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Este filme baseia-se numa história real.
Nova lorque, 1970
Que merda é esta?
Jimmy?
-O que é?
-Bati em alguma coisa?
Que merda é esta?
Tens um furo?
Näo.
Mas que porra... Encosta e vai ver.
Ainda estä vivo. Seu merdoso!
Morre, cabräo!
Olha para mim!
Desde que me lembro,
sempre quis ser um gangster.
TUDO BONS RAPAZES
Para mim,
ser gangster era melhor
que ser presidente dos EUA.
Brooklyn, Nova lorque. 1955
Antes de ir ä praça de taxis
para um biscate depois das aulas,
sabia que queria ser um deles.
Sabia que era aí que pertencia.
Para mim, significava ser alguém...
num bairro de zés-ninguéns.
Näo eram como os outros.
Faziam o que lhes apetecia.
Estacionavam nas bocas de incêndio
e näo eram multados.
Jogavam cartas toda a noite...
e ninguém chamava a bófia.
Tony Stacks. Tudo fino?
Tuddy Cicero.
Serä o Rei dos Gangsters?
Tuddy.
Dirigia a praça de täxis
e a Pizaria Bella Vista...
e outras lojas para o irmäo, Paul,
que era o chefe do bairro.
O Paulie podia ser lento...
mas era só porque näo tinha
de se apressar por ninguém.
-A culpa é tua.
-Tu é que começaste!
Eu comecei? A culpa é tua.
A princípio, os meus pais gostavam que
eu tivesse um emprego em frente a casa.
O meu pai era irlandês
e começou a trabalhar aos 11 anos.
Gostou que eu tivesse um emprego.
Dizia sempre que os putos americanos
eram preguiçosos.
Henry! Vê por onde andas!
Traz-me leite!
A minha mäe ficou feliz quando soube
que os Cicero...
eram da mesma regiäo da Sicília
que ela. Para a minha mäe...
era a resposta äs suas preces.
Era o *** mais sortudo do mundo.
Podia ir a todo o lado, fazer tudo.
Conhecia todos e todos me conheciam.
Os mafiosos apareciam e o Tuddy
deixava-me estacionar os Cadillacs.
Eu, um *** minorca
que nem via por cima do volante,
a estacionar Cadillacs.
Mas os meus pais...
näo tardaram a mudar de ideias
quanto ao meu trabalho.
Para eles, devia ser um trabalho
a meio tempo. Mas para mim...
era mesmo a tempo inteiro.
Era tudo o que queria fazer.
As pessoas como o meu pai
näo entendiam, mas eu fazia parte de algo.
Estava integrado.
Tratavam-me como adulto.
Diz-lhe 519.
Todos os dias aprendia a facturar.
Um dólar aqui, um dólar ali.
Vivia num mundo de sonho.
As aulas correram bem?
O meu pai estava sempre chateado.
Porque ganhava uma miséria,
porque o meu irmäo Michael...
era deficiente.
Porque vivíamos sete pessoas
numa casa minüscula.
Explica-me isto.
É uma carta da escola.
Diz que näo apareces hä meses.
Hä meses!
És um vadio!
Queres ser um vadio?
Depois, ficava chateado sobretudo
por eu frequentar a praça de täxis.
Sabia o que se passava lä.
De vez em quando, desancava-me.
Mas eu jä näo me importava.
A meu ver...
todos somos desancados äs vezes.
Näo posso fazer mais entregas.
O quê? Vais estragar tudo.
O meu pai mata-me. Olha.
Anda.
-É aquele ali?
-Näo.
-E aquele?
-Näo.
-É aquele gajo.
-Apanhem-no.
Desculpe.
-Merdoso.
-Anda cä, meu merdas.
-Conheces o ***?
-Sim.
-Sabes onde mora?
-Sim.
-Entregas o correio dele?
-Sim.
Daqui para a frente, qualquer carta que
venha da escola, entregas aqui.
Entendido?
Se vai outra carta da escola
para casa do ***...
vais parar ao forno, de cabeça.
E acabou-se. Acabaram-se as cartas
das baldas e as cartas da escola.
Aliäs, acabaram-se todas as cartas.
Umas semanas depois, a minha mäe
foi queixar-se aos correios.
Depois disso, näo podia ir ä escola...
e jurar fidelidade ä pätria e ouvir
aquelas tretas de boa moral.
O Paulie odiava telefones.
Recusava ter um em casa.
O Mickey ligou. Queres que lhe ligue?
Estä bem, telefona.
Era outra pessoa que atendia as chamadas.
E depois tínhamos que ligar outra vez.
Tens uma moeda? Telefona-lhe.
Havia uns tipos que, todo o dia,
só atendiam as chamadas do Paulie.
Para um tipo que näo parava quieto,
era de poucas falas.
Dos problemas com sindicatos...
ou de tricas nas apostas,
só os chefões discutiam
o problema com o Paulie.
Era tudo cara a cara.
O Paulie odiava reuniões.
Näo queria que ninguém
ouvisse o que dizia,
nem que ouvissem o que lhe diziam.
Centenas de pessoas dependiam dele,
e recebia parte de tudo o que ganhavam.
Era um tributo, como no velho continente,
só que o faziam na América.
O Paulie apenas lhes dava protecçäo
contra os tipos que os tentavam roubar.
Era só isso. Foi isso que o FBI
nunca conseguiu entender.
O Paulie e a Organizaçäo só protegem...
as pessoas que näo podem
ir ä polícia. É só isso.
É como se fossem uma
polícia para mafiosos.
As pessoas viam-me de forma diferente,
sabiam que trabalhava para alguém.
Ao domingo, näo tinha de esperar
na fila da padaria para ter päo fresco.
O dono sabia para quem eu trabalhava
e atendia-me sempre...
antes das outras pessoas.
Näo tínhamos carro, mas os vizinhos
näo estacionavam na nossa entrada.
Aos 13 anos,
ganhava mais dinheiro que a maioria
dos adultos do bairro.
Tinha tudo.
Um dia...
Um dia, uns miüdos do bairro levaram
as compras da minha mäe até casa.
Sabem porquê?
Porque me respeitavam.
O que é que achas?
Näo säo um espanto?
Pareces um gangster.
Atingiram-me! Socorro!
Henry, fecha a porta.
Foi a primeira vez
que vi alguém que levou um tiro.
Isto näo pode acontecer aqui. Céus!
Näo pode acontecer aqui.
Lembro-me de ter pena dele,
mas também pensei...
que o Tuddy tinha razäo.
Sabia que o Paulie näo queria
nenhum morto ali.
És um idiota. Gastaste
oito aventais com o tipo.
Que se passa contigo?
Tenho de endurecer este ***.
Era uma época gloriosa.
Havia mafiosos por todo o lado.
Foi antes de Apalachin
e que Crazy Joe decidisse...
desafiar um chefe da mafia
e começar uma guerra.
Foi quando entrei no mundo.
E quando conheci o Jimmy Conway.
Näo devia ter mais de 28 ou 29 anos,
mas jä era uma lenda.
Entrava no casino e todos
os empregados ficavam doidos.
Dava 100 dólares ao porteiro
só por abrir a porta.
Dava centenas aos croupiers e
aos tipos que controlavam os jogos.
O barman recebia uma de 100
só para manter o gelo frio.
Chegou o Irlandês para
sacar a guita aos spaguettis.
-Quer uma bebida?
-Dä-me um whisky com 7up.
Apresento-te o *** Henry.
Como vai isso?
Obrigado.
Vai enchendo.
O Jimmy era um dos tipos
mais temidos da cidade.
Foi preso aos 11
e aos 16 jä matava para a mafia.
As mortes nunca incomodaram o Jimmy.
Era negócio.
Mas o que o Jimmy gostava mesmo,
o que adorava fazer era roubar.
Dava-lhe mesmo gozo.
O Jimmy era o tipo de gajo
que aplaudia os maus da fita.
Dä-me a tua carteira.
Podes saber quem somos,
mas também sabemos quem és.
Era um dos maiores ladrões de
bebidas, cigarros,
camarões e lagostas, que havia na cidade.
O marisco era o melhor.
Era räpido.
Era quase tudo roubos fäceis.
Limitavam-se a desistir.
Chamavam-lhe O Cavalheiro.
Ajuda a senhora.
Os motoristas adoravam-no.
Diziam-lhe sempre...
quando havia um bom carregamento.
Claro que todos ganhavam algum.
Obrigado, depois venho buscar o resto.
Henry, chega aqui.
Cumprimenta o Tommy.
Väo trabalhar juntos, estä bem? Ajuda-o.
Jimmy, tens algum bom negócio?
E quando a bófia destacou um exército
para prender o Jimmy, que fez ele?
Tornou-os sócios.
Eu queixava-me, mas näo me ligam.
-Que queres?
-Dois maços de Lucky.
-Toma, Henry.
-Muito obrigado.
-Que queres?
-Um maço de Pall Mall.
Que estäs a fazer?
-Estä tudo bem.
-Quem o diz? A tua mäe?
Quantos maços queres?
-Onde arranjaste os cigarros?
-Leva-o daqui para fora.
-Estä tudo bem.
-Näo, näo estä!
-Vocês näo entendem.
-Tu é que näo entendes. A loja fechou.
-O Henry foi apanhado.
-Onde?
Ao pé da fäbrica.
Henry Hill. O Estado de Nova lorque
contra Henry Hill.
Caso n° 704162.
Sim, senhor. Sou eu.
Fica aí. Mantém-te aí.
Dr., prossiga.
Parabéns.
Toma a tua prenda de formaçäo.
-Porquê? Fui apanhado.
-Todos säo, mas portaste-te bem.
-Näo lhes disseste nada.
-Achei que ias ficar furioso.
Näo estou furioso, estou orgulhoso.
Foste apanhado como um homem e...
aprendeste as duas melhores coisas
da vida.
Olha para mim.
Nunca denuncies os amigos...
e mantém sempre a boca calada.
Cä estä ele!
Perdeste os três!
Parabéns!
Aeroporto de Idlewild
1963
Quando cresci, passavam
30 biliões por ano, em mercadorias...
pelo aeroporto de Idlewild,
e nós tentävamos roubar tudo.
É que crescemos perto do aeroporto.
Pertencia ao Paulie. Os nossos amigos
e familiares trabalhavam lä.
Avisavam-nos de tudo o que entrava e saía.
Se as companhias aéreas
causavam problemas...
os sindicalistas do Paulie
ameaçavam-nos com uma greve. Era lindo.
Dava mais lucro que as apostas
e era o Jimmy que mandava.
Sempre que queríamos dinheiro,
roubävamos o aeroporto.
Para nós, era melhor que o Citibank.
Tens telefone? Despacha-te!
Dois pretos roubaram-me o camiäo.
Dä para acreditar?
Era o Jimmy, o Tommy...
e eu.
E o Anthony Stabile.
O Frankie Carbone.
E também o Andy Gordo,
o irmäo do Mo Black.
E os gorilas dele, o Frankie Italiano...
e o Freddy Sem Nariz.
E havia também o Pete Matador,
que era irmäo da Sally Balls.
Depois havia o Nickey Olhos...
e o Mikey Franzese.
O Jimmy Duas-Vezes,
que dizia tudo duas vezes.
Vou buscar os jornais, os jornais.
O que é isto? Casacos?
Eu preciso é de fatos, Henry.
Os fatos chegam 3ª-feira.
Estamos em pleno Veräo.
Que faço com casacos de peles?
Näo queres as peles? Eu levo-as.
Näo, fico com elas.
Ponho-as no congelador, junto com a carne.
Para nós, viver de outra forma era loucura.
Para nós, as boas pessoas, com empregos
de merda e salärios miseräveis,
que andavam de metro e só pensavam
nas contas, estavam mortas.
Eram otärios. Näo tinham tomates.
Se queríamos algo, bastava-nos tirar.
Se alguém se queixava, levava com
tanta força que nunca mais o fazia.
