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Tem bom aspecto.
Essa sandes. Tem bom aspecto.
É a sua hora de almoço?
- Há alguma novidade?
- Quer um dos suplementos?
Não, obrigado.
É a ler que ganho a vida.
É a última coisa que quero fazer
à hora de almoço.
Desculpe. Perdão. Desculpe.
Que é?
Que vai fazer a seguir?
Porque é que pergunta?
Sou piloto.
Estou atrasado para o meu voo
para Seattle
e não tive tempo para ir buscar
a roupa à lavandaria.
- E?
- Pensei que podia fazer isso.
Dava-lhe o dinheiro.
Está aqui o talão e 30 dólares.
Deve chegar.
E onde ponho a roupa depois?
Boa pergunta.
Estão aqui as chaves de casa.
A morada está aqui.
Chego por volta
da meia-noite e meia.
Pode trazê-la nessa altura.
Depois da meia-noite?
Espere, um momento.
Posso fazer mais uma pergunta?
Porque não a qualquer hora,
já que tenho a chave?
Porque não lhe podia agradecer
convenientemente.
Compreendo. E como o faria?
Dava-lhe uma coisa que podia
levar consigo.
- E o que seria?
- Quer saber já?
Fazia-lhe um bolo.
Fazia-me um bolo?!
Fazia-me um bolo!
Você gosta de... chocolate.
Sou alérgica ao chocolate.
Gosta de bolo de cenoura?
Muito.
Então é isso.
Com cobertura de creme
de queijo?
É a minha especialidade.
O homem da televisão apareceu?
Há três semanas que as miúdas
não vêem filmes para adultos.
Que mundo lixado!
Tem bom aspecto. É vinho tinto?
QUANDO UM HOMEM
AMA UMA MULHER
Montagem
Produção
Realização
Alguém tem um guardanapo?
Aquela és tu. Lá dentro.
Não é dentro do vestido,
é dentro do corpo.
- Como fui lá parar?
- Eram precisos mais vídeos...
E esses não te deixavam ver.
Lá estás tu!
Porque é que não estava lá
o teu pai verdadeiro?
- Dizes coisas tão parvas.
- Só tenho quatro anos.
Pode explicar-lhe, mãe?
Casei com o teu pai
porque ele fez-me um bolo.
Com cobertura de creme de queijo.
Ele queria-me muito.
- Porque é que ele a queria?
- Olha para ela, miúda.
Estamos atrasados!
Segunda equipa, é a vossa vez!
O Porsche outra vez!
Amy, a Jesse tem de fazer
os trabalhos de casa hoje.
Vamos. Percebeste, Amy?
Qual a parte que pensa
que não compreendi?
- Amy!
- Desculpe.
Feliz Aniversário!
É uma tatuagem autocolante.
Diz ''Se encontrado nu,
devolver a Alice Green''.
É para as hospedeiras saberem
que és comprometido.
- Assistentes de bordo.
- É a mesma coisa.
Muito engraçada!
Eu ultrapassei os ö0 dólares.
- Eu não.
- A sério?
Sacana!
É espectacular!
Agora tenho de fazer aquilo.
Acho que ela te quer,
querido.
Olá, como está?
Dança muito bem.
Feliz Aniversário.
Outra vez o Porsche!
Não, não. Alice!
Caramba!
É uma da manhã.
Estamos a tentar ter relações.
Alice, não está lá ninguém.
Estás a falar com um carro.
Cala-te!
Será que vou gostar disto?
Atira. Para aqui!
Para aqui, vá!
Vou preparar-te um ***.
Não estás a sugerir
que vá trabalhar?
Prometes-me que ninguém vai
falar alto?
Seiscentas crianças? Claro!
Vamos.
Veste-te. Estamos atrasadas.
Não sei se o facto do Matthew
olhar para o teu peito
pode ser considerado
***édio ***.
E se ele tiver dito
''Tu sabes que queres!''?
- Ele disse isso?
- Não. Mas se tivesse dito?
Estaria mais perto.
Se ele te levantar o vestido,
podes mandá-lo prender.
Então porque é que faltaste
à aula de laboratório?
Merda!
Outro dia de auto-mutilação.
Qual é a tua disponibilidade
para um copo ao fim do dia?
Anda lá.
Os meus problemas são mais
sórdidos do que os da Shannon.
Está bem, mas rápida.
O Michael tem uma viagem.
Onde está a Alice?
Exacto.
Onde está a Alice? Adeus.
Amy! Amy!
Ouve...
Tenho uma viagem.
Estou atrasada. Vou ter
com o Wayne, não o posso avisar.
Está à minha espera
na aula de ''Lamaze''.
lsto é importante.
Tenho uma viagem.
Quer dizer que a minha vida
é menos importante?
Claro que não.
Bem me pareceu. Adeus.
Ela não veio para casa.
Já reparei.
Tenho uma viagem.
E se ela não voltar?
Vou até à esquina e dou 5 dólares
ao primeiro que ficar com vocês.
Está bem, 10 dólares.
És tão bonita.
Vinte minutos para apagar
a luz. Está bem?
Estás bem!
Telefonei para todo o lado.
Para os hospitais,
para a escola.
- Estás acordado.
- Era suposto estar acordado...
... mas em Chicago.
Pára com isso.
Tens uma viagem.
A sério?
Então é melhor ir andando.
Esqueci-me. Desculpa.
Que aconteceu?
Fomos beber um copo.
Sim, a Pam. A minha amiga.
