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Sue, n?o me interpretes mal.
N?o me queixo do teu trabalho.
Tenho aqui o teu último artigo
e é sensacional.
Mas devias ter vindo ontem.
Tenho mais uma reportagem a fazer.
- Como sempre...
- Queres ouvir?
Há um mês, no Território do Norte,
um tipo foi atacado por um crocodilo.
Arrancou-lhe a perna e deixou-o
quase morto no meio de nada.
Uma semana mais tarde, ele
apareceu, tratou-se e desapareceu.
Nem entrevistas,
nem fotos, nada.
- E ent?o?
- Localizei-o.
Organiza safaris num sítio
chamado Walkabout Creek.
E o nome dele, ouve bem,
é Michael J. "Crocodilo" Dundee.
Ainda que seja verdade,
levarias semanas a procurá-lo.
Confias em mim?
Tenho um helicóptero à espera
em Darwin. Logo à noite estarei lá.
Está bem.
- Tenho saudades tuas.
- E eu tuas.
- Tem cuidado.
- Tudo bem, sou nova-iorquina.
"CROCODlLO" DUNDEE
Walter Reilly,
dos Safaris Nunca-Nunca.
- Sou o sócio do Sr. Dundee.
- Muito prazer, Sr. Reilly.
Trate-me por Walter.
Somos muito informais por cá.
Permita-me.
Confortável?
Lamento que o Sr. Dundee
n?o tenha vindo recebê-la,
mas ele está por cá, algures.
Bem-vinda a Walkabout Creek.
Tomei a liberdade de lhe reservar
quarto no nosso hotel.
- Acha bem?
- Muito bem.
Há mais uma coisa.
Disse estar disposta a pagar
os 2.500 dólares?
Exacto. E vejo o local onde ele
foi atacado e como sobreviveu?
Garanto-lhe que irá passar
uns dias maravilhosos.
Cinco dólares para quem fizer
o Donk entorná-la.
Que façanha é?
Uma brincadeira da rapaziada.
O Donk nunca entornou uma gota.
Somos duros de roer.
E o Sr. Dundee também...?
N?o, ele é muito reservado.
Uma lenda.
Estava calmamente a pescar
quando, de repente, zás!
Um crocodilo enorme virou-lhe
o barco, levou-lhe a perna
e arrastou-o para o fundo.
Ele liquidou-o, claro.
Outro qualquer teria morrido logo.
Mas n?o o nosso Mick.
Centenas de quilómetros.
Rastejando ao longo de pântanos
cheios de cobras,
chegou a Katherine.
Passou o hospital e foi direito
a um bar beber uma cerveja.
A história fica a ganhar
de cada vez que a contas, Wally.
Somos barras a viver no mato.
Falando na lenda...
Meu Deus!
Duas cervejas, Ida. Uma para mim
e outra para o meu amigo.
Para o teu amigo... Doido!
Lamento que se tenha assustado.
Ele está seco e empalhado.
E eu também.
Michael J. "Crocodilo" Dundee.
Dos Safaris Nunca-Nunca.
Nunca vá connosco,
ou nunca regressará. Certo, Wal?
Sue Charlton, do "Newsday".
Foi o que pensei.
Toma conta do Cyril enquanto eu
danço com esta linda senhora.
Reza a lenda que um crocodilo
lhe arrancou a perna.
É exagero.
Foi mais uma dentadinha.
Chega de falar da minha perna.
Vamos ao resto.
Lá no Norte inóspito e deserto
vive o grande caçador Mick Dundee
que dança como Fred Astaire.
Que tal?
- Como se chama o palhaço?
- Mick Dundee.
O que foi apanhado
por um crocodilo no Rio Rapid.
Que foi ele lá fazer?
Os crocodilos s?o aos montes.
Que é que achas?
Um caçador furtivo?
Quero que me mostre
onde foi atacado...
e como sobreviveu.
Irmos os dois sozinhos... Tenho
de defender a minha reputaç?o.
Dundee, onde se podem matar
uns crocodilos?
E eu sei? Imbecilóide.
Calma.
Toda a gente sabe que caças
crocodilos ilegalmente, gaita!
Desculpe. N?o admito palavrġes
na presença de uma senhora.
Palavrġes?
N?o voltem!
Que foi que ele disse
de você caçar ilegalmente?
