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"Entäo, o Senhor Deus, expulsou
Adäo e Eva do Jardim do Paraíso
e colocou uma espada inflamada
para proteger a árvore da vida." Génesis 3:24.
Vamos acabar isto.
THE FOUNTAIN - O ÚLTIMO CAPÍTULO
- Talvez seja uma armadilha.
- É mesmo.
O que fazemos?
Avançamos.
Ali.
Estou a vê-lo.
Pagäos!
- Vamos avançar.
- Retirar!
Näo. Näo parem.
Somos a sua salvaçäo e sob o comando dela,
viveremos para sempre.
Näo vou morrer.
Näo aqui. Näo agora.
Nunca.
O Primeiro Pai
sacrificou-se
pela árvore da vida.
Entra
e partilha o mesmo destino.
A morte é
o caminho para um renascimento.
Estamos quase a conseguir.
Vais conseguir.
Näo te vou deixar morrer.
Tens força suficiente.
Acaba-o.
Näo te preocupes.
Tudo vai correr bem.
Só preciso de tirar um bocadinho.
Acaba-o.
- O que fazes aqui?
- Vem dar uma volta comigo.
- Tenho de trabalhar.
- É a primeira neve.
Sim, eu sei, mas eles estäo à minha espera.
- Vamos, Tommy.
- Por favor, Izzi.
Lamento.
Lamento mesmo.
Vemo-nos logo à noite.
Acaba-o.
Por favor, deixa-me em paz.
Näo sei como acaba.
Está bem.
Confio em ti.
Leva-me.
Mostra-me.
- O que fazes aqui?
- Vem dar uma volta comigo.
- Tenho de trabalhar.
- É a primeira neve.
Sim, eu sei, mas eles estäo à minha espera.
- Vamos, Tommy.
- Por favor, Izzi.
Lamento.
Lamento mesmo.
Vemo-nos logo à noite, está bem?
Dr. Creo,
o Antonio está a voltar para cá.
O Donovan está aberto e pronto.
Os sinais vitais estäo estáveis.
Raios partam.
Vamos.
- Ele disse se estava a dar resultado?
- Disse para o chamar e vir ter à Cirurgia.
- Onde está ele?
- Näo sei bem.
- Telefone-lhe.
- Está bem.
O Antonio mandou-me com as tomografias.
Ainda está ocupado.
Breeny, é o Manny.
Onde está o Antonio?
- Continua a crescer excessivamente.
- Tanto, em dois dias?
Como assim, näo sabe? Vá buscá-lo.
Encontre-o.
Está aberto há 50 minutos.
- Está a atravessar a rua.
- Quais foram os resultados?
- Näo perguntei.
- Vá ter com ele ao elevador e traga-o aqui.
Micromanipuladores a 42 graus,
mediolateral 72.
Sim.
Como vamos, Donovan?
Estás a aguentar-te?
Näo resultou. Grande especificidade,
mas nenhuma supressäo.
- Vamos fechá-lo?
- Faremos a eutanásia.
- Porquê?
- Se näo o tratamos agora, o tumor mata-o.
Raios partam!
- Vou preparar o pentobarbital.
- Näo, espere.
- O que foi?
- O composto que tentámos no passado.
- Qual?
- Daquela árvore da América Central.
- Essa mesma.
- "Natul tortuosa. 82-A46."
- Da Guatemala.
- A velha árvore.
Tivemos duas amostras, mas era estéril.
Nem os enxertos sobreviveram.
- É isso mesmo.
- O que se passa?
Misture com o seu composto.
Têm uma estrutura semelhante.
- Encontre essas amostras.
- Näo estou a perceber.
Imagine-os lado a lado. Dobre-os um sobre
o outro, como dois amantes,
a mulher por cima.
Têm domínios complementares.
- Se conseguirmos que se mantenham...
- É isto?
- Vá!
- Näo temos relatórios sobre a toxicidade e...
Näo faz mal. O Donovan está na mesa.
Se näo fizermos nada, morre.
- Antonio, quanto tempo?
- Duas horas.
Mantenha-o anestesiado.
- Nunca vi esse padräo de adesäo.
- E a que estrutura se liga ele?
Näo sei. Mas definitivamente
às regiöes de crescimento mais rápido.
Vamos avançar.