Precisava de mim.
Precisava de falar.
O Joe é uma besta.
Nem fizeste um raio
de um telefonema a avisar.
Estivemos a conversar.
Ela estava a chorar e...
... quando olhei para as horas,
achei que já estavas a dormir.
Não sei como me esqueci
da viagem.
Eu também não.
Bolas, Michael.
Não sabes aquilo que eu passo.
Não fazes ideia.
- Aquilo que tu passas?
- O meu trabalho, para começar.
As miúdas. E esta casa.
Há muitas que o fazem, mas os
maridos não estão sempre fora.
Sinto a tua falta...
... quando não estás...
Se tens problemas,
devias falar comigo.
Para quê preocupar-te
com tudo isso?
Deixa-me preocupar com isso.
Vou trocar com o Ed e fazemos
uma viagem ao México. Fugimos.
Gostavas?
Gostavas de fugir?
Vai pedir doces ao avô
e à avó Andretti.
Olá, Casey, Como estás?
- Olha o que eu tenho aqui.
- Eu não fico com ela.
Vai correr tudo bem.
Ela não gosta de nós.
Ela adora-te e vai estragar-te
com mimos.
Ela está sempre a criticar-te.
Não gosto disso.
Tens de lhe dar um desconto,
não tem tido uma vida fácil.
Como está a minha doçura?
Estou bem.
- Emagreceste?
- Não.
Deve ser só cansaço.
Quem me dera ter tempo
para estar cansada.
Não deixes o Michael
carregar com tudo.
Não faz mal,
são só duas malas.
Dá-lhe a pequena.
Ele gosta de se sentir útil.
Quer alguma coisa antes
de irmos?
Só quero que se divirtam
o mais possível.
E que regressem descansados,
por favor.
Quando a mamã voltar, vamos
fazer-lhe uma grande surpresa.
Vamos ter a casa toda limpa.
Não vai ser divertido?
Temos de ir. Adeus, miúda.
Adeus, miúda.
Boa viagem.
Adeus, mãe.
Gosto muito de si.
Não limpe muito.
É uma tatuagem autocolante.
Nunca se sabe o que pode
acontecer no México.
Encontrei um tipo na praia que
queria ver-nos a fazer amor.
Um nativo?
Vem, querido.
Vamos.
Querido, quero
dizer-te uma coisa!
Devíamos fazer isto
mais vezes.
Porque...
... pagaram-nos a viagem,
eu tenho um passe
e o hotel fez-nos
um desconto considerável.
Claro que há as refeições,
como tu disseste.
Mas temos sempre de comer.
Temos dinheiro para isto.
- Se nos oferecerem as bebidas.
- Que queres dizer com isso?
Queres luta?
Não, não quero. Senta-te.
Por favor, Alice...
- Posso dar cabo de ti.
- Senta-te.
Alice, senta-te!
Senta-te!
Estou à espera da minha tareia.
Sei que temos problemas
e que temos que nos divertir.
Mas levar-te para a cama à noite,
já não é tão divertido como era.
E isso já dura há algum tempo.
Que se passa?
Podes falar-me disso?
Ontem à noite assustaste-me.
Não te assustaste?
O que é que vai acontecer?
Vou deixar de beber tanto.
A noite de ontem fez-me
perceber certas coisas.
Prometo-te.
Prometo-me.
Jessie!
- Piñatas!
- Eles chegaram!
Querida, não sujes o vestido.
- Quem é que se vai casar?
- Olá, menina bonita.
Espero que não venham cheios
de doces, estragam os dentes.
É bom ver-te.
Merda!
Está tudo bem.
Verificação do lixo.
Já me sinto melhor.
Anda, querido. É tarde.
Casey...
Não vais a casa da Dana.
Temos de fazer um relatório
de homicídio para a Felicia.
Está a tirar a maquilhagem.
Perdi alguma coisa?
Ela não fez os trabalhos
e não vai a casa da Dana.
São só para entregar
na Segunda-feira
Ontem disse-te para não deixares
para o fim-de-semana.
Bom dia.
Bom dia. Deviam ser as nossas
primeiras palavras.
Agora só te podes preocupar
com o café e com a colher.
Vais a casa da Dana e fazes
os trabalhos no Sábado de manhã
e não no Domingo à noite,
está bem?
Qual é a diferença?
Ou ajudo-te ou arranco-te
os pulmões pelo umbigo.
- Desculpa o atraso.
- Não faz mal.
A Casey está a dormir e a Jesse
está no computador.
Sente-se bem?
Almocei num restaurante
tailandês e...
... talvez tenha sido o óleo.
Eu fico bem. Até amanhã.
Posso telefonar à minha mãe
e ficar para fazer o jantar.
Eu disse até amanhã.
Acho que talvez devesse...
Amy, vai para casa.
Está bem?
Por favor.
Vai para casa.
Veja se descansa.
Telefono-lhe mais tarde.
Mãe!
Veja, a Samantha desenhou um
Buick no computador. É verde.
Vai fazer os trabalhos
de casa.
Mãe?
Mãe?
Está doente?
Eu disse para ires fazer
os trabalhos de casa.
Mãe?
Está doente?
Já fiz os trabalhos de casa!
Era o que lhe queria dizer!
Menina bonita...
Jess!
Mãe?
Mãe?
Há aqui algum Michael Green?
Michael Green?
Andam à sua procura.
Jess? Que se passa, querida?
A mãe morreu.
Caiu no chuveiro.
O vidro está partido no chão.