Era a ver se provocava.
- Hoje, sinto-me com sorte.
- Queres tentar?
Dá-lhe, Donk.
Ele n?o costuma ser assim.
Peço desculpa, é dos copos.
Ele tem um lado sério?
Quero ver isso...
Confortável?
- É uma bela terra.
- Também achamos.
Espero que n?o seja
daqueles duros e calados.
- Reticente em falar de si.
- É o meu tema preferido.
Óptimo. Porquê "crocodilo"?
Foi ideia do Wal.
Achou que chamava mais os turistas.
- Que idade tem?
- N?o sei. Em que ano estamos?
N?o sabe?
Aqui, o tempo é subjectivo.
Os aborígenes n?o têm calendários.
Eu fui criado
pela tribo da regi?o.
Perguntei a um Anci?o
quando é que eu tinha nascido
e ele respondeu: "No Ver?o".
Há uma senhora
"Crocodilo" Dundee?
Já fui a modos que casado.
Boa rapariga, boa cozinheira,
grandes...
Fui dar um giro e, quando voltei,
ela tinha desaparecido.
Um giro?
É um costume aborígene.
Parte-se à descoberta
de novos sítios.
- Quanto tempo esteve fora?
- Dois meses.
Diz antes dezoito.
E ela n?o esperou?
Rapariga estranha...
Sai da frente, palerma!
Céus!
Espantoso!
É o poder da mente sobre o corpo.
Um velho truque indígena.
Desembarcar.
Deixo-a bem entregue ao Mick.
Encontramo-nos quarta-feira
na Lagoa do Eco.
2:20. Vamos lá.
2:20?
É assim que nos orientamos no mato.
N?o se preocupe, ele é
o melhor guia do Território.
Nunca tive um aluno t?o bom.
Pronta?
Prontíssima.
Até quarta-feira.
Pois.
- Que dia é hoje, Wal?
- Segunda-feira.
N?o sabe, n?o quer saber...
Felizardo.
- Está bem?
- Muito bem.
Demoramos mais uma hora
até ao rio.
Mas, como é mulher,
talvez demoremos duas.
Vou dar o meu melhor.
Claro, o rio galgou as margens.
Foi na estaç?o das chuvas.
É o que resta do meu barco.
Pode ver onde ele ferrou os dentes.
Meu Deus! Era grande?
Media uns cinco metros.
Veio caçar crocodilos
neste barquinho?
Isso é ilegal. Vim pescar.
Como escapou?
Os crocodilos n?o gostam de carne
fresca. Ele n?o quis comer-me logo.
Quis abocanhar-me
e fazer a dança da morte.
A dança da morte?
O crocodilo abocanha,
leva-nos para o fundo
e dá voltas connosco
até pararmos de estrebuchar.
Depois, leva-nos
para o esconderijo dele,
um penedo ou um tronco
submersos,
enfia-nos lá
e deixa-nos a aboborar.
N?o me abocanhou como queria,
abriu a bocarra para ferrar outra vez
- e eu disse-lhe que n?o.
- Como?
E só veio aqui pescar?
O "barramundi"
é um peixe muito grande.
N?o tarda a anoitecer.
Vamos ficar onde eu fiquei
na primeira noite.
- É casada?
- Já fui.
- Com um contestatário.
- E ent?o?
Manifestávamo-nos. Contra as armas
nucleares, pelas feministas...
Ele deve estar a manifestar-se agora
pelos homossexuais nazis.
- Um belo petisco.
- Era bem intencionado.
Nunca protestou?
Protesto sempre
que me pġem fora de um pub.
Falo a sério.
O que pensa da quest?o nuclear,
da corrida aos armamentos?
N?o me diz respeito.
Como pode dizer isso?
Diz respeito a todos.
É essencial ter uma opini?o,
uma voz.
Quem a ouve, aqui?
Um exemplo mais próximo...
Os aborígenes.
Que pensa de lhes serem
devolvidas as terras?
Os aborígenes n?o s?o donos
das terras. Pertencem-lhes.
É como uma m?e.
Aqueles rochedos est?o além
há 600 milhġes de anos
e continuar?o a estar
depois de morrermos.
Discutir de quem s?o...
é como duas pulgas discutirem
de quem é o c?o a que se agarraram.
