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- Pode assinar aqui, por favor?
- Certo. Pronto.
- Obrigado.
- De nada.
Oi, Will. Pacote pra você.
Acho que ninguém imagina
no dia do casamento
que estará nos 46%
que não vivem felizes para sempre.
SENTENÇA DE DIVÓRCIO
Will?
Ouvi que conseguimos
a conta da aveia Quaker.
Muito bem. Deve estar empolgado.
E também,
nunca pensei que passaria meus dias,
semanas e anos trabalhando
em uma agência de publicidade
tentando descobrir como fazer as crianças
comerem aveia em vez de Sucrilhos.
Mas terças e sextas-feiras são
meus dias favoritos.
Saio cedo do trabalho
e vou buscar minha filha, Maya, na escola.
É uma incrível sensação quando descobre
a música certa para o seu dia.
E hoje, achei a canção perfeita.
Mulheres podem ir pro
A outra canção perfeita.
Rua 51 leste
Avenida Madison
Obrigado.
De nada.
PRECISO DE GRANA PARA VOLTAR
PARA O MEU PLANETA ORDON!
OBRIGADO!
Mas às vezes, não importa
como planeja as suas músicas...
ESCOLA HUDSON MERRILL
... não há uma música certa
para o que vai acontecer com você.
- Vamos, vamos!
- Ei, o que está acontecendo?
Will, sabia que teria uma aula
de educação *** hoje?
Eles não são meio novos?
- É! Foi um desastre completo.
- Pelo menos eles estão lendo.
Tem um livro!
"Os 250 milhões de espermatozóides
são ejaculados
"e começam sua jornada perigosa
em direção à trompa de Falópio!
"Cem milhões são destruídos na hora..."
Preciso encontrar a Maya.
Você ainda transa com o papai?
- Do que está falando?
- Transa?
- Vamos conversar em casa...
- Transa, né?
- Vamos conversar em casa sobre isso.
- Eu te odeio!
Pare de me puxar!
Estou tentando entender uma coisa!
Precisamos conversar.
Que é quando o homem tira
o pênis do pijama
e enfia na *** da mulher...
Certo, mas a Sra. Gallagher
não deve ter dito "enfia".
Disse.
Mas o que eu não entendo,
é que a irmã de Sammy Boigon disse
que ele foi um acidente.
Como é que alguém acidentalmente enfia
o pênis na... Oi, Luis.
- Oi.
- Como é que alguém acidentalmente...
Pare de dizer "pênis" e "enfia".
Diga "pipi" ou "pintinho".
Algo engraçadinho.
- Explique como Sammy foi um acidente.
- É complicado.
- Pênis! Pênis!
- Certo, já chega.
Certo, eles...
Não é como se o pai dele escorregasse
em uma casca de banana.
O acidente foi a mãe do Sammy engravidar.
Se eles não queriam um bebê,
por que transaram?
Ótima pergunta.
Acho que se pode dizer
que estavam ensaiando.
- Eu fui um acidente?
- Não.
- Fui, não é?
- Não.
Você foi totalmente de propósito.
Eu sabia em que estava me metendo.
CUIDADO: FRÁGIL
Acho que devia me contar
a sua história com minha mãe.
Por que fica dizendo "minha mãe"
como se eu não a conhecesse?
Porque agora que estão se divorciando,
ela é minha e não sua.
- É mesmo?
- Me conte como aconteceu.
A história verdadeira, não a:
"Nós nos conhecemos, nos apaixonamos,
"e decidimos usar todo aquele amor
"e formar uma família,
e foi como fizemos você."
Quer saber?
Vou te contar a história verdadeira
de como conheci sua mãe.
- Quando eu tiver idade suficiente.
- Isso.
- Sei que o amor não é um conto de fadas.
- Mesmo?
Mesmo.
Teve outra namorada antes de conhecê-la?
Vamos, pode me dizer a verdade.
Tive duas namoradas sérias.
E algumas outras mulheres com quem saí.
Sabe.
O quê?
Qual é a palavra masculina para vadia?
Ainda não inventaram uma,
mas estão trabalhando nisso.
Você é vegetariana esta semana?
- Sim.
- Ótimo.
Imagino que não tenha sido
o primeiro namorado dela.
Talvez um cara muito inteligente,
ou talvez malvado.
Ou talvez
foram amigos por muito tempo
e daí quando você estava prestes
a colocar seu pênis
na *** de alguém...
Certo. Boa noite, Maya.
...percebeu que gostava da mamãe!
Hora de dormir!
Ainda tem de me contar a história
de como se apaixonou por ela.
Me apaixonei por ela porque era
esperta, bonita e divertida.
E agora ela é burra, feia e chata?
- Claro que não.
- Então, qual é o problema?
- É complicado, Maya.
- Tudo pra você é complicado.
Aposto que se me contasse a história,
veria que não é tão complicado assim.
Que você apenas a ama.
Sei que é difícil para você,
mas o que está pensando?
Que vou te contar a história
e tudo vai ficar bem?
Não funciona desse jeito.
Talvez sim, talvez não.
Me conte e vamos descobrir.
Não. Chega. Hora de dormir.
Não, não é hora de dormir!
É hora de você me contar a história!
- Maya.
- Preciso saber!
Preciso saber.
Está bem!
Vou te contar a história,
- mas não quem é a sua mãe.
- Certo.
Terá de descobrir sozinha.
- Bom.
- E vou trocar os nomes
e alguns fatos, mas acabei de decidir isso.
- E veremos quão esperta você é.
- Gostei. É um tipo de romance/mistério.
- Isso. Parece bom. Está pronta?
- Não.
Não.
- Leve o tempo que quiser.
- Pode deixar.
- Sei que irá.
- Você fica aqui.
- Travesseiro de princesa?
- Obrigada.
- Isso.
- Certo.
Estou pronta.
Era uma vez,
antes de e-mails e celulares
e reality shows na TV...
Jovens Democratas da América
... em 1992 para ser exato,
na pequena cidade de Madison, Wisconsin,
onde morava
um jovem chamado William Hayes.
- Ei, Will. Feliz Ano-Novo.
- Ei, pra você também.
Este jovem estava apaixonado
pela namorada da faculdade.
Vamos chamá-la de...
- Emily!
- Emily!
Emily!
- Oi.
- Oi.
Dez, nove, oito...
Adivinhe quem será o cara mais sortudo
da Terra em quatro segundos?
Você.
...dois, um!
Feliz Ano-Novo!
Eram um casal perfeito.
Exceto que para entender como esse jovem
acabou se casando com a sua mãe,
precisa saber
que ele tinha
um grande e embaraçoso sonho.
Levantem-se
para o presidente
dos Estados Unidos da América,
William
Matthew
Hayes.
Você queria ser presidente?
Não entendo por que tem de trabalhar
para Clinton em Nova York.
Por que não pode trabalhar
aqui em Madison?
Porque precisam de mim lá e não aqui.
Precisam dele, Em. Will é o maioral.
Não acredito que vai deixá-lo partir.
Não ouviu falar das mulheres de Nova York?
Além de serem atraentes,
não ligam para sexo casual,
o que eu respeito completamente.
- E se Charlie estiver certo?
- Charlie nunca está.
- Ele é retardado.
- Tenho medo que Nova York o faça mudar.
- Mudanças podem ser boas.
- Se mudarmos juntos.
Então, vamos mudar juntos.
São dois meses em Nova York.
Estarei de volta antes que perceba.
E temos um plano, certo?
Outra coisa que não acredito é
se arriscar em deixar Emily aqui comigo,
porque para ser sincero,
sempre tive uma queda por você...
E não tenho nenhum escrúpulo.
Espere! Quase esqueci.
Precisa dar isto a Summer.
É a única que conheço lá.
- Vá visitá-la.
- Summer Hartley?
- Sim.
- Esse é o nome dela?
Ela estava no meu intercâmbio
em Cambridge,
e todos os caras queriam dormir com ela,
e você também vai querer.
Talvez deva enviar por correio.
- É melhor.
- Não.
O que é?
Algo que eu deveria ter mandado para ela
há muito tempo.
Eu te amo, William Hayes.
Certo. Vá ser brilhante.
Emily parece que seria uma boa mãe.
- Só não sei se ela é minha mãe.
- Por que não?
Todo mundo tem uma namorada
no começo da história que é descartada.
Quer dizer que talvez Summer Hartley seja
a minha mãe.
Nunca esquecerei aquele dia.
Lá estava eu, chegando na cidade
com a qual sempre sonhei
para trabalhar em uma campanha
em que acreditava com todo meu coração.
E além disso, estava certo
de que em apenas algumas horas,
o chefe da campanha perceberia
como eu era brilhante.
E daí eu estaria escrevendo discursos,
e criando estratégias e logo...
Will Hayes?
- Oi. Gareth Henderson.
- Você é o Gareth.
- Como vai?
- Prazer. Vamos andando, Hayes.
Trouxe meu currículo e alguns discursos
que escrevi para o congressista Sweeney.
Fantástico. Mal posso esperar para lê-los
em minhas horas de folga.
Enquanto isso, aqui está
o pedido de café e sonhos
que preciso que vá comprar imediatamente.