Era tudo rotina.
Nem sequer se pensava no assunto.
Frankie, que diabo tem 520...
a ver com 469?
520 nem sequer se aproxima de 469.
Qual é a lógica?
É fäcil. Näo te preocupes com os alarmes.
Só preciso de uma chave.
-Sem problemas?
-Eu trato disso.
-Diz-lhe o que me disseste.
-Bom demais para ser verdade.
Grande carregamento da Air France.
Trazem sacos com dinheiro.
Os Americanos trocam o dinheiro em
francos e mandam-no para cä.
-Acalma-te.
-É lindo.
É impossível de detectar.
Só precisamos de arranjar uma chave,
mas tenho um plano.
-Eu, o Frenchy e este senhor.
-Sim, esse é um espanto.
Se näo me engano,
vem meio milhäo em dinheiro vivo.
A melhor altura é ao fim de semana.
Talvez säbado ä noite.
Hä um feriado judaico na 2ª.
Só väo descobrir na 3ª. É lindo.
E o segurança?
Segurança?
Estäs a vê-lo. É um gozo.
Faço o turno da noite.
Ele aparece como se viesse buscar
bagagem perdida.
-É lindo.
-Näo vai haver qualquer problema.
-Boa.
-Combinado.
O mais engraçado é que
o raio do banco é em Secaucus.
Estava deitado na relva.
Ele disse: "Que fazes?"
Eu disse: "Descanso."
"Aqui?"
"Näo estä na praia ou no jardim."
"Estou a descansar!"
Ele prende-me e interroga-me.
Mais isto e mais aquilo.
"Que tem para nos dizer?"
Eu disse: "O costume. Nada."
"Dizer o quê?" O caraças. Ele diz:
"Näo, hoje vais dizer-me uma coisa."
Eu disse: "Vai-te pôr na tua mäe."
Viste o jornal, Anthony.
A minha cabeça era um meläo.
Volto outra vez e quem é que vejo?
O idiota. Ele diz:
"Que me queres dizer agora?"
Eu digo: "Que fazes aqui?
Disse para te ires pôr na tua mäe."
Pensei que se ia borrar.
Os cabröes. Quem me dera ser grande.
És mesmo engraçado.
Que queres dizer com isso?
É uma história engraçada, estäs a ver?
És um gajo engraçado.
É a forma como falo? O que é?
És tu, só isso. És engraçado.
A forma como contas uma história.
Engraçado como? Qual é a graça?
-Tommy, estäs a perceber mal.
-Anthony...
Ele jä é grande. Sabe bem o que disse.
Engraçado, como?
Tu sabes. És engraçado.
Deixa ver se percebo.
Se calhar sou pirado.
Mas engraçado como? Como um palhaço?
Faço-te rir? Estou aqui para te divertir?
Que significa engraçado? Qual é a graça?
Como contas a história. Estäs a ver?
Näo, näo estou. Tu é que disseste.
Sou engraçado.
Engraçado como? Qual é o raio da graça?
Diz-me qual é a graça!
Näo me gozes, Tommy.
Cabräo! Quase o apanhei!
Meu idiota gago!
Frankie, ele jä tremia?
Äs vezes duvido de ti, Henry.
Eras capaz de vergar sob interrogatório.
Que se passa contigo?
Pensava que jä estava a ser preso.
Näo me larga, parece um abutre.
Que é que queres?
Este tipo näo queria dar-te o cheque.
Podes tratar disto?
Claro. Diz-lhe para pôr na minha conta.
É sobre isso que quero falar-te.
Näo é só esta. Jä me deves sete milenas.
7.000 dólares näo säo trocos.
Näo quero parecer implicante...
Ainda bem que näo queres, Sonny.
Envergonhas-me perante os amigos,
como se fosse um caloteiro.
És um camelo. Sabes o dinheiro
que gastämos nesta merda de...
-Näo sejas assim.
-Assim como?
Jä viste este imbecil?
Achas que tem graça?
Estäs a olhar para onde? lmbecil de merda!
Näo queres trazer o cheque?
Jä viste este imbecil?
Também devias fazer isto.
És um tipo engraçado.
É isso, Henry!
Queres rir-te?
Este imbecil pediu-me para baptizar o filho.
Eu cobrei-lhe 7.000 dólares.
És mesmo um gajo engraçado.
Tenho ouvido mäs notícias.
Ele trata-me como se fosse maricas.
Tenho de me pirar, para me afastar dele.
Näo estä certo. Näo tenho para onde ir.
Jä lhes disse milhöes de vezes.
Näo me ouvem.
Se falares com ele, ele pära.
Declara-me como desaparecido.
Väo encontrar-me no meio do mato.
Hä muito que conheces esse Tommy.
O cabräo é um super criminoso.
Quando saio de casa,
estou sempre a olhar para träs.
Näo posso viver assim.
Näo sou um cobarde.
-Diz-me o que fazer e eu faço.
-Que posso eu fazer?
Se pudesse fazer alguma coisa, fazia.
Gostava de poder ajudar-te.
Conta-lhe a nossa conversa.
Podias vir comigo, ficävamos com uma
parte do negócio dele. É uma boa ideia.
Que queres dizer?
Falas do restaurante?
É um sítio com classe.
Jä cä estiveste muitas vezes.
O Tommy a tomar conta disto
é atirar pérolas a porcos.
Näo quero faltar ao respeito,
mas é a verdade.
Imploro-te. Que posso dizer?
Que vou fazer? Que quer ele de mim?
Näo percebo nada de hotelaria.
Só sei sentar-me e encomendar.
Näo serias tu. É só um sítio para ires.
O chel é óptimo. Os espectäculos säo bons.
Vêm cä imensas prostitutas.
Que queres de mim?
O Tommy é mä rés.
Que queres que faça? Mato-o?
Näo era mä ideia.
Desculpa. Näo queria dizer isso.
Mas ele assusta-me.
Preciso de ajuda. Ajuda-me.
Percebes alguma coisa de restaurantes?
Ele sabe tudo. Passa lä a vida.
Mais uns minutos e transforma-se
num balcäo.
Queres que seja teu sócio?
É isso que me propöes?
O que é que achas? Paulie, por favor.
Nem sequer é justo.
Näo percebes.
Tu diriges o sítio. Talvez eu te ajude.
Abençoado sejas, Paulie.
Sempre foste justo comigo.
Agora tem o Paulie como sócio.
Qualquer problema, fala com o Paulie.
Problemas com contas, fala com o Paulie.
Problemas com a bófia, entregas,
o Tommy...
fala com o Paulie.
Agora tem de pagar ao Paulie...
todas as semanas, sem falta.
"O negócio estä mau? Caguei, paga-me.
Um incêndio? Caguei, paga-me."
"Foi atingido por um relâmpago?
Caguei, paga-me."
E o Paulie podia fazer tudo.
Até pedir empréstimos em nome dele.
E porque näo? Ninguém paga nada.
Aceita entregas ä entrada e vende-as
nas traseiras, com desconto.
Pega em 200 dólares de älcool
e vende-os por 100.
Näo interessa. É tudo lucro.
Depois, quando jä näo sobrar nada...
quando o banco jä näo te emprestar
nem mais um chavo...
destróis o restaurante. Pegas-lhe fogo.
Precisas de ajuda?
Parece que estäs a decorar
uma ärvore de Natal.
Ela é de Five Towns.
Quem?
A judia. A Diane.
Ando a tentar comê-la hä um mês.
Näo sai sozinha comigo.
-Näo.
-Näo, o quê?
Näo, o quê? Fiz-te uma pergunta?
Espera até me ouvires.
Estä bem, que foi?
Näo sai sozinha com italianos.
É racista com os italianos.
Consegues acreditar? Hoje em dia?
Ao que o mundo chegou!
Näo acredito. Uma tipa judia
que näo gosta de italianos.
Ela näo sai sem a amiga.
Por isso tu vens e ficas com a amiga.
Vês? Eu sabia. Eu sabia.
Qual é o mal?
-Quando?
-Amanhä ä noite.
Vou ter com o Tuddy.
Podes ir ao Tuddy. Vens cedo e depois vais.
-Por que fazes sempre isto?
-Näo me venhas com tretas.
Só te pedi um favor.
Estou sempre a fazer-te favores.
Estou a tentar comer a tipa. Ajuda-me.
Näo te entendo. A gaja é linda!
A família dela mora em Five Towns.
Säo judeus ricos.
Se calhar säo donos de todo o bairro.
Pode ser a tua sorte.
Tu e a tua grande boca!
Encontrei-me com o Tuddy äs 11:00
e voltei para fazer de ajudante do Tommy.
Comeste bem?
Estava delicioso. Mas estou de dieta.
Deixa-me ver a tua figura.
Queria pirar-me dali. Jä pedia a sobremesa
enquanto eles jantavam.
Quando estavam a beber café, pedi a conta.
Bebe um café. Desperta-te.
Joe, traz-nos a conta.
Que estäs a fazer?
-Tenho de ir.
-Acabämos de chegar.
Tenho de fazer aquilo.
Vamos embora juntos.
Assim näo saímos como vagabundos,
um de cada vez.
Näo o suportava.
Achava quer era detestävel.
Näo parava quieto.
Näo te importas, pois näo?
É muito desagradävel.
É bom? Deves preferir clarete,
mas näo fica bem na minha mesa.
-Prontos?
-Descontrai-te.
Acabämos de chegar. Que estäs a fazer?
Antes da hora de sair,
jä me estava a empurrar para o carro...
e depois a tirar-me de lä. Foi ridículo.
A Diane e o Tommy obrigaram-nos
a combinar sair de novo na 6ª.
Aceitämos.
Mas quando chegou 6ª-feira,
o Henry deu a banhada.
Peço desculpa. Näo sei dele.
Ele gostou mesmo de ti. Só falava dela.
Éramos um trio em vez de dois casais.
Devia ter ligado.
Espero que näo seja grave.
Mas obriguei o Tommy a ir procurä-lo.
Tommy, mas que raio?
É preciso teres lata.
Ninguém me dä o banho.
Quem pensas que és,
o Frankie Valli ou alguém importante?
Esqueci-me. Pensei que era mais tarde.
Era esta 6ª-feira e tu combinaste.
És um mentiroso!
Podemos falar.
Falar? Depois do que fizeste?
Esquece.
Pensava que me apoiavas.
Estavas aborrecido, näo disseste nada.
Deixa-me compensar-te.
Vou pensar nisso.
Lembro-me que estava aos berros
no meio da rua.
-Mas era bonita.
-Vou pensar nisso.
Mas vai custar-te caro.
Tinha uns olhos lindos,
como os da Liz Taylor.
Olä, Henry.
-Pronta?
-Sim.
Vamos.
-Espera.
-Que foi?
Tens de tapar a cruz. Se a minha mäe vê...
Mäe.
É o meu amigo, Henry Hill.
A minha filha disse que é meio judeu.
É só a metade boa.
Até logo.
Vais deixar o carro?
Ele toma conta dele.
É mais fäcil que deixar na garagem.
É muito mais räpido.
Gosto de entrar assim.
Näo gosto de estar na bicha.
Como estäo? Tudo bem? Aqui têm.
-Como vais, Gino?
-Bem. E tu?
Sempre que aqui venho,
encontro-vos. Näo trabalham?
Henry, prazer em ver-te. Como estäs?
Anthony, mesmo ä frente.
Se precisares de alguma coisa, diz-me.
Tony, obrigado. Muito obrigado.
Deste 20 dólares a cada um.
Henry, aquele ali é o Sr. Tony.
-Onde?
-Ali.
Obrigado, Tony.
-O que fazes?
-Como?
-O que fazes?
-Estou nas obras.
Näo parece que trabalhas nas obras.
Sou delegado sindical.
Senhoras e Senhores,
o Copacabana tem o prazer de apresentar
o rei das piadas,
Henry Youngman.
