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Vou sair.
Elizabeth, pode me trazer um café?
Claro. Dr. Johnson,
quer alguma coisa?
Não, ele não quer.
Eu? Fazer com que se abra?
Nem pensar, não é a minha função.
Ele precisa falar com alguém.
Está com dificuldades,
precisa ser acompanhado.
Ele tem você. Tem um amigo.
Isso é ótimo, é um passo enorme.
Ele precisa de mais ajuda
do que eu posso lhe dar.
E então? Vai salvá-lo?
É disso que se trata?
Eu era o seu melhor amigo.
O companheiro de pesca e de golfe.
As nossas famílias
tiravam férias juntas.
No dia 12 de Setembro
de 2001 isso acabou.
Não tinha nada a ver comigo.
Nem com a minha esposa.
Ele gosta de você, Alan.
- Sabe por quê?
- Por quê?
É muito simples. Porque não sabe nada
sobre da Doreen, Jenny, Julia e Gina.
Ou sobre o Spider, o cãozinho da família.
Não sabe nada, por isso ele acha
que você não vai fazer perguntas.
Ele pensa que
você vai deixar ele em paz.
O quanto isso é engraçado?
Você aparece querendo que eu o ajude...
a embarcar em outra campanha para
fazer Charles ir a um psiquiatra.
O único cara que ele
acha que vai deixá-lo em paz.
- Ei?
- Olá.
Acho que vou arranjar
ajuda para o Charlie.
Ele te pediu ajuda?
Bem, ele precisa.
Tem que voltar ao jogo,
recuperar a sua vida.
As pessoas que o rodeiam
só estão condicionando ele.
Tem certeza que é uma boa idéia?
O que é que os especialistas dizem?
Não sei.
Vou descobrir.
Sei que ele precisa de ajuda.
E tem tempo para isso tudo?
Com o trabalho, a sua mãe e...
Sei que você acha que não.
Mas eu estou tentando ajudá-lo.
Estou tentando ajudar o meu amigo.
Certo.
Quer tomar um café?
Sim, obrigado.
Ainda bem que teve esta idéia.
Assim sem mais nem menos.
Achei que estava na hora de
conhecer o que é uma boa música.
Claro, claro.
Bem, Graham Nash.
"Songs for beginners".
Só a capa do álbum... olha para a cara
dele, você sabe que fez um grande disco.
Olha aqui.
Tem os OJ's...
Que mais?
"From the funk side".
Nenhuma coleção de
discos está completa sem este.
Vou colocá-lo na minha lista.
Olá, Alan!
Como está, Nigel?
Como vai?
Bem. O que está fazendo por aqui?
Estou vasculhando.
Sou um fanático do vinil.
Adoro isto.
Sim. Charlie, este é um
bom amigo meu, o Nigel.
Nigel, o Charlie Fineman.
Charlie Fineman, Nigel.
Billy Joel. "Cold spring harbor".
Gravaram em uma velocidade
muito alta, ficando ilegível.
Eventualmente foi posto à venda.
Cresceu perto de mim.
Costumávamos ir ao
mesmo "White Castle".
Querem almoçar juntos depois daqui?
Sim. O que é que acha, Charlie?
Eu fico por aqui.
Mas depois podíamos
ir almoçar com o Nigel.
Posso falar com você?
Não percebe? Esse cara é um ignorante.
Um ignorante gigante.
Parece um monte de merda
que alguém deixou na calçada.
Charlie!
Admite, o cara é um ignorante.
Não me diga que não.
Charlie, tenho quase a certeza
que ele consegue te ouvir.
Então, o que você faz Charlie?
Sou um colecionador.
Mesmo? O que você coleciona?
O que eu coleciono?
Não sei, Johnson,
pode responder por mim.
O que eu coleciono?
O Charlie coleciona objetos
do seu quotidiano.
Coisas relacionadas com
o seu estilo de vida.
E como você descreve o
teu estilo de vida, Charlie?
Reparei na loja que segurava
um álbum do Bob Seger.