O.75... 1.0... 1.25.
- A seringa está cheia.
- Administre-a.
Manny, dê-me luz.
Vamos injectar.
- A injectar.
- Injecçäo às 23:57.
- 23:57.
- Lindo menino, Donovan.
- O que foi?
- A minha aliança.
- Qual?
- A aliança de casamento.
- Onde a deixou?
- Aqui, onde a ponho sempre.
- Alguém a fez cair.
- Tommy, posso falar consigo?
- Um segundo.
- O que está a fazer?
- É a minha aliança. Deixei-a ali.
- Tem de estar aqui.
- Preciso de falar consigo.
- Näo se preocupe. Vamos encontrá-la.
Tommy...
- Estou preocupada.
- O quê?
Vi a Betty no corredor. Estava histérica. Você
tem andado a fazer intervençöes descuidadas.
- Que disparate!
- Injectou um composto näo testado.
Ele estava aberto.
Íamos fazer uma eutanásia.
O Instituto Nacional de Saúde pode
fechar-nos. Devia despedi-lo.
É descuidado
e está a perder perspectiva.
Porque näo fica uns dias em casa?
Passe algum tempo com a Izzi.
Mas eu estou aqui por ela.
- Tommy?
- Isabel.
Muito engraçado.
O que estás a fazer?
Estou a olhar para as estrelas.
Encontrei-o no sótäo.
- Vem, está um gelo.
- Quero que vejas uma coisa. Anda lá.
Vá lá, näo sejas chato!
Vamos, olha.
- Estás a ver?
- A estrela dourada?
Trata-se de uma nebulosa que envolve uma
estrela moribunda. É por isso que é dourada.
O que foi?
- Tive aulas de Ciências.
- Quando?
Na escola secundária.
- Os Maias chamavam-lhe Xibalba.
- Xibalba?
Era o seu mundo dos mortos. O lugar para
onde as almas mortas väo para renascerem.
Que história é essa?
O meu livro.
- Estou a escrever sobre isso.
- Pensei que se passasse em Espanha.
Começa lá.
Acaba ali.
Acabaste?
- Quase.
- Ainda bem. Quando o posso ler?
Um dia destes, ela vai explodir,
morrer e dar origem a novas estrelas.
É espantoso que os Maias tenham escolhido
uma estrela moribunda para os representar.
Dentre todos os pontos luminosos
saudáveis no céu,
como é que descobriram
um que estava a morrer?
Onde estäo os teus sapatos?
Izzi. Vamos.
Vamos lá aquecer-te.
Cuidado!
Eu levo-o para dentro.
Cuidado. Iz?
Pára. Näo.
Entra lá.
É bem feito.
Ela é ruiva?
O quê?
Deixei-a na sala de operaçöes.
Se näo podes esperar,
näo podes esperar.
Estou a brincar.
- Vou fazer café.
- Espera. A esponja.
Quero que a aqueças.
Lá fora, antes,
näo estavas a sentir o frio.
- Vou telefonar ao Dr. Lipper.
- Näo. Tenho medo.
Iz, desculpa.
- Acontece há algum tempo.
- O quê?
- Perdi a sensibilidade ao calor e ao frio.
- Porque näo me disseste?
Sinto-me diferente por dentro.
Sinto-me diferente.
Todos os momentos.
Cada um deles.
Näo te preocupes.
Estou aqui.
Sempre aqui estarei.
Sim, eu sei.
Apanhei-te.
- Está lá?
- Alan? É o Tommy.
- Tommy?
- Qual é o mais cedo que nos pode ver?
- Deixe-me ver a minha agenda.
- É tempo de o leres.
- Às 3:00? Tenho operaçöes antes. É urgente?
- Näo. Está óptimo. Obrigado, Alan. Adeus.
- Vamos vê-lo amanhä depois do almoço.
- Diz-me o que achas.
- Mas näo está acabado.
- Näo totalmente.
Näo atendas.
- Está lá? Antonio, o que se passa?
- Pode vir até cá?
- O que é?
- O Donovan.
- Ele está bem?
- Sim.
- Diga-me o que aconteceu.
- Tem de ver por si próprio. Venhajá.
Agora näo posso.
- Ao Donovan.
- O que se passa?
- Mostre-lhe.