Os aborígenes,
como todas as criaturas de Deus,
apenas querem o direito
de viver em liberdade e paz.
É...
- É uma King Brown.
- Venenosa?
Mortífera.
Come-se, mas provoca-me gases.
Há mais destas por aí?
Talvez apareça alguma,
a meio da noite.
Mas fique junto a mim
e n?o haverá problema.
É capaz de ter raz?o.
Devemos tomar posiçġes.
O que é?
Pareceu-me ouvir qualquer coisa.
N?o é nada. Boa noite.
Mick?
Sou eu.
Tipos perigosos.
Aventureiros da cidade.
Que vai fazer?
Nada. Porquê?
Est?o a matar os pobres cangurus
por desporto!
N?o é ilegal.
Baixe-se. N?o saia daqui.
- Tenho de mijar.
- E de ter pontaria.
Pouco barulho!
Trevor, aponta o holofote para aqui.
O holofote!
- N?o vês?
- Caluda!
Para mim, n?o!
Para os arbustos.
Vejam só o grandalh?o!
Está armado!
Boa, Skippy.
Apesar da beleza agreste
do território,
há uma estranha sensaç?o
de vazio.
De estarmos sós.
Mas n?o está só.
Eu estou aqui.
Julgo saber o que sentiu.
Ou o que eu sentiria
se aqui estivesse sozinha.
Você aqui, sozinha?
Deixe-me rir.
É uma rapariga da cidade,
nem cinco minutos aguentaria.
É uma terra de homens.
Pois, e eu n?o passo
de uma mulher.
A meta hoje
é aquela escarpa, n?o é?
Encontramo-nos lá logo.
Se vai, leve a espingarda.
Se tiver problemas,
dispare para o ar.
É a extremidade perigosa.
Pois é.
Pronto, já passou.
Pronto.
Está morto?
Se n?o está, terei uma
trabalheira a esfolá-lo.
Tinha raz?o. N?o é sítio
para uma rapariga da cidade.
N?o sei.
Pelo que o Wal me disse,
viver na cidade também é perigoso.
Nunca viveu numa cidade?
- Nunca fui a nenhuma.
- Brinca!
N?o. Uma cidade tem muita gente.
Comigo, ainda ficaria pior.
Ponha isto.
- Quer que eu dê uma olhadela?
- É um simples arranh?o.
Aqui, um arranh?o pode infectar
num instante. Deixe ver.
O que é agora?
Uma aventura pegada...
Mick, pregaste-me um susto!
Bem feito. N?o se interrompe
quem socorre uma senhora.
Era isso que estavas a fazer?
É um amigo meu, Neville Bell.
Sue Charlton.
Que andas
a fazer por aqui, Nev?
Vou a uma festa tribal.
É uma chatice, mas o meu pai
zangava-se se eu n?o fosse.
O Nev é um citadino,
mas o pai é um chefe de tribo.
N?o pode fotografar-me.
Porque acredita
que o espírito fugirá?
Porque tem a objectiva tapada.
Mick, tenho de ir.
- Gostei de a conhecer, Sue.
- Adeus, Nev.
Já vou ter contigo.
Ent?o?
Vou com o Nev até lá
para falar com os "Pintinjarra".
Posso ir?
N?o. S?o reuniġes
interditas às mulheres.
Como é que ele encontra
o caminho às escuras?
Pensa nele.
Muitos acreditam
que eles s?o telepatas.
Odeio o mato!
Como soube?
É telepata?
Tenho bom senso.
É mulher e jornalista,
o que faz de si uma abelhuda.
Aceito isso.
Aquele crocodilo
ia comer-me viva.
N?o lhe leve a mal. Também
já me apeteceu fazer o mesmo.
Boa noite, Mick.
Levei uma semana
para me arrastar até aqui.
Julguei que estava arrumado.
Pensei para comigo:
"Mick, arranja um bom sítio,
deixa-te lá ficar e morre."
- N?o teve medo?
- De morrer? N?o. Li a Bíblia.
Jesus e os apóstolos
eram pescadores, como eu.
O Mick Dundee
iria direitinho para o céu.
Eu e Deus
seríamos bons amigos.
É a Lagoa do Eco.
Salvou-me a vida.
É água mineral.
Logo, n?o tem crocodilos.
Há aqui manja
a dar com um pau.