É um fã dele Nigel?
Do Bob Seger, sim.
"Smokin' O.P.'s", "Mongrel". Quando
é que começou a gostar dele?
Provavelmente mais tarde.
"Silver Bullet" ou "Seger System"?
Sinceramente não gosto de
nenhum desses álbuns.
Ainda bem, porque não são
álbuns, são nomes de bandas.
O Seger é um artista.
Um gênio.
Um visionário americano.
E que é você, Nigel? Um psiquiatra?
É isso?
Está me avaliando? Também está
metido no caso? Vai me tratar?
Estava apenas passeando,
encontrei um velho amigo...
Mentira. Você cheira a psiquiatra.
Tem mãos de psiquiatra.
Pediu salada como um psiquiatra.
- Pronto, já chega.
- Não, não isto é bom.
E como é que um psiquiatra pede uma salada?
Na sua opinião.
Vamos lá para fora, já!
Vou te dar uma surra!
Vou te arrebentar todo, doutorzinho.
Fã do Seger? Te quebravam a cara
se fosse a um concerto!
Charlie!
Levante!
Percebi na loja de discos assim
que olhei para a sua cara de ignorante.
Lá para fora!
Pronto, Charlie. Tenha calma.
Mentiroso.
Elas ainda estão na aula de ginástica?
Sim.
Eu me viro.
Fiz o jantar.
Onde você estava?
Na casa do Charlie?
Sabe qual é o grande problema?
Em relação ao Charlie?
Tem ciúmes.
- Fala sério?
- Sim, é sério.
Porque agora tenho um amigo, passo tempo
fora de casa, e isso te deixa nervosa.
Tem ciúmes do Charlie.
Na verdade, acho que você
é que tem ciúmes dele.
Ele está preso no seu mundo de dor,
alheio a tudo o que o rodeia,
e sua única resposta é
invejar a sua liberdade.
Isso é doentio, Janeane.
É mesmo?
O quê?
Eu estou com ciúme disso!
Só porque o cara pode... o quê?
fazer o que quiser agora.
Ele tem liberdade de apenas.
Você pensa que o invejo nisso,
que desejo isso?
Tem que pensar melhor.
Isso é doentio.
O que se passou
com aquela mulher?
Aquela que queria dormir contigo.
Falei com a Melanie, e ela me disse
que se livrou dela.
- Espera aí! Ligou para a Melanie?
- Sim, liguei.
Anda me controlando agora, Janeane?
Alan, tenho de falar com alguém
porque você não fala comigo.
É verdade. Fiz ela desaparecer.
Gostaria de saber como conseguiu.
Convidei ela para entrar, fechei a porta,
sentei na minha mesa e deixei ela fazer.
Muito maduro, Alan.
Bem, escute o que está me dizendo, Janeane.
O que está insinuando?
Não me conhece melhor do que isso?
Vou dar uma volta.
Diga olá ao Charlie.
Não faça isso. Não aja como
se soubesses o que eu vou fazer.
Eu disse que ia sair com o Charlie?
Não faça isso.
Você não lê meus pensamentos.
Mande lhe beijinhos.
Está vendo, você quer...
e depois se eu... então...
Charlie Fineman, para ver o Dr. Johnson.
Queria me dizer algum coisa, Charlie?
Eu espero. É particular.
Pode falar à vontade. Esta está
inconsciente, está longe daqui.
E a Ana é da Guatemala. Chegou agora
ao país e não fala uma palavra de inglês.
Ana, o Charlie é um super-herói do
espaço e põe meias dentro dos calções.
Você é muito simpático.
Está vendo, privacidade.
Tenho pensado sobre isto,
e você tinha razão.
Preciso de ajuda.
- Quero ajuda.
- Isso é ótimo, Charlie.
Sim, mas tenho que...
tenho que ter cuidado porque sei que
é melhor não ter certos pensamentos.
Está fazendo a coisa certa, porque precisa
de ajuda para processar esses pensamentos.
