas as outras pessoas firmemente na realidade
que eles não podem aproveitar, ao mesmo tempo, os benefícios da divisão do trabalho
e da cooperação social, e adotar uma conduta que irá desintegrar a sociedade.
Ninguém tem a liberdade de violar a liberdade dos outros.
Afirmar tal coisa seria uma contradição, pois o agressor iria ter sua vontade imposta sobre os outros,
e, nesse momento, nós iriamos na verdade regredir a uma forma de competição biológica
onde somente os mais fortes sobrevivem.
A liberdade só tem sentido no contexto de um sistema social pacífico.
DESIGUALDADE DE RIQUEZA E LIBERDADE
Nós notamos antes que as pessoas não são nascidas iguais em suas habilidades para executar tarefas,
ou na sua capacidade de desejar bens.
A Praxeologia não pode fazer um julgamento de valor se é melhor
ou pior para as pessoas ter riquezas e rendas iguais.
Nossa única tarefa é entender como a desigualdade desempenha um papel na ação humana.
Assim como vimos que a ação em si própria é sempre o resultado de um vácuo na satisfação de uma pessoa,
a competição surge no mercado precisamente porque um vendedor não está satisfazendo
todas as necessidades dos consumidores.
É a inequidade entre o que o homem tem a oferecer aos seus compatriotas, ao invés da equidade,
que leva todo mundo a tentar superar seus competidores.
Em todo estágio do mercado, pessoas tentam satisfazer outras pessoas
da melhor forma possível.
Quanto melhor elas satisfazem outras pessoas,
mais meios elas adquirem para alcançar seus próprios objetivos.
O mercado, premiando os esforços individuais de acordo com seu valor,
deixa a todos a escolha entre uma mais ou menos completa utilização de suas faculdades e habilidades.
Esse método não pode, é verdade, eliminar as desvantagens das fraquezas pessoais inerentes.
Mas ela concede um incentivo a todas as pessoas para exercitarem suas faculdades e habilidades ao máximo.
Se na verdade a liberdade é a consequência da competição, a questão pode surgir de como a ordem é mantida no mercado.
Precisamente por meio da competição.
A sociedade capitalista não tem meios de compelir um homem a mudar sua ocupação
ou seu local de trabalho do que premiar aqueles
que se adequam aos desejos dos consumidores com maior capacidade de pagamento.
No mercado, sua reputação é tudo, e maculá-la significa que associações de proteção ao consumidor
irão alertar outros negócios sobre o seu nível de “crédito”
quando você falhar na manutenção de contratos ou violar a propriedade privada.
Essas agências existem por causa dos indivíduos que, no esforço de buscar seus próprios fins,
estarão sempre dispostos a pagar pela segurança.
Para ter a habilidade de comprar e comercializar com pessoas, uma pessoa tem que inspirar confiança,
ou, em outras palavras, construir uma reputação.
Isso está em contraste com outros métodos de obrigar aos homens a agir de certas maneiras:
a violência, melhor caracterizada pelos governos.
O mercado é incompatível com qualquer forma de governo,
pois, o governo, por definição, implica que não existe 100% de acordo
entre os consumidores do serviço e os provedores.
Portanto, governo significa violência.
A violência, como nós temos estado enfatizando, é contraditória ao sistema de mercado e ao capitalismo.
Posteriormente, nós iremos aprender mais sobre como a implementação do governo e do planejamento econômico
como um substituto ao mercado faz com que os desejos de sociedade permaneçam insatisfeitos.
Por agora, nós podemos simplesmente dizer que,
em um sistema onde o governo toma as decisões em nome dos cidadãos,
as pessoas só possuem um direito: obedecer.
As pessoas poderiam ser chamadas “iguais” como servos sob um comandante,
mas não iguais ao comandante em si ou livres em nenhum sentido útil.
CONCLUSÃO
Por fim, a Praxeologia conclui que a inequidade dos indivíduos em relação à riqueza e a renda
é uma característica essencial da economia de mercado.
Mas ao invés dessa conclusão levar à destruição e ao caos, nós concluímos que essa inequidade é, na verdade,
a principal força propulsora à prosperidade no sistema capitalista.
A liberdade e a ordem são consequência do esforço de cada indivíduo em busca de seus objetivos.
Por fim, nós agora vemos que uma critica antiga que o livre mercado respalda o tipo de “sobrevivência do mais forte”
encontrada na competição biológica não é somente falsa,
o mercado é diametralmente oposto a uma ”sociedade selvagem”.
Enquanto a selva é um lugar brutal de guerra de todos contra todos onde um homem obtém vantagens as custas dos outros,
a sociedade de mercado transmuta a competição destrutiva da selva
pela cooperação pacifica onde todo mundo se beneficia.
Vejo vocês na próxima lição.