Espere!
Quer que eu vá comprar café?
Em algum momento, todos compramos café.
Seu momento é hoje. Vamos.
Ainda andando, Hayes.
Traga o café aqui antes das 10:00
ou Arthur vai me matar!
E isso quer dizer que vou matar você.
Já matei antes, Hayes.
- Devia saber disso.
- O que é isto?
É um telefone celular
para que eu possa entrar em contato
com você o tempo todo.
- Alguém me arruma uma aspirina, por favor?
- Cuidado!
Bom tê-lo a bordo, Hayes!
- Oi.
- O quê? Oi.
Daqui a quatro semanas,
os eleitores do estado de Nova York
selecionarão seu próximo
candidato democrata para presidente.
Se Bill Clinton ganhar,
quero que entendam
que será resultado direto
do compromisso e energia
de cada um nesta sala.
Acredito nisso. É um fato.
O trabalho é tão importante assim.
Cada um de vocês...
O que estou fazendo aqui?
É o novato.
- Ei.
- Ei, é o cara do papel higiênico?
- Uma carteira de Mortley Red, por favor?
- US$ 3,25.
US$ 3,25? São US$ 2,15
em Madison, Wisconsin.
Então volte para Madison.
- Não esqueça de escrever.
- Isso. Mande notícias.
Espere! Pare bem aí!
Você fumava?
Não. Sim.
Mas não pretendia te contar.
Ouça. Eu era jovem e burro
e não fumo há muitos anos.
Juro.
Tem mais alguma coisa
que deveria me contar?
Provavelmente não.
- Pode tirar dez cópias?
- Ponha na pilha.
Não. São para o Arthur.
Preciso delas com urgência.
Então, se não se importa...
Você é o cara do papel higiênico.
- Espere. Quem é essa?
- É a April.
Sim. Sou o cara do papel higiênico,
mas pode me chamar
de cara dos sonhos e café.
Todd, da contabilidade, me chama
de Crystal, que é um nome de mulher.
- Quantas cópias?
- Dez. Por favor.
- Estas?
- Sim, das duas.
Por que está na campanha de Bill Clinton?
Estou aqui pelo dinheiro.
Ganho US$ 12 por hora,
o que é melhor que babá,
que é no que já trabalhei até agora.
É democrata, certo?
Por que todos têm de ser
democratas ou republicanos?
Estou lutando com a copiadora.
Espere. É uma independente, não é?
Não sou nada.
Por que tenho de ser alguma coisa?
Por que tenho de ter
uma opinião sobre tudo?
Sério, o que eu sei
sobre sistemas de mísseis,
Previdência Social ou impostos?
E sobre direitos civis e direitos da mulher?
O direito da mulher de fazer
o que quiser com o corpo?
Eu faço o que quero com meu corpo.
Isso é apatia.
- Não sou apática.
- Sim, é.
Não sou. Só sei que esses palhaços
para quem trabalha
não ligam pra nada além
de suas próprias ambições.
Isso não é verdade.
Acha que esse Bill Clinton
vai fazer diferença?
- Acho.
- Ele fará o que já é inevitável.
- É aí que se engana.
- Não me faça atacá-lo!
Está errada.
Ele fará diferença para os negros.
E para as mulheres. Ele as entende.
- Meu Deus.
- Veja o que ele fez no Arkansas.
Leia seus planos para a saúde
e para a educação.
- Ou não. Tudo bem.
- Nossa, sinto muito.
- Desculpe.
- Caí no sono.
- Sinto muito.
- Tudo bem.
Acorde para uma nova América.
- Acredito em você.
- Isso foi interessante.
- Certo. Me convenceu. Não é nada.
- Nada.
Vim aqui para dizer na frente de todos...
Ei! Escutem! Prestem atenção, pessoal!
GENNIFER FLOWERS
SUPOSTA AMANTE DE CLINTON
Sim, fui amante de Bill Clinton por 12 anos.
Ei, aumentem o volume.
Nos últimos dois anos, eu menti à imprensa
para protegê-lo.
Na verdade, eu o amei.
Agora ele quer que eu negue.
Estou cansada de mentiras e falsidade.
Está certo sobre uma coisa.
Ele entende as mulheres.
- Foi divertido. É.
- Tchau, cara do papel higiênico.
Tchau, menina das cópias.
Minha nossa. Não termina nunca.
Ficam passando sem parar.
- Logo passa.
- Certo.
O povo não liga para isso.
- Aí está.
- O que não entendo,
é que ouvi que Bush tem uma amante.
Todos falam disso, por que é
aceitável para ele e não para Clinton?
Ela é vulgar.
Até o cabelo dela é razão
para atacarem o Clinton.
Grande coisa.
Todos têm suas fraquezas, sabe?
Ruivas gordinhas
com longas unhas postiças?
- É o que o papai aqui gosta.
- Isso é nojento.
Gareth, você é sempre repugnante.
Ei. Que coincidência.
Adoro mulheres que dizem "repugnante".
Sabe do que eu gosto?
De morenas de cabelo longo com óculos.
Não sei por quê.
São como criptonita para mim.
Para mim também.
Gosto de caras que gostam de mim.
Isso é estranho. Devia se tratar. Um brinde.
Tudo bem para mim.
- Ao Bill e suas fraquezas.
- Isso.
- Ao Bill.
- Ao Bill.
Alô?
Ei! Sou eu!
- É a Emily?
- É a Emily?
- Oi, Emily!
- Oi, Emily!
O que é esse barulho todo?
Nada. Dois idiotas com quem eu trabalho
tirando sarro de mim
porque eles não têm uma bela namorada
a quem são eternamente devotados!
Você está bêbado.
Você é linda.
- Você está com tesão.
- Pode ser.
Emily? Venha para Nova York.
Vai adorar aqui. A energia, as pessoas.
É maravilhoso.
Opa, você disse "energia"?
Will, você não disse "energia"?
O quê?
Você não vai mais voltar.
Ei, calma. Só quero que venha passar
um fim de semana.
Está certo. Desculpe.
Ligou para a Summer?
Não. Deixei um recado.
Ela não me ligou de volta.
Ei. Você está bem?
É. Só me sinto sozinha aqui,
estou com muitas saudades
e tem sido difícil.
Sei como se sente.
- Ei. O que está fazendo acordado?
- Sr. McCormack.
Está olhando para esse pacote
há uma semana.
Como foi o resto da sua noite?
Teve sucesso, eu presumo.
Minha nossa. Estou encrencado.
Eu amo essa garota!
Isso normalmente é bom.
Já é difícil ser eleito
o primeiro presidente ***
sem ter Julia Roberts com você na posse.
Foi um salto mental e tanto, Russ,
de ficar juntos uma noite,
a ser eleito presidente.
Abra.
Sei que está morrendo de curiosidade.
Só o nome dela, Summer Hartley,
está me deixando maluco...
Veja! Tem um rasgo bem ali! Posso ver.
Vamos lá. Você consegue.
Obrigado. Isso.
- É um diário.
- Puxa vida. Deixe eu ver.
Não! Pare! Não vamos ler isso.
Não podemos.
"Dava para ver as janelas
do dormitório dos rapazes.
"As noites eram quentes e úmidas.
"Estávamos com pouca roupa fingindo
que os rapazes não podiam nos ver.
"Algumas são mais ousadas.
Minha nova amiga
"Emily é doce
"e fica envergonhada com tudo,
sempre esperando para ver o que eu farei."
Não pare! Isso é muito bom.
Onde você estava? Certo.
"É nossa última noite
e planejamos isso há dias.
"Emily e eu somos as últimas a partir,
"e ao chegarmos nas escadas,
agarrei o pulso da Emily firmemente.
"Ela olha para mim esperançosamente
e sei o que vai acontecer em seguida."
- Você sabe?
- Tenho uma boa idéia.
Minha nossa!
O que está fazendo? Isso é muito bom, cara!
Espere aí.
É a sua Emily?
Boa noite, Russell!
Ela é uma tarada!
Ponha a foto no lugar!
Uau!
- Quem é?
- Will Hayes, eu liguei antes.
É testemunha de Jeová?
Não.
Nossa, você é alto.
Oi.
- Entre.
- Está bem.
Feche a porta.
Tranque-a!
Summer disse para esperar. Ela já volta.
Quer que você espere.
- O que tem aí?
- Não sei. É o pai da Summer?
Sim, sou o papai dela.
- Aceita uma bebida?
- Não, é meio cedo para mim.
Cedo. Acabou de chegar na cidade, não é?
Fale sobre você. Qual é a sua?
Quais são seus planos?
Seus sonhos? Seus gostos?
O que quer ser quando crescer?
- Sente-se!
- Tudo bem.
No que trabalha?
Não me diga. Trabalha pro seu pai.
- Não.
- Não me diga!
Wall Street. Não!
Você é um advogado bem-sucedido.
- Na verdade...
- Não! Eu desisto. O que você faz?
Trabalho para Bill Clinton.
O candidato a presidente.
Não.
Sei quem é Bill Clinton.
De fato, sei mais sobre ele
que a sua própria mãe.
