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TRANSGRESSÃO
Que está aí a fazer?
Estive a cortá-los...
É melhor ir connosco.
O PRESIDIÅRIO
ABRANDAR - HOMENS A TRABALHAR
Vou tirar a camisa!
Podes tirar, Dragline.
- Posso limpar o suor, Chefe?
- Podes.
Vou beber, Chefe?
Bebe lá isso, Gambler.
Hei, Rabbitt, calminha.
- Está bem, podem terminar!
- Sim, senhor!
Estás a olhar pra quê?
Estou a ver o meu brinquedo.
Drag, vem aí carne nova.
Devem ser meia dúzia.
- Não são mais de 5, aposto uma bebida.
- Está apostado.
Babalugats, apostamos.
Ponham-se em linha.
Cala-me esses cães.
Cheira-lhes a carne nova, Chefe.
Que nos trazem hoje?
Vamos, irmão.
"Gibson, 507, homicídio involuntário."
Dois anos.
Foi um acidente. O primeiro.
Falta dizeres "Senhor Capitão".
"Edgar Potter, 302, resistiu à prisão."
"Um ano."
Só estava a fugir da chuva!
Lava os ouvidos,
falta dizeres "Sr. Capitão".
Sim, senhor.
E a nós, tratam-nos por "chefes", ouviram?
Sim, Chefe.
Este homem vai fazer-nos orgulhosos dele,
Sr. Hunnicutt.
"Raymond Pratt."
Sim, Sr. Capitão.
"Assalto e roubo."
Cinco anos.
Marinheiro.
Aqui isso dá muito jeito, Sr. Capitão.
Talvez.
"Lucas Jackson."
Aqui, Sr. Capitão.
"Destruição de bens municipais,
enquanto bêbado."
O que foi?
Cortei os parquímetros, Sr. Capitão.
Nunca cá tivemos ninguém por isso.
Qual foi o gozo?
Estava distraído, Sr. Capitão.
Aqui está escrito
que te portaste bem na guerra.
Uma medalha de prata, uma de bronze
e duas de honra ao mérito...
chegaste a ser sargento
e voltaste a sair soldado.
Um soldado raso.
Foi só para passar o tempo, Sr. Capitão.
Vais poder passá-lo aqui. "Dois anos."
Bom, não é muito.
Há quem tenha vinte por expiar.
E um está cá para sempre.
Há cá de tudo, vais dar-te bem.
Claro, no caso de...
resolveres cavar, apanhas mais uns anos...
e umas correntes para acalmar.
Para teu bem, aprende as regras.
Depende de ti.
Posso ser um gajo porreiro
ou um grande sacana.
Depende de ti.
Está bem, vamos.
DIVISÃO CORRECCIONAL
TRABALHOS FORÇADOS 36
Um depois do outro. Rápidos!
As roupas têm números.
Decorem-nos e usem as roupas
com o seu número.
Quem se esquecer deles,
vai para o "caixote".
Fiquem com estas colheres.
Quem vai perder a colher,
vai para o "caixote".
É proibido molestar ou lutar.
Se tiverem um problema,
lutam só aos sábados à tarde.
Quem for apanhado a lutar,
vai para o "caixote".
Quando ouvirem o sinal
pouco antes das oito, vão para o beliche.
Último sinal, às oito.
Quem não estiver no beliche às oito
vai para o "caixote".
Não se pode fumar deitado no beliche.
Para fumarem,
têm de pôr as pernas fora do beliche.
Quem fumar deitado,
vai para o "caixote".
Têm dois lençóis.
Aos sábados, põem o limpo em cima...
e o de cima em baixo.
O de baixo entregam na lavandaria.
Quem se enganar, vai para o "caixote".
Ninguém se senta no beliche
com as calças sujas.
Quem se sentar com as calças sujas,
vai para o "caixote".
Quem não devolver as garrafas vazias,
vai para o "caixote".
Quem falar alto, "caixote".
Se têm perguntas, vêm ter comigo.
Chamo-me Carr
e sou o responsável pela disciplina.
Quem não obedecer vai para...
O caixote.
Só espero que não arranjes sarilhos.
São só quatro.
Deves-me uma bebida fresca.
Devo-te. Devo-te.
Vamos.
Algum de vocês é do Connecticut?
Esquece.
Lavem!
Lavem!
Mexam-se!
Ainda aqui estão? Vão comer!
- Vinte e sete.
- Vinte e sete.
Da próxima vez afasta-te de mim.
Tornas a fazer isso, vais parar ao chão.
Não sabia que era teu.
Cada um tem o seu.
Ele não teve culpa.
Vê lá como falas, pareces um vagabundo.