Não quero que seja o palhaço do Nigel.
Ele é um ignorante.
O maior que já vi.
Já entendi.
Aquilo foi mesmo uma cagada, Alan.
Não sabia que ele ia
dizer toda aquela merda.
Ângela?
- Olá.
- Olá.
- Como vai?
- Bem, obrigada, e você?
Muito bem. Prazer em vê-la.
Charlie, esta é a Ângela. Ângela, Charlie
Fineman, o meu colega de faculdade.
Prazer em conhecê-lo, Charlie.
Obrigado por nos receber
tão em cima da hora.
Entrem e fiquem à vontade.
Ia agora tomar um café,
alguém quer um?
- Não, obrigado.
- Charlie?
Está brincando comigo, ela é uma criança.
Tem razão, ela é jovem, mas ela é boa.
Tem muita experiência
em situações de luto e...
E um belo par de seios, isso não é bom.
Desde quando?
Bom argumento.
Escuta, venha a esta primeira sessão, veja
o que acha, se gostar a gente vai adiante.
Estou errado em relação aos seios dela.
Não, você está certo, são maravilhosos.
Então do que é que estão falando?
O que é tão maravilhoso?
Pensa nisso Charlie, me liga,
e então marcamos qualquer coisa.
Olá Donna.
Cheguei cedo. Dr. Johnson?
- Como vai?
- Estou ótimo.
Cheguei cedo.
Donna este é o Charlie, você
se lembra da Donna?
Ela chegou cedo.
- Estávamos terminando.
- São pacientes da Ângela?
Não, estamos só a...
Mas você é.
Então vocês duas...
Sim, e temos uma sessão agora.
Desculpem a sobreposição.
Charlie, prazer em conhecê-lo.
Dê o seu melhor, porque
ela é completamente louca.
Está bem. Adeus, Alan.
Você está bem?
Sim, mas dê um jeito de nunca marcar
um horário próximo dessa garota.
Não quero mais vê-la novamente.
Ela é bonita demais.
Ninguém devia ser assim tão bonito.
Só traz problemas para todo mundo.
Ok, Charlie.
Então, você pensou sobre
o que gostaria falar hoje?
Como quer começar isto?
Não realmente.
Não sei, eu estou bem.
Você está bem?
Estou bem.
Isso é bom.
O que é que te faz sentir bem?
Eu não sei.
Posso dizer uma coisa?
É muito jovem.
Uma criança.
Não consigo fazer isto.
O que é que eu posso fazer
para te ajudar, Charlie?
Como é que alguém como eu pode te ajudar?
Há estas coisas,
sobre as quais não gosto de pensar...
Você é muito jovem, jovem demais.
Não consigo fazer isto.
Tenho de pôr isto outra vez.
Tudo bem.
Então como vai, Charlie?
Como foi a sua semana?
Ótima.
As vezes eu estava zangado.
- Estava furioso.
- Com quem?
Com você, e não queria mais voltar aqui.
Porque não queria voltar aqui?
Você sabe porquê, todas as semanas
tenta fazer com que eu faça novamente.
O que é que eu tento
fazer você fazer, Charlie?
Falar de coisas das
quais não quero falar.
Bem, pelas últimas semanas...
você vem dizendo que estava se
preparando para falar sobre isso.
Não, maldição, foi você!
Não fui eu que disse isso, foi você!
Eu não quero falar sobre isso!
Eu não me lembro!
Sinto muito.
Fico feliz que tenha vindo,
mesmo estando zangado comigo.
Sim, eu também.
Posso dizer uma coisa, Charlie?
Sim.
Isso pode te deixar zangado outra vez.
Não.
Não faz sentido você vir
aqui todas as semanas,
se eventualmente não
falarmos da sua vida,
da sua família.
Esta sessão já terminou?
Não, apenas começamos.
Podia terminar?
Se você quiser, sim.
Charlie, antes de você ir, gostaria
de dizer mais uma coisa.