Ela está em cima dele.
Vou já mandar alguém aí.
Percebes?
Já te ligo.
Preciso de linha.
Preciso de linha!
Está tudo bem.
O médico diz...
Como está a Jesse?
Está contente por estares bem.
Eu bati-lhe com força, Michael.
Bati-lhe com tanta força!
Está tudo bem. Ela está bem.
Vamos pôr-te boa, para que não
volte a acontecer. Está bem?
Não me odeies.
Morro se isso acontecer.
lsso nunca me passou
pela cabeça.
Começo às quatro da manhã
e continuo o resto do dia.
Bebo na casa de banho, bebo...
... no armário, no quarto das
miúdas quando elas não estão.
Sabes quando...
... vamos para o carro e eu volto
a casa por um minuto?
Tenho de estar embriagada
para fazer qualquer coisa.
E estou sempre assustada.
- Bebi nos anos da Casey.
- Também eu.
Bebo mais de um litro por dia.
***, para tu não sentires
o cheiro.
Como é que nunca dei por nada?
Porque eu escondia.
Estavas assustada.
- Que vou fazer?
- Vamos arranjar uma solução.
Não te preocupes.
Vou arranjar-te o melhor
tratamento do mundo.
Não estás sozinha, querida.
Nunca.
Nunca.
Muito bem, miúdas. Até logo.
Eu espero na cozinha.
Pronto... falamos ao telefone.
E vocês vêm visitar-me.
E depois venho para casa.
Vamos à praia?
- Tomas conta da tua irmã?
- Vou tomar conta do papá.
Desculpa, querida.
Não torna a acontecer.
A mamã gosta muito de ti.
É a nossa vez.
- Somos... Alice Green.
- Olá, bem-vindos.
Alice, antes de se registar,
tenho de revistar a sua mala.
Pode ser? É simples rotina.
Temos os papéis todos em ordem.
Está tudo pronto.
Venha, Alice. Vamos registá-la.
Só a Alice.
Dê-me um minuto.
Telefono-te logo à noite.
Desculpe, mas não há
telefonemas.
Ela é minha mulher. Pode
ligar-me sempre que precisar.
Ela vai estar na desintoxicação
até terça-feira.
Vai estar ocupada a tratar-se.
Ela liga-lhe assim que puder.
Amo-te.
Amo-te.
São seis da manhã.
As crianças são inacreditáveis.
Primeiro quer torradas,
depois quer atum,
depois uma sandes de pepino.
Sabes o que acaba por comer?
Fruta!
- Ela comeu fruta.
- Certo.
- Dói-me o cabelo.
- És mesmo tu, Casey?
Fui eu que a penteei.
Gosto. Deixa cá ver.
Está um pouco apertado.
Vamos lá tratar disso.
- A mamã faz melhor.
- A mamã faz tudo melhor.
Cozinha melhor, beija melhor.
É uma pessoa melhor.
Aposto que tens imensas
perguntas...
Em relação à mamã...
Podemos falar sobre isso.
Porque se estás triste
ou assustada ou zangada...
O que é um alcoólico?
É uma pessoa com um mau hábito.
Como quando bebes coisas
que te fazem mal.
Mas como gostas, continuas
a beber até ficares doente.
Não quererias saber como parar?
O que é um alcoólico?
É quando ela faz aquelas coisas.
Quando fala como
se estivesse com sono...
Quando se esquece das coisas
e quando está triste.
Quando ela chora?
Ela chora na casa de banho.
Ela fazia muito isso?
Aposto que sim.
O teu cabelo é tão bonito.
A mamã deve estar desejosa
de o pentear.
Eu fico com ela. Alice...
Sou a Dra. Mendez.
Sou conselheira.
Devia estar com os outros.
A enfermeira disse-me
que tinha um problema.
Não tenho problema nenhum.
Acha que tenho algum problema?
- Acho, pelo menos um.
- Só quero fazer uma chamada.
Só quero fazer uma chamada
para o meu marido.
Se o quisesse fazer,
chamava-lhe um problema?
Não, mas não estou em
desintoxicação. Pode fazê-lo...
Agora! É agora
que lhe quero telefonar!
Agora, compreende?
Consegue compreender
alguma coisa?
Consigo.
Mais dois dias.
Vai conseguir.
Aguente-se.
Vá lá...
Alice?
Alice?
Já podes telefonar?
Eles deixam-me utilizar
o telefone.
Como foi a desintoxicação?
Muito excitante.
Vomitei como uma linda menina.
O pior já passou, querida.
Pois, o pior já passou.
Agora é a festa.
Bem, então...
... basicamente,
ando para aqui e...
... penso em ti nua.
Porque mais ninguém
tem esse corpo incrível.
Ainda tens, não tens?
Uma obra-prima.
Então deves estar
aí com uns 30 quilos?
Querida?
Querida? Estás aí?
Estamos todos a torcer por ti.
Deitam-te abaixo nas ö primeiras
semanas e depois levantam-te.
Desculpa, querido.
Mas é tão difícil!
Estás aí?
Estou aqui.
Amo-te.
Tenho saudades tuas.
Vemo-nos no Domingo.
As miúdas estão entusiamadas
com a visita.
Não posso falar mais.
Só há um telefone e há bicha.
Podes trazer-me o meu fato
de treino cinzento?
Já estou a esgotar a lista
de coisas estúpidas para dizer.
Melhor para ti.
Devias embrulhá-las.
Num jornal ou num saco de papel.