"Vagabundo". Aí tens, Beldade.
Já tens alcunha.
Já me chamaram coisas piores.
Quando estava na Marinha...
E vocês,
vejam se aprendem as regras.
Aqui temos regras.
E para isso...
usem mais os ouvidos do que a boca.
Alguém falou?
Não disse nada, Chefe.
E este quem é?
Lucas Jackson.
Só o Dragline é que dá nomes aqui.
Talvez o "Surdo" calhe bem.
Não ouves muito bem, pois não, miúdo?
Não há muito que ouvir.
Só falam de regras.
Tem ar de jogador, Drag.
Sim, vá. Aposta essa nota.
Não me admirava nada.
Tens cinco dólares contigo.
Chega para começar. Jogas?
Não.
Vá lá. Isso não é nada para ti, Drag.
- Vá lá, Drag.
- Dez cêntimos.
Primeiro sinal!
Já chega, parem.
Que cicatriz é essa?
Que cicatriz?
Último sinal.
Último sinal.
São cinquenta, Chefe.
Sim, Carr. Cinquenta.
Vou-me levantar, Carr!
Hei, agora.
- Vinte e oito.
- Vinte e nove.
- Trinta.
- Trinta e um.
- Trinta e dois.
- Trinta e três.
- Trinta e quatro.
- Trinta e cinco.
- Vinte e um.
- Vinte e dois.
- Vinte e três.
- Vinte e quatro.
- Vinte e cinco.
- Vinte e seis.
- Vinte e sete.
- Vinte e oito.
- Vinte e nove.
- Trinta.
- Trinta e um.
- Trinta e dois.
- Trinta e três.
- Trinta e quatro.
- Trinta e cinco.
- Trinta e seis.
Sai daí que o lugar é meu, maçarico.
Era vendedor,
estava sempre a passar por aqui.
Drag, hoje vai estar um calor dos diabos.
Até o alcatrão vai derreter.
Talvez tenha sorte em ficar
com uma vassoura.
Cá em cima é canja.
Odiaria ir hoje para a vala.
Vamos para uma vala?
Qual é o problema?
Passavas por aqui
e nunca viste trabalhos forçados?
Não estou habituado a isso,
sempre o tentei evitar.
Também não sou doido por isso.
Que raio de dia para começar.
Porque não deixas um dos carnes novas...
ficar com a tua vassoura?
Não quero ir para o fundo da vala.
Agradecia-te, não estou em grande forma.
Koko, vais mesmo trocar?
Lá terá de ser.
Talvez ali o Herói de Guerra
te faça um preço.
Dou-te meio dólar.
Só meio dólar? Vale pelo menos um.
Seja.
Negócio fechado.
Que foi aquilo de "Herói"?
Foi um palpite.
Cortaste o quê?
Máquinas de rebuçados?
Que raio de coisa para um adulto.
Sabes como é. Uma cidade pequena,
sem nada para fazer à noite.
Foi para ajustar umas contas.
Chefe, combinei trocar
e ficar com a vassoura.
Vai trabalhar.
- Mas não vê que combinei?
- Mexe-te.
Mas ficou combinado.
Vai trabalhar.
Calma ou não aguentas duas horas.
Vou tirar a camisa, Chefe!
Tira.
- Vou tirar a camisa, Chefe!
- Tira.
Vou beber, Chefe!
Desmaiou um homem com o calor, Chefe!
Já chega, pessoal.
Vamos ao rancho.
Aposto uma bebida que ele não se safa.
Não se safa.
Há aqui apostas.
- Chefe, vou beber!
- Está bem.
Quem é aquele?
É o Godfrey.
O "Sempre em Pé".
Ele não fala?
Parece que disse qualquer coisa.
Deves-lhe uma bebida.
Está bem!
Gibson, avança!
O Chefe Paul diz que não gostavas
do teu trabalho.
Que te estavas a queixar.
Vais ter uma oportunidade
de pensar nisso.
Está bem.
Vamos embora.
Despe-te.
Primeiro sinal.
Está arrumado, a estrada ganhou ao herói.
De manhã estou melhor,
só preciso de dormir.
Nunca pensei que o pusessem
no "caixote" no primeiro dia.
Era uma partida.
Não há vassouras nenhumas.
Não se aprende tudo no primeiro dia.
Talvez tenha aprendido uma boa lição.
E vocês deram-lhe a noite toda
para a decorar.
A culpa não é nossa, o tipo é um tanso.
Claro, não é por isso que ele lá está.
Respondeu a um guarda...
e regras são regras.
Acabava por lhe acontecer,
sempre a queixar-se.