- Voltei para ver como estava o Donovan.
- Onde está ele?
- É ele.
O quê? Näo pode ser.
Isto está quase cicatrizado.
Há cabelo a crescer.
- Também näo acreditei quando vi.
- O Antonio mandou-me fazer uns ***.
O Donovan reagiu bem.
Muito bem mesmo.
Säo vídeos dele, antes da operaçäo.
Está a reagir duas vezes melhor.
Há um aumento da actividade neural
nas áreas normalmente atrofiadas pela idade.
- E o tumor?
- Näo há alteraçöes.
Os padröes de crescimento säo normais.
Näo há efeito positivo nem negativo.
- Devíamos dizerjá à Dra. Guzetti.
- Näo.
Antonio,
prepare um novo cocktail.
Use a mesma substância botânica.
- Vamos tentar outro método.
- Espere.
Isto pode ser uma descoberta médica.
Temos de prosseguir
e confirmar os resultados.
O nosso principal objectivo säo tumores
cerebrais, näo envelhecimento.
- Eu sei, mas...
- Quero a próxima cobaia pronta para operar.
- Está tudo bem?
- Sim.
Está tudo bem.
Capítulo Um
A Espanha está em fogo.
O Grande Inquisidor sorri-se...
Inquisidor?
Entrai.
Os hereges.
Confessaram e cederam
as suas terras ao Santo Ofício.
Aguardam o vosso julgamento.
É minha, outra fatia da naçäo dela.
Em breve, näo terá poder contra mim.
Rainha de nada,
senäo dos seus pecados.
O que lhe fareis?
Ela também confessará. E depois
ela também morrerá.
Capitäo. É a Rainha.
Está cercada.
O Inquisidor exige sangue.
Entäo, näo temos mais tempo.
Qual é a vossa resposta?
Ide, agora.
Avisai a Rainha.
- E vós? Para onde ides?
- Ele deve ser impedido.
- Ela proibiu-o.
- Näo há alternativa.
Esta é a nossa única esperança.
Fica quieto.
Os nossos corpos säo prisöes
para as nossas almas.
A nossa pele e sangue, as barras
de ferro que nos aprisionam.
Mas näo temais.
Toda a carne definha.
A morte reduz tudo a cinza,
e assim,
a morte liberta todas as almas.
Vós, os condenados,
confessastes.
Admitis proteger uma Rainha
que distorce a palavra de Deus
e afoga toda a Espanha no pecado.
A vossa Rainha procura a imortalidade
na Terra: um falso paraíso.
Isto é uma heresia.
Ela conduz-vos à vaidade,
afasta-vos do espírito.
Mas isto é uma loucura.
Porque a morte existe.
O Dia do Julgamento é irrefutável.
Toda a vida tem de serjulgada.
- Porque estais aqui?
- Venha depressa.
- Näo! Ide-vos embora. Protegei a Rainha!
- Ela mandou-me. Exige o vosso regresso.
- Só depois dele morrer.
- Näo, Tomas. Deixai-o.
Ela deseja uma audiência privada.
Mas näo temais.
Ela näo estará sozinha no inferno.
Certificar-me-ei de que
quem a serve espere lá por ela.
Servo fiel, porque chorais?
Por ver a Espanha
täo arruinada.
Com um inimigo a prosperar dentro das suas
fronteiras, banqueteando-se com a sua força.
É demasiada vergonha.
Desiludi-vos.
Näo ouseis apiedar-vos de Espanha.
Estes tempos säo de escuridäo.
Mas cada sombra, por muito profunda,
é ameaçada pela luz da manhä.
Claro.
Esta vossa lealdade
inspira-vos a proteger Espanha
a qualquer custo,
mas matar o Inquisidor é suicídio.
A Europa mandaria executar-me.
E eu näo estou preparada para morrer.
E vós?
Eu morrerei por Espanha.
Eu sei, Conquistador.
Eu sei.
E esta vossa bravura,
ainda nos pode salvar.
Pois Espanha tem um plano.
Há esperança.
- Há esperança?
- Padre.
Eu sou o Padre Ávila
da Real Ordem dos Franciscanos.
Permanecemos fiéis a Espanha.
Padre.
Guardas, deixai-nos.