Para ninguém ver.
Foi a mamã que te disse isso?
Queres experimentar?
Vá.
Escolhe uma.
***?
Já está, deixa-me ver.
Se a mamã chorar
quando te vir...
... é porque estás linda.
Queres ir às cavalitas?
A mala. Estás pronta?
Ali está ela.
Vêem-na, com o chapéu?
Mamã!
Olá, querida.
Diz olá à mamã.
Olá, menina bonita.
Queres levá-las a passear?
Encontro-me com vocês depois.
Obrigada.
Venham, vamos ver os cisnes.
- Há café por aqui?
- Tenho cara de criado?
Vi-o com a Alice.
É a cara-metade dela.
Muito prazer. A Alice
é espectacular. Sou o Malcom.
Entre.
- Não, as miúdas.
- Não há problema. O Earl...
Veja o jogo. Sente-se.
Há muito tempo que vê um jogo
sem cerveja?
- Eu?
- Exacto.
Na verdade não bebo muito.
Já estive assim, meu.
A negação (denial).
lsso não é um rio
do Egipto (the Nile)?
- Cala-te!
- Pára, Danny.
Estão a querer dizer-me
que este tipo não bebe?
Estou a dizer para calares
a boca, meu!
É uma doença do diabo.
Ele não tem nenhum problema,
tu é que tens.
Uma doença dos diabos.
Guarda isso para
os encontros, meu!
- Gosto dos teus novos amigos.
- Conheceste o Malcom?
- O *** alto...
- Cocaína.
- Demo-nos logo bem.
- As miúdas estão com ele.
Agora?
Vá lá, Michael. Ele não
é um violador de menores.
É um assaltante à mão-armada.
Que foi?
O que quer que penses destas
pessoas, pensa o mesmo de mim.
Pensei que tinhas deixado
de fumar.
E deixei.
O Malcom e eu conversamos
muito, percebes?
Falamos sobre tudo.
Sobre tudo.
Temos muito em comum.
A verdade é que, neste momento,
preciso destas pessoas.
Fico contente que as tenhas.
Quando voltares para casa,
tens-me a mim.
Que se passa, Alice?
À bocado com as miúdas estavas
bem. Que se passa?
Foi um longo dia.
Gary, este é o Michael.
É como se já o conhecesse.
A sua mulher é uma pessoa
muito reconfortante.
Muito...
Não se importa que fale com ela
por um instante?
É só um minuto.
É só um minuto.
Não foi isso que eu disse.
Nunca recusei nada à Companhia.
Não posso deixar as minhas
filhas sozinhas por 4 dias.
Não posso pedir à mãe da Alice.
Já têm problemas
suficientes. Amy!
Contenções? Calma aí! Amy!
O que é que as contenções
têm a ver com isto?
Deixa-te de ameaças. Amy!
Podes esperar um minuto?
Que é isto?
Levantem-se imediatamente!
Ela bateu-me.
Bateste-lhe?
Não é desculpa?
Podias tê-la magoado.
És maior do que ela. Deviam
gostar uma da outra. Percebem?
Quem entornou isto?
- Foi ela.
- Quem?
- Foi ela.
- Muito bem. Para a cama.
Não as ouviste?
Não comi nada o dia todo.
Já são dez horas.
Porque não as deitaste?
Foi o que fiz, mas estavam
sempre a levantar-se.
Têm saudades da mãe.
Estão descontroladas.
Entornaram Coca Cola.
Já vou limpar.
Já vais limpar?
Está a ensopar a alcatifa.
Não grite. Estou a fazer horas
extraordinárias para o ajudar.
Onde estão as toalhas
de papel?
Não há toalhas de papel.
Bolas, estou com um problema.
Preciso de ajuda.
Preciso de alguém para tomar
conta da casa.
Se não há toalhas de papel,
vai comprá-las.
Passas por quantas lojas
que as vendem?
Preciso de alguém que use
a cabeça.
Porque não arranja outra pessoa?
Amy... não quis...
Estava a brincar.
Não vou!
Não tenho alternativa.
Não é justo.
Às vezes a vida não é justa.
Eles querem livrar-se dos mais
experientes e contratar miúdos.
- Esses não sabem pilotar.
- Não são miúdos, são rapazes.
- Não vou viver com ela.
- São quatro dias, Jesse.
Porque não podemos ficar
com a Amy? Ela gosta de nós.
- Ela não fala comigo.
- De quem é a culpa?
lsto não é uma votação.
Sou o teu pai e...
- Não, não és.
- Sou o único pai que tens!
Sei que as coisas estão difíceis,
mas a mamã está doente.
Estou sozinho.
Temos de colaborar.
- Tens de compreender isso.
- Vou para o meu pai.
O teu pai telefona duas vezes
por ano.
Ele está sempre a telefonar.
Tu é que não sabes.
- Desculpa, foi sem intenção.
- Vou para a minha mãe.
Quero a minha mãe!
- Eu sei, querida.
- Larga-me.
Pára com isso!
Tudo bem.
Arranjamos uma solução.
- Quero a minha mãe.
- Eu também a quero.
Que se passa?
Não é fácil voltar atrás.
Então não o faças.
Então ficam com a avó.
Vamos entrar.
Esperem aqui por mim.
Eu?
Que disseste de mim?
Que você era o tal.
O das toalhas de papel.
Culpado. Peço desculpa
pelo meu comportamento.
Posso falar contigo
na cozinha?
Não se incomode. Ninguém fala
inglês, excepto a minha prima.