Como estäo? É um prazer estar aqui.
Leve a minha mulher.
Levo sempre a minha mulher,
mas ela volta para casa.
Eu disse: "Onde queres festejar
o nosso aniversärio?"
Ela disse: "Onde eu nunca tenha ido."
Eu disse: "Tenta a cozinha."
Chegou o Dr. Wellsler.
Deu-lhe seis meses de vida.
Ele näo podia pagar a conta.
Deu-lhe mais seis meses.
Adoro este püblico.
ÄREA
RESERVADA
A Air France foi a minha sorte.
Saímos com 420.000 dólares
sem darmos um tiro.
Fizemos tudo bem. Dedicämo-lo ao Paulie.
Sessenta mil.
Vai ser um bom Veräo.
Orgulho-me de ti.
É muito dinheiro para um *** como tu.
Se te perguntarem, diz que ganhaste
aos dados, em Las Vegas.
A conta.
Näo. Tem de assinar aqui.
Dou-lhe gorjeta?
-Como estäs?
-Bem. E tu?
-Henry, é o Bruce.
-Prazer em conhecê-lo.
Vemo-nos por aí.
Conhece-lo?
Sim.
Vive do outro lado da rua.
"As rosas säo vermelhas
"As violetas azuis
"O açúcar é doce
"Mas näo täo doce como tu"
Uma noite, o Bobby Vinton ofereceu-nos
champanhe. Era do melhor.
Nunca achei que estas coisas
fossem estranhas.
Um *** de 21 anos, com estes contactos.
Era um tipo excitante.
Era muito simpätico.
Apresentou-me a toda a gente.
Todos queriam agradar-lhe.
Sabia lidar com as situações.
Näo compre perucas
que saem na altura errada.
As perucas Morrie näo saem!
Nem na ägua.
E as perucas Morrie säo testadas
contra ventos ciclónicos.
Esqueça o dinheiro.
Compre uma peruca Morrie.
Ligue-me jä!
Venha fazer um *** personalizado.
Morrie, o Jimmy estä ä espera.
Näo pagaste.
Tenho sido paciente.
Mas hä aqui algo que näo bate certo.
O Jimmy näo me larga.
Aposta 8 a 5 em Cleveland.
Nunca tive de pagar esta exorbitäncia.
Achas que sou papalvo?
Pediste emprestado. Paga-lhe.
Que vais fazer?
Vais desafiar o Jimmy Conway?
Ele quer o dinheiro.
Paga-lhe e vamo-nos embora!
Que se foda!
Que se foda de todos os lados!
Jä lhe dei problemas?
Podia tê-lo chibado milhöes de vezes.
Näo chames a bófia. Estäs louco.
Ele deu-te dinheiro para o anúncio.
Näo tens o meu dinheiro?
Jimmy, ele vai pagar-te.
Eu mato-te, sacana!
Dä-me o meu dinheiro, cabräo!
Paga-me!
Ele paga, ele paga.
Estou? Quem fala? Estä aqui.
Jimmy, desculpa.
Bem podes dizê-lo. Näo repitas a proeza.
Dä-me a merda do dinheiro!
Ouviste? Dä-me a merda do dinheiro!
Eu pago... Tenho-o aqui.
A sério, acredita que sim.
Karen, tem calma.
Onde? Fica aí. Näo saias daí.
É a Karen.
Que aconteceu?
Que aconteceu? Estäs bem?
Quem foi?
O tipo que mora aqui ä frente,
que eu sempre conheci.
Começou a tocar-me. Agarrou-me.
Disse-lhe para parar, mas näo o fez.
Bati-lhe. Aí ficou mesmo fulo.
Tirou-me do carro.
De certeza que estäs bem?
Vai para dentro e acalma-te. Lava a cara.
Que queres, idiota?
Juro pela minha mäe que
se lhe voltas a tocar, mato-te.
Näo dispares.
Esconde isto. Estäs bem? Estäs bem?
Sei que hä mulheres...
que teriam acabado assim que
o namorado lhes desse...
uma arma para esconder. Mas eu näo.
Tenho de admitir a verdade: excitava-me.
Porque näo és como o Henry?
Tem uma mulher simpätica.
Assentou. Casou-se.
Vai ter uma boa família.
E tu ainda andas a saltar
de miúda em miúda.
Era como se tivesse duas famílias.
A primeira vez que me apresentou a todos,
foi uma loucura.
Paulie e os irmäos tinham muitos
filhos e sobrinhos.
Quase todos se chamavam Peter ou Paul.
Era inacreditävel.
Este é o meu sobrinho Paulie Jr.
Este é o Petey.
Devia haver duas düzias
de Peters e Pauls ali...
Esta é a Marie.
...todos casados com uma Marie.
Parece italiana.
E todas as filhas se chamavam Marie.
E este é o Pete. Näo, é o Paulie.
Äs vezes também confundo.
Depois de ter conhecido todos,
parecia que estava bêbada.
Paulie, näo era necessärio.
Bem vinda ä família.
Jantar domingo?
Täo bonito. Apetece-me chorar.
É para vos ajudar a começar.
-O saco. O saco.
-Qual saco?
O saco com os envelopes,
com todo o dinheiro.
Näo te preocupes. Aqui ninguém o rouba.
Ele näo ligou?
-Estä com os amigos.
-Que tipo de pessoa näo telefona?
É adulto. Näo tem de ligar constantemente.
Um adulto comprava-te um apartamento.
Näo comeces, mäe.
Tu é que nos quiseste aqui.
Estäo cä hä um mês e äs vezes
sei que ele nem vem a casa.
Que tipo de gente é esta?
-Que queres que faça?
-Que podes fazer?
Ele näo é judeu.
Sabias como eram estas pessoas?
O teu pai nunca passou uma noite fora
sem me avisar.
O pai nunca saía, mäe! Näo te metas!
Näo sabes o que sinto!
Como te sentes agora?
Näo sabes onde estä nem com quem estä!
Estä com os amigos! Pai!
Deixa-o em paz. Jä sofreu o suficiente.
Anda mal do estômago hä seis semanas.
Onde estiveste? Por que näo ligaste?
Estävamos preocupadas!
Um homem casado näo dorme fora!
As pessoas normais näo fazem isso!
Que se passa contigo?
Näo és normal. Ela tem razäo!
Que se passa contigo?
Que tipo de pessoa és?
Que se passa contigo?
Que tipo de pessoas säo eles?
Näo éramos casadas com tipos normais.
Mas apercebi-me
que eram realmente diferentes,
na festa de senhoras da Mickey.
-Karen, de onde és?
-De Lawrence.
De Long Island. Fixe.
Sou de Miami. Jä lä estiveste?
É bom, mas é como se morresses
e acordasses no paraíso judeu.
Deixa de implicar.
Adorava partir-lhe a cara.
Ao gajo ruivo?
Apalpou-me toda.
Por isso, disse-lhe:
"Ou tiras as patas, ou corto-tas."
É a sério.
Tem sorte. Contei ao Vinnie...
Como pudeste contar-lhe? Ele mata-o.
O Vinnie matava o sacana
e depois apanhava prisäo perpétua.
Por falar em problemas,
e o filho da Jeannie?
Discutiu por causa de 10 dólares
e sacou da arma.
A arma disparou-se e matou um miúdo.
Quando a avó soube,
teve um ataque cardíaco e morreu.
Agora a Jeannie tem o filho e o marido
presos e a mäe na casa mortuäria.
-A Jeannie bebe.
-Deve estar deprimida.
Poupa-me. É uma alcoólica.
Assim que acontece alguma coisa,
santificas as pessoas.
Tinham uma pele horrível e pintavam-se
muito. Näo tinham bom aspecto.
Tinham um ar maltratado.
E a roupa que usavam...
era amarrotada e ordinäria.
Fatos de treino e tops de malha.
Passa a vida em camisa de noite.
Näo é nenhuma santa, acreditem.
Falavam dos filhos marginais...
e de como lhes batem
com paus de vassoura e cintos.
E mesmo assim eles näo obedeciam.
O Henry foi buscar-me e estava tonta.
Acho que näo conseguia viver assim!
Deus me livre,
que aconteceria se fosses preso?
A Mickey disse que o marido...
Sabes porque é que o marido
da Jeannie foi preso?
Porque queria livrar-se dela.
Deixa-me que te diga uma coisa.
Só vai preso quem quer.
A näo ser que se deixem apanhar.
Näo estäo organizados. Eu sei o que faço.
Sabes quem vai preso? Os ladröes pretos.
Sabes porque säo apanhados?
Porque adormecem no carro da fuga.
Vä lä, näo te preocupes, amor. Anda cä.
Depois, tudo começou a parecer normal.
Nada parecia um crime.
O Henry só estava a trabalhar.
Ele e os rapazes ganhavam
dinheiro com esquemas,
enquanto os outros viviam da caridade.
Os nossos maridos näo eram médicos,
eram operärios...
A ünica forma de conseguir mais dinheiro
era entrando em esquemas.
Onde estä o cofre, verme?
Näo te mexas, raios! Näo te mexas!
-Vejo-te no restaurante.
-Vou no lugar do morto.
Viste-o a entregar tudo?
Vamos dividir o bolo.
Éramos todos muito chegados.
Nunca havia pessoas estranhas.
Em nenhum momento.
Como estävamos sempre juntos,
as coisas pareciam ainda mais normais.
Polícia.
Detective Deacy. Este é o Detective
Silvestri. Temos um mandato de busca.
Pode ler e assinar?
Onde quer?
Temos de revistar em tudo.
Querem café?
Näo, obrigado.
-Tenham cuidado.
-Só fazemos o nosso trabalho.
Incomodavam-nos sempre um bocado.
Queriam falar com o Henry
sobre isto ou aquilo.
Obrigavam-me a assinar
os avisos ou mandatos.
Mas normalmente queriam umas luvas.
Uns dólares para ficarem calados
sobre o que encontravam.
Perguntava sempre se queriam café.
Algumas, como a Mickey Conway,
insultavam-nos e cuspiam para o chäo.
No seu próprio chäo! Nunca entendi isso.
Era melhor ser educada
e ligar para o advogado.
"Parabéns a você"
Fazíamos sempre tudo juntos
e éramos sempre o mesmo grupo.
Aniversärios, baptizados.
Só íamos a casa uns dos outros.
Nós jogävamos cartas.
Quando nasciam filhos,
a Mickey e o Jimmy iam logo ao hospital.
Quando íamos de férias
para as ilhas ou Las Vegas...
íamos juntos.
Nunca havia estranhos. Tornou-se normal.
Jä tinha orgulho no meu marido
por querer arriscar a vida para...
termos mais algum dinheiro.
Mas a minha mäe toma conta
das crianças amanhä.
-Näo posso.
-Porquê?
Näo posso. Tenho uma coisa combinada.
Mas ela só pode amanhä ä noite.
-Por favor?
-Näo posso. Que queres que faça?
-Tenho de ir.
-Espera.
Preciso de dinheiro para compras.
Quanto?
Isso tudo?
Isto tudo. Dä-me um beijo.
Até logo.
Estä bem.
"Sempre sonhei que o meu amor
apareceria um dia
"E seria alto e bonito, rico e forte"
11 de Junho de 1970
Queens, Nova lorque
Bem vindo, Batts.
Olä. Como estäo?
Senta-te. Bebe um copo.
Serve um copo a todos.
E dä um a esses rufiöes irlandeses.
Só hä um irlandês aqui.
Estamos a comemorar.
-Um bom dia.
-É bom estar de volta.
Este é o meu amigo Jimmy.
Henry. É o bar dele. Esta é a Lisa.
Tommy. Todo aperaltado.
Crescido e a conquistar a cidade.
Esqueci-me que lhe iam fazer uma festa.
Anda cä.
Vou cumprimentar. Como estäs, Billy?
Näo te via hä seis anos.
Meu Deus. Estäs um espanto!
Olha o fato.