Tem de aprender as regras,
como toda a gente.
Claro, para ajudar
os pobrezinhos dos guardas.
Disseste alguma coisa?
Último sinal.
Último sinal.
Um dia destes tenho de o levar ao pó.
Quarenta e nove e um no "caixote".
Está bem, quarenta e nove e um
no "caixote".
Vai pô-los aqui, Chefe?
Estás a ver aquilo?
Tenho olhos, não?
Como não consigo ver uma coisa destas?
Vejam-me só aquilo!
- Posso desembaciar os óculos, Chefe?
- Podes.
- Vou tirar os óculos, Chefe.
- Tira.
Não vejo nada com eles.
Eu morro. Eu morro.
Grande borracho.
Boazona.
Lucille.
Eu morro. Eu morro.
Está tudo seguro por um alfinete.
Vá lá, alfinete, salta.
Vá lá, salta!
Senhor...
por favor, não me cegues
nos próximos dois minutos.
A minha Lucille.
A tua Lucille? Como sabes?
Claro que é a Lucille, estúpido.
Uma coisinha daquelas, tão inocente...
tem de ser Lucille.
Esfrega, menina. Limpa o carro.
Esfrega. Esfrega.
Ela nem sabe o que está a fazer.
Ai não, que não sabe.
Sabe que está a gostar.
Não fales mal da minha Lucille.
O velho McDonald tinha uma quinta
Na quinta tinha um porco
Cala-te.
Deixa-o, está feliz.
Porque é um estúpido!
Porque não fechas a boca!
- Posso levantar-me, Carr?
- Está bem, agora.
- Posso levantar-me, Carr?
- Sim.
Posso levantar-me, Carr?
Não. Sobe.
Ai, a Lucille.
Era um rico pedaço, não era?
Viram como ela estava,
quase a cair do vestido?
Ora. Deixa-te disso, Drag.
E em baixo...
a saia ia acima do...
Ainda se constipa, a andar assim.
Estava tão apertada no traseiro...
que as costuras iam rebentando.
E a racha estava sempre a abrir-se,
a abrir-se.
Esquece lá isso.
Esquecer-me?
Não fales disso, que só nos faz mal.
Está bem. Vai dormir.
E guarda as forças, vais precisar delas.
Para amanhã.
Dá-lhe! Dá-lhe!
Hei, vai atrás dele.
- Boa, Drag.
- Afasta-te dele.
Ainda tem hipótese.
É mesmo grande.
Vá lá Lucas!
Não te levantes, Luke!
Ele chega-te outra vez.
Não tens culpa. Ele é grande demais.
Deixa sair sangue do nariz.
Tem que parar antes que ele te mate.
Não o quero assustar.
Não te levantes, Luke.
Não te levantes, Luke. Matar-te-á.
Não te levantes.
Isto tem de acabar.
Não te levantes.
Estás arrumado.
Vais ter de me matar.
Dá à direita. Comecemos.
O Rei recebe três, a Dama dois;
sete, um par de setes aqui.
Dois recebe quatro. Sem ajuda.
Três recebe um grande ás.
Apostem.
Cinco cêntimos.
Chamo.
Aposto um dólar.
Um dólar?
Uma vez.
Está bem, chamo.
Se apanhar, queimo-te.
Um Rei, um terno,
tu tens um quatro e uma Dama.
Um par de setes recebe um Valete.
E um ás para nada.
Abre tu.
Cinco cêntimos.
Chamo.
Aposto um dólar.
- Que tens?
- Um par de setes.
Eu sei, mas no conjunto, minha besta?
Ele não tem nada, sobe a aposta.
Ah, não?
Então vai tu ver.
Vou chamar.
Tens de ir ver, Gambler.
Não consigo apanhar nada.
Estou com pouca sorte.
Não consigo recuperar. Passo.
Rei, quatro e um três. E tu tens um nove.
Não vale nada.
Dois setes e um Valete recebe um seis.
Dois setes, ainda és um apostador.
Cinco cêntimos.
Aposto um dólar.
Aposta também.
Assisto ao teu dólar e ponho mais um.
Aposto um dólar.
Maldição.
Estás a olhar para mim, estúpido?
Bora!
Então? Cortas-te? Tens que o chamar.
Sei que tem dois Reis.
Não precisas jogar isso na cara.
Ainda tens que o chamar.
Tens de as ver.
Ele tem Reis, desiste.
Queres vê-los? Olha.
Um, dois, três, quatro, cinco.
Nada. Uma mão-cheia de nada.
Estúpido, ele não tinha nada.
Como hoje, na luta, sem nada.
Ås vezes, mais vale ter nada.