- Manja?
- Comida. Tem fome?
- Imensa.
- Vou tratar disso.
Como quer o lagarto?
Bem ou mal passado?
- N?o espera que eu coma isto?
- É muito bom. Prove um inhame.
Tire a parte de fora.
S?o doces. Os nativos adoram.
- N?o come?
- Eu?
Alimenta, mas sabe a merda.
Mick, por que n?o regressa
comigo?
Para quê?
Seria um bom final da minha
reportagem, você em N. lorque.
Pensei que estivesse
a atirar-se a mim.
Talvez estivesse...
Importava-se?
Maldito Wally! Só cá veio
umas vezes, deve estar perdido.
Tu...?
Estás com gases?
Gostava que o Mick
fosse comigo a N. lorque.
O Mick numa grande cidade?
Nem pensar.
O jornal paga.
Uma pessoa deve alargar
os seus horizontes...
- Tudo bem?
- Na maior.
Deus do Céu!
Sue!
Viva, amigo.
Estás um espanto.
Bem-vinda.
Eu levo.
- Ent?o o nosso homem?
- Separámo-nos na alfândega.
Armou um banzé
quando quiseram ver-lhe a mala.
Aí vem ele.
É o Jim da selva?
Nova lorque, cidade
de sete milhġes de habitantes.
Incrível! Sete milhġes
a quererem viver juntos.
Nova lorque deve ser o sítio
mais amistoso do mundo.
Viva.
Mick Dundee, da Austrália.
Como vai?
Bem. E você?
Vim cá passar uns dias.
Talvez voltemos a ver-nos.
- Obrigado pela boleia.
- Ora essa.
- De que tribo és, Gus?
- N?o sou de tribo nenhuma.
- N?o és ***?
- Lá isso sou.
Na nossa tribo,
ninguém tem um carro assim.
Deves estar bem na vida.
Vou de táxi. Queres jantar
em algum sítio especial?
No "Tacano's" seria agradável.
- Às sete e meia?
- Óptimo.
Mesa para três.
Tudo bem.
Que acha?
Um tanto confuso,
mas cá me arranjo.
Quantos ficam neste quarto?
Só você.
Eu tenho um apartamento.
Mick Dundee.
N?o fixei o seu nome.
- Angelo.
- Muito prazer, Angelo.
Aqui tem.
Tem de se pagar adiantado?
Está na minha terra.
Confie em mim.
Dá-me o indicativo
da Austrália?
Fica bem instalado, tem tudo.
TV, se se chatear...
Televis?o...
Vi uma há uns anos,
em casa do Darkie Johnson.
Sim, foi o que eu vi.
Deixo aqui o número do Wally
e o meu do emprego.
Sue, venha ver.
Um idiota qualquer
pôs duas retretes aqui.
Uma retrete e um bidé.
É para... Depois de...
Puxe pela cabeça.
Até logo às sete.
É para lavar o traseiro, n?o é?
Viva.
Viva.
Desculpe.
Viva.
Gaita!
- Vá com calma, Mick.
- Obrigado, amigo.
Viva.
Desculpa o atraso.
Estás à espera há muito tempo?
Cheguei cedo, na mira de estar
com a minha querida.
Bebemos o quê,
dois *** martini? Crocodilo...?
Também quero dois
e uma cerveja.
Serve na mesa?
- Esperaste mesmo...
- Vamos jantar.
Será novidade para si, comer
uma coisa sem ter de a matar.
Vamos?
Boa noite, Sr. Mason.
Veio com amigos...
Já estava a esquecer-me
de como és sexy.
Tenho de arranjar maneira
de te manter por cá.
Alguma coisa
se há-de arranjar.
Acho que deviam ficar a sós.
É que n?o nos vemos
há seis semanas.
Mais uma raz?o para...
N?o o deixo sozinho
na sua primeira noite em N. lorque.
O Richard e eu
queremos a sua companhia.
Sem dúvida. N. lorque n?o é
para um homem da província.
Crocodilos n?o há, mas um carro
a acelerar passa-o a ferro.
Qual é a ideia?
Óptimo.
Estou com imenso apetite.
O melhor é ser eu a pedir.
N?o devem ter bifes de canguru
nem de opossum.
Descansa, o Mick faz de tudo
um prato gastronómico.