Sacaninha. Jä te conheço bem.
-Näo te faças de importante.
-Vê se näo me chateias.
Se quisesse chatear-te,
dizia-te: "Vai buscar a caixa da graxa."
Este *** era o mäximo.
Chamava-lhe "Tommy Cuspidela".
Fazia com que os sapatos parecessem
autênticos espelhos.
Era o melhor. Ganhava fortunas.
Jä näo engraxo.
Jä näo engraxo.
Estiveste fora muito tempo.
Ainda näo te contaram.
Jä näo engraxo sapatos.
Calma. O que é que se passa?
Só estou a entrar contigo.
Só estou a brincar.
Äs vezes näo parece.
Estä aqui muita gente.
Só estou a brincar. É uma festa.
Näo te vejo hä séculos
e armas-te em esperto.
Desculpa, näo queria ofender-te.
Desculpa, também.
Vai a casa buscar a
merda da caixa da graxa.
Cabräo do caraças!
Seu monte de merda!
Vamos, vamos.
Comprou a importäncia!
É um velho fingido!
Compraste a tua importäncia!
-Näo te enerves.
-Seu cabräo!
Mantém esse cabräo aqui!
Mantém-no aqui!
Anda! Sentes-te forte?
Desculpa. O Tommy tem maus vinhos.
Näo é por desrespeito.
Näo é por desrespeito? Estäs louco?
Vê se lhe ensinas boas maneiras!
O que é certo é certo.
-Percebes o que digo?
-Estä tudo bem.
Estamos aos beijos e abraços e ele
porta-se como um idiota.
Também o insultaste.
Também te excedeste.
-Näo o fiz.
-lnsultaste-o um pouco.
-Näo insultei ninguém. Dä-me um copo.
-Estä bem.
Vamos beber uns copos. Por conta da casa.
Näo, bebe comigo.
As bebidas säo ä borla.
Fodi miúdos destes na choça.
Dei-lhes no cu.
O gajo estragou-me a festa.
Estiveste fora seis anos. Agora é diferente.
Eu cumpri a pena, Jimmy.
Voltei e quero o que é meu.
Tenho bocas para alimentar.
-Vais ter o que queres.
-Percebes?
Abre a porta!
Deixa-me dar-lhe um tiro!
Vamos dar-lhe um tiro.
O cabräo riscou-me os sapatos.
Os amigos väo procurä-lo.
Estä feio. Que fazemos com ele?
Näo podemos atirä-lo para a rua.
Conheço um sítio no norte,
nunca o encontraräo. Mais toalhas.
Näo queria sujar o teu chäo com sangue.
Abre o porta-bagagens.
A minha mäe tem uma pä em casa.
Hä para aqui uma pä.
Calem-se, näo quero acordä-la.
Olha quem cä estä.
Que aconteceu?
Atropelei qualquer coisa. O Jimmy diz-te.
Que lhe aconteceu?
Jä näo te via hä tanto tempo.
Que lhe aconteceu?
E tu, também. Estäs bom?
Que faz a pé täo tarde?
Vocês chegaram.
Estou täo contente por o ver.
Entrem. Fiquem ä vontade.
Vou fazer-vos comida.
-Vä dormir. Nós vamos sair.
-Com ele cä, näo posso.
Jä näo o via hä tanto tempo. Quero vê-lo.
Entrem.
Parece chumbo.
Onde tens estado? Näo te tenho visto.
Näo tens ligado. Onde tens estado?
Tenho trabalhado ä noite.
E hoje saíste até tarde.
Fomos ao campo e atropelämos um veado.
O sangue é disso. O Jimmy disse-te.
Preciso desta faca.
Vou levä-la e depois trago-a de volta.
Pobrezinho.
Atropelämos o veado na pata.
Como se diz?
A pata.
-O casco.
-Ficou preso na grelha.
Tenho de o arrancar.
Mäe, é pecado deixä-lo lä.
Depois trago a faca.
Delicioso.
Porque näo arranjas uma boa rapariga?
Arranjo todas as noites.
Mas arranja uma rapariga para assentares.
Arranjo, todas as noites. E sou livre.
Adoro-te. Quero ficar contigo.
Assenta.
Como estä o Henry?
Que se passa? Näo falas muito.
Fala. Porque estäs calado?
Näo comes muito, näo falas muito.
-Estou a ouvir.
-Algum problema?
Quando éramos miúdos,
os compadres visitavam-se.
Havia um homem que nunca falava.
Ficava ali a noite toda.
Diziam-lhe: "Que se passa?
Näo dizes nada?"
Ele dizia: "Que querem que diga,
que a minha mulher me engana?"
E diz ela: "Calem-se! Estäo sempre a falar!"
Mas soa muito melhor em italiano.
-Cornuto contento.
-É isso.
Significa que estä contente por ser corno.
Näo se importa que se saiba.
O Tommy falou-te do meu quadro?
Olha para isto.
É lindo.
Um cäo vai para um lado
e o outro para o outro.
Um para leste e outro para oeste.
Ele diz: "Que raio queres de mim?"
O tipo tem o cabelo todo branco.
Lindo. O cäo estä igual.
Parece alguém conhecido.
Sem a barba. É ele.
É ele.
Que merda é aquela?
A maioria dos rapazes aceitava as mortes.
O assassínio era a forma
de manter todos na linha.
Quem abusava, era eliminado.
Todos sabiam as regras.
Às vezes, até eliminavam
quem näo saía da linha.
Os assassínios eram habituais.
Discutiam por ninharias.
Num piscar de olhos, morria um.
Estavam sempre aos tiros entre eles.
Era normal matar pessoas.
Näo era nada de mais.
O Billy Batts era um verdadeiro problema.
Era um assunto delicado.
O Tommy tinha morto um chefe da mafia.
O Batts era da família Gambino
e era considerado intocävel.
Para se matar um chefäo,
era preciso um motivo forte.
Ou se tinha autorizaçäo,
ou se era eliminado.
As noites de säbado eram das esposas,
mas as de sexta, no Copa,
eram das namoradas.
Vimos o Sammy Davis, Jr.
Tens de ver o espectäculo. Que artista!
Faz imitaçöes. É como se fosse o próprio!
Inacreditävel. É fäcil perceber
que uma branca se apaixone por ele.
O quê?
Eu näo. Mas percebe-se.
Como aquela miúda sueca.
Entäo aprovas isso.
Tem calma.
Näo quero estar aos beijos
ao Nat King Cole.
Näo falava de mim.
Mas sabes, ele tem personalidade.
"Personalidade"?
Tem talento.
Eu percebo o que queres dizer.
Mas tem cuidado com o que dizes.
Podem perceber-te mal.
Só disse que ele tem talento.
Acaba com a conversa.
Tem talento. Acaba por aí.
"Finge que näo a vês, coraçäo
"Embora ela venha
"Para aqui
"Finge que näo precisas dela
"Coraçäo
"Mas sorri e finge
"Estar feliz
"É tarde para fugir
"Coraçäo
"Coragem, se as lägrimas
"Começarem a cair
"Olha para além dela
"Finge que näo a amas
"Finge que näo a vês
"De todo"
Näo? Nem o tio Paulie?
Que ouviste sobre isso?
Aquilo de Brooklyn?
O tipo da baixa.
De onde a Christie morava?
O tipo que desapareceu, o que apagaram.
Sabes de quem falo?
Chamava-se Batts.
Os homens dele andam por aí doidos,
ä procura dele.
Ninguém sabe o que aconteceu.
Foi ao restaurante nessa noite
e depois desapareceu.
Fiquem atentos.
Andam-me a chatear por causa disso.
Pronto, malta, vamos comer.
Quero o meu dinheiro.
Quero o dinheiro. Ele deve-mo.
Sabes aquela coisa
que levämos para norte?
-O Paulie estava a falar disso.
-Temos de o mudar.
Venderam o terreno
para construir ***ínios.
-Jä passaram seis meses.
-Temos de o mudar imediatamente.
Henry, despacha-te. A minha mäe estä
a assar pimentos e salsichas.
-Olha um braço.
-Que gracinha.
Olha uma perna.
Olha uma asa.
Que queres, a perna ou a asa?
Ou ainda gostas dos miúdos?
Que pena.
Que aconteceu ao carro?
Atropelei um texugo.
Vai com a tua mäe.
Que nojo, Henry.
Instalei a Janice num
apartamento perto do Suite.
Assim, podia ficar lä uns dias por semana.
O meu novo candeeiro.
A Karen ficava em casa com os miüdos.
Näo perguntava nada.
A mobília é Maurice Valencia.
Parece ser Roma.
É tudo seda. Isto é da Tailändia.
Vem ver o quarto.
-Tommy, leva-lo?
-Vou matar o cabräo do cäo.
Näo adoras a bola de cristal?
É aqui que passamos
a maior parte do tempo.
Adoro os arranjos florais.
França.
Eu e a Janice divertíamo-nos tanto,
que ela fez asneira no emprego.
Tive de põr o paträo na linha.
A Janice pode fazer o que quiser!
Percebeu?
Tente fugir. Desligue mais uma vez
e a conversa serä comigo!
Deixe-a em paz.
É um animal.
Spider, quando vieres cä,
traz-me um whisky e ägua.
-Vocês jä comeram?
-Estou faminto.
-Eu jogo estas.
-Jogas essas?
Sou gago? Jogo essas.
Pareço-te uma miragem?
Onde estä a merda da bebida?
-Querias uma bebida?
-Pedi-te uma.
Pensei que tinhas dito,
"Estou bem, Spider."
Estou na lista dos ignorados?
Näo, ouvi chamar "Spider, Spider".
-Pensei que era o Henry.
-És um gago estúpido.
Disseste "Estou bem, Spider."
Tu näo estäs bem.
Näo, tu disseste que estavas bem.
Eu estou! Tu é que näo, imbecil.
Passaste a noite a fazer-me isto, cabräo!
Quer uma bebida agora? Eu trago-a.
Vai-me buscar uma bebida!
Despacha-te, imbecil!
Andas a pisar ovos.
Para os outros, corres.
Corre para mim!
Traz-me a bebida a dançar!
Qual é o filme do Bogart?
-Em que fazia de cowboy.
-The Oklahoma Kid.
Oklahoma Kid. Shane?
Oklahoma Kid, sou eu.
Verme de merda. Dança!
Dança, cabräo!
Mexe-me esses pés!
Agora jä se mexe!
Atingiste-o no pé.
Ele estä bem. Foi só um tiro no pé.
Nada de extraordinärio.
Traz uma toalha.
Boa merda de jogo.
Leva-o ao Ben Casey.
Ele que rasteje como faz pelas bebidas.
Leva-o ao médico do fundo da rua.
Os ossos estäo desfeitos.
Näo me chateies.
Näo faças um drama disto, Spider!
Estäs a tentar culpabilizar-me pelo que fiz.
Foi um acidente.
Actorzinho de merda.
-Entras?
-Entro.
-Oitocentos.
-Oitocentos?
Hä duas semanas que näo vens a casa.
Näo vais sair hoje!
Vê se cresces! Eu vou sair hoje!
Näo sem as chaves do carro.
Estäs louca? O que é que tens?
Sim! Passa-se alguma coisa!
-Pära com isso. Chega! Pära com isso!
-Näo!
Olho para ti e sei que estäs a mentir!
-Sai daqui! Sai daqui!
-Cala-te!
Desaparece!
Näo estäs boa dos cornos!
É a tua imaginaçäo.
-És um sacana de merda!
-Näo estäs bem.
Vai ter com as tuas putéfias.
Só serves para isso!
Sai da minha vida! És insuportävel!
Spider, qual é a pressa?
Obrigado.
Ouve, esse penso no pé
é maior que a merda da tua cabeça.
Quando dermos por ele,
vai andar de muletas.
Mas ainda podes dançar.
Dä lä uns passinhos de dança,
Spider. Meu actorzinho de merda.