- Mesmo?
- Sim.
- No que você trabalha?
- No que trabalho?
Eu bebo!
Beba!
Seja um homem.
Muito bem! Não é melhor?
Engula!
Me conte sobre Bill Clinton.
Ei. Acorde.
Quer uma aspirina?
- Deve ser o Will.
- Oi.
Vejo que bebeu mais que o meu namorado.
- Ele não é o seu pai?
- Foi isso que ele disse?
Ele é o meu conselheiro de tese.
O que mais ele te disse?
Estava me contando como ser
um homem de verdade em vez do
- menino-homem que pareço ser.
- Aprendeu alguma coisa?
É, há muita bebida nisso.
Também xingações e lutas.
- Sexo?
- Sim.
Mas homens de verdade não dizem isso.
O que dizem?
Tenho algo para você. Emily mandou.
- Não a vejo há tempos.
- Vamos morar juntos no outono.
Por favor! Papai.
Ah, nossa! Não.
Ah, isso é...
Ela espera pela minha resposta e eu cedo.
Eu a beijo.
Leu isto?
Não.
- Li uma página.
- Uma página.
- Duas no máximo.
- Duas?
E a parte de você e Emily se beijando.
- Aquela parte, certo.
- Bem descritiva. Era como se estivesse lá.
É uma ótima escritora. Digo...
Devia ficar com ele.
Leia quando se sentir só.
- Não posso. É seu diário.
- Não, sério, não preciso dele.
Eu já decorei, então vou deixar na mesa.
Ou fico com ele. Pode ser bom pra mim.
Imagino por que Emily o deu a você
para entregar a mim.
Hampton?
- Hampton?
- Acorde!
Esse é Hampton Roth. Um escritor incrível.
- Seu livro da campanha de McGovern é...
- É.
- Vocês...
- Sim. Transamos.
Você já transou com um sexagenário?
- Não.
- Então, não deveria julgar.
Na verdade, não estou julgando.
Olhe só pra você.
É linda. Sofisticada.
É uma escritora talentosa.
Obrigada.
Digo, para satisfazer alguém como você,
é preciso...
- Um homem de verdade.
- Exatamente.
- É difícil competir com isso.
- A menos que seja do tipo competitivo.
- É, prazer em conhecê-lo.
- Foi bom te conhecer.
Eu me sinto péssimo...
Desculpe.
Só estava curiosa.
Hampton me encoraja
a cultivar minha curiosidade.
Ele diz que é
a chave de ser um bom jornalista.
É.
Summer! Papai está faminto!
Falando do diabo. É melhor eu ir. É.
Onde diabos você está?
- Certo, tchau.
- Tchau.
Ligue pra nós um dia desses.
Vamos sair para jantar.
É, eu adoraria sair para jantar.
- É.
- Ei!
- Vai ligar para ela?
- Está maluco?
- O que vai fazer?
- O que vou fazer?
Vou me concentrar no que importa.
Emily e eu temos um futuro, planos.
Que pode envolver
um programa a três agora.
Ou quatro,
se o velho ainda estiver na parada.
Não está ajudando.
Nunca deveria ter aberto aquele diário.
Uma caixa sexy de Pandora.
O que é um programa a três?
- O quê?
- Um programa a três?
É um jogo que adultos jogam
quando estão entediados.
Que seja. E o que aconteceu com a Emily?
Nada. Eu quis esperar até
que ela viesse visitar,
e daí decidi fazer algo bem dramático.
Faltava uma semana para as primárias
e eu tinha passado
dos sonhos e papel higiênico
para cartazes e adesivos.
Nossa! Puxa vida!
Aguarde, por favor.
O que estou fazendo aqui?
Afaste-se! Mais um pouco! Ande, afaste-se!
Mais, mais, mais!
Só quero dizer a todos
que os novos cartazes estão prontos.
Estão bonitos.
Escrevi três discursos
para o congressista Sweeney.
Como vai o segundo grau?
Ele é do Texas. Seu nome é George Bush.
Mas não é o presidente.
É o filho mais velho de George e Barbara,
considerado um consultor político chave
da Casa Branca.
Bryant, esqueceu de falar
dos Texas Rangers.
Ah, certo.
Se o cara for esperto, volta para o beisebol.
- Sem brincadeira.
- Viram o Hayes?
- Não.
- Não.
Hayes! Cadê o Hayes? Hayes!
É verdade que foi
o melhor aluno em Madison?
- Sim.
- Certo.
- Vamos. Andando.
- Andando.
Esta é uma lista de alunos
de Madison em NY.
Eles ganham mais de US$ 200 mil por ano.
Temos uma arrecadação de fundos
a 10 mil o prato com 15 mesas vazias.
Não é aceitável, Hayes.
Preciso que venda cinco delas.
Espere. Chega de café e sonhos?
- Vamos ver como se sai, certo?
- Gareth.
- O quê?
- Obrigado. Estou feliz agora.
- Certo, Hayes.
- Certo.
- Lá está a mesa.
- Vejam só. É.
É, engraçado. Papel higiênico.
É bom porque é irônico.
É isso aí, pessoal. Minha mesa.
Bem aqui, tenho uma mesa e uma lista.
E um telefone. E um cesto vazio.
Não, eu não concordo
que o governador tenha
um problema de caráter, Sra. Perleman.
Sabia que 50% dos americanos acreditam
que a maconha deveria ser legalizada?
Alô?
Não, ele não fugiu do serviço militar.
Depois, sabia
que a maioria dos americanos acredita
que a guerra do Vietnã foi uma má idéia?
Ambas as pernas.
Sinto muito. Deve sentir falta delas.
Sim, entendo sua preocupação,
mas acho que deve lembrar-se
que o governador vem
de uma cidade chamada Esperança.
E esperança é o que ele representa...
Não, sei que é sentimental,
mas também acho
que às vezes é disso que o país precisa.
Isso seria maravilhoso. Obrigado.
Dois lugares.
Certo, ótimo. Obrigado, Sr. Bishop.
Sim, o jantar será na próxima quinta.
Sim, quando falei com Hillary esta manhã
ela disse que gostaria de conhecer
os mais importantes patrocinadores.
Não, acho que vai adorar conhecê-la.
Sim.
Uma mesa inteira? Não, isso é possível.
Vou marcar uma mesa para você.
Isso é muito bom.
Estou ansioso para vê-lo na próxima quinta.
Certo, obrigado.
Acabei de vender
uma mesa inteira por US$ 50 mil.
É o meu menino, Will.
Cara do papel higiênico!
Boa noite, cavalheiros.
Uma carteira de Reds, por favor.
US$ 3,60. Novo imposto e nova advertência.
Céus.
AVISO - Fumar Leva
a uma Morte Lenta e Dolorosa.
Diga a verdade, amigo.
- Clinton tragou ou não?
- E isso importa?
É como se sua namorada o pegasse na cama
com outra mulher, e você diz:
"Mas não fizemos nada."
- Isso faz diferença para ela?
- Sim, faz. Oi.
- Olá.
- Uma carteira de American Eagles, por favor.
US$ 4,25.
US$ 4,25? Você paga US$ 4,25
por uma carteira de cigarros?
Eles não põem
tantos produtos químicos neles.
- Então são cigarros saudáveis.
- Algo assim.
Se eles não põem tantos produtos químicos,
deveriam ser mais baratos, não acha?
Põem salitre no seu cigarro,
que faz com que queime mais rápido
e você fuma mais.
O que significa que, no final das contas,
seus cigarros custam mais e não menos.
Menina da copiadora,
está na verdade pagando
pela figura da águia
e as belas cores pastéis.
Uma idéia tranqüilizadora sobre seu estilo
de vida. O resto é besteira.
- Quer apostar?
- Claro.
- 20 paus.
- Tenho 20 paus.
Os 20 paus mais fáceis que ganhei.
- Mesmo?
- É.
Engraçado. Em um minuto, eu terei 40.
Certo, temos de inalar ao mesmo tempo
pela mesma quantia de tempo.
- Isso.
- Pronto, já.
- Hoje é meu aniversário.
- Feliz aniversário.
Por que não está comemorando?
Meu namorado, Lucas, ia me levar
para jantar e depois a uma festa.
Mas na última hora, conseguiu um bico
na Filadélfia, e aceitou porque...
A verdade é
que está mais interessado em ser
o próximo Kurt Cobain que meu namorado.
Quem é Kurt Cobain?
Está brincando!
O quê?
Fume.
- Veja só.
- Veja só.
- Tudo bem.
- Não, que é isso.
A satisfação de estar certa
e você, errado,
é mais que o suficiente para mim.
Nunca deixo de pagar uma aposta,
então que tal
eu a levo para seu jantar de aniversário.
- O que acha?
- Um encontro romântico?
Não, não foi o que quis dizer.
Mais como um jantar "sinto pena
"porque é seu aniversário
e não tem um programa".
- Ah, um desses.
- Bem, façamos assim.
Pode me levar a essa festa que tenho de ir,
porque não tem como eu encarar sozinha.
É, eu vou ficar...
Acho que sou um peixe fora d'água aqui.
Sim, é.