E eu vou adorar ouvir.
Tenho uma viagem.
Se não for, sou despedido. Não
quero deixar a Jesse com a avó.
Que tenho eu a ver com isso?
Na verdade, nada.
Então está a implorar?
Bem...
... resultou.
las-te embora
sem te despedires?
Não faz mal. Não precisas
de me dizer nada.
Estás pronta?
Não sei.
Já não sei como fazer as coisas.
Era suposto dar-me
uma resposta.
Dizer uma coisa encorajadora.
É para isso que lhe pagam.
Quando fui para casa da primeira
vez também me disseram isso.
Não adiantou nada.
- Quando foi para casa?
- Exacto.
Sou uma repetente.
Sei que estás assustada.
Eu também estava.
Não há uma maneira fácil.
Só tens de trabalhar para isso.
Vou desapontá-lo.
Não sou a pessoa com quem
ele casou. Já não sei quem sou.
Quem era a outra pessoa?
De vez em quando,
era um estrondo.
E eu não vou ser divertida.
Foi exactamente o que me
aconteceu quando voltei.
E tudo acabou bem,
não foi?
Não, divorciámo-nos.
Acorda-as.
Acorda-as. Estás morta por isso.
Eu prometi-lhes.
Mamã!
Tu disseste que
me acordavas, Michael.
É a mamã, Casey.
Mamã!
- Dá-mo!
- Pára!
Parem! As duas!
- Ela disse que podia usá-lo.
- Ela está a parti-lo!
- O meu já está partido.
- És uma parva!
- Vá, dêem-me isso.
- Qual é o problema?
A primeira a falar, perde.
Está bem?
Não deviam incomodar
a mãe com isso.
- Crianças lá para cima.
- Estava a resolver...
Já subo. Lá para cima.
Não me ouviram? Vão! Vão.
Estávamos a conseguir
resolver o problema.
Era o que parecia.
Acaba o teu trabalho.
Vou-lhes mostrar quem manda.
Têm havido muitas guerras
por causa do Walkman.
Preferia tentar resolver
as brigas delas.
- É mesmo o que tu precisas!
- Queres dizer que não consigo?
Não, sr. Promotor. A minha
mulher é perfeita. Perfeita!
Obrigada pelo voto
de confiança.
- Que é? Estou a ser demasiado...
- Atento? Um bocado, sim.
Como se estivesse grávida
ou psicótica ou fosse de vidro.
Andas a tratar das miúdas,
a lavar as casas de banho e a
fazer compras com entusiasmo.
No congelador há 83 latas
de sumo de laranja congelado,
isto se conseguires ver através
dos waffles.
As miúdas agora gostam.
''Agora''!
Queres dizer, depois da era
do encarceramento.
É esse o nome que lhe damos.
Desculpa.
Estava a pensar...
Este fim de semana...
Telefono ao Ed
e troco por uma rota
para o México.
Falei com a Amy.
Não achas um pouco
despropositado?
Porquê?
Devia aprender a viver
com a realidade,
antes de fugir dela novamente.
A Rachel estava no meu grupo.
Tem 46 anos.
Ensinava História da Rússia
e tinha dois filhos.
A família dela tem dinheiro.
Viveu num banco de jardim,
durante três anos, antes
da irmã a encontrar.
Achas que a mim não me pode
acontecer isso?
Pergunta-me quanto desejo
uma bebida neste momento.
Porque é que nunca
discutimos isso?
Porque é que nunca discutimos
uma série de coisas?
Talvez devessemos consultar
alguém.
Na clínica, disseram-me que
ajuda falarmos com alguém,
que perceba destas coisas.
Tal como um empreiteiro?
Fazias isso?
Só se me ficasses
incrivelmente agradecida.
E isto acontece desde
que voltou?
Estou agitada e irritada
e parece-me injusto.
Parece-me que estou
a ser injusta.
Sobretudo para o Michael,
que tenta ser carinhoso.
Ele só quer ajudar-me.
Está a dizer que há um problema
e a culpa é sua?
Não foi isso que ela disse.
Desculpe, Alice.
Foi isso que quis dizer?
- Disse que está descontrolada...
- Eu sei falar.
- Como é que se sente agora?
- Estou irritada. Estou irritada.
Ele às vezes faz isto.
Como quando estava a tentar
resolver uma briga entre elas
e ele entrou e tomou
conta da situação.
lsso irritou-me.
lrritou-me mesmo muito.
- lsto acontece desde que voltou?
- Sim.
Bem...
ele fez sempre isto.
Por exemplo?
Uma vez a Jesse não tinha
feito um trabalho
e eu não a quis deixar ir
a casa de uma amiga.
Ele chegou à cozinha, estragou
o que eu tinha feito,
contrariando-me à frente
delas.
Quando foi isso?
Quando dizias que só podia
tratar do café e da colher.
Que história é essa?
Para começar,
foi uma brincadeira.
Ela estava muito ressacada
e eu estava a tentar ajudar.
Como é que se sente, Michael?
Manipulado. lrritado.
Porquê?
Porque viemos aqui para
nos aproximarmos.
E discutir os vossos problemas
não é fazer isso?
Já pensou em ir a um encontro
dos AA,
a um encontro para famílias
de alcoólicos?
Porquê essa cara, Michael?
É a única cara
que tenho, Janet.
- Vai parecer desleixada.
- Desleixada?
Conservador.
Não suficientemente
conservador.
É o primeiro baile. Ela tem
de parecer uma rapariga.