Olha,
o fato é que tinha uma família
e você sofreu uma grande perda,
e até conseguir discutir sobre isso,
até realmente falarmos a respeito,
isto é apenas um exercício.
Eu posso ser paciente, Charlie.
Mas você precisa contar
para alguém a sua história.
Não precisa ser para mim,
mas tem que ser para alguém.
Charlie, espera aí. Não me disse
que o parceiro deste sujeito era ***.
Assim isto é quase suportável.
Mas porque é que tinham que lhe dar
a malha verde, com decote em V?
Porque que é que fizeram isso?
Ele parece uma bichona.
Eu tinha três filhas.
A Gina tinha cinco anos.
A Jenny tinha sete.
Ela...
Ela gostava dos rapazes com oito anos.
A Julia tinha nove.
Era a mais velha.
Eram todas parecidas, Johnson.
E parecidas com a Doreen.
A Doreen era a minha mulher.
D.T..
Era o seu apelido.
Doreen Timpleman.
Ela tinha um cão, o Spider.
Spider, um poodle.
Eles sempre me acordavam, toda hora,
aos sábados de manhã,
cantando canções dos Beatles pra mim,
em harmonia.
As quatro juntas.
Era tão bonito.
Tão bonito.
A Doreen nunca me julgava.
Sabe,
não me chateava, como
algumas mulheres fazem.
Só queria que eu
tirasse os sapatos,
para não estragar a carpete.
É isso aí.
A Doreen e as garotas
eram muito femininas.
Eu era o elemento dissonante.
O grande homem.
Elas me adoravam, Johnson.
Aposto que sim.
Eu sei que sim, Charlie.
Todas tinham cabelo castanho comprido,
exceto a Gina,
ela tinha o cabelo curto, sabe,
para ser diferente das outras.
Também tinha uma marca de nascença.
Parecia uma queimadura.
Mas não era.
O pediatra disse que ia desaparecer,
mas isso nunca aconteceu.
A Jenny...
ela queria ser uma ginasta.
Ela era tão desajeitada, mas
nunca tive coragem de lhe dizer.
Elas foram a Boston ver a irmã
da Doreen, a Ellen, e as garotas dela.
E levaram o Spider porque
eu tinha de trabalhar e não
confiavam em mim para alimentá-lo.
Mas era uma piada, claro.
E depois íamos todos ao casamento
do primo da D.T., em Los Angeles.
Íamos nos encontrar lá.
As garotas queriam ir à Disneyland.
Mas elas iam perder dois dias de aulas,
e por isso dissemos que não.
Sabe?
Então saí para me encontrar
com elas em Los Angeles,
e a caminho do
aeroporto estou no táxi,
e ouço na rádio que...
Chego lá e um cara qualquer
me diz que os aviões de Boston...
Outro cara me diz que eram dois aviões.
Então entro no aeroporto,
e estou olhando para a televisão,
e então eu vi.
Vi e senti ao mesmo tempo.
Me lembrei da marca de nascença da Gina.
E senti elas queimando.
Podemos ir embora?
Quero ir para casa agora.
Eu não gosto disto.
Eu não gosto de fazer isto.
Recordar.
Não gosto de me lembrar.
Charlie.
Está me ouvindo, Charlie?
Os vizinhos ligaram pra dizer que
você está ouvindo televisão muito alto.
Eu lhes disse que
você não vê televisão.
Você está bem?
Charlie?
Charlie!
O que está fazendo, meu?
- Porra, quase que me acertou!
- Você está bêbado?
Você está bêbado? Quase que me atropela!
Sai da frente, antes
que eu passe por cima de você!
Quer me atropelar?
Então vem.
Vem me atropelar, vem!
Muito bem, amigo. Larga a arma!
Polícia de Nova Yorque.
Larga a arma!
Polícia de Nova Yorque.
Larga a arma!
Andrew, onde você está?
Este cara é louco!
- Andrew!
- Vai, vamos.
Vamos, dispara!
Onde você está?
- Vou atirar cara!