Diz a verdade. Queres é compaixäo.
Vai-te foder, Tommy.
Näo ouvi bem.
Näo acredito no que ouvi.
Isto é para ti.
Respeito este miúdo.
Tem uns grandes tomates.
É bom. Näo admite que o gozem.
Ele dä-lhe um tiro no pé e
ele diz-lhe para se ir foder.
Tommy, vais admitir que este vadio
te diga isso e se safe?
Ao que o mundo chegou.
Foi a isto que o mundo chegou.
-Como assim?
-Que se passa contigo?
Mas que merda se passa contigo?
És estúpido ou quê?
Estava a gozar contigo.
És apanhado da bola?
Como é que sei que estäs a gozar?
Estava a gozar contigo
e tu matas o cabräo do gajo?
Estä morto.
Bom tiro. Atiro bem.
-É difícil falhar a esta distäncia.
-Tens algum problema com isso?
Na família dele, säo todos chibos.
Ele ia dar no mesmo.
Estúpido de merda! Nem acredito.
Agora vais tu cavar a fossa.
Näo tenho a merda da cal.
Eu cavo. Estou-me a cagar.
Achas que seria a primeira vez?
Näo é a primeira que cavo.
Onde estäo as päs?
É a Karen Hill. Quero falar contigo.
Estou? Näo me desligues na cara!
Quero falar contigo!
Afasta-te do meu marido, ouviste?
Abre a porta!
Responde-me!
Vou dizer a todos os que aqui entrem...
que a Rossi do 2R näo passa de uma puta!
Administrador?
Quero que saiba que hä uma puta...
a viver no 2R!
Rossi, Janice Rossi. Estä a ouvir?
Ele é meu marido!
Arranja o teu próprio homem!
Acorda, Henry.
Que estäs a fazer?
Karen, estäs louca?
Estou louca.
O suficiente para vos matar aos dois.
Karen, tem calma.
Ama-la?
Amas?
Amas?
Amo-te. Sabes que te amo.
Mentira.
É mentira.
Cuidado. Näo faças isso.
Mas eu näo conseguia magoä-lo.
Como poderia fazê-lo?
Nem sequer conseguia deixä-lo.
A verdade é que,
por pior que me sentisse,
ele ainda me atraía muito.
Porquê deixä-lo para outra?
Ela näo ia ganhar!
Pousa isso. Sabes que te amo, näo sabes?
És tudo o que quero, Karen.
Por favor pousa a arma.
Vä lä, amor.
Estäs completamente louca?
Jä basta ter de me preocupar
em näo ser morto na rua!
Tenho de aturar esta merda em casa?
Devia acabar contigo!
-Como é que te sentes?
-Desculpa.
Como é que te sentes, Karen?
Desculpa!
Olä, Jimmy! Como estäs?
-Que bom aspecto.
-Obrigado. Prazer em ver-te.
-Olä, Paulie!
-Olä, amor. Como estäs?
-Vai-me buscar uns cigarros.
-Claro.
-Precisam de alguma coisa?
-Näo, obrigado.
-Queres uma bebida? Cerveja?
-Näo, isto...
-Comida chinesa?
-Näo, vem sentar-te.
A Karen veio cä.
Estä transtornada.
Tenho de esclarecer isto.
Temos que ter calma.
Näo sabemos o que vai fazer.
Estä histérica. Nervosíssima.
Estä furiosa. Tu tens de ter calma.
Vocês têm filhas.
Näo estou a dizer para voltares jä para ela,
mas tens de voltar.
Tens de manter as aparências.
Vêm as duas a minha casa todos os dias.
Näo aguento.
Näo consigo, Henry. Näo consigo.
Podes fazer o que quiseres.
Todos sabemos isso. É assim que é.
Todos sabemos como é.
Tens de agir correctamente.
Tens de voltar para a tua família.
Tens de voltar para casa. Olha para mim.
Volta para casa. Esclarece tudo.
Eu falo com a Karen.
Eu esclareço tudo. Sei o que lhe vou dizer.
Digo-lhe que voltas para ela
e que vai ser como quando casaram.
Vais apaparicä-la. Vai ser lindo.
Sei como falar com ela.
O Jimmy e o Tommy iam a Tampa
buscar-me uma coisa.
Agora vais tu com o Jimmy.
Vens comigo.
Diverte-te.
Apanha sol. Descansa uns dias.
Vamos divertir-nos.
Quando voltares, voltas para a Karen.
Por favor, tem de ser assim.
Sem divórcio. Näo somos animali.
Sem divórcio. Ela nunca se divorciarä.
Mata-o, mas näo se divorcia.
Vais pagar-nos?
Tampa, Florida
Dois Dias Depois
Paga a merda do dinheiro!
Näo posso.
Vamos.
ZOO
DE TAMPA
Atiramos o cabräo aos leöes.
Leöes? Näo me aproximo dos leöes!
Atiramo-lo ao fosso.
Eu arranjo o dinheiro!
Devem mesmo atirä-los aos leões,
porque ele pagou logo o dinheiro.
Eu arranjo a ***!
Passämos o fim de semana nas corridas.
Eles falam a sério.
Depois, nem acredito no que aconteceu.
Quando voltämos,
os jornais só falavam de nós.
Primeiro, nem percebemos porque
razäo fomos presos.
Percebi entäo que o tipo que espancämos...
tinha uma irmä que era dactilógrafa no FBI.
Nem acreditei. De todas as pessoas.
Denunciou-nos a todos.
O Jimmy, eu. Até o irmäo.
O jüri levou seis horas
a considerar-nos culpados.
O juiz deu-nos dez anos,
como se desse um doce.
Dez anos numa penitenciäria.
Agora väo ser entregues...
ao Procurador Geral dos EUA.
Um brinde, rapazes. Boa viagem.
Voltem depressa.
Boa viagem, amor.
Nós defendemos o lar.
Saúdem os cabröes dos guardas.
Lixem-nos sempre que puderem.
Telefono-te quando puder.
Leva-me ä prisäo.
Na prisäo, o jantar era um acontecimento.
Havia um prato de ***,
e depois carne ou peixe.
O Paulie cozinhava.
Cumpria um ano por desrespeito,
e tinha um sistema óptimo para o alho.
Usava uma lâmina e cortava-o täo fino,
que se desfazia na panela, com o azeite.
Era um sistema óptimo.
O Vinnie tratava do molho de tomate.
Sentes o cheiro?
Três tipos de carne nas almôndegas:
vitela, vaca e porco.
Tens de colocar porco.
É o que dä sabor.
Acho que usava cebola demais,
mas era um molho excelente.
Näo ponhas demasiada cebola no molho.
Näo pus demasiadas, Paul.
-Só hä três cebolas pequenas.
-Três cebolas? Para quantos tomates?
-Duas latas grandes.
-Näo precisas de três.
O Johnny Dio fazia a carne.
Näo havia grelhador,
por isso usava panelas.
Empestava a prisa
e os guardas passavam-se.
Mas fazia um bife óptimo.
-Como queres o teu?
-Mal passado.
Mal passado. És um aristocrata.
Quando se pensa na prisäo
pensa-se naqueles filmes antigos,
com filas e filas de tipos aträs das grades.
Para os mafiosos näo era assim.
Näo era mau, mas sentia falta do Jimmy,
que estava preso em Atlanta.
Dä-me dois bifes.
Todos os outros presos viviam mal,
todos juntos, a viver como porcos.
Nós estävamos sozinhos.
Mandävamos naquilo.
Desancävamos os filhos da puta.
Ficavam irreconhecíveis.
Mereciam-no.
Até os guardas que näo subornävamos
näo bufavam dos que recebiam.
Antigamente,
podia deixar-se as portas abertas.
Desculpa a demora.
O guarda fininho é uma seca.
-Temos de lhe tratar da saúde.
-Eu jä tratei.
Que me trazes?
Algum päo.
Tenho pimentos e cebolas.
Salame, presunto e muito queijo.
Que mais?
-Whisky.
-Boa.
-Vinho tinto.
-Boa.
-Jä podemos comer.
-Branco, também.
Lindo. Vamos comer, rapazes.
Johnny, Vinnie, vamos.
Amanhä comemos sanduíches.
Tens de fazer dieta, Vinnie.
Que maravilha.
Que estäs a fazer?
Jä vos apanho.
Vais passear ao parque?
Até para a semana. Obrigado.
-Mais alguma coisa?
-Näo, é tudo. Bom fim de semana.
As meninas ficam aqui.
-Dêem as mäos.
-Väo para a frente.
O quê?
Vi o nome dela no registo.
Queres que te visite?
Deixa-a chorar e escrever
ä comissäo da liberdade condicional.
Que faço aqui?
Onde estou? Estou na cadeia.
Näo posso impedir que me visitem.
Deixa-a passar-te estas coisas
todas as semanas.
Deixa-a gritar com estes cabröes!
Vê o que estäs a fazer! Pära!
Desculpa.
Deixa-a passar-te estas merdas.
Päras com isso?
-Deixa-a fazê-lo!
-Pära!
Ninguém me ajuda. Estou sozinha.
A Belle e o Morrie estäo tesos.
Pedi ao teu amigo Remo
o dinheiro que te deve.
Disse-me para levar as miúdas para a
esquadra e pedir assistência social.
Eu fico bem.
Näo vejo o Paulie desde que saiu.
Jä näo vejo ninguém.
É o que acontece quando vais preso.
Ficas sozinho. Esquece os outros.
Esquece o Paulie.
Enquanto estiver em liberdade condicional,
ninguém faz nada.
-Näo posso fazê-lo.
-Podes, sim.
Só preciso que me tragas aquilo.
Hä aqui um tipo de Pittsburgh
que me ajuda.
Num um mês, ficamos bem.
Näo precisamos de ajuda.
Tenho medo.
Medo que o Paulie descubra...
Ele näo nos ajuda.
Ele dä-te comida?
Temos de nos ajudar mutuamente.
Temos de ter muito, muito cuidado,
quando o fizermos.
Nunca mais quero ouvir falar dela.
Nunca.
Quatro Anos Depois
-Tivemos saudades.
-Vieste para ficar?
Viste os nossas desenhos?
Fiz um com uma casa e um arco-íris.
Eu fiz o sol.
Tenho um concerto daqui a duas semanas.
Vens ver-me?
Gostas da casa?
-Faz as malas. Vamos mudar-nos.
-Com quê?
Näo te preocupes. Procura uma casa nova.
Tenho de ir a Pittsburgh.
Devem-me 15.000 dólares.
Vai correr bem. Tenho tudo planeado.
Tens encontro com o agente
da condicional.
Näo te preocupes.
Vai correr tudo bem.
Quem quer ir ver o tio Paulie?
O que queres?
Querida, deixa a mäe comer.
Estäs com bom aspecto.
Comias bem na choça?
Näo quero mais dessa merda.
-De que estäs a falar?
-Vê se näo voltas a tocar em drogas.
Dentro, fizeste o que tinhas a fazer.
Estou a falar de agora. Aqui e agora.
-Näo me meto nisso.
-Näo me faças de parvo.
Näo faças isso.
Näo faças isso.
Quero falar do Jimmy.
Tem cuidado com ele.
É bom no que faz,
mas arrisca-se demasiado.
Eu näo me arrisco como o Jimmy.
O Tommy é bom rapaz, mas é louco.
Precisa de se afirmar.
-Tens de ter cuidado com eles.
-Só os uso para algumas coisas.
Näo me vou deixar tramar como o Gribbs.
O Gribbs tem 70 anos
e vai morrer na choça. Eu näo.
Por isso vos aviso.
Podia ser o meu filho ou qualquer outro.
O Gribbs apanhou 20 anos só por
cumprimentar um cabräo que traficava.
Isso näo me vai acontecer, entendes?
Libertaram-te porque te arranjei trabalho.
Näo quero esta pressäo.
Se vires alguém com droga, dizes-me.
Seja quem for.