Conquistador,
vou dizer-vos a verdadeira razäo pela
qual o Inquisidor opöe a cruz à coroa.
Há um ano atrás, o Padre Ávila voltou
das selvas da Nova Espanha
com um segredo täo grande,
que prometia libertar
toda a humanidade da tirania.
Espanha desejou esse tesouro
acima de todas as coisas,
mas o Inquisidor temia-o
de igual modo.
Quando eu recusei desistir de procurá-lo,
ele respondeu com aquele golpe violento
para ter a Espanha a seus pés.
Mas nós näo cedemos,
e, agora, vamos vencê-lo.
Esta é a nossa esperança.
- Um punhal?
- Usado em rituais religiosos.
Tirei-o a um sacerdote Maia morto.
As marcas no punho...
Estais a vê-las?
É um mapa.
Um mapa para o maior segredo
dos Maias.
Maior do que Chichen Itza. Maior do
que Yaxchilan. Até maior do que Tikal.
Aqui no centro, no âmago da outrora
grande civilizaçäo Maia,
vamos encontrar uma pirâmide perdida.
Näo perdida.
Escondida.
Uma pirâmide dos mitos Maias, escondida.
Os mitos contam-nos
sobre uma pirâmide sagrada,
construída no umbigo da Terra.
O lugar de origem da vida.
Uma árvore especial cresce lá.
Dizem que quem beber a sua seiva
viverá para sempre.
Vida eterna?
Enquanto Espanha depende dos caprichos
dum inimigo impiedoso, ousais insultar-nos?
Näo está a insultar-vos.
Lembrai-vos,
que a nossa própria Bíblia o confirma.
No Génesis, há duas árvores
no Jardim do Paraíso:
A Árvore do Conhecimento
e a Árvore da Vida.
Adäo e Eva desobedeceram
e comeram da Árvore do Conhecimento.
O Senhor expulsou-os do Jardim
e escondeu a Árvore da Vida.
Poderá ser?
Ajoelhai, Conquistador.
Deixai entrar a luz da manhä.
A Besta corre furiosamente no meu reino.
Isolou-me,
e afia as suas garras
para mais um empurräo fatal.
Mas a salvaçäo está nas selvas
da Nova Espanha.
Ides libertar a Espanha do cativeiro?
Sobre a minha honra e a minha vida.
Entäo, tomai este anel para vos
lembrardes da vossa promessa.
Usá-lo-eis quando encontrardes o Paraíso,
e quando voltardes,
eu serei a vossa Eva.
Juntos, viveremos para sempre.
PALAVRAS DIVINAS
- Estás aí!
- O que estás aqui a fazer?
- Temos o Lipper às 3:00.
- Este é um livro Maia verdadeiro.
Olha. Explica a criaçäo do mito.
É o Primeiro Pai. O primeiro humano.
Está morto?
Sacrificou-se a si próprio
para fazer o mundo.
- É a Árvore da Vida que lhe sai do estômago.
- Vem.
O corpo dele tornou-se nas raízes da árvore.
Espalharam-se e formaram a Terra.
A sua alma tornou-se nos ramos,
que cresceram e formaram o céu.
Tudo o que restou foi a cabeça
do Primeiro Pai.
Os seus filhos penduraram-na nos céus,
criando Xibalba.
Xibalba? A estrela.
A nebulosa.
- O que pensas?
- Sobre quê?
Da ideia.
A morte como um acto de criaçäo.
Fiquem juntos.
Eu tiro o carro
e encontramo-nos à saída.
Estás bem.
- Estou perto.
- Näo.
Há opçöes.
- Vamos ter de fazer umas escolhas.
- Alan?
Tiveste um pequeno colapso. O tumor no
bolbo raquidiano voltou e está a desenvolver.
A próxima vez...
Tivemos um avanço.
Sei que posso adaptá-lo para te ajudar.
Só preciso de um pouco mais de tempo.
Está bem?
Há esperança.
Verdadeira esperança.
- Tommy...
- O que foi, querida?
- Eu näo estava com medo.
- Eu sei.
És muito forte.
- O que foi?
- Quando eu caí
senti-me tranquila.
Amparada.
Eu sei.
Eu segurei-te. Ajudei-te.
Está tudo bem, Iz.
Vai correr tudo bem.
Há tempo.
Nós temos tempo.