Então Emily é
sua namoradinha da faculdade?
- É incrível como faz isso.
- O quê?
Pega uma frase simples
e a distorce para ter
uma conotação negativa.
- É impressionante. Estou surpreso.
- Não quis fazer isso.
- Mas entendo.
- Acho que é meigo.
- Viu, fez de novo.
- Mesmo?
- Sim.
- Faço isso sem perceber.
Deve ser difícil para você imaginar
algo baseado em respeito mútuo
sem a menor pitada de masoquismo.
Bem, se o seu lance
com a Emily é tão maravilhoso,
por que não se casa com ela?
O que o impede?
Nada.
- Uau.
- Uau.
Ela chega amanhã. Fiz uma reserva
em um restaurante francês chique
no Upper East Side.
Minha nossa. Vai fazer isso
em uma sala cheia de estranhos?
- Sim, vou. Qual o problema?
- Nenhum. Acho que mostra confiança.
O que vai dizer?
- Ainda estou pensando. Não sei.
- Pratique comigo.
Pratique comigo. Sou boa nisso.
Serei Emily.
Sou Emily, sua namoradinha da faculdade.
Quer me perguntar algo?
- Emily...
- Espere! Precisa ficar de joelhos.
Não vou ficar de joelhos.
Ela vai gostar de vê-lo de joelhos.
- Não vou ficar de joelhos.
- Grande erro. Certo.
- Emily.
- Sim, William.
Não me faça rir. Emily,
você quer
casar comigo?
- Não.
- Meu Deus.
O que quer dizer com: "quer casar comigo?"
Não te vejo há semanas!
Não parece feliz ou empolgado
com a perspectiva do nosso casamento!
Está pedindo que eu abra mão
da minha liberdade,
minha alegria de viver,
por uma instituição
que quase nunca dá certo?
E por que devo me casar com você?
Por que quer se casar comigo?
Além de satisfazer um desejo burguês
de um ideal imposto pela sociedade
desde a tenra idade para promover
uma ideologia capitalista?
Ai, meu Deus!
- Devia ter ficado de joelhos!
- Cale a boca!
Ouça.
Quero me casar com você
porque é a primeira pessoa
que quero ver ao acordar pela manhã
e a única que quero dar
um beijo de boa noite.
Porque a primeira vez que vi essas mãos,
não pude imaginar não poder segurá-las.
Mas principalmente, porque quando se ama
alguém como eu te amo
casar é a única coisa a fazer.
Então, quer se casar...
comigo?
Com certeza. Talvez.
Preciso pensar a respeito.
Me leva para casa?
- Quer uma xícara de chá?
- Sim. Adoraria.
Ei.
Por que tem tantas cópias de Jane Eyre?
- É uma longa história.
- Mesmo?
Parece ser só umas 300 páginas.
Sério, por quê?
No meu aniversário de 13 anos,
eu queria brincos de ouro,
e em vez deles, meu pai me deu uma cópia
em capa dura de Jane Eyre.
E dentro, ele escreveu uma dedicatória,
que na época não me interessou,
porque estava furiosa
por causa dos brincos,
o que foi trágico porque foi
o último presente que ele me deu.
Como assim?
Ele morreu três semanas depois
em um acidente de carro.
Nossa. Isso é terrível.
Sinto muito.
- Já leu?
- Não.
Eu leio a cada dois anos.
Cada vez é diferente.
Me diz coisas diferentes.
Quando fui para a faculdade,
minha mãe vendeu nossa casa
e em algum lugar no caminho,
Jane Eyre se perdeu.
Agora, cada vez que passo em um sebo,
procuro pela cópia
que meu pai me deu de aniversário.
Sei que nunca vou achá-la.
É bobagem, mas se tornou
um passatempo esquisito e...
- Não é bobagem.
- Obrigada. Supersticioso.
O que são estes?
Estas são as cópias
em que encontrei dedicatórias.
"Com amor, esperança
e sonhos de segundas chances. Alice."
O que é isso?
É Kurt Cobain. Do Nirvana. Gostou?
Sim, gostei.
Acha ridículo
que eu queira ser um político, não é?
- Sim.
- Obrigado.
Não, eu entendo a idéia de ser político.
É fácil gostar de você.
É verdade.
Só imagino se quer que gostem de você
um pouco demais.
Também é verdade.
Deveria querer que me odiassem.
Vou começar a trabalhar nisso já.
Alguma dica?
Não, mas está no caminho certo.
- É?
- Já estou te odiando.
Que bom.
O que quer ser quando crescer?
Você é muito esperta
para ficar fazendo cópias
- e cuidando de crianças.
- Não.
- Sei lá!
- O que mais você faz.
Sei lá, e não sei como saber. Sabe?
O que eu realmente quero fazer
é ir a todos os lugares que não conheço.
Tenho economizado.
Mas não consigo me organizar para isso.
Provavelmente porque estou
presa a esse cara.
Devia dar o fora nele.
Sei que não é da minha conta,
mas é boa demais para ele.
É, sim.
- Sabe o que é legal?
- Não.
Que podemos ficar aqui sem nos incomodar
- em flertar ou estarmos atraídos.
- Tudo isso.
Muito legal.
É.
Preciso ir.
Idiota!
- Ah, céus.
- Aí está ele!
- Eu disse que não ia demorar.
- Oi! Quis fazer uma surpresa!
- Peguei o vôo noturno!
- Que maravilha!
Estava contando a Emily que Arthur
te mandou a Albany como parte do time.
- Time.
- É. Como foi?
- Como foi? Cara, foi demais!
- Ótimo.
- Ótimo.
- Ótimo.
- Você está bem?
- É, estava só me exercitando um pouco.
- Corri escada acima.
- Certo.
Vou para o escritório. É um dia importante.
Bom te conhecer.
- Você também.
- Certo.
Certo.
Boa sorte.
- Oi.
- Oi.
- Aqui.
- É.
Ei.
- Estranho. Sua língua tem outro gosto.
- O quê?
A sua língua tem um gosto diferente.
- Isso é estranho.
- Não é ruim. Só diferente.
Talvez seja a água daqui.
Ou o pH... Não sei do que estou falando.
Eu disse que Nova York iria te mudar.
- Podemos sair para um passeio?
- Sim.
- Só para pegar um ar?
- E poderia conhecer Nova York.
Eu adoraria.
- Já te contei...
- Eu ia...
- Desculpe. Pode dizer.
- O quê?
Já te contei quando meu pai pediu
minha mãe em casamento?
Não.
Bem, meu pai estava indo se encontrar
com minha mãe
e encontrou uma ex-namorada,
Caroline Hopper.
E eles estavam conversando
e olhando um para o outro,
e os velhos sentimentos voltaram.
E ele pensou:
"Eu poderia fugir agora mesmo
com Caroline Hopper,
"e ser um homem feliz.
"Só preciso beijá-la."
Mas em vez disso, ele olhou
e viu minha mãe dobrando a esquina.
E naquele momento ele sabia
que não tinha razão para ter medo.
Entende?
Eu sou Caroline Hopper
ou a sua mãe na história?
Ai, meu Deus! Sou a sua mãe!
- Emily, quando eu a vi...
- Will, por favor.
...sabia...
- Guarde no bolso.
- Fique de pé. Pare.
...com clareza.
- Espere.
- Sem razão para temer.
- Vamos pensar primeiro.
- Sem medo.
É como o dia em que...
Will!
Eu dormi com o Charlie!
Achei que tínhamos um plano.
Você tinha um plano. Tem um grande plano!
- Achei que era nosso plano.
- Não posso fingir
- que quero ser parte dele.
- Estava lá
- na hora.
- Não sabia como te contar.
Como diz a alguém que gosta
que não quer o mesmo
- que ele?
- A melhor forma?
Com certeza transando
com o colega de quarto.
Foi covardia, sinto muito.
Que bom.
Está acabando comigo.
Não, estou deixando você partir.
Porque se ficarmos juntos,
não seremos felizes.
Vou estorvar você nos...
- Não é verdade.
...sonhos incríveis que tem.
E, com o tempo, você vai me odiar.
- Não.
- Sim.
Will, eu não quero isso e nem você.
Confie em mim.
Vai ficar bem, Sr. Hayes,
sem mim.
Uau.
É.
Uau.
Aqui é Tom Brokaw em Nova York.
Boa noite. Bill Clinton pode ter sido ferido
em Nova York,
mas a questão hoje à noite é, quanto?
Porque, apesar de tudo,
é o sobrevivente, o vitorioso
nas primárias de Nova York
com uma margem confortável.
VENCEDOR PREVISTO - NOVA YORK
KANSAS - CLINTON
Dá a volta na lua
Vejo a paixão em seus olhos
Às vezes é uma grande surpresa
Porque houve uma época
em que tudo o que fiz
Ei.
Parabéns.
Ouvi que pediram para que ficasse.
Deve estar feliz.
Sim, ele pediu, e estou. Muito, muito feliz.
Mesmo? Por que acho
que devo esconder as giletes?
E os grampeadores e tesouras?
Ficarei bem.
Mas esta música, me tira a vontade de viver.