Afastem-se.
Vou-me sentar aqui,
ao pé do meu "menino".
O Luke dos Calmos Modos.
Combinado.
Jogo a seguir.
Ó Fala-barato!
Está lá fora a tua mãe para te ver.
Não me deixa em paz.
Não sabes a sorte que tens.
Luke, uma visita!
- Filho.
- Vá lá, mãe.
Apenas um passeio Contigo
Fá-lo, Jesus, peço-Te
Um passeio todos os dias Contigo
- Vou sair, Chefe!
- Podes sair.
Deixa estar, Senhor
Deixa estar
Ao longo dos duros dias
que se aproximam
Se eu cair, Senhor, quem se importará
Se não Tu, que compartes o meu fardo
Apenas Tu, Senhor
Apenas Tu
Como me encontrou?
Foi a Helen...
que mandou as tuas coisas
com uma nota...
e depois aqui o John escreveu à Polícia.
Posso dar a volta, Chefe?
Tenho de ficar aqui, Arletta.
Sempre pensei que assentasses...
e me desses uma ninhada de netos
para me regalar.
Queria ajudar-te, Arletta, mas...
neste momento, não saberia
onde encontrá-los.
Ås vezes...
gostava que as pessoas
fossem como os cães.
Há um dia em que...
a cadela deixa de reconhecer os filhos...
e já não tem esperanças ou amor
que a magoem.
Passa a estar-se nas tintas.
Podes fumar aqui?
Posso fumar, Chefe?
Fez o seu melhor, Arletta.
O que me aconteceu é cá comigo.
Oh, não, Luke, não estás só.
Vás onde fores, estarei contigo.
E o John também.
Não acham que isso é demais?
Sempre pensámos que para ti,
nada era de mais.
Enganámo-nos?
Não sei.
As coisas nunca são...
o que parecem.
Um homem tem que seguir o seu caminho.
Acho que o que me resta...
é gostar de ti e aguentar.
Acho que sim.
Nem te pergunto o que vais fazer
quando saíres, porque...
já terei morrido e então não me interessa.
Nunca quis viver para sempre.
Quero dizer, não era uma vida tão feia.
Tive bons momentos, lá isso tive.
O teu pai, Luke...
não estava nunca muito por perto,
mas, que raio, fazia-me rir.
Gostava de o ter conhecido
da maneira como fala dele.
Ele ter-te-ia domado.
- Luke?
- Sim, mãe.
Que correu mal?
- Nada, estou bem.
- Não.
Arletta, eu bem tentei.
Tentei...
ser livre e independente,
como a mãe, mas...
nunca tive oportunidades.
Sempre tiveste bons empregos.
E aquela miúda em Kentucky...
cheguei mesmo a gostar dela.
Cavou com o tipo do descapotável.
E porque não?
A ideia de casamento deu-te a volta.
O sentido da responsabilidade.
Estávamos a ficar fartos de ti.
Vou deixar a casa ao John.
Acho bem, ele merece.
A razão não é essa.
É que nunca dei ao John...
o amor que te dei a ti.
É a minha maneira de lhe pagar.
Não tens de dizer nada.
É que, sabes...
ou se tem amor por um filho...
ou não se tem.
E nunca tive pelo John.
Tenho de ir, Arletta.
Aguenta a cabeça erguida,
hás de sair-te desta.
Tio Luke, porque não tens correntes?
John-Boy, deixa-me dizer uma coisa.
As correntes não são medalhas,
são castigos.
Se a gente se porta mal,
o Chefe trata-nos da saúde.
E ele não é para brincadeiras.
Está bem?
Adeus e cuide de si, Arletta.
Com certeza.
Não há razão para voltarmos.
Apenas um passeio Contigo
Fá-lo, Jesus, peço-Te
Um passeio todos os dias Contigo
Deixa estar, Senhor
Deixa estar
Ao longo dos duros dias
que se aproximam
Se eu cair, Senhor, quem se importará
Se não Tu
Que compartes o meu fardo
Apenas Tu
Senhor, apenas Tu
Muito bem.
Esta equipa tem trabalhado tão bem...
que o Capitão decidiu dar-lhes
um presente.
Uma estrada para alcatroar.
E vão começar já.
Apanhem as pás.
Depressa!
Vai estar outra vez um calor dos diabos.
Que temos de fazer?
Julgas que tens trabalhado muito?
Agora é que vais ver.
Vamos embora! Peguem nas pás!
Comecem!
Mesmo que não morra,
fico sem um braço, não é, Chefe?
Calminha, amigo.
A estrada é comprida.
O Chefe está com pressa?
Já vai ver a pressa.