Vamos examinar
a regiäo do hipocampo.
- O que se passa?
- Trouxe o Dean Katari e o Dr. Handel.
O que está aqui a fazer?
- O Antonio e a Betty estavam só...
- O crescimento sináptico aumentou.
O cérebro está igual às tomografias
de há 12 anos, quando tinha 6 anos.
E o tumor?
Exactamente. Por favor?
Por favor.
Talvez devessem esperar por mim
no meu gabinete. Já lá vou ter.
- Gostava de falar consigo, em privado.
- Depois da operaçäo.
Primeiro corte.
Tommy.
O Dr. Lipper acaba de telefonar.
Disse que a Izzi está a melhorar. De
manhä, väo mudá-la para um piso normal.
Quando acabarmos aqui,
quero que prepare o Cain.
Vou buscá-la.
Ela trata disso.
O que pensa que está a fazer?
Näo se abandonam resultados destes!
Deve repetir-se o processo, confirmar.
Confirmar que o tumor näo foi afectado?
Nessa alturajá ela teria morrido.
Ela teve um colapso.
Lamento muito.
- Como está ela?
- Estabilizou.
Quem está com ela?
- Está sozinha?
- Ela precisa de descansar.
Ninguém inventa medicamentos da noite
para o dia. Näo está a ser racional.
- Näo pode tratar de tudo!
- Näo me diga o que posso ou näo fazer.
- A sua mulher precisa de si. Que faz aqui?
- Que raio acha que faço aqui?
Merda!
Vou deixar-vos sozinhos.
Lilly, desculpe aquilo de há pouco.
Ela é espantosa.
Lilian,
pode
pedir ao Henry que volte a fazer
tomografias aos animais?
- Está bem.
- Obrigado.
Trouxe o teu manuscrito,
no caso de quereres trabalhar.
Como te sentes?
Bem.
Desculpa.
Porquê?
Houve progressos no trabalho.
Meu conquistador.
Sempre a conquistar.
- Uma coisa espantosa. Fizemos um ***...
- É para ti.
Para mim? O que é?
Abre.
Caneta e tinta. Para escrever.
Está tudo feito
menos o último capítulo.
Quero que me ajudes.
Como?
Acaba-o.
- Mas eu näo sei como acaba.
- Sabes.
Saberás.
Pára.
- Lembras-te de Moses Morales?
- Quem?
- O guia Maia de que te falei?
- Da tua viagem?
A última noite que estive com ele,
falou-me no pai que tinha morrido.
Mas o Moses näo acreditava.
Näo. Escuta.
Ele disse que se desenterrassem
o corpo do pai,
ele näo estaria lá.
Tinham plantado uma semente
sobre o seu túmulo.
A semente tornou-se árvore.
Moses disse que o pai
se tinha tornado parte dessa árvore.
Fazia parte do seu tronco.
Estava nas suas flores.
E quando um pardal comeu
o fruto da árvore,
o seu pai voou com o pássaro.
Disse-me
que a morte tinha sido o caminho
do pai para um renascimento.
Foi assim que lhe chamou.
O caminho para um renascimento.
Ouve,
ando a tentar escrever o último
capítulo e aquilo näo me sai da cabeça.
Porque me dizes isso?
Já näo tenho medo, Tommy.
Perguntei à Lilly se podia ser sepultada
na quinta dela.
Näo, pára.
- Quero que fiques comigo.
- Eu estou contigo.
Estarei sempre contigo.
Prometo.
Ficas comigo, esta noite?
Sim, fico.
Näo te preocupes.
Estamos quase lá.
Para lá daquela última nuvem escura,
está uma estrela moribunda.
E em breve, Xibalba morrerá.
E quando explodir, tu renascerás.
Florescerás.
E eu viverei.
Näo te preocupes.
Estamos quase lá.
O Franciscano está só.
Obrigado, Senhor! Estamos aqui!
Círculos.
Ele está a conduzir-nos em círculos.
Apenas restamos nós.
Todos os vossos compatriotas morreram.
Ele matou-os na sua procura cega.
É altura. Altura de pará-lo.
Capitäo, estamos perdidos.
O Franciscano e as suas histórias
eram falsos.
Näo há esperança para nós, aqui.
Há apenas morte.