- Dispara!
Para o chão!
Levante, fique de pé!
Contra a parede!
Alan.
Te apresento o Peter Savarino, advogado
do Charlie. Este é o Alan Johnson.
Como está?
Parece que as acusações
vão ser retiradas.
Isso é ótimo.
Não querem que o caso
seja muito publicitado.
Um viúvo do 11 de Setembro é
espancado pela polícia... não fica bem.
Vamos fazer isto de
uma maneira diferente.
Querem fazer uma avaliação psiquiátrica
de 3 dias no Hospital Roseville.
É o procedimento padrão.
Acho que é melhor que a cadeia,
mas de qualquer maneira...
Fale com ele enquanto
eu vejo a papelada.
Você está bem?
O que vai acontecer?
Bem, eles querem te manter detido,
por alguns dias.
Para fazer uma avaliação psiquiátrica.
A Ângela e eu vamos te acompanhar.
Está bem.
Para te ajudar a se instalar e nos
certificarmos de que vai ficar bem.
Lamento muito, Charlie.
Sinto que a culpa é minha,
porque eu te pressionei demais.
Eu só queria que...
se sentisse melhor, não sei.
Desculpa.
Se sentir desconfortável
me diga, está bem?
Foi algo que você não fez
que o levou a chegar a este ponto.
Isso é completamente irrelevante!
Eu vou me certificar que ele tenha
o tratamento ambulatório correto,
e vou acompanhá-lo.
Por favor não me diga como fazer o meu
trabalho. Eu sei o que é necessário e...
Onde ele está indo?
Não sei.
Escute Charlie, vai haver uma audiência
judicial na 6ª feira de manhã.
O Ministério Público quer
que permaneça aqui.
Querem te internar.
Querem ter o direito
de te deter por até um ano.
O hospital recomenda a mesma coisa,
e os Timpleman também apóiam a idéia.
Os Timpleman?
Agora já podemos ir ao chinês?
Sabe, a Janeane e eu
sufocamos demais um ao outro.
Ela está sempre me dizendo
para eu me abrir mais,
para falar com ela,
então eu falo,
e tudo se torna tão pessoal,
e a coisa toda acaba logo virando uma merda.
Ela diz que quer ouvir o que eu
tenho para dizer, mas ela não ouve.
E o que é que você tem para dizer?
Que eu preciso de espaço.
Percebe?
Quero dizer, eu a amo.
Eu ainda estou apaixonado por ela.
Mas convenhamos,
preciso de um ar pra respirar, cara.
Quer dizer, é como se eu não fosse
mais eu mesmo. Entende?
Não sou um maldito gêmeo siamês,
eu sou eu mesmo.
E isso não deveria deixá-la incomodada.
Quer saber o que eu me lembro
de você na universidade?
Ninguém se metia contigo.
Não levava desaforo de ninguém.
E sabe o que mais?
Eu odeio o meu trabalho.
Ganho razoavelmente bem,
mas juro por Deus,
odeio colocar dentes
falsos em pessoas falsas.
Não me interprete mal. Sou dentista,
e quando precisam de mim, tudo bem,
mas alguns desses idiotas, tenho vontade
de dar uns tapas na cabeça e dizer:
"Tira o rabo dessa cadeira e cai fora daqui.
Tem coisas mais importantes pra
se preocupar do que seus dentes."
Me diga uma coisa, que história é essa de
reforma na cozinha, porque que está fazendo?
O que mais você faz
além de revestimentos?
Não mude de assunto.
Que história é essa?
Vamos me diga?
Que está havendo com a cozinha?
Vamos, me conte.
A última vez que falei com a Doreen,
ela estava em Boston no aeroporto.
Ela queria...
queria me falar...
sobre da reforma da cozinha,
que ela e as garotas pensavam fazer.
Eu estava ocupado, saindo pela porta...
e descarreguei em cima dela.
Cara, foi a última maldita
vez que eu falei com ela!
Odiava conversas de cozinhas.