Eu sei. Que tal a dança? Pare aquilo.
Sinto muito pela outra noite.
Tudo bem.
Só achei que Lucas não aprovaria.
- Ou Emily.
- Bem.
Depois, nós dois, seria como cães e gatos.
É.
- Óleo e água.
- Lixa e bunda pelada.
- Que nojo.
- Você seria a bunda.
Não, obrigado.
- Que honra.
- Lennon e McCartney.
- Eram bons juntos.
- Enquanto durou,
e depois nem conseguiam ser amigos.
- Acho que conseguimos isso.
- Acho que sim.
- Enchanté.
- É. Salud.
- Vamos dançar.
- Não.
- Por quê?
- Está bem.
- Está pronto?
- Sim.
Acho que acabou com a Emily.
Namoradas - Qualidades
Não acredito que ela ensaiou com o Charlie.
- Também não.
- Sobrou a April. Talvez a Summer.
- Mais alguém?
- Eu era muito ocupado.
Muito ocupado trabalhando na campanha.
Bem, quando Clinton foi eleito,
Russell e eu começamos
uma empresa de consultoria
e trabalhamos em campanhas
para todo mundo.
Vereadores, senadores.
Até fizemos uma
para o apanhador de cães local.
Muito interessante, pai,
mas e as namoradas?
- E a mamãe?
- Bem, comecei a namorar de novo.
- Mas nada sério.
- E a April? O que aconteceu com ela?
Bem, uma semana depois que Kurt Cobain
morreu, ela terminou com o namorado.
E foi viajar.
Viajou por todo o mundo,
como sempre havia sonhado.
E diz que foi por causa de algo
que eu disse a ela no aniversário.
Começamos a escrever cartões postais.
A escrever cartas.
E antes que eu percebesse,
apesar de separados por mundos inteiros,
nos tornamos grandes amigos.
Era 1994,
e Nova York estava cheia de nova vida.
Mais empregos, mais dinheiro.
Internet Em Breve!
Era o começo da internet.
E de repente, todos em Manhattan
tinham celulares.
Pode me ouvir agora?
Que eles nunca tiravam do ouvido.
Foi aí que nosso antigo chefe,
Arthur Robredo, nos deu uma chance.
- Isto chegou para você.
- Obrigado.
Finalmente tinha chegado dentro da sala.
- Gareth.
- Hayes.
Bom dia.
Vamos começar.
Quais são as notícias do interior?
Pela primeira vez, Nova York vinha a mim,
e não o contrário.
O DECLÍNIO DE QUASE TUDO
"A espécie mais ameaçada em nosso país
"não é o pica-pau
ou um peixe de água doce.
"É a nossa língua!
"Ouço a linguagem truncada de hoje.
"O vocabulário médio é
um terço do que era há 100 anos.
"As palavras caem de nossas bocas
e morrem aos nossos pés!"
"A paisagem do vocabulário
está sendo destruída
"e contaminada
pelas besteiras da cultura popular,
"envenenada pela obscenidade..."
Will?
"...pela mídia obcecada com a juventude..."
- Oi.
- Oi.
Meu menino-homem favorito.
Parece bem maduro.
Obrigado. Este é o objetivo.
- Como está a Emily?
- Emily.
Está estrelando
no diário de outra pessoa agora.
- Como vai o professor?
- Vai bem.
- Ele é engraçado.
- Me largou por uma aluna do 2º ano.
Me disse que era para o meu próprio bem.
Todos parecem usar esta frase hoje em dia.
O que tem feito?
Estou escrevendo umas matérias bobas
para a New York Magazine.
Esperando minha grande oportunidade.
"E 'sintaxe' não é o que os bordéis
de Nevada pagam de imposto."
- Vou ouvir o professor.
- Claro.
Belos óculos.
"Ouçam os seus filhos se puderem."
- Obrigada.
- Uísque com gelo, por favor.
William Hayes!
De... Não me diga!
Wisconsin! Sim, o estado do queijo.
Que bom que veio a nossa festinha.
- Mais um, por favor.
- Saindo.
Summer me disse que está escrevendo
discursos para Arthur Robredo?
- E que você está com uma aluna do 2º ano.
- Não. Na verdade, são duas do primeiro,
o que, em um bom dia,
é igual a uma do segundo.
Ande comigo. Por que quer trabalhar
para um picareta como o Arthur Robredo?
Pelo que me lembro,
é um homem de princípios e ideais.
Não me diga que é apenas mais um riquinho
em terno Armani.
Foi maravilhoso, querido.
Ele está sendo bonzinho? Está?
- Bonzinho? Ele sabe se defender.
- Claro que sei.
Primeiro, Arthur Robredo não é picareta.
Trabalhou para chegar onde está.
Foi um policial, um empresário.
Ele é um tolo. É disso que meu livro trata.
Aqui. Leia. É de graça.
Beleza, ideais e amor
não têm mais importância.
- O que importa é dinheiro e poder.
- Li todos os seus livros,
e você é obcecado por dinheiro e poder.
Isso porque ele não os tem. Certo, querido?
Querida, só ligo para o amor.
- Como sabe.
- Sim.
Por isso fica por perto.
Para manter sua ambição exagerada e voraz
sob controle.
Tenho uma idéia.
Por que não usa
sua nova gota de poder e influência
para que Summer escreva
um artigo sobre Robredo?
Desta forma, Summer tem uma oportunidade
e você promove o seu cara.
- O que você ganha, Hampton?
- É.
Acho que o amor. Mais amor.
É o que me interessa.
Mais amor.
- Eu sabia que Summer voltaria.
- Sabia?
No começo,
não queria que ela fosse minha mãe.
Mas agora, até que gosto dela.
A convidou para sair?
Eu queria, mas não podia
porque ela estava escrevendo a matéria.
Por que Robredo se arrisca
DEMOCRATA DE NY CONTRA O CRIME
- Uau. Isso é bom.
- Will, isso é muito bom.
Tem certeza de que não parecia
uma matéria paga?
Não, é perfeito. Completamente...
Tem uma parte
que me incomodou um pouco.
"William Hayes,
"o redator de discursos de Robredo,
é intenso e tem uma beleza juvenil."
- Juvenil? Digo...
- É.
Sabe, originalmente eu escrevi:
"William Hayes tem olhos sedutores
e a aparência intrigante de alguém
"cujas roupas você quer arrancar
de seu corpo",
mas o editor me fez mudar isso.
Não há lugar para a verdade no jornalismo.
Sempre quis ser uma jornalista?
Não. Até os 16 anos quis ser atriz.
Queria cantar na Broadway.
Mesmo?
Mesmo. É tão difícil de acreditar?
Bem, as atrizes não são carentes,
emotivas e inseguras?
Esse tipo de coisa.
O que está dizendo? Que não sou carente?
Que não tenho emoções?
- Sou muito carente.
- Não disse isso.
- Sou muito carente.
- Quer saber?
Eu adoraria ouvir uma canção.
- O quê?
- Cante uma canção.
- Quer que eu cante para você?
- Por que não?
- Tem uma predileta?
- Sim.
- Tem?
- Sim.
Certo.
Que felizes os milhões
De Timothys e Williams seriam
- Sou um William.
- Não interrompa.
De me conquistar
Mas você foi persistente
Acabou com minha resistência
Me apaixonei
E foi legal
Não é porque você é atraente
Uau.
Pode vestir isso, por favor?
Sabe, ficou bem.
Sabe a parte engraçada? É US$ 1 mil.
Tenho uma queda por você, querido
Frank Sinatra, Linda Ronstadt.
- Por quê?
- Um montão deles.
Bem, se olhar atrás,
todos têm uma canção em comum.
- I've Got A Crush On You.
- Todos eles.
- Como está indo?
- Ainda muito por fazer.
Eu também.
- Acabei.
- Eu também.
O mundo perdoará minha pieguice
Porque tenho uma queda por você
Eu estava roncando?
Sabe o que eu nunca fiz?
O quê?
Nunca passei o dia todo na cama
com um grande sujeito.
Nem eu.
Estou falando sério.
Sempre acho algo mais importante
para fazer.
Sou viciada em trabalho.
É terrível.
Você passaria o dia todo comigo na cama?
Sem fazer nada.
Oi, aqui é Summer. Por favor deixe
sua mensagem e retorno sua ligação.
Aqui é a Dra. Levenstein
do pronto-socorro do Columbia
Presbyterian. Temos...
Pronto-socorro? Alô?
- O Sr. Roth teve uma ruptura da aorta.
- O que isso quer dizer?
É como se um pneu estourasse na estrada
depois de rodar muito rápido
por muito tempo.
Como está, Sr. Roth? Está confortável?
O suficiente para viver.
Vamos, querida, sorria.
Esperei a vida toda para usar essa piada.
Pobre Hampton.
Summer veio.
- O que ele está fazendo aqui?
- Olá, Hampton.
Olá.
Uma coisa que não mexeram.
Não, não, não fale das comunidades.
Não fale de osmose.
Está me matando saindo com o rapaz.
Mesmo? Não é a bebida, os cigarros
ou as alunas do 2º ano?
- Não tem nada a ver com isso.
- Nada a ver.