Foste tu que fizeste
o conjunto?
É um conjunto muito patético.
Já me tinha esquecido
que eras bom nisto.
Sei que os rapazes de 8 anos só
têm uma coisa na cabeça:
raparigas de 14 anos.
Sinto-me um rapaz de 8 anos
e tu pareces uma rapariga de 14.
Este é querido, não é?
- Há tanta verdade nisso.
- É tão profundo.
Acho que, se partilhasses
isso hoje...
Vais ao encontro?
Lembras-te do Gary, querido?
Como vai isso?
Tem uma linda casa.
A sério.
Desculpem.
Desculpa, vou-me embora.
Pede-lhe desculpa, se eu tiver
sido inconveniente.
Não és tu. Está bem?
Desculpa.
- Cuida-te.
- Tem calma.
Gosto muito de ti.
Porque é que ele saiu
assim à pressa?
Não sei, talvez por causa
da cara que fizeste.
Olhaste para nós como se
estivessemos nus.
Queres perguntar-me
alguma coisa?
Achas que me sinto atraída
pelo Gary?
Não sei que pensar.
Ainda bem que dizes isso.
Já nem me lembro da última vez
que estivemos assim os dois.
Pelo menos desde que voltei.
Se pensares bem,
muito antes disso.
O Gary precisa de mim
e isso sabe bem.
Quando estou assustada,
ele não pode ajudar.
E não finge que pode.
E não é só o Gary, Michael.
As pessoas de quem dependo
são as dos encontros.
Nunca me fazes perguntas sobre
elas. Não queres saber quem são?
Agora já sei.
Então porque não me perguntas?
Vamos falar sobre isso.
Digo-te tudo
o que quiseres saber.
Eles sabem como tudo começou?
Como me tornei numa alcoólica?
Não, isso ninguém sabe.
O problema do pai não ajudou.
A mãe sempre me fez sentir
inútil. Talvez seja genético...
Ou... Ninguém sabe.
Pensaste que era por tua causa?
- Porque dizes isso?
- Pareces estar na defensiva.
Porque haveria de estar?
Estou a ser atacado?
Ninguém te está a atacar.
Eu ando para aqui...
As miúdas precisam de mim.
Estou a tentar recuperar a
credibilidade na escola.
Estou a tentar ir aos encontros.
lsso diz-me o lugar que ocupo
nas tuas necessidades.
Estou tão farta desta merda!
Não me quero chatear mais.
Não me quero sentir...
.... culpada ou...
... triste ou deprimida
ou frustrada...
... ou confusa ou...
Só uma vez, por 5 minutos,
quero sentir-me bem.
Chamo-me Joana.
Estou contente por a Maria ter
falado no abuso emocional.
Antes de vir para cá,
não me apercebia da crueldade
de que era vítima,
por parte do meu marido
alcoólico.
Não tinha os meus
próprios sentimentos.
Todo o tempo era para pensar nos
sentimentos do meu marido.
Quando ele estava em baixo,
eu também estava.
Quando estava contente,
eu também estava.
Estava sempre à espera de ver
como ele estava,
para saber como me ia sentir.
Agora, graças a este programa,
não só tenho sentimentos,
como tenho sentimentos acerca
dos meus sentimentos.
E estou muito grata por isso.
Obrigada.
Obrigada, Joana.
Como sabem,
não temos quotas,
por isso agradecia
a vossa contribuição.
- Estás bem?
- Nunca estive melhor.
Aconteceu alguma coisa
na reunião?
- Foi só um mau dia.
- Queres dizer-me porquê?
Há alguma coisa
que eu possa fazer?
Não podemos reparar se não
soubermos o que está partido.
Como foi o teu encontro?
Foi a primeira vez.
Hei-de habituar-me.
Havia uma data de gente
com pena de si própria.
Como se um alcoólico lhes tivesse
estragado a vida
e preferissem ser vítimas
a resolver o problema.
Resolvê-lo?
O que é que sei, Alice?
Nada, Michael, nada.
Falei em falhados e tomaste isso
como uma coisa pessoal.
O problema deles é que não são
perfeitos, como alguns.
São casados com alcoólicos
e não sabem que fazer.
Por isso, vê se
és um pouco tolerante.
Dá-lhes a tua experiência
na resolução de problemas.
Grande encontro!
Tomaram ácidos?
Como já disse, tive um mau dia.
Não queria despejar
para cima de ti.
Que é que se passa?
Precisas muito de uma bebida?
Não é diferente dos outros dias.
- Uma recaída?
- Não aconteceu nada.
Não é preciso acontecer nada
para se ter um mau dia.
Essa é a parte emocionante.
Aparece assim e atropela-me
como um comboio.
Quando é o próximo?
Tens um horário estabelecido?
É para eu não estar presente
quando isso acontecer.
E dar-te espaço para que possas,
tu sabes... fumar...
Talvez não tenhas
de fazê-lo.
Uma mulher dos encontros vai
para uma casa de reabilitação
porque não está a conseguir
nada em casa.
Estás a pensar fazer isso.
Não tires conclusões
precipitadas.
Desculpa eu considerar a minha
vida como pessoal, Alice.
O que é que está mal
na nossa casa?
- Nada.
- Mas tu disseste que sim.
O que é? É o sofá?
É o tapete?
Ou serei por acaso,
Alice... eu?
Sou eu?
- Não é problema teu.
- Mas a culpa é minha.
Tudo é culpa minha!