Acho que vai ter que deixar
isso para trás, Charlie.
Tenho certeza que você disse muitas
coisas bonitas para ela antes daquela.
Foi uma vez, tente esquecer.
Sim.
Claro que sim!
Vai ficar bem, Charlie?
Vai conseguir, não vai?
Estou mais preocupado com você, Johnson.
Me preocupo com você.
Se escutar com atenção será capaz
de ouvir aqueles bundões se encolhendo.
Vai, vai, vai.
Olá!
Ouçam!
Se eu alguma vez voltar a ter
problemas com uma paciente,
não me interessa o que vai acontecer
com o seguro. E sabem o que vão fazer?
Vão me apoiar!
Eu montei este consultório,
e tornei vocês podres de ricos.
Especialmente você, Stelter.
Não está gostando
do que estou dizendo?
Pode voltar a Brooklyn e resolver
casos para as seguradoras.
Estou cheio de que
brinquem comigo.
Alan, eu realmente acho que isto
é inapropriado.
Não me interessa o que você pensa!
Isto não é uma discussão.
É um aviso.
Vai haver mudanças por aqui.
E talvez não seja só você
quem faça todos os cortes.
como estavam.
O novo campeão!
Você estava ali comigo, foi o que
você disse no restaurante.
É o Johnson da universidade, o que
não levava desaforos de ninguém!
Eu preciso... infelismente...
Eu acho que estava fazendo confusão
com outro cara que conhecíamos.
Handleman. Andrew Handleman?
Com ele ninguém se metia.
Você costumava levar desaforo
de todo o mundo, lembra disso?
Mas você foi grande agora.
Foi divertido.
A que conclusão chegou
a sua equipe do hospital?
Que Charles Fineman apresenta sintomas de
síndrome de stress pós-traumático grave,
com tendência a alucinações
relacionadas a isso,
impedindo-o de se comportar
como um adulto normal.
E acredita que mantê-lo
internado por até um ano...
vai beneficiar o Dr. Fineman?
Sim, penso que sim.
Obrigada Drª. Bail, pode se retirar.
Discordo totalmente dessa opinião.
Meritíssimo,
penso que o Charlie tem que
encontrar o seu próprio caminho,
não na nossa hora,
mas na hora dele,
e acho que isso vai acontecer,
ele vai encontrar pessoas que
preencham a sua vida outra vez.
Não hoje, mas em breve,
lentamente.
Posso perguntar qual é a
sua experiência de vida neste ramo?
Estou curioso, que idade você tem?
Espera aí, o que isso
tem a ver com tudo?
- Dr.Fineman.
- Essa pergunta não presta, meritíssimo.
É uma boa pergunta.
Não, não, não presta, não presta!
Se vamos falar de idade,
ele tem que ir ao treino da
liga infantil logo mais.
Dr. Fineman.
Sr. Fallon, essa pergunta
envergonha o tribunal.
Não precisa responder, Drª. Oakhurst.
Não quis mais falar delas a partir
daquele dia. De nenhuma delas.
Depois afastou-se, deixou de atender
as minhas ligações, as nossas ligações.
Sabe, isto destruiu a minha
mulher uma segunda vez,
o que está passando com o Charlie.
Nem sequer conseguiu testemunhar hoje.
Isto tem sido muito duro para ela.
Me diga o que se passou da
última vez que o Charlie os visitou.
Quisemos lhe mostrar algumas
fotografias das meninas.
Foi muito difícil.
Queríamos dá-las para ele.
E o que aconteceu quando
lhe mostrou as fotografias?
O Charlie quebrou um abajur
lindo da Ginger.
Era um par. O outro
demos à nossa filha.
E agora vamos falar deste abajur.
Maldição, era só um abajur! Esqueçam!
Era muito mais do que um abajur,
Charlie, muito mais. E você sabe disso.
Muito bem, muito bem!
Chega!
É o primeiro aviso, para ambos.
O primeiro aviso.
Srª. Timpleman, sente-se.