Ouça, quero que saiba que doei
meus órgãos para a medicina
exceto um, que é para você.
- Querido, que bondade.
- Não, isso não.
Meu coração, boba.
Por favor me diga
que não está apaixonada por ele.
Não posso fazer isso.
Me dá um cigarro?
O último desejo de um moribundo.
De jeito nenhum. Nossa, você exagera tudo.
Ninguém está morrendo.
Que diferença faz
se estou apaixonada por ele?
Foi você que arranjou tudo, lembra-se?
É, bem, achei que ia acabar com ele.
Que gracinha. Você é muito meigo, sabia?
- Li o artigo do Robredo.
- Sim.
O cara está na política
em Nova York há 20 anos
e só consegue descobrir
que a filha dele tem distúrbio alimentar?
O que está dizendo, Hampton?
Faça seu trabalho.
CLINTON APÓIA ROBREDO
Não acredito que finalmente
vamos conhecer o presidente.
- Olhe só.
- Olhe só.
Estamos bem longe
daquele hotel na Avenida 8.
Muito obrigado.
Não acredito!
Que idiota esqueceu de verificar
os cardápios e programas?
Não têm o selo do sindicato neles.
Sério?
Não vão deixar ninguém entrar.
Não teremos sinal do satélite.
Alguém viu Robert Klein?
Estava com ele há pouco. Agora sumiu.
Acho que estava bêbado.
Como vamos saber onde ele está?
Não vão acreditar,
mas há uma saraivada em Chicago.
Quem se importa com Chicago?
Nós. O presidente está vindo de Chicago.
- Certo.
- Não vamos nos preocupar.
Uma pergunta.
Como deixou que isso acontecesse?
- O quê? Do que está falando?
- Por que a está atacando?
Ei, ei. Pessoal, calma.
Respirem fundo. Vamos perguntar ao hotel
se podemos usar a internet
e uma impressora.
- Eu ligo pro agente do Klein.
- Ótimo.
Gareth, beba alguma coisa.
Não sei quem você é,
mas seu zíper está aberto.
Seria bom usar cuecas.
Vou ver o clima em Chicago.
Mesa sete está pronta. Seis, ***.
Dois, peixe. Abra a porta!
Ele pode não estar no seu sindicato,
mas acontece que é o presidente dos EUA.
Lembra-se dele? Se eu fosse você,
- tirava seus homens do caminhão...
- Gareth!
Não pode falar assim com o sindicato!
- O cara...
- Tudo vai dar certo.
Veja aqui.
Baixei uma cópia do selo.
Se puder colar no cardápio,
e fazer 500 cópias, use uma loja
do sindicato. Tudo vai acabar bem.
Cópias? Quer que eu faça cópias?
Em algum momento, todos tiram cópias.
Seu momento é agora.
Não é engraçado, Hayes. Muito...
Bem maduro. Aonde vai?
Estou andando! Volto em meia hora.
Que babaca.
- Sim.
- William Hayes?
Falando.
Estou te observando agora.
Sei tudo sobre você e seu amigo Robredo.
De fato, sei tanto,
que poderia destruir a ambos.
Mesmo?
- Com quem estou falando?
- Por que não vem aqui e descobre?
- Onde está?
- Perto.
Não tenho muita experiência
com esse tipo de coisa.
Está ficando morno.
Quente.
Muito quente.
Você é tão fogoso!
Te peguei!
Achei que só voltaria depois do verão.
Eu também,
mas daí uma coisa doida aconteceu.
Eu estava acampando
nessa praia linda em Creta
com muita gente legal,
e tinha esse cara que eu gostava, Paco,
pensativo e atraente, monossilábico
e completamente meu tipo.
Uma noite, dançando com Paco,
ele me beija,
- um beijo incrível.
- Não preciso de detalhes.
- E o que eu faço?
- Não sei. O que você fez?
Comecei a chorar.
- Lágrimas escorrendo...
- Claro que começa a chorar.
...e ele nem nota porque suas mãos
estão por todo meu corpo,
o que era gostoso
e me deixou ainda mais chateada,
porque de repente
vi toda a nossa relação,
do presente ao futuro.
Digo, um começo tão sexy com Paco
cheio de amor e admiração...
- O que estamos fazendo aqui?
- Preciso pegar algo.
Só um instante.
E daí o momento inevitável,
e não sei por quê...
- Olá.
- Oi.
Não sei por que, mas sempre acontece,
quando todo o amor e admiração
começaria a irritá-lo
e ele acharia uma forma de me magoar.
Claro que depois se arrependeria.
Então...
Decidi tirar seus lábios dos meus,
e suas mãos da minha bunda,
- e me mandei.
- Muito bem.
- Me mandei, Will! Deixei o Paco!
- Muito bem.
- Ninguém abandona Paco!
- Gosto da história.
E pareceu importante.
E percebi que precisava contar a alguém.
Quando percebi quem essa pessoa era,
- foi tão inesperado.
- Aqui está, senhor.
É como se algo estivesse na sua frente
e você fosse cego demais para ver.
O que é isso?
Tenho novidades para você também.
Ei, ei, ei. O que houve?
Não acha estranho que estamos
nos correspondendo por tanto tempo
e esqueceu de me contar que:
A, está apaixonado
e B, que está apaixonado!
- Disse que estava namorando.
- Namorando.
Acabou de comprar um anel de noivado!
Desculpe. Acho que estava nervoso
pra te contar.
Por que ficaria nervoso para me contar?
Sei lá.
Amo muito essa menina.
Gostaria que ficasse feliz por mim.
Posso ficar feliz por você. Claro que posso.
Pobre April.
É como a personagem na história
que sempre foi a amiga.
E daí percebeu que não quer ser só a amiga.
Quer ser a namorada, só que é tarde demais.
Como assim?
Não ouviu? Ela voltou para casa por você.
Temos os selos do sindicato
em todos os cardápios.
O tempo limpou em Chicago.
O presidente chegará às 20:00.
Onde está o Russ?
Foi encontrar você e Arthur no restaurante.
Sou engraçado aqui.
Não posso parar minha perna
Chegou cedo.
Bom te ver.
- Está ótimo.
- Obrigado. Você também.
- Gosto da gravata.
- Você quem me deu.
A revista pediu para eu escrever
uma seqüência sobre Robredo.
- Ótimo.
- É, sim. É também...
É... complicado.
Leia.
- Já escreveu.
- Sim.
- Ele fez isso?
- Sim.
Livrou um amigo da prisão
em condicional antecipada.
Quer saber?
Acho que aconteceu há tanto tempo,
e está bem à frente nas pesquisas.
Não acho que irá importar,
porque ele é o democrata contra o crime.
Isso é...
Quando lerem isso...
Summer, me escute.
Se entregar isso, não sobreviveremos.
Será importante por uma semana,
depois passa...
Estou falando de nós dois.
"Candidato Destruído
pela Namorada do Redator de Discursos."
- Vamos.
- Só estou fazendo meu trabalho.
Não o fiz da primeira vez.
E se eu não escrevesse isso, outro o faria.
Deixe que escrevam.
Não entregue, está bem?
Já entregou.
Sr. Arthur...
Sim, claro.
Eu gostava mesmo da Summer.
Não acredito que acabou sendo uma...
- Destruidora de corações?
- Não.
Oportunista? Traidora...
- Cadela.
- Maya.
Como ela pôde fazer isso com você?
É como ela disse.
Se ela não escrevesse, outro o faria.
Era a verdade.
Ela partiu?
O quê?
O que houve quando o artigo foi publicado?
DAILY NEWS - ELE ESTÁ FORA!
Você estragou tudo, cara.
Por favor, chega. Não preciso disso agora.
Quando descobrir
o que devo aprender com tudo isso
- te escrevo uma carta!
- Mal posso esperar.
Então, perdi a garota,
o emprego e meu amigo.
E por muito tempo, nada parecia importar.
Mas eu não era o único com problemas.
Não tive relações sexuais
com aquela mulher,
Srta. Lewinsky.
Nunca pedi que mentissem por mim.
- Alô?
- Está assistindo?
Essas alegações são falsas.
April?
Sim, April. Quem achou que era?
Está assistindo ou não?
Claro que sim.
Acha que ele fez, não acha?
Não acho, eu sei. Olhe a foto dela. Adorei.
Ela é o tipo dele.
Por que demorou tanto
para retornar minha ligação, ruiva?
Achei que tinha te perdido.
- Parece que foram anos.
- Estou te ligando agora, né?
É.
Como vai? O que está fazendo?
Tenho uma nova colega de quarto, Olivia.
Estou trabalhando em uma livraria.
PERTENCE A BARBARA BAKER
Mas tenho pensado em voltar a estudar.
Legal.
Te contei que odeio meu emprego?
Costumava gostar do que faço,
agora me sinto um charlatão.
Sr. Hayes - Sinto muito,
mas este livro usado de Jane Eyre
não tinha dedicatória.
Continuamos procurando?
- Está namorando?
- Eu? De jeito nenhum.
Nem transei desde que Clinton foi reeleito.
Que pena. Continue procurando, por favor.
O VESTIDO DE MONICA!