Até lagarto mal passado.
Estava bom, n?o estava?
E os inhames?
Deliciosos.
Óptimo.
Como é nosso convidado, talvez
queira escolher para todos.
Eu escolho.
Tudo bem, vou tentar.
Italiano?
N?o sei como se chama,
mas gosto do prato
que aquela gorda está a comer.
N?o aguenta a bebida, coitado.
Ele disse que você lhe bateu.
N?o estamos em Walkabout Creek.
- Estava a ser um chato.
- A quest?o n?o é essa.
N?o está apaixonada
por este palerma?
N?o chateie.
O Richard bebeu de mais.
É carinhoso,
dedicado e eu amo-o.
Acho que vou vomitar.
- Quer ajuda?
- N?o é preciso.
Eu estou bem.
Amanh? temos muito que fazer.
Durma. Vou buscá-lo cedo.
- Leve-me ao "bebedouro".
- N?o conheço esse.
A um bar onde se possa beber
alguma coisa. Faz-me companhia?
Acabei o turno.
Por que n?o?
Apetece-lhe um copo?
Sou italiano. Sou capaz de beber
muito mais do que você.
Interessante...
N?o estou a menosprezar
a aranha Viúva Negra,
mas a aranha Funil mata um homem
em oito segundos só de o olhar.
Mas o maior perigo s?o
os tubarġes grandes, tipo Jaws.
Apanhei um há três semanas.
Abri-o e sabem o que encontrei?
Três filipinos ainda dentro do barco.
Buzzy, vem conhecer
este australiano.
Que se passa, meu?
Onde?
Está no ir, mano?
No ir? Sim, já dei cabo
de umas bejecas.
Aguenta, meu.
- É a desbunda total.
- Disseste o quê?
O quê?
Ele é fixe.
Sou fixe.
Porreiro.
Simpático.
Danny, o meu amigo italiano!
Paga aí uma rodada.
Que bebes, Gwendoline?
Obrigada, mas chega.
Vou andando para casa.
Onde é a tua casa?
Ao virar da esquina.
Um cantinho onde moro sozinha...
- Agora, n?o...
- Quase sempre.
Deves sentir-te só.
Queres companhia masculina?
Pois n?o!
Desculpa, Gwendoline.
N?o te vás embora.
Que tal?
Passei a noite a tentar dizer-te
que ela é um ele.
Um homem vestido de mulher.
É um maricas.
Juro.
Era um homem
vestido de mulher!
E vocês sabiam, sacanas!
- Onde larguei o táxi?
- N?o sei.
Espera aqui por mim, Mick.
Viva, meninas.
Sou o Mick Dundee, da Austrália.
Queres divertir-te?
Sempre.
Est?o comprometidas,
s?o casadas ou coisa assim?
N?o. Somos ambas solteiras.
Ela é a Karla e eu sou a Simone.
De onde és?
Walkabout Creek, Território
do Norte. N?o devem saber onde é.
Eu sei. És o fulano
que vem no jornal.
O dos crocodilos.
Tenho lido o jornal.
É um Tarzan.
Luta com crocodilos, come cobras...
É a tua primeira viagem
a N. lorque?
Primeira a qualquer sítio.
Somos capazes de te dar
uma de borla.
Uma quê?
Podemos ir ao cinema,
ou ir dançar...
- N?o se trabalha? É só palheta?
- Olha lá...
Eu estava a falar com as senhoras
e a chegar a algum lado.
Vais falar a noite toda
ou dar uma queca com uma delas?
Desculpem lá, mas,
se andam por sítios destes,
ouvem obscenidades.
- Eu devia estar em casa há horas.
- Gostei da nossa conversa.
N?o estás em estado de guiar.
Entra.
É por isto que têm tantos acidentes:
o volante está do lado errado.
Sai da frente, palerma!
Pġe-te na tua faixa, gordo!
Se eu te der o meu coraç?o...
N?o ficarei com nenhum,
E tu com dois.
Toalhas para o "Señor" Mick.
És tu, Rosita?
Deixa-as em cima da cama.
"Muchas gracias."
Ouve, Rosita,
eu só quis ser simpático.
A intenç?o n?o...
As suas toalhas, "Señor" Mick.
Por momentos, "serviço de quartos"
pareceu outra coisa.