Ele sabia perfeitamente o que esse
abajur significava para mim!
Sente-se!
Continue.
Você leva alguma fotografia
das suas netas, Jonathan?
Na minha carteira? Claro.
Claro que sim!
Pensa que ele é algum animal?
Minha senhora, por favor pare.
Estas são cópias das fotografias
que leva todos os dias com você?
Sim.
E qual era o nome deste anjinho?
Essa é a Gina.
Tinha cinco ano, era uma bonequinha.
Esta é a pequena Jenny.
Era uma grande jogadora de xadrez.
Puxou isso a mim.
Ela queria entrar num torneio,
por isso eu a inscrevi e nós fomos.
E esta fotografia?
São vocês juntos no torneio?
Sim.
Esta estamos todos na praia.
E esta fotografia?
É a sua filha Doreen?
- Aqui?
- Sim.
E nesta fotografia,
estão as quatro juntas?
Sim.
As quatro juntas.
Dr. Fineman.
Segundo aviso!
Aposto que tem saudades delas.
Penso nelas todos
os dias da minha vida.
Não entendo como
alguém pode não pensar.
Dr. Fineman.
Não tenho mais perguntas,
Meritíssimo.
Meritíssimo, vai permitir isso?
Terceiro aviso!
Levem ele para o corredor.
Deixem ele, está tudo bem...
- Espere aí. Espere aí.
- Ei, calma.
Ei, calma.
Tenham calma com ele!
Eu estou aqui, Charlie.
Charlie, eu estou aqui.
Charlie, eu estou aqui.
Evacuem a sala.
Quero ver os dois advogados e os Timpleman
no meu gabinete, daqui a 20 minutos.
Isto é uma bagunça.
Antes que tudo...
Se voltar a montar um barraco
destes no meu tribunal,
vou deixar os presos mais perigosos
te usarem como boneca de pano, entendeu?
- Meritíssimo, em minha defesa...
- Silêncio.
Sabem o que mais?
Quanto mais eu
penso neste maldito caso,
mais me convenço de que
este é um assunto de família.
Este não é um caso sobre o qual
o estado deve se pronunciar.
- Meritíssimo...
- Cala a boca!
Estou falando sério.
Quero que fique calado, Sr. Fallon.
As coisas não estão boas
para o seu lado. Me ouviu?
Calado!
Sim.
Calado.
Sr. e Sra. Timpleman,
este assunto que estamos falando
aqui é muito sério.
Quero dizer, é fácil ver que este homem
está passando por algo muito profundo.
É óbvio!
Pode ser que precise de hospitalização.
Poder ser que sim.
Mas por outro lado...
pode ser que precise apenas
encontrar seu próprio caminho.
O fato é que...
você têm razão.
Você é a coisa mais próxima
que ele tem de uma família.
- Obrigado.
- Sim, claro.
Quero que vocês vão para casa,
e pensem muito
durante o fim de semana.
Porque voltamos todos a nos encontrar
aqui na 2ª feira de manhã,
e eu vou deixá-los decidir.
Quero que abram as suas mentes.
Que pensem sobre o que a sua filha
gostaria que fizessem nesta situação.
E quero que me olhem bem nos olhos,
na 2ª feira de manhã,
e me digam se ela gostaria de ver o
marido colocado num lugar daqueles.
Você entende o que eu estou lhe
dizendo, Srª. Timpleman?
O poder que estou
colocando em suas mãos?
Sim. Sim, senhor.
Meritíssimo, posso dizer uma coisa?
Eu só queria...
Como é o nome dele?
Bryan Sugarman. Bryan Sugarman.
2ª feira de manhã, às 10:30.
Não tragam o Sr. Sugarman.
O Dr. Johnson está saindo?
Ele está lá dentro com o juiz.
Posso me sentar?
Charlie, a Donna pode se sentar?
Ela realmente quis vir hoje à sua
audiência para te apoiar.
- Aqui?
- Sim.
- Sim.
- Sim.