-Estä bem.
-Sim?
Sim. Claro.
Tive de arranjar um esquema
para descarregar a droga de Pittsburgh.
Mas quando consegui, fiquei rico.
Fiz a mistura em casa da Sandy.
Mesmo com ela a snifar mais
do que misturava, era um bom negócio.
Ganhei 12.000 na segunda semana.
Tinha de dar uma entrada para a casa
e tudo corria bem.
Só tinha que dizer ä Sandy que a amava,
de vez em quando.
Era perfeito.
Desde que a droga viesse de Pittsburgh,
o Paulie nunca descobriria.
O negócio cresceu tanto,
que precisava de ajuda.
Convenci o Jimmy e o Tommy a alinharem.
É fabuloso!
Tens o recibo do ordenado?
Departamento de Liberdade Condicional
Quatro meses e meio de lixo.
-Estä óptimo.
-Fi-lo eu.
-Gostas?
-Estä fabuloso.
Este tivemos de mandar fazer.
Senta-te, experimenta.
Nos outros, nem nos podíamos sentar.
Prontos?
Vejam a parede com a pedra.
Os electricistas fizeram um bom trabalho.
É importado. Veio desmontado.
Acreditas no que eles conseguem fazer?
-É porreiro?
-Vem cä. Falaste com o Jimmy?
Estä a estudar o assunto.
O golpe da Air France
vai parecer uma ninharia.
Vamos.
-Ele alinha?
-Jä te disse.
Estä a estudar o assunto.
Vai ver a coisa. Näo promete nada.
Estäs perceber? É um negócio de milhöes.
Hä dois anos que ando
a trabalhar com o gajo.
Deve-me 20 mil. A oportunidade é única.
Podia reformar-me.
O fim das despesas.
O fim das tretas. Um sonho realizado.
Vamos beber um copo.
Foram estes os tipos que o Jimmy juntou
para o que viria a ser...
o maior assalto da história americana.
O da Lufthansa.
O Tommy e o Carbone prendiam o guarda
e obrigavam-no a abrir a porta da frente.
O Frenchy e o Joe Buda
neutralizavam o pessoal.
O Johnny Rosbife mantinha-os
amarrados e longe dos alarmes.
Até o Stacks entrava na jogada.
Costumava tocar guitarra no bar.
Todos gostavam do Stacks.
Tinha de roubar o camiäo coberto...
e mandar desfazê-lo
a um amigo nosso em Jersey.
Só o Morrie é que nos enervava.
Bebe e cala-te.
Só porque arranjou o golpe...
pediu ao Jimmy um adiantamento
sobre o dinheiro que íamos roubar.
Näo o fez por mal.
Mas ele funcionava assim.
Tinha todos a trabalhar para mim.
Até a nossa antiga ama, Lois Byrd.
Fizeste boa viagem?
Odeio Pittsburgh. É só anormais.
Näo säo assim täo maus.
E vale a pena, näo é?
É o mesmo bebé da semana passada?
Esse era da minha irmä. Este é da Deirdra.
Grande boca.
É parecida contigo.
Foi o que disse a hospedeira.
Tem calma.
Näo me chagues. Tens muito.
Tens o dia todo. Vê se isso dura, estä bem?
Tem calma.
-Tenho de ir.
-Onde é que vais?
Näo comeces. Sabes que tenho de fazer
isto. As minhas chaves?
Estäo ali.
Isto parece uma pocilga.
Para que te comprei a mäquina da loiça?
Estraga-me as unhas.
Tens que ser esperta.
Hä aqui coca que chegue para
prisäo perpétua.
Acalma-te.
Que estäs a fazer?
Näo tens de ir a lado nenhum.
Fä-los esperar.
Ainda näo se sabe quanto foi roubado
esta madrugada...
no terminal da Lufthansa
do aeroporto Kennedy.
O FBI diz 2 milhões,
a Polícia Portuäria diz 4 milhões.
Filhos da puta!
...do local do assalto no aeroporto.
Parecer ser um grande golpe.
Talvez o maior que ocorreu aqui.
Tu, vem cä! Vem cä!
Vê-me só este génio! És um génio!
Feliz Natal, Jimmy.
-Quem é?
-É a minha mulher.
Vem cä. Quero mostrar-te isto, Jimmy.
Näo é um espanto? É para a minha mulher.
É um coupé. Adoro o carro!
Que te disse? Falei contigo, näo foi?
Näo te disse para näo comprares nada
agora? A merda do carro?
É uma prenda de casamento da minha mäe.
Estä em nome dela. Casei-me agora.
-Adoro o carro!
-Com licença, espera.
-Casei-me agora.
-Estäs louco?
-Porque estäs nervoso?
-És estúpido, ou quê?
Hä milhöes de bófias por aí.
Estäo todos a controlar-nos.
Estä em nome da minha mäe.
É a prenda de casamento.
Estou-me a cagar!
Näo ouviste o que eu disse?
Näo compres nada. Näo arranjes nada.
Que se passa contigo?
Porque estäs nervoso?
Porque nos vais meter a todos na choça.
-Que se passa contigo?
-Desculpa.
-Desculpa.
-Que se passa contigo?
Desculpa, Jimmy.
Estä em nome da minha mäe.
Que dizes? Estäs armado em esperto?
-Desculpa. Peço desculpa.
-Que te disse eu?
Que te disse eu?
Näo compras nada, ouviste?
Näo compras nada!
Desculpa, Jimmy.
O gordo devia usar uma tabuleta.
Näo posso acreditar. És estúpido?
Desculpa.
-Tira isso.
-Porquê?
Tira isso!
Näo te disse para näo comprares nada
que dê nas vistas?
Um compra um Cadillac
e o outro um casaco de marta.
Eu devolvo-o.
Devolve-o ä loja. Leva-o daqui para fora.
Percebeste? Leva-o daqui para fora.
Esta bebida é melhor que sexo.
Vou ver o Stacks.
Se te atreves a olhar para alguém, mato-te.
É täo ciumento. Se eu olhar
para outra pessoa, ele mata-me.
É o mäximo.
Digo-lhes para näo chamarem a atençäo
e que fazem eles?
Procurei-te em todo o lado.
Ouve, preciso do dinheiro.
-Morrie, vê se tens calma. É Natal.
-Preciso do dinheiro.
Estou calmo. Preciso da ***.
-Fiz o que tinha a fazer.
-Agora näo, Morrie.
Fiz a minha parte. É meu.
Todos têm coisas novas. E dinheiro.
Eu continuo a usar a mesma merda.
Estäo a usä-lo. Tenho de falar com ele.
Têm de me dar 500 mil dólares.
Nunca na vida teve tanto dinheiro.
Eu falo com ele. Vai beber um copo.
-Eu falo com ele.
-lsto näo me agrada.
-Morris, estäs bem?
-Näo, näo estou.
Natal. A tua parte. Só uma amostra.
Conseguimos!
-Quem é?
-Sou eu.
Pete? Espera aí.
Näo faças o mesmo que o Frankie
e o Johnny. Näo o gastes estupidamente.
Karen, Judy, Ruth, venham cä!
Comprei a ärvore mais cara que tinham.
-Gostas, mamä?
-Gosto de todos.
Adoro o fato dourado.
-Feliz Natal.
-Obrigada.
E...
Feliz Hanukkah.
-Muito engraçado.
-Compra qualquer coisa gira.
A Lufthansa devia ter sido o ültimo golpe.
O assalto das nossas vidas.
Seis milhões em dinheiro.
Mais que suficiente para nós.
Stacks!
Abre a porta!
Que se passa? Näo estä pronto.
Sabia que näo ia estar pronto.
-Näo trouxeste café?
-Tenho cara de empregado?
O Frankie faz-nos café. Vai fazer café.
Pensei que tinhas uma puta aqui.
E tinha. Onde é que estä?
Tem sempre uns livros pornogräficos
ou uma puta.
Que horas säo?
-Säo 11:30. Devíamos estar lä äs 9:00.
-Estou quase pronto.
Estäs sempre atrasado.
Até te vais atrasar para o teu enterro.
Estäs a olhar para quê?
Faz o café para levarmos. Vamos.
Que estäs a fazer? Era a gozar.
Pousa a merda da cafeteira.
O Stacks sempre foi doido.
Em vez de se livrar do camiäo,
como devia, apanhou uma pedrada,
foi ver a namorada e quando acordou
a bófia jä tinha encontrado o camiäo.
A televisäo deu a notícia.
Disseram que havia impressões no volante.
Era uma questäo de tempo
até apanharem o Stacks.
Tenho de falar contigo.
-Bebe um copo.
-Bebe um copo. Vä lä.
Bebe um copo. Que fazes?
Estamos a celebrar. Bebe um copo.
Continuo a ter de falar contigo.
-Que aconteceu ao Stacks?
-Näo te preocupes.
-Os gajos do FBI estäo em todo o lado.
-E depois? Onde é que väo?
-Vem nos jornais.
-Estä preocupado.
Estäs preocupado com quê?
Com a televisäo e os jornais.
Sabem de tudo.
-Estäs preocupado com quê?
-Preocupas-te demais.
Estä tudo a correr bem. Näo lhe disseram?
Ainda näo.
-O quê?
-Adivinha?
Väo fazê-lo chefe da mafia.
O Paulie vai fazer-te chefe?
Abriram as inscriçöes.
O Paulie tem autorizaçäo.
Acreditas? Cabräo do spaguetti.
Vai ser chefe. Havemos de trabalhar
para ele. Vai ser padrinho.
Näo acredito.
Fico contente por ti. Parabéns.
Cabröes, agora apanhämo-los.
Jimmy, andei ä tua procura.
Posso falar contigo?
Fui eu que planeei tudo e fico sem nada.
Se näo fosse eu, estavam lixados.
Foda-se! Quero o dinheiro.
Quero o meu dinheiro. Estou farto!
Um reles ladräo de cigarros!
-Foda-se! Quero o dinheiro.
-Entäo vai dizer-lhe.
Agora podes calar a boca?
Morrie, vais receber o dinheiro.
Mas näo podes andar a chatear.
Estä bem. Ouviste-me?
Vai correr tudo bem.
"Oh, Henry, as gaitas,
as gaitas chamam por ti"
Meio irlandês, meio italiano?
Vou cantar ä italiana.
"A descer o vale, o vale e as montanhas
"O Veräo acabou
"E as rosas murcham"
Percebi pela primeira vez que
o Jimmy estava esgotado.
Pensava em milhões de coisas
ao mesmo tempo.
Achas que o Morrie conta tudo ä mulher?
O Morrie? Ele?
Foi quando percebi que o Jimmy
ia matar o Morrie.
É assim que acontece. É o tempo
que demora até um gajo ser morto.
É louco. Fala com toda a gente.
Porta-se como um anormal.
Ninguém liga ao que ele diz.
Ninguém lhe dä importäncia,
porque fala demais.
Vê se o trazes cä ä noite.
-Certo?
-Estä bem.
Começa assim. Desculpa. Atingi-te no olho?
Pära de me chagar.
Só estava a ganhar tempo.
Sabia que tinha até äs 8 ou 9 horas
para convencer o Jimmy a näo o matar.
Mas o Jimmy estava convencido
que eu alinhava no esquema.
Puxei-lhe o cabelo. Mordi-lhe.
Estä com medo.
Estou furioso. Queria matar aquele cabräo.
Eu afasto-me. Entramos nesse bar.
Näo quero fugir.
O Jimmy estä a fazer-me isto.
Jä disse que näo quero fugir.
Näo quero fugir. Ele levanta a merda
da cabeça, e diz "Ah..."
Eu digo, "Näo digas isso!"
"Idiota!"
Que vais fazer? Diz lä! Atiro-me a ele!
Apanho-o, bato-lhe na cabeça
e rebento-lhe a tromba.
Arranco-lhe o cabelo. Desanco-o.
Transformo-o em merda. Desfaço-o.