- Tracei o rumo de regresso dos navios.
- Cobarde.
Que se danem os mapas.
Estamos perto! E eu vou encontrá-la.
Capitäo.
Padre. O que é, Franciscano?
Na selva.
Está nas marcas do punho.
- No punhal.
- As mesmas que estäo na pedra!
A escolha é vossa. Morrei agora ou,
a meu lado, lutai para viver.
- Louco.
- Capitäo.
Padre.
Tomai.
Estamos aqui.
- Onde?
- O templo é ali.
Desculpai, Padre.
Para vós existe apenas morte.
Mas o nosso destino é a vida.
Usá-la-eis quando encontrardes o Paraíso.
E quando voltardes,
eu serei a vossa Eva.
Vamos lá! Vamos lá!
Näo, por favor. Por favor!
- Afastar.
- Fibrilaçäo ventricular. Pulso fraco.
A colocar o saco. Senhor.
- Mande sair a família. Mande-o sair!
- Por favor!
- Dê-me as pás.
- A carregar.
- Pulso?
- Fraco.
Pressäo?
Eu sei.
Nunca vi uma coisa assim.
- O Antonio näo lhe falou?
- Do quê?
Trata-se do Donovan.
O tumor está a diminuir.
É como se a doença estivesse curada.
Senhor. Por favor, senhor.
É muito tarde.
Vou ter de lhe pedir que saia.
- É tarde demais.
- Matou a minha mulher.
- Deixe-o. Largue-o.
- Largue-o.
Näo morras. Näo morras.
Lutamos toda a vida
para nos tornarmos completos.
Completos o bastante,
para quando morrermos
atingirmos um grau de graça.
Poucos de nós o conseguimos.
A maior parte acaba saindo da maneira
como chegou, estrebuchando e gritando.
Mas de alguma forma a Izzi,
jovem como era,
conseguiu essa graça.
Nos seus últimos dias
tornou-se completa.
Ela viu...
Pare com isso.
A morte é uma doença.
Como qualquer outra.
E há uma cura.
Uma cura.
E eu vou encontrá-la.
Tudo o que ele podia ver era morte.
Capítulo Doze
Em todos estes anos.
Em todas estas recordaçöes...
Tens estado tu.
Tu levaste-me através do tempo.
Dr. Creo?
Dr. Creo,
ouvimos dizer que tinha voltado.
Dêem-me as últimas informaçöes
sobre essa árvore.
Eu estou bem. Está tudo bem.
O sucesso do Donovan é apenas
o nosso ponto de partida.
Vamos avançar a partir daí.
Parar de envelhecer, parar de morrer.
Parar de morrer é o nosso objectivo.
Tomografias, culturas, tabelas.
Vamos ao trabalho.
Vamos pôr-nos ao trabalho.
Xibalba.
Estamos aqui.
Quase conseguimos.
Desculpa.
Acaba-o.
Pára.
O que queres?
Deixa-me em paz.
Por favor. Tenho medo.
Livrais a Espanha da submissäo?
Näo sei.
Estou a tentar. Näo sei como.
Sabeis, sim.
Haveis de saber.
Já näo tenho medo, Tommy.
Vou morrer.
Juntos, viveremos para sempre.
Para sempre.
Viveremos para sempre.
Acaba-o.
- O que fazes aqui?
- Vem dar uma volta comigo.
- Tenho de trabalhar.
- É a primeira neve.
Eles estäo à minha espera.
- Vamos, Tommy.
- Por favor, Izzi.
Lamento. Lamento mesmo.
Vemo-nos logo à noite.
Dr. Creo,
o Antonio está a voltar para cá.
O Donovan está aberto e pronto.
Os sinais vitais estäo estáveis.
Vamos.
Dr. Creo, onde vai?
O Primeiro Pai
sacrificou-se
pela árvore da vida.
A morte é
o caminho para um renascimento.
Acaba-o.
Perdoa-me, Primeiro Pai,
näo sabia que eras tu.
Seremos imortais.
Este sangue alimentará a Terra.
Olhai!
Minha Rainha.
Agora e para sempre.
Estaremos juntos.
IZZI CREO
MULHER FILHA AMIGA
Adeus, Iz.
Acabei-o.
Está tudo bem?
Sim.
Está tudo bem.
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