A minha mulher não está a
conseguir em casa. Porquê?
Não sou um problema teu.
Não sou um problema
teu para resolveres.
Antes era muito mais
divertido, não era?
Embebedava-me, desmaiava
e tu tratavas de tudo.
lsso fazia-te sentir bem.
E é isso que dói.
Vai-te lixar!
Deixa de tentar melhorar!
Não é sentir-me melhor.
Não sei como melhorar
e tu também não.
Querida...
Sempre que dizes isso,
sempre que olhas
para mim assim...
Quero afastar-me de ti.
... fazes-me sentir como um
animal estúpido, inútil
e fraco.
Já não sei que fazer.
Não desistir.
Ficando juntos. Não é isso
que tentamos fazer?
Não, Michael. Devíamos tentar
ser sinceros.
Se nos sentimos sós é porque
não estamos juntos.
Essa é a realidade.
E quando não se sabe o que fazer,
não se sabe.
Acho que te posso amar
novamente.
Se ao menos dissesses,
por uma vez ''não sei''.
Não sei.
Não resultou, pois não?
Vou fazer as malas.
- Não te pedi para fazeres isso.
- Não, Alice?
Vamos ser sinceros.
Tu estás limpa.
Continuas desesperada
e confusa.
Continua a aperfeiçoar isso.
Eu aceito as culpas porque tenho
as minhas necessidades.
Quando toco em alguém, prefiro
que essa pessoa não fuja.
- Não era essa a minha intenção.
- A minha mulher sofre,
preciso de dizer: ''Que se passa?
Posso fazer alguma coisa?''
E também ''Amo-te''.
Por isso, eu que me lixe.
Que se passa, querida?
Vocês falaram alto.
Onde está o Michael?
Saiu.
Estás contente por ires dormir
a casa da Ashley?
Não vou.
Não vais? Porquê?
Porque mudaste de ideias?
Não fui convidada.
Todos me odeiam.
Querida, isso não é possível.
É a Ashley Barrows?
A Ashley Canter?
A Ashley Goodwin?
- A Ashley Whipsnade?
- Não há nenhuma Whipsnade.
lsso é que há,
posso prová-lo.
O Michael saiu de casa.
Durante uns tempos.
Mas estou cá eu.
E vai correr tudo bem.
Ele deixou-nos?
- Não o culpes.
- Como nos pode deixar?
Culpa-me a mim.
Fiz asneira, querida.
Mas vou lutar.
Por isso ajuda-me.
Não o culpes.
Nunca.
- A dupla dos sarilhos.
- Onde é que estiveste?
A viajar. Estão prontas
para a praia?
Onde é que estiveste?
Disse-lhes que estavas
em casa do Peter.
- É só até a mamã ficar melhor.
- A mamã já está melhor.
Vês como está a resultar?
Vocês vão-se divorciar?
Não sejas tola, querida.
Divirtam-se.
Vamos.
Olá, chamo-me Michael.
Venho cá há quatro meses.
É a primeira vez que falo.
A minha mulher é alcoólica
e estamos separados.
Ela está a dar-se bem.
Recuperou a vida dela.
Parece que recuperou a vida dela.
Eu, por outro lado, não estou tão
bem, o que parece engraçado.
Sinto a falta da minha mulher
e sinto a falta das minhas filhas.
O trabalho
e tudo o resto...
Não estou a conseguir
enfrentar as coisas.
Parece que anda tudo
à deriva.
Olho para ela quando
vou lá a casa,
vejo como ela está bem
e pergunto-me porquê.
Talvez nunca tenha precisado
de mim como eu pensava.
Ela acha que as miúdas têm
de ser acompanhadas.
Especialmente a Casey.
É a mais nova.
Pensamos que elas crescem
em piloto automático,
mas temos de as vigiar,
porque escondem coisas,
até delas próprias.
De qualquer forma,
gosto de vir aqui.
Obrigado, Michael.
Bem, é um...
acho que é um discurso.
Após seis meses,
contamos a nossa história.
É só isso.
É de Sábado a uma semana.
Gostava que fosses.
Que foi?
Não vou dizer mal de ti.
Então vais mentir?
Vou assumir responsabilidades,
é esse o objectivo.
Não admira que me sinta
confuso.
- Gostava que fosses.
- Vou pensar nisso.
Queres vir para casa comigo?
- Nunca me passou pela cabeça.
- A mim passou-me.
Muitas vezes.
Só não sei como seria.
Tenho medo que se torne
num ciclo vicioso.
Quando as pessoas se separam,
fazem as pazes e se separam...
- Que imaturidade!
O que as atrai é não poderem
estar juntos.
Eu não posso fazer isso.
Já não posso fazê-lo.
Vou viver para Denver.
Fala-se em contenções e se
aceitar a transferência
tenho mais possibilidades
de continuar a voar.
É isso ou mudar de companhia
e começar do nada.
Disse-lhes que queria falar
contigo primeiro,
antes de me comprometer.
Trabalhas há muito tempo para
começares do nada.
Posso oferecer-me para a rota
de São Francisco.
Com um passe, posso à mesma...
lsto de assumir responsabilidades
é mesmo divertido.
É melhor ir para casa.
- Não vás ainda.
- Tenho de ir.
Olá, parceira.
Posso ver isso?
Pensava que era a mãe
que nos vinha buscar.
E é, eu só vim fazer
uma visita.
É uma gaiola para insectos.
Só quero ver.
Gosto de saber que é uma gaiola.
Porque é que estás aqui?