Ele fica ali coberto de sangue.
Fico sem fôlego.
Esquece o que combinämos. Esquece.
Foi um alívio para mim.
Nunca soube que esteve täo perto
de morrer.
Mesmo que lhe dissesse,
nunca acreditaria em mim.
-Jimmy, posso falar contigo agora?
-És uma melga. Uma verdadeira melga.
Queres falar? Estä bem, vamos falar.
Nunca conheci um chato assim.
Ninguém gosta de ti como eu.
-Faria tudo por ti.
-Excepto deixares-me em paz.
-Vamos beber café.
-Queres ir ao restaurante?
Vamos ao restaurante da praça.
-Qual restaurante?
-Da praça Rockaway. Estä aberto 24 horas.
-Têm bolos?
-Têm tudo.
Vamos comprar bolos para a Belle.
Soubeste dos pontos que ganhämos em
Boston? Foi fantästico. O Nunzio...
Pensei que näo se calava.
Que grande melga.
-Que fazemos com ele?
-Picadinho. E livramo-nos do carro.
Telefona-me quando acabares.
-Frank, vamos desfazê-lo.
-Certo.
-Onde vais, despistado de merda?
-Disseste para o desfazermos.
Ä do Charlie, näo aqui!
Vä lä, que fazes? Desaparece daqui.
É mais fäcil se o deixar conduzir.
O carro estä frio.
Baza daqui! Queres aquecê-lo?
Pöe-te a andar!
-Quem é?
-É a Belle. Abre a porta.
É a Belle. Deixa-me entrar.
O Morris näo veio para casa.
Desapareceu. Passa-se qualquer coisa.
Tem calma.
Desapareceu! Passa-se qualquer coisa.
Deve estar bêbado e adormeceu por aí.
Em 27 anos, nunca passou uma noite fora
sem me telefonar.
Passa-se qualquer coisa. Sei que sabes.
Vou mudar de roupa.
Levo-te a casa e vou procurä-lo.
Jä estive em casa! Jä telefonei...
Estä a jogar cartas.
-Que digo ä Belle?
-Estou-me a cagar.
Diz-lhe que fugiu com uma gaja.
Que te importa?
-Olha para isto.
-Näo os lixes.
Vou acabar com eles.
Näo dês essa alegria aos cabröes.
Vamos, cabröes. Vamos passear.
Mantém-nos acordados.
Até logo.
O Jimmy estava a apagar todas as pistas
que o ligavam ao assalto,
mas isso näo me dizia respeito.
Limitei-me a passar a informaçäo
ao Jimmy e ele pagou-ma.
Depois, mantive a boca calada.
Conhecia o Jimmy. Tinha o dinheiro.
Era dele.
Mandou algum dinheiro para o Paulie,
e mais nada.
Ficava doido por ter de pagar
aos gajos que o tinham roubado.
Preferia matä-los. Que me importava?
Näo estava a pedir nada.
E o Jimmy ganhava muito
com os meus contactos de Pittsburgh.
Mesmo assim, meses depois do assalto
continuavam a encontrar cadäveres.
Quando encontraram o Carbone
no frigorífico, estava täo gelado...
que levaram dois dias para o tirar
e levä-lo para a autópsia.
Mas nunca vi o Jimmy täo feliz.
Parecia um ***.
Tínhamos o dinheiro de Pittsburgh.
Depois, até o assunto da Lufthansa
começou a ser esquecido.
O Jimmy estava muito feliz nessa manhä.
Era o dia em que o Tommy
ia tornar-se chefe.
O Jimmy estava täo excitado,
que parecia que era ele.
Telefonou para o Tommy
algumas quatro vezes.
Tinham combinado um sinal para ele
saber que a cerimónia tinha acabado.
-Mäe, onde estäs?
-Estou aqui.
-Estäs em casa.
-Em casa? Vou sair.
-Estäs lindo.
-Estou, näo estou?
Estäs um espanto. Tem cuidado.
Muitos parabéns.
Adoro-te. Por favor näo pintes
mais quadros religiosos.
Vai com Deus.
Sempre nos chamämos bons rapazes.
Dizia-se a alguém:
"Vais gostar dele. É porreiro.
É bom rapaz, é dos nossos."
Percebem?
Éramos bons rapazes. Éramos bons.
Mas eu e o Jimmy nunca seríamos chefes,
éramos meio irlandeses.
Näo importava a minha mäe ser siciliana.
para poderem traçar a linhagem
até ao velho continente.
É a maior honra que podem conceder.
Significa que se pertence a uma família.
Significa que ninguém nos pode tocar.
E também que se pode atingir todos,
desde que näo sejam membros.
É como uma licença para roubar.
Uma licença para tudo.
Hä quantos anos és chefe?
Sou dos antigos. Hä trinta anos.
Traz muitas recordaçöes.
Pike's Peak ainda näo existia, näo é?
Para o Jimmy, o facto de o Tommy
se tornar chefe,
significava que todos o éramos.
Agora, um dos nossos era um membro.
-Quem é?
-É o Vinnie.
Que aconteceu?
Tivemos um problema.
Fizemos tudo o que pudemos.
Sabes do que falo. Ele desapareceu,
e näo pudemos fazer nada.
Que queres dizer?
Desapareceu. Desapareceu.
Acabou-se.
Eu sabia!
Näo acredito nesta merda!
-Acabaram com ele.
-Foda-se.
Estäs bem?
Foi a paga pelo Billy Batts,
e por muitas outras coisas.
Acabou-se.
Näo podíamos fazer nada.
O Batts era um chefe e o Tommy näo.
Tínhamos de engolir.
Era entre os italianos.
Era a merda das regras deles.
Até atingiram o Tommy na cara,
para a mäe näo poder fazer
um funeral de caixäo aberto.
Domingo, 11 de Maio de 1980
6:55
Tive um dia cheio.
Levei as armas ao Jimmy,
para ver se os silenciadores davam.
Fui buscar o meu irmäo ao hospital,
fui buscar droga para a Lois levar...
a uns clientes que eu tinha
perto de Atlanta.
Percebi logo que näo os queria
e que eu näo ia receber o dinheiro.
Comprei-os porque ele precisava
e agora jä näo os queria.
Para que servem? Nenhum deles serve.
Näo te vou pagar isto!
Nem respondi. O Jimmy estava täo lixado,
que nem sequer se despediu.
As drogas estäo a roer-te o cérebro!
Eu devolvo-as.
Os gajos de Pittsburgh queriam armas.
Como lhes ia fazer uma entrega,
nessa tarde,
estava certo de recuperar o dinheiro.
Meu Deus.
No hospital,
o médico do Michael quis internar-me.
Que lhe aconteceu?
la tendo um acidente,
quando vinha para cä.
Disse-lhe que tive uma noite de arromba.
Estou bem.
Venha cä.
Deixe-me ver isso.
Teve dó de mim, deu-me um ***...
e mandou-me para casa.
Queria deixar o meu irmäo em casa
e ir buscar a Karen.
Estä ali. Vês aquele helicóptero ali?
Aquele ali.
Acho que me anda a seguir desde manhä.
-Näo me gozes. Estäs louco?
-É verdade.
É a terceira vez que o vejo.
Vi-o no hospital.
Tive de ir a uns sítios e vi-o sempre.
Corri a cidade inteira
e estive sempre a vê-lo.
Era eu quem fazia o jantar.
Tinha de começar a cozinhar a carne
e a vitela para o molho de tomate.
Era o prato favorito do Michael,
ziti com molho,
pimentos assados...
e feijões com azeite.
Tinha umas belas costeletas,
muito bem cortadas,
que ia fritar para servir de entrada.
Estive uma hora em casa.
Queria começar o jantar cedo,
para poder descarregar as armas.
Depois ia buscar o embrulho
para a Lois levar para Atlanta mais tarde.
Estava sempre a olhar pela janela,
e jä näo via o helicóptero.
Michael, olha pelo molho.
Fica aqui com o tio Michael.
Pedi ao meu irmäo para olhar pelo molho,
e fui sair com a Karen.
Meu Deus. Estou a vê-lo.
-Olha, estä ali mesmo.
-Merda!
É isso.
Temos que ir para a tua mäe.
Bem te disse.
É giro.
-Näo é o fim do mundo.
-Vamos para casa da tua mäe.
Diz ä tua mäe para näo tocar em nada
fora de casa. Em nada.
Porque näo foste para casa da tua mäe?
"Vai correr tudo bem esta manhä"
Vamos äs compras.
Näo estou louco,
passou a merda da manhä a seguir-me!
Estä bem. Pensa que estou paranóico.
Devia trazer-lhe o helicóptero,
para ver como estou paranóico.
Anda, vamos para dentro.
Sim, desapareceu.
-Näo oiço nada.
-Vamos voltar para a tua mäe.
-Estäo bons?
-Estäo óptimos.
Näo disse que eras paranóico?
Näo lhe disse?
Sim. Preciso de uma dose.
Queres ver os helicópteros?
Anda, eu mostro-tos.
Obrigado, jä vi helicópteros
que cheguem por hoje.
Tinha de ir a casa buscar o embrulho
para a Lois levar na viagem.
Também tinha de ir a casa da Sandy
para cortar a droga com quinino.
E sabia que a Sandy me ia chagar.
Tinha de acabar o jantar,
e tinha de preparar a Lois para viajar.
-É a Sandy. Quer merda é esta?
-É uma melga.
-Quando vens cä?
-Daqui a uma hora.
-Ficas cä hoje, näo é?
-Näo posso. Estä cä o meu irmäo.
Pära com isso. Pära.
Falamos mais tarde. Até logo.
-Estou?
-Sou eu. Estäs pronta?
O Michael que näo deixe pegar o molho.
-Ele disse para näo deixares pegar o molho.
-Estou a mexer.
-Ouve, sabes o que fazer?
-Sim, sim.
Näo me digas "sim, sim", Lois!
É importante.
Vê se sais de casa
quando fizeres a chamada.
Percebeste? Telefona da rua. É a sério.
Deves achar que sou burra.
Sei o que tenho de fazer.
Minha bimba! Vê se o fazes!
Melga!
-Faz isso!
-Estä bem.
Inacreditäveis. Todas elas.
Todas as mulheres da minha vida.
-Que disse ele?
-Nada.
Que faz ela depois de desligar?
Depois de tudo o que lhe disse?
Depois de todos os "sim, sim"?
Telefona de casa. Se estivesse sob escuta,
ficavam a saber de tudo.
Sabiam que ia sair droga de minha casa
e sabiam qual era o nümero do voo.
Assim que cheguei a casa, fui cozinhar.
Tinha umas horas até ao voo da Lois.
Deixei o meu irmäo a olhar pelo fogäo.
O pobre esteve o dia todo a olhar para
helicópteros e molho de tomate.
Fui ir ter com a Sandy, misturar a droga
e voltar para o molho.
Achas que podes vir cä, foder-me e sair?
-Tens um sítio melhor para ir?
-Näo fales assim. Deixa lä.
-Estäs bem?
-Sim.
Acreditas em mim?
Acreditas em mim?
-É a última vez?
-Sim.
Mentiroso de merda! Odeio-te!
Deixa de dar comida ao cäo...
do prato que estä em cima da mesa. Pära.
-Tenho de o fazer.
-Näo, näo tens.
Vou para casa.
Como podes ir para casa?
Temos de te prender isto na perna.
Jä näo falta muito.
Tenho de ir a casa buscar o chapéu.
Esquece a merda do chapéu!
Estäs a gozar-me?
Tenho de ir a Rockaway
porque queres o chapéu?
Preciso dele. É o meu chapéu da sorte.
Nunca viajo sem ele.
Percebes no que é que estamos metidos?
Näo me interessa. Quero o chapéu.
Näo vou sem ele.
Que podia eu fazer se ela insistia
em ir a casa buscar o chapéu?
Escondi o pacote e fui levä-la a casa.