Um cachorro.
Com picante, cebola,
couve fermentada e pimentos.
- Aqui tem.
- Isto come-se?
Alimenta, mas sabe a merda.
A minha carteira!
Ladr?o!
Mick, como vais?
Sou eu, a Simone.
- Divertida, Simone?
- Como sempre.
Simpática. E atenciosa.
Está a dançar com o pai.
Tem de perder essa timidez
da província, Dundee.
Quero apresentar-lhe
uma pessoa.
Sue, querida, voltaste!
Que bom!
- Como estás, Fran?
- Lindamente.
Quem é esta cara nova?
O homem da minha reportagem,
Mick Dundee.
Algum problema, querido?
Muito prazer.
Ele vem da Austrália.
Sou capaz de lá ir, um dia.
Querida, que bom teres vindo!
Só quis certificar-me.
Vou buscar bebidas.
"Merda" da boa.
Ent?o? Tens o nariz tapado?
Pois.
Há uma maneira melhor
de fazer isso.
Melhor?
É como fazemos na minha terra.
É um estouro.
Água a ferver.
Vapor... Inclina-te para a frente.
Toalha na cabeça.
Inclina-te bem e respira fundo.
Bastam dez minutos
e ficas na maior.
Vá lá.
Força.
Deviam estar ali
uns 200 dólares de cocaína.
- Que é isso?
- Uma droga. Cheira-se.
- Para quê?
- Para ver estrelas.
Como quando se leva
um murro no nariz?
Recebi a foto.
Estou o máximo!
A Ida manda-te saudades.
O Donk quer falar contigo.
Mick, vai bugiar!
Que tal s?o os nova-iorquinos?
Simpáticos, cheios de ***,
mas excêntricos.
As alegrias de viajar...
Quando voltas?
Se te aguentas sem mim,
gostava de cá ficar um tempo.
Tudo bem. N?o terá a ver
com uma certa jornalista?
Digo-te já que ela beija
muito melhor do que o Donk.
Malandro! Dá notícias.
Tudo bem, Wal.
Que foi que ele disse?
Quer ficar lá mais um tempo
e que eu olhe pelo negócio.
Tem lume?
Tenho.
E a carteira.
Mick, dê-lha.
- Porquê?
- Ele tem uma faca.
N?o é uma faca.
Isto é que é uma faca.
Miúdos na reinaç?o.
Está bem?
Estou sempre bem
quando estou consigo.
Que lamechas!
Porque me faz sempre sentir
a Jane do Tarzan?
Foi isto que publicámos
enquanto estiveste fora.
Desculpa,
n?o consigo concentrar-me.
Na tua ausência,
pus-me a pensar.
- É tempo de construir um futuro.
- Vais construir uma auto-estrada...
ou estás a declarar-te
ao melhor partido de N. lorque?
Viva, menina.
Li os teus artigos.
Andas a correr mundo
a expensas do jornal.
Acho que o investimento
compensa.
- Olá, pai.
- Dás-me um beijo?
Graças a Deus,
regressaste s? e salva.
- Falaste-lhe de domingo?
- Ia falar.
V?o à casa de fins-de-semana
para um jantar de boas-vindas.
Agora, o Richard vai explicar-me
como dirige o jornal melhor do que eu.
Leva o tal "Crocodilo" Dundee.
Quero conhecê-lo.
N?o disseste que o teu pai
vendia jornais?
Vende muitos jornais.
Os c?es est?o soltos.
É um prazer vê-la.
É um prazer vê-lo.
Simpson, o Sr. Dundee.
Muito gosto, Simo.
Trate-me por Mick.
O seu pai e os convidados
est?o à sua espera no sal?o.
Olá, querida.
E este deve ser o Sr. Dundee.
Estou em dívida consigo.
Salvou a vida da minha filha.
Pague-me uma cerveja
e ficamos quites.
Belo estaminé.
É um tecto... Venha, quero
apresentar-lhe umas pessoas.
Patricia, uma bebida
para o Sr. Dundee.
A Dawn...
- A Dorothy e o Wendell Wainright.
- Muito prazer.
- Lida com gado, Sr. Dundee?
- Sim. Búfalos.
- É criador?
- N?o, despacho-os.
- Que pensa de N. lorque?
- É um manicómio.
Daí eu gostar.