Do seu lado, ela pode se sentar
do seu lado, está bem?
Não sei como é que não vêem que tudo
o que ele tem é um coração partido.
Tão machucado, o seu pobre coração.
Tudo bem.
Não preciso falar sobre ela,
ou olhar as fotografias.
Porque a verdade é que eu
a vejo muitas vezes...
na rua.
Vou pela rua e vejo ela no rosto
das outras pessoas.
Mais claramente do que em qualquer
fotografia que levam com vocês.
Eu acredito que estejam sofrendo.
Mas vocês têm um ao outro.
Vocês têm um ao outro!
E eu tenho que ver ela com as
garotas a toda hora.
Aonde quer que eu vá.
Também vejo o cachorro.
Pra verem como eu ainda estou fodido.
Eu olho para um pastor alemão
e eu vejo o nosso bendito poodle!
Tudo bem.
Tudo bem.
O que é isto?
Ele foi embora, a mudança
terminou há uma hora atrás.
Nem sequer deixaram o recibo.
Ele deixou apenas isto.
Disse que era para você, Ginger.
Escutem, eu sei que passaram
por um inferno, mas
não podiam deixá-lo em paz?
Só queremos
fazer parte da vida dele.
Eu sei, eu compreendo, mas não
é uma boa opção neste momento.
2ª feira de manhã têm de
pedir para eles se afastarem.
- Se cuida, Adell.
- Obrigado.
Obrigado por tomar
conta do Charlie.
Obrigado.
Quando é que ele reformou a cozinha?
Oh Deus, não agüento mais.
Já reformou um milhão vezes.
Está linda.
As meninas teriam gostado desta cor.
Elas amariam com ficou.
É só uma cozinha, querida.
Vamos.
Podia assinar aqui?
Obrigado.
Esta é a última. Eu pedi uma pizza,
depois manda ela subir?
Sim, sim eu mando para cima.
É a sua vez.
Quer jogar?
Não, obrigado, tenho de
voltar e ir buscar o meu carro.
Saímos amanhã para almoçar.
- Olá.
- Olá.
Entrem.
Alguém encomendou uma pizza?
Sim, está no
lugar certo, eu pego.
Entrem.
- Vou indo.
- Sim, acho que não há problema.
Olá.
Olá.
Ouça, Charlie.
Você não se importa que a Donna
fique para comer um pedaço de pizza?
Oh, sim, ela pode ficar.
Tem alguns pratos na cozinha.
Obrigado, Dr. Johnson.
Por tudo.
É minha vez de ir,
te pego amanhã, ok?
Pronto, vamos.
É a sua vez.
A minha vez?
Já te disse, tenho que ir embora.
Mas você não disse que
queria jogar outra vez?
Novamente. Eu achei que
tinha dito isso. Não quer ir?
Disse que ia ficar mais um pouco
e tentar mais uma vez, se lembra?
Sim. Foi isso que eu disse.
As Sombras do Colosso's.
- Ei?
- Ei?
Onde você está?
Já buscou as garotas?
Estou indo agora mesmo.
O que está fazendo?
O que acha que estou fazendo?
Cozinhando o jantar.
Janeane, tenho que te
dizer uma coisa, amor.
Não sei como é que cheguei a esse
ponto de não te deixar se aproximar,
mas tem razão, não deixo.
E isso está errado, eu tenho
que me abrir contigo.
Porque eu não quero ser assim,
querida, não quero.
Não sei se isto faz
sentido para você, mas...
Alan, vem para casa. Eu te amo.
Sei que provavelmente não o digo
isso o suficiente, mas é verdade.
Eu te amo.
Podia só buscar as garotas
e vir para casa?
Também te amo.
Vou já para casa, ok?
Vocês deixaram isto aqui.
Não deixem essas coisas abandonadas,
estou falando sério.
Ei! Não, Ken, leve isto
de volta para cima. Ken!
TRADUÇÃO E LEGENDAGEM: PQUARESMA1974
Tradução PT-PT para PT-BR: raket