Um chapéu?
Que merda é esta?
Polícia! Quieto! Näo te mexas. cabräo!
Estoiro-te os miolos!
Fecha a porta devagar!
Pensei que estava morto, mas ao ouvir
o barulho, soube que era a bófia.
Só a bófia fala assim.
Näo te mexas, cabräo!
Se fossem mafiosos, näo teria ouvido nada.
Estaria morto.
Michael! Tranca a porta!
O
Resultado
Responde-me. Quando foste preso
pela última vez? Estou a falar contigo.
Se näo queres falar, näo o faças.
Estou-me a cagar.
Vais cumprir 25 anos.
Vamos ver o bom rapaz que és depois.
Passei o dia a pensar
que os tipos do helicóptero...
eram a bófia local por causa
da Lufthansa. Afinal eram dos narcóticos.
Vai chamar o advogado.
Hä um mês que me seguiam.
Escutas, vigilância, tudo.
Conheces os rapazes. Estäo aqui todos.
Se näo falares comigo, estäs fodido.
Em Nova lorque, cada um destes crimes
vale de 25 a perpétua.
25 anos, cabräo.
Vou foder-te a cabeça toda.
Entäo, foram comprar mercearias?
Vamos fazer um bolo?
Väo fazer a merda de um bolo?
Têm aí alguma coisa boa?
É bom?
Adeusinho, otärio.
Vejo-te em Attica, tosco.
Falei com o Jimmy.
Ofereceu-se para me dar dinheiro.
Quer saber o que se passa.
Quer falar contigo.
Que se foda o Jimmy!
Tenho de esclarecer tudo
com o Paulie ou sou morto.
Entäo estäs melhor aqui.
É täo fäcil matarem-me aqui como na rua.
Têm medo que os denuncie.
As pessoas afastam-se de mim.
Aqui, morro. Tens de me tirar daqui.
A Karen conseguiu convencer a mäe
a pagar-me a fiança e saí.
Lembro-me de pensar que ia ser morto
mal saísse da prisäo.
Sabia que o Paulie ainda estava furioso
e näo tem calma.
O Jimmy também me preocupava.
O Jimmy sabia que se o Paulie descobrisse
que ele estava nos negócios de droga,
o Paulie mandava-o matar
antes de me mandar matar a mim.
Foi uma época mä.
Só me sentia seguro em casa.
O meu plano era manter-me vivo
até vender a droga...
que a bófia nunca encontrou,
e desaparecer até as coisas acalmarem.
Foda-se! Onde estä o material?
Deitei pela sanita abaixo.
O quê?
Que querias que fizesse?
Valia 60.000 dólares!
Preciso do dinheiro! Só temos isso!
Tinham um mandato de busca!
Só tinha esse dinheiro! Contava com ele!
Porque fizeste isso?
Tive de o fazer! lam enconträ-la!
-Näo a encontravam!
-Claro que encontravam! Juro-te!
Haviam de enconträ-la!
Porque fizeste isso?
-lam enconträ-la!
-Porque fizeste isso?
Meu Deus!
-Tive de o fazer.
-Meu Deus!
Paulie, peço desculpa.
Näo sei o que dizer. Sei que fiz merda.
Sim, fizeste merda.
Mas agora estou bem.
Podes confiar em mim.
Juro pelas miúdas, estou limpo.
Olhaste-me nos olhos e mentiste.
Trataste-me como um idiota.
Como se näo significasse nada para ti.
Depois do que disseste,
näo podia pedir-te ajuda.
Sabes, tive vergonha.
Ainda tenho vergonha.
Mas näo tenho a quem recorrer.
Só restas tu. E preciso mesmo
da tua ajuda. Preciso mesmo muito.
Toma isto.
Agora tenho de te virar as costas.
3.200 dólares.
Foi o que ele me deu. 3.200 por uma vida.
Nem sequer chegava para pagar o caixäo.
-Temos de sair daqui.
-Näo quero fugir.
Achas que devo fugir e deixar tudo
para träs? Esconder-me?
Näo quero fazer isso.
Se ficamos aqui morremos.
Entendes? Morremos.
Eles têm razäo. Tomaste droga demais.
Estäs completamente paranóico.
Como vai ele?
Estä bem.
Fizeram-lhe uma cura.
Ainda bem. Fico contente.
-Que tipo de perguntas lhe têm feito?
-Näo sei.
Estou preocupada com outras coisas.
Estou tesa.
As miúdas jä têm idade para ler os jornais.
Diz-lhe que tem de me ligar.
Assim que falares com ele,
tem de me ligar. É importante.
Näo sabe que vim aqui ver-te.
Parece estar louco.
-Toma isto. Säo quase dois mil.
-Obrigada, Jimmy.
Näo te preocupes, vai correr tudo bem.
Tenho uns vestidos lindos, da Dior.
Queres ficar com eles?
Escolhe uns para ti.
-Para a minha mäe.
-Claro.
Aqui näo. Na loja da esquina.
Säo roubados, por isso levei-os para lä.
Vai andando, depois vemo-nos.
-Obrigada.
-Tem calma.
-Vou tentar.
-Diz-lhe para ligar.
É aqui?
É ali mesmo.
É ali na esquina.
Aí mesmo.
Näo! Vai lä! É jä aí mesmo!
Näo, Jimmy! Tenho pressa!
A minha mäe tem as miúdas!
Tenho de ir para casa!
Volto mais tarde!
Que aconteceu?
Nada.
-Que aconteceu?
-Nada, assustei-me.
Tens as chaves?
Que aconteceu?
Nada, assustei-me. Estou bem.
Estäs a sentir-te bem?
Se pertencemos a um bando,
ninguém diz quando nos väo matar.
Näo é assim que acontece.
Näo hä discussões
nem insultos, como nos filmes.
Os assassinos vêm a sorrir.
Vêm como amigos.
Pessoas que sempre gostaram de nós.
Aparecem sempre quando estamos mais
fracos e precisamos mais da ajuda deles.
Por isso encontrei-me com o Jimmy
num sítio cheio.
Cheguei 15 minutos antes
e o Jimmy jä lä estava.
Sentou-se ao pé da janela,
para ver as pessoas que chegavam.
Queria certificar-se que näo me seguiam.
Estava nervoso. Näo tocou em nada.
Aparentemente,
tudo parecia estar muito bem.
Era suposto discutirmos o meu caso.
Mas tinha a sensaçäo que ele queria saber
se o tinha denunciado para me safar.
Sempre te disse para näo falares ao
telefone.
Agora jä entendes?
Vai correr tudo bem.
Tens uma boa hipótese de ganhar o caso.
Sabes aquele *** da cidade,
de quem falämos? Lembras-te?
Afinal era um bufo. Assim que foi dentro,
denunciou toda a gente.
Sei onde estä. Estä escondido.
Percebes o que digo?
Importavas-te de ir com o Anthony
e resolver esse assunto?
Näo, claro que näo.
Assim ficam sem provas.
O Jimmy nunca me tinha pedido
para eliminar ninguém.
E agora pedia-me para ir ä Florida
ajudar o Anthony a matar.
Foi quando percebi que nunca
voltaria vivo da Florida.
Seja para onde for que me mandem,
jä lhe pedi e repito:
Näo quero ir para um sítio frio.
Näo tem escolha.
Vä lä. Diga lä ao manda-chuva...
que näo quero frio. Faça-me isso.
Tem bronquite. É por isso.
Se tem bronquite, vamos pensar nisso.
Queria ir para um sítio quente.
Posso fazer algumas perguntas?
Sobre os meus pais?
Que têm eles?
Vou poder vê-los?
Vou poder falar com eles?
Vou ter algum tipo de contacto com eles?
Näo.
Espere aí. Estä a dizer-me...
que se acontecer algo aos meus pais,
näo posso vê-los?
Talvez se possa arranjar,
se eles ficarem doentes.
Em circunstäncias extraordinärias...
Näo posso fazer isto. Näo posso, Henry.
Näo posso deixar os meus pais.
Karen, jä te tinha dito.
Só faço isto,
se tu e as miúdas vierem comigo.
Näo consigo fazê-lo sem ti.
Por isso, faz o que quiseres.
-Precisam do Henry, de mim näo?
-É isso mesmo.
Näo me interessa se vai ou näo.
Se isso fizer dele uma melhor testemunha,
quero-a com ele.
Eles näo precisam de mim.
O Henry vai para o programa de protecçäo.
Näo lhe podem tocar.
Só lhe podem tocar,
se tocarem em si ou nos seus filhos.
Se ele entrar no programa,
você corre perigo.
-Eu näo sei de nada.
-Näo me venha...
com cantigas.
Ouvi as escutas telefónicas
e ouvi-a falar em cocaína.
Conversa após conversa,
falava ao telefone com o Henry.
Näo interessa. Quer ele vä preso,
quer fique na rua, é um homem morto.
Ele sabe-o e você também.
E as miúdas e a escola?
Como é que vai ser?
Vä para Wall Street apanhar ladröes.
Quem lhe vendeu esses fatos, tinha humor.
Resume-se ao facto
de sermos a sua única salvaçäo.
Salvamos a sua vida, a dele
e näo väo parar ä prisäo.
Esta manhä falou ao júri
sobre o seu passado.
Foi muito fäcil desaparecermos.
A casa estava em nome da minha sogra.
Os carros em nome da minha mulher.
Os cartões da Segurança Social
e a carta eram falsos.
Nunca votei nem paguei impostos.
Só a certidäo de nascimento e o cadastro
provavam que estava vivo.
-Vê o arguido neste tribunal?
-Sim.
Importa-se de o apontar ao júri?
Registe-se que o Sr. Hill identificou
o arguido, James Conway.
Também conhece um homem
chamado Paul Cicero?
-Vê o arguido neste tribunal?
-Sim.
Importa-se de o apontar ao júri?
Registe-se que o Sr. Hill identificou
o arguido, Paul Cicero.
Tenho um documento...
O que me custou mais foi deixar o meio.
Ainda adorava a mä vida.
Tratavam-nos como estrelas de cinema.
Tínhamos tudo.
Mulheres, mäes, filhos, todos tinham tudo.
Tinha sacos de papel cheios de jóias
escondidos na cozinha.
Uma taça de coca ao lado da cama.
Chamam-lhes chibos porque fazem
qualquer coisa para sobreviver.
-Objecçäo!
-Objecçäo aceite.
-Näo sei o que é ser chibo.
-Sabes tudo sobre o assunto!
Se queria alguma coisa, era só telefonar.
Carros ä borla. Chaves de casas
em toda a cidade.
Apostava 20 mil num fim de semana,
e estourava tudo numa semana
ou a pagar aos agiotas.
Näo interessava.
Näo significava nada.
Se estava teso, ia roubar mais algum.
Dominävamos tudo.
Subornävamos polícias. Advogados.
Até subornävamos juizes.
Todos tinham as mäos estendidas.
Todos queriam luvas.
E agora acabou tudo.
É a parte mais difícil.
Hoje tudo é diferente.
Näo hä acçäo. Tenho de esperar,
como todos os outros.
Nem consigo comida decente.
Quando cheguei aqui, pedi esparguete
com molho de tomate.
Deram-me *** chinesa com ketchup.
Sou um zé ninguém.
Vou viver o resto da minha vida
como um imbecil.
Henry Hill continua no
Programa de Protecçäo de Testemunhas.
Em 1987, foi preso em Seattle,
Washington, por narcoträfico
e condenado a 5 anos de pena suspensa.
Estä limpo desde 1987.
Em 1989, Henry e Karen Hill separaram-se
após 25 anos de casamento.
Paul Cicero morreu de doença respiratória,
em 1988, na prisäo de Fort Worth.
Tinha 73 anos.
Jimmy Conway cumpre uma pena
de 20 anos a perpétua por assassínio
numa prisäo de Nova lorque.
Näo pode sair em liberdade condicional
até 2004, quando tiver 78 anos.