E por quê?
Ele está transando pelo país inteiro.
Calma.
Talvez devesse seguir o exemplo
e seduzir uma estagiária.
É engraçado que diga isso.
Há uma estagiária atraente
que começou na semana passada.
Ótimo. Convide-a para sair.
Eu devia, né?
Mas acho que não.
Não quero algo temporário.
Quero um compromisso sério.
Esqueça disso.
Se não encontrá-lo, ele encontra você.
O que isso quer dizer? Eu não entendo.
Quer dizer que chega a uma certa idade
e daí está pronto.
Pronto para ter filhos, compromisso ou...
- Senhor.
...uma hipoteca.
- A mesa está pronta.
- Obrigado.
Entende?
E a pessoa com quem está
se torna a pessoa certa.
Está dizendo que não é quem, mas quando.
- Exatamente.
- Certo. Tudo bem.
Então nunca houve um cara
que fez você pensar: "É ele.
"É a pessoa certa."
Não.
Então, por que não está por aí
se divertindo?
Estou.
- Está?
- Sim.
Estou saindo com um cara chamado Kevin.
- Kevin.
- Kevin.
Quem diabos é Kevin?
Onde... Como nunca falou dele antes?
Estou falando agora.
Puxa! Eles têm chá de menta fresca.
Adoro esse chá.
Adoro cerveja.
Depende do significado da palavra "estar".
Se significa "não há nada"
é uma afirmação verdadeira.
Ei, aqui é April.
Quero conversar sobre o seu aniversário.
Me ligue.
Alô. Espero que seja o número certo.
Parece sua voz.
É a Emily!
Estou em Nova York e pensei
que talvez pudéssemos tomar um café
e conversar.
Meu número é...
Ei, é a April. Ainda preciso conversar
com você. Por favor, me ligue.
Não me faça ir até aí e machucá-lo.
Certo, estou indo!
Céus, estou indo.
Já entendi.
O que está fazendo aqui?
- Vai vestir isso?
- O quê?
É sua festa de aniversário.
Todos estão esperando.
Minha nossa.
Cinco minutos, está bem? Cinco...
- Caí.
- Está bem?
Sim. Só preciso ficar parado um pouco.
Vejo que tem comido macarrão.
Ei, pessoal, ele chegou!
Obrigado.
Oi.
Ai, meu Deus! Não achei que estaria aqui!
Não perderia seu aniversário.
Viemos de Washington.
Feliz aniversário, lindo.
Essa é uma linda mulher.
Teve sua chance, amigo.
Hayes.
Venha aqui.
- Que bom te ver.
- É. Parece...
Sem-teto, eu sei.
- Onde está Kelly?
- Ela está lá.
É a primeira noite de folga
desde que o bebê nasceu.
Parabéns.
Irã-Contras. Armas por petróleo,
sem problemas.
Mas um pouco de sexo oral
e está a caminho do impeachment.
- Chega de política!
- Talvez ele devesse ser retirado.
Espere aí! Ele disse isso?
- Por que não? Acreditei nele. Todos nós.
- Você o adorava.
Achei que seria diferente dos outros,
mas esse cara
nem consegue definir a palavra "estar".
O que acontece se derem a ele
uma palavra mais difícil como "verdade".
- Eu votaria nele de novo.
- Sem titubear.
Will é muito divertido.
Vamos encher a banheira
e jogar uma torradeira.
Isso deve ser divertido.
Parabéns a você
Nesta data querida
Muitas felicidades
- Onde ele está? Cadê o Will?
- Não sei. Estava falando com ele.
Perdeu seu bolo de aniversário.
- E fui eu quem fiz.
- Você o fez.
Lembra daquela canção?
No seu apartamento?
Venha como está, como amigo
Como um inimigo conhecido
- "Lembrança", não "inimigo".
- Eu sei.
- Alguém bebeu demais.
- Não, não bebi.
Não bebi.
- Sim, bebeu.
- Bebi.
- Nossa, você é linda.
- Obrigada.
O que foi?
A questão é...
A questão é...
É que gosto de você.
Sempre gostei.
"Gostar."
É patético. É tão insignificante.
"Amar" por outro lado...
Você fugiria de uma palavra assim.
Eu te amo.
Estou apaixonado por você, April.
- Por que nunca me contou?
- Ora.
Sabe por quê.
Nunca esteve interessada em mim.
É um idiota.
- Pare.
- O quê?
- Não assim.
- Assim como?
Olhe pra você, Will, está confuso.
Por que não podia me dizer isso
quando estava bem?
- Estou bem.
- Está uma bagunça.
Está confuso.
Estou uma bagunça?
Isso é interessante, April, vindo de você.
Poderia fazer o que quisesse no mundo,
e trabalha numa livraria.
Por que isso?
Pelo menos eu tentei.
Segui meus sonhos, me arrisquei.
Só estou falando como amigo, juro,
mas talvez devesse procurar ajuda.
Uma reabilitação de vida ou algo parecido.
Nem sei se existe algo assim,
mas se tiverem...
Certo.
...deveria se candidatar para isso.
- Eu deveria ir a "reabilitação de vida"?
- Sim.
Saia daqui!
April?
Você está certo.
É complicado, não é?
Você ama April que amava Lucas,
e que se apaixonou por você
quando gostava da Summer,
que sempre amou Hampton.
E agora que se apaixonou por April,
ela ama o Kevin.
E ninguém te ama.
Isso é complicado.
É.
Daí o que aconteceu?
Jane Eyre, Random House, 1943.
É uma linda edição,
conhecida pela ilustração da capa.
Mas há uma linda dedicatória
com uma frase do livro.
"Á minha querida filha, April.
'O coração humano tem tesouros ocultos
- "'No segredo mantido, no silêncio... '"
- "'No silêncio selado
"'Os pensamentos, as esperanças,
os sonhos, os prazeres
"'Cujo charme se romperia se revelado'
"De seu pai que te ama."
- Oi, Olivia.
- Oi, Will.
- Como vai?
- Bem.
Não tenho ouvido suas longas
e patéticas mensagens.
Eram encantadoras, não eram? Sinto muito.
- A April está?
- Não, está na faculdade.
- Faculdade?
- Sim.
- Começou a estudar na NYU.
- Ótimo. Uau.
- Se quiser esperar, ela chega logo.
- Adoraria.
Fique à vontade.
Tenho que terminar de escrever uma coisa.
- Boa sorte.
- Obrigada.
Ei.
Como vai?
Kevin.
Will Hayes.
Só estou esperando pela April.
É o mesmo Kevin
de quem ela falou um tempo atrás?
Espero que sim.
A menos que esteja colecionando Kevins.
Kevin, telefone!
Tenho certeza de que sou
o único Kevin morando com ela.
Já sabe o que deseja?
- Não.
- Não?
Will?
William Hayes?
Céus.
- É mesmo!
- Summer.
Está linda.
Acredite se quiser,
eu estava pensando em te ligar.
- Estou grávida.
- Está?
- Mesmo?
- Você acredita?
- Por favor, sente-se. Parabéns.
- Obrigada.
Que é o cara de sorte?
- Sam Knowles.
- Certo.
Mas ele já era.
- Não foi aceito, hein?
- É.
Não preciso de um cara. Nunca precisei.
Você foi quem chegou mais perto.
Sério, quando estávamos juntos,
pensei que era o cara certo.
Mas estraguei tudo.
- Não, não estragou.
- Estraguei, sim.
Ouça,
estou dando uma festa no domingo.
- Quero que venha.
- Puxa vida.
16:00. Sem desculpas.
Você vem? Por favor?
Vou ver se consigo.
- Quero mesmo que vá.
- Vou dar um jeito.
Quero fazer as pazes
com todos que magoei.
Acho que devo levar uns nove meses,
que é o tempo perfeito.
- E lá vai ela. Tchau.
- Tchau.
William Hayes.
- Pai, talvez não seja uma boa idéia.
- O quê?
Me contar essa história
de mistério e romance.
- E se não gostar de quem é a minha mãe?
- Claro que vai gostar da sua mãe.
E não precisa esperar para descobrir,
porque naquela noite...
É a Summer, não é? E você não é o meu pai.
Não me surpreende
não querer ficar com ela.
Calma, Maya, é só uma história.
E tem um final feliz.
Como tem um final feliz?
Você e minha mãe, seja quem for,
estão se divorciando.
O que há de feliz nisso?
Quer saber? Acho que devemos parar agora.
Não!
Que tal uma xícara de chá?
Se quiser, eu continuo com a história.
Está bem?
- Maya?
- Tudo bem.
Pai?
Não acredito que você bebia, fumava
e dormia com todo mundo.
Mas eu ainda te amo.
Obrigado.
Muito bem.
Não, não coma ainda.
Não até chegarmos no nosso banco.
Está de bom humor.
Bem, acho que descobri
quem é a minha mãe na história.
- Mesmo?
- Mesmo.
- Bem, quem é?
- Não vou contar.
A última vez que vimos William Hayes,
ele tinha descoberto que a mulher
que ele ama, April Hoffman,
estava apaixonada por outro.
Eu sei. Chocante.