Vem cá.
Vim pedir-te desculpa.
Por aquela discussão no parque.
A culpa foi minha.
Por não ter feito melhor
quando a mamã esteve fora.
Não foi assim tão mau.
E porque quase te deixei
com a avó.
Mas principalmente,
pelo pai que fui,
ou não fui,
desde que te conheço.
Porque estás a dizer isso?
Vou para Denver.
Vou mudar-me para lá.
Tu e a mamã vão-se
divorciar.
Ainda nem falámos nisso.
Mesmo que isso acontecesse,
arranjava passes
e telefonava sempre.
E visitava-as sempre.
Porque a Casey é tua filha?
Porque tu és minha filha.
E vou voltar sempre...
para te ver.
Vou voltar sempre.
Não vais ser como o meu pai?
Gosto muito de ti. Como se fosse
o teu pai verdadeiro.
Tenho medo...
Tenho medo que não saibas
o quanto gosto de ti.
Por isso, tenho de estar sempre
a fazer coisas para to provar.
Também vou tentar
fazer coisas.
Tens mesmo de ir para lá?
Vou ter tantas saudades tuas.
Desculpa, querida.
Vais conseguir,
vais conseguir.
Tu aí!
Vais fazer uma viagem?
Decisão errada.
O gato comeu-te a língua?
Desta vez vai ser
uma grande viagem.
- Como a viagem da mamã?
- Talvez maior.
Mas telefono todos os dias.
Todos os dias.
E venho sempre que puder.
E quando não puder,
vais tu visitar-me.
- Como a mamã?
Há lá cisnes?
Cisnes? Podem-se arranjar.
- Adeus, querida.
- Adeus, querido.
Obrigado pela vossa preferência.
Foi menos dramático
do que parecia.
Para os que fazem escala
em Denver, vejam os horários.
Para os outros,
bem-vindos a casa.
Olá, chamo-me Alice.
Sou alcoólica.
Estou sóbria há 184 dias.
Bebi a minha primeira cerveja
aos 9 anos.
O meu pai é alcoólico
e a minha mãe culpava-me
por ter seguido o exemplo.
Assim conseguia magoar-nos
aos dois.
Gostei daquela cerveja
e das que se seguiram.
Há cerca de 1 ano, embriaguei-me.
Não consegui parar.
Nunca tinha acontecido e ainda
hoje não sei porque foi.
Menti a todas as pessoas
que conheço, que amo.
Sentia-me envergonhada
e assustada todos os dias.
Um dia, sai do ***,
agarrei numa toalha
e fui buscar o jornal.
Ninguém me viu sair
e ainda bem, porque tinha
a toalha na mão.
Sei que tive muita sorte.
Guiei embriagada, com as minhas
filhas dentro do carro.
Um dia levei a mais pequena
e quando cheguei a casa
apercebi-me de que ela
não estava comigo.
Tinha-a deixado
em qualquer lado.
Como não me lembrava onde tinha
estado, não sabia onde.
Passei horas a ligar para
todo o lado
até que finalmente um tipo
tocou à minha porta.
Tinha encontrado
a minha morada num cheque.
Dei-lhe uma recompensa e nunca
mais voltei à loja.
O meu pior dia foi
há 184 dias atrás,
quando a minha filha
me viu engolir aspirinas
com ***.
Depois bati-lhe.
Quando desmaiei,
ela estava sozinha comigo.
Pensava que eu
tinha morrido.
Até ao fim da minha vida, não vou
saber como aquilo a afectou
e tenho de me perdoar a mim
própria por isso.
Tenho de me perdoar por aquilo
que fiz ao meu marido.
É horrível quanto nos podemos
odiar por sermos fracos.
Ele não me conseguiu salvar
e eu virei-me contra ele.
Tentei descarregar tudo nele,
mas havia sempre mais.
Quando me tentou ajudar,
disse-lhe que me fazia sentir...
... pequena e inútil.
Mas ninguém
nos faz sentir assim.
Somos nós que o fazemos
a nós próprios.
Afastei-o porque...
... sabia que se ele visse
o que eu era,
não me amaria.
Estamos separados.
Ele mudou-se.
E foi tão difícil não lhe
suplicar para ficar.
Não sei se vou ter outra
oportunidade,
mas quero acreditar
que mereço uma.
Porque todos nós merecemos.
Obrigado, Alice. Vamos fazer
um intervalo de 15 minutos.
Foi tão bonito.
Espero também conseguir.
Queres um cigarro?
- Fizeste-me chorar.
- A mim também.
A mim também.
A minha mulher é uma alcoólica.
A melhor pessoa
que já conheci.
Tem 600 sorrisos diferentes
que podem iluminar-nos
a vida.
Podem fazer-nos rir bem alto.
Sem mais nem menos...
Podem fazer-nos chorar.
Sem mais nem menos...
E isto são só os sorrisos.
Deviam vê-la com as filhas.
Como elas olham para ela
quando ela não está a ver.
Só de pensar o que ela viveu
e como não pude ajudá-la...
- Talvez não fosse o teu papel.
- O diabo é que não era.
Eu amo-a.
E tentei tudo.
Excepto ouvir.
Ouvir mesmo.
Foi assim que a deixei sozinha.
Sentia-me envergonhado
por isso.
Nunca lho consegui dizer.
Talvez se lhe disser,
ela me ame à mesma.
Não, talvez mais...
Ela vai amar-te ainda mais.
Acho que devias dizer
tudo isso à tua mulher.