Senti-me logo bem.
Desculpem. Quero apresentar
o Mick ao Senador Manly.
Boa ideia.
Gostei de o conhecer.
Gente simpática.
Agora, a Dorothy anda bem,
mas já teve problemas.
- Que aconteceu?
- Descobriu um psi óptimo.
Um psiquiatra.
Eu n?o devia ter dito
aquela do manicómio.
- N?o sabia que era pírulas.
- E n?o é.
As pessoas v?o ao psiquiatra
falar dos seus problemas.
Ela só precisava de desabafar.
N?o tem amigos?
Tens raz?o.
Temos poucos amigos.
Em Walkabout Creek
n?o deve haver psiquiatras.
Lá, quando temos um problema,
vamos ter com o Wally.
Ele conta a toda a gente
e acaba-se o problema.
Richard, pensei
que n?o pudesse vir.
Wendell, é um prazer vê-lo.
N?o conheço a sua filha.
Senhoras e senhores, amigos!
Bem-vinda a casa, Sue.
Estamos todos felizes com
o teu regresso. Principalmente eu.
Todos os presentes sabem
o que sentimos um pelo outro.
A Sue regressou,
depois de ser salva da morte
pelo nosso mais recente amigo,
Michael J. Dundee.
Um homem a quem estou muito grato.
Trouxe-me a mulher que amo
e aumentou a tiragem do jornal.
O Sam disse-me:
"És o chefe dela, impede-a
de fazer reportagens perigosas."
É evidente que, enquanto chefe,
n?o consegui convencê-la.
Talvez tenha mais êxito
enquanto marido.
Se ela me aceitar...
Muito bem.
Eu vou atrás, Gus.
Para o hotel?
Sim, passando
por uma loja de bebidas.
Fins medicinais...
Tem cuidado contigo.
Para ti, tiozinho.
Deus te abençoe.
Salvaste-me a vida.
Simone!
Queres divertir-te?
Pensei que eras outra.
Olha, é o tipo que n?o gosta
que se fale mal à frente de mulheres.
Ent?o? Vais fazer como o canguru
e fugir aos saltos?
Vamos à dança!
Estás bem, Mick?
N?o há azar.
Eu estava a desancá-los.
De certeza que n?o és
da tribo "Pintinjarra"?
N?o, meu,
sou um "Harlem Warlord".
Eu sabia que pertencias
a uma tribo.
Ligue-me ao quarto
do Mick Dundee.
Lamento, n?o atende.
Ele ligou para a recepç?o
a dizer que se ia embora hoje.
- Vamos sentir a falta dele.
- Obrigada.
Como vai isso, Irving?
- Estou mais morto do que vivo.
- Quase...
Vai deixar-nos
e regressar a casa?
N?o, vou dar um giro.
Ver a América.
- Quanto tempo?
- O que for preciso.
Qual é a maneira mais rápida
de sair da cidade?
Se é aventura que procura,
o Metro, a dois quarteirġes daqui,
leva-o à estaç?o de comboios.
Pode ser.
Passa bem, Irving.
N?o há azar, amigo.
Sabes o que estás a fazer?
N?o. Mas hei-de saber.
Se procura o "Crocodilo",
ele foi dar um giro.
N?o sabe onde?
Foi apanhar o Metro.
É melhor apressar-se.
Guarde-me isto.
Aonde vai?
Se quer brincar,
brinque comigo.
Mick Dundee!
O que é, dona?
Quero falar com aquele homem
lá ao fundo, de chapéu preto.
Esta senhora quer falar
com o tipo do chapéu preto.
Você, do chapéu!
A senhora lá ao fundo
quer falar consigo.
Que é que ela quer?
Que é que ela quer?
Que quer?
Ele que n?o se vá embora.
N?o caso com o Richard.
Ele que n?o se vá embora.
Ela n?o casa com o Richard.
N?o te vás embora.
N?o caso com o Richard.
- Porquê?
- N?o sei.
Porquê?
Porquê?
Diga-lhe que o amo.
Amo-te!
Amo-te!
Amo-te!
Ela ama-me.
Ent?o?
Diga-lhe... Eu digo-lhe.
Eu vou aí.
Ele vem aí.
Ele vem aí.
N?o podemos mexer-nos,
parecemos carneiros.
Vou por cima.