Enquanto isso, ele aceitou um convite
para ir à casa de sua ex-namorada,
Summer Hartley,
que se ela for minha mãe,
vou fugir para o Canadá.
Sério.
- Ele morreu no ano passado.
- É.
- Você soube?
- Li a respeito no Times.
- É.
- É.
- Ele morreu no escritório. Infarto?
- É.
Sempre imaginei
que ele teria um fim mais teatral.
Não disseram que foi no sofá
com a filha do reitor.
- Nossa.
- Brincadeirinha.
Na verdade, ele estava totalmente só,
e demorou para o zelador encontrá-lo.
- Quer uma bebida?
- Sinto muito.
- Deve sentir saudades dele.
- Sinto.
Estas são para você.
- Ah, Will.
- É.
São lindas.
Como você.
- Summer.
- Will.
Não faça isso comigo.
Posso ver aonde vai com isso.
Em um segundo,
dirá algo completamente encantador.
- Mesmo?
- É. Será ótimo.
Daí vai fazer com que eu me apaixone
e sabemos em que isso vai dar.
- Não posso sentir saudades?
- Sabe que não dará certo.
Pode,
mas eu não tenho tempo para o sofrimento.
- Vamos pular essa parte, está bem?
- Certo.
É justo.
Podemos ser amigos?
- Sim! Claro.
- Que bom.
- Um aperto de mãos?
- Façamos isso. Certo.
Quer saber?
Tem alguém aqui que quero te apresentar.
Venha comigo.
É uma velha namorada minha
e acho que vocês vão se dar bem.
Emily.
Vou pôr as flores na água.
- Você está...
- Você está...
Você está muito bem.
- Por que está em Nova York?
- Moro aqui.
Trabalho no departamento de educação
da cidade.
- Eu liguei para você.
- Eu sei.
- Eu ia te ligar de volta.
- Mentiroso.
- Perdi o seu número.
- Claro.
- Não, é verdade. Quer saber?
- Will...
Certo, me dê o seu número, agora mesmo.
Vou pôr no meu celular
e assim nunca o perderei, está bem?
Meu número é 212-664-7665.
Seis, seis, cinco. Viu? Agora eu o tenho.
Nunca o perderei de novo.
- Tudo bem, atenda.
- Sinto muito.
- Alô.
- Ei, aqui é o Will.
Sinto muito ter perdido o seu número.
Tive uma visão de toda a nossa vida,
aquela que nunca aconteceu.
O que houve conosco?
Dormiu com meu colega de quarto.
Sinto muito.
Se me lembro bem,
foi o meu "plano", não foi?
- O plano. Lembra dele?
- Sim, o plano.
Quem fala desse jeito?
Não, não foi o plano.
Eu tinha medo de você e seus sonhos
e depois que terminamos, me senti perdida.
Ainda me sinto perdida
a respeito de relacionamentos.
É.
É, eu... Eu também.
Já pensou
que talvez só precisássemos
de um plano diferente?
Espere! Pare! Pare bem aí. Agora volte.
Certo, pare. Agora vá em frente, devagar.
Aí está.
Isso! Bem aí!
Foi como eu descobri!
É o que a mamãe faz quando está chateada.
Ela toca meu cabelo
e me diz para ser brilhante
ou brilhar como o sol,
e sempre faz que me sinta melhor.
- Parece uma ótima mãe.
- Ela é uma ótima mãe.
Então tem certeza absoluta, 100%,
que Emily é a mulher
vindo em nossa direção agora?
Absoluta.
É ela?
- Mãe! Mãe!
- Ei!
Estou feliz que seja você.
- Bem, quem mais seria?
- Ninguém.
- Bom dia, Will.
- Oi, Sarah.
Mãe, o papai pode ir conosco ao zoológico?
Sim, se ele quiser, claro.
Sabe, adoro o zoológico. Vamos lá.
- Adivinhe, mãe?
- O quê?
Aprendemos sobre relações sexuais
na escola ontem.
- Mesmo?
- Mesmo.
Mesmo.
Adoro pingüins.
Eu também.
Eu também.
Sabia que os pingüins se casam
para a vida toda?
Apesar do Sr. Monell nos contar
que às vezes o marido e a esposa pingüim
se separam
por causa de seus padrões de mijação.
- Migração.
- Migração.
Ás vezes ficam separados por anos,
mas quase sempre se encontram.
Sabe o que eles fazem
quando se encontram
depois de tanto tempo?
Jogam a cabeça para trás,
batem as nadadeiras
e cantam o mais alto possível.
Certo, pequena. Vamos embora!
Ei, monstrinha, hoje foi divertido.
Te vejo na quarta, certo?
Até mais.
Pai!
- Obrigada por me contar a história.
- De nada.
- Esqueci de contar o final feliz.
- Qual é?
Você.
- Eu te amo.
- Também te amo.
Corra para alcançar sua mãe,
está bem? Tchau.
Você está bem?
Sim?
Sr. presidente! Ei, Sr. presidente!
Will Hayes, trabalhei na campanha de 1992.
ANISTIA INTERNACIONAL - EUA
Oi, estou procurando pela April.
Veja se eles têm representação legal,
está bem?
- Certo.
- Obrigada, John.
Não creio que trabalhe aqui.
- Isso é ótimo.
- Obrigada.
- Ainda fuma?
- Parei.
- Eu também. Ainda no mesmo apartamento?
- Morando no Brooklyn.
Sempre de acordo com a moda.
- Namorando?
- Não no momento. Você?
- Me divorciei.
- Eu sei.
Ouvi dizer. Sinto muito.
Por quê?
Nunca acreditou em casamentos.
É, e você nunca me ouviu.
Sempre com os anéis.
- É por isso que você e Kevin nunca...
- Nossa, Kevin. Não. Ele...
Algo sempre estava faltando com Kevin.
Sei lá.
É estranho. Não parecia certo. Sabe?
É.
- É bom te ver.
- Você também.
Tenho algo para você.
Muito obrigada.
Como encontrou? Digo, onde o encontrou?
Essa parte é difícil de explicar.
Isso vai ser esquisito.
Eu o tenho há algum tempo.
Quanto tempo?
Anos.
Muitos anos.
Eu pretendia...
Eu pretendia dá-lo a você.
Quis dá-lo a você.
Eu só...
Não pude. E não sei a razão.
Eu o levei à sua casa uma vez.
Kevin estava lá e...
Não é desculpa, eu sinto muito.
Não tem desculpas.
- Acho que devia ir, Will.
- April?
Acho que devia ir embora.
Nunca deu pra ela?
Depois de todo aquele tempo?
- Eu sei.
- Mas era do pai dela.
Eu sei.
E daí você apenas saiu?
Sim.
Por que mudou todos os nomes
menos o dela?
Como assim?
Na história, como mamãe virou Emily,
e Summer aquela mulher Natasha
que escreve para a revista.
Mas não mudou o nome da April. Por quê?
Por que se preocupa com tudo isso?
Porque quero que seja feliz.
Sabe,
eu sou feliz.
Confie em mim, pai. Você não é feliz.
Ponha seu casaco.
- Táxi!
- Táxi!
Ela disse que algo faltava com Kevin,
que significa que talvez não falte com você,
- o que é bom, certo?
- Pode ser.
Pode ser.
Sabia que 35 pessoas tentam pular
da ponte do Brooklyn a cada ano?
A maioria por causa de coração partido.
Vou me lembrar disso.
- Olá.
- Oi.
Sou eu, Will.
April?
O que está fazendo aqui?
Ande, conte pra ela.
Quem é ela?
É minha filha, Maya.
Isso é jogar sujo, né? Trazendo sua filha?
O que devo fazer agora?
Poderia nos deixar entrar.
Acho que ela não vai nos deixar entrar.
Acho que está errado.
Vamos, vamos embora.
Só mais um pouquinho.
Ela vai nos deixar entrar.
Certo, garota, façamos assim.
Vou contar até 30, está bem?
Se ela não nos deixar entrar,
vamos para casa
e nunca mais falaremos nisso.
- Negócio fechado?
- Sim.
Pronta?
- Um, dois, três...
- Um, dois, três...
...quatro, cinco, seis...
...quatro, cinco, seis...
...14, 15, 16, 17...
...14, 15, 16, 17...
Se ela nos deixar entrar,
conte-lhe a história como me contou.
- Daí ela saberá.
- Saberá o quê?
Não posso explicar. Ela apenas saberá.
...25, 26, 27...
...25, 26, 27...
- Vinte e nove.
- Vinte e nove.
Vinte e nove e um quarto.
Vinte e nove e meio.
Vinte e nove e três quartos.
O que vem depois disso?
Hora de partir.
Mas não era para acontecer desse jeito.
- Eu sei.
- Eu achei
que ela ouviria pelo interfone
e nos deixaria entrar
ou correria escada abaixo e diria...
Que história?
Que história?
- Fiquei com o livro...
- Sim?
...porque era a única coisa
que me restava de você.
- Você deve ser a Maya.
- Você deve ser a April.
E agora?
Você nos convida para entrar
e te contamos a história.
Está bem.
Subtitles by LeapinLar