Vamos, mais depressa.
Para quê a pressa?
Quer pressa? Vai tê-la.
Usem as pás como colheres. Mexam-nas.
O homem, pá, apanha o homem!
Subimos, Chefe?
Diz-me uma coisa, Rabbitt,
que se passa aqui?
Não sei, Chefe,
deve ser por causa do calor.
Eles não sabem se devem sorrir,
cuspir ou engolir.
Nunca viram trabalhar assim.
Até onde vai a estrada?
A parte nenhuma, acabou aqui.
E ainda é dia.
Durante mais duas horas.
E agora, que fazemos?
Nada.
És um tipo fantástico!
Um doido varrido.
"Carol apertava os lábios contra os dele...
"e a mão direita dele começou a descer
pelo corpo sedoso.
"Desejo e medo, tentação e terror...
"A sede de prazer e o horror lutavam
no interior do seu belo corpo jovem."
Têm que fechar, ou afogamo-nos...
mas realmente sufoca-se.
A propósito,
quando estive na Marinha,
num submarino,
e quando se está lá em baixo...
Importas-te de circular? Está muito calor.
Viste o meu rapaz a comer?
Bateu-te aos pontos.
Não me sentia bem. Penso que tive úlcera.
Tinha uma colher maior.
Parecia que a tua tinha furos.
Ora, Clarence.
Achas que estou a mentir?
Não.
É só a tua tendência para os exageros.
O tipo é o mais comilão cá do campo.
Raios, já o vi comer dez chocolates...
e sete bebidas em quinze minutos.
Se quisesse, comia garrafas
e pregos ferrugentos.
E se me deixasses cortar-te a cabeça,
ele comia-a.
Consigo comer 50 ovos.
Ninguém consegue.
Não disseste que comia tudo?
Já comeste 50 ovos?
Ninguém comeu 50 ovos.
Temos uma aposta!
Se ele diz que come 50 ovos,
é porque come.
Em quanto tempo?
Numa hora.
Quero apostar.
Aqui estão dois dólares. No Koko.
Isso não chega para nada.
Pronto, vinte dólares.
Cobrimos qualquer aposta.
Koko, arranja papel.
Drag, 50 ovos devem pesar bem
três quilos.
As tripas não aguentam,
vão inchar e rebentar.
Vais matá-lo.
Vamos, afinal quem quer apostar?
O Koko recebe a ***.
Vamos, Fala-barato!
Um momento!
Como é que ele os vai comer?
Ovos cozidos a 15 minutos,
comidos numa hora.
Há uma regra. Não pode vomitar.
Se ele vomitar, perde.
Alguma vez o viste vomitar?
Dá a *** ao Koko.
Vamos, então!
Tinhas de dizer 50?
Não podias dizer 35 ou 39?
Foi um número arredondado.
Estamos a falar de dinheiro, estás doido?
Sempre se faz alguma coisa.
- Dez.
- Exacto, dez!
Que fiz?
Roubei e menti.
Levanta a mão esquerda.
- Mas amava o meu próximo.
- E a mulher dele.
Não vai conseguir.
Espera.
É só uma questão de esticar a barriga.
Consegues, meu.
Tira tudo o que lá tiveres,
os ovos já aí vêm.
O que achas?
Tens de estar na melhor forma,
vazio como um balão.
Pronto?
Começa!
Chefe, o homem precisa de um laxante
e de uma dose de sais de Epsom.
Ninguém mencionou nada disso.
Não podes fazê-lo.
- Quero o meu dinheiro.
- Nada de dinheiro.
Nem vinte comprimidos farão efeito.
Continua.
Que te preocupa? Não pode fazê-lo.
Ganharemos o dinheiro?
Que está a fazer?
Aqui estão os ovos dele.
Afastem-se,
não é um acidente de automóvel.
São todos os 50 ovos?
Cheguem para lá,
tenho aqui *** em jogo.
Pronto, já percebi.
Se comer um ovo por minuto,
tem dez minutos para o engolir.
Acabei de receber cinco dólares
de uma vestimenta de rodeio.
- Para quê? Vais apostá-los?
- Do último boi.
- Estás a descascá-los.
- Certo, Sr. Alibi.
É suposto que seja ele a fazê-lo.
Podes ser muito esperto
com papéis pela cidade...
e a passar cheques falsos...
mas nós não somos parvos:
Na lei nada é suposto.
Espera um momento!
Quem fez a lei sobre descascar ovos?
Eu sou o treinador, cubro as apostas.
E eu o descascador oficial. É essa a lei.
Espera que ele comece e pronto.
Apostei porque julgava
que era ele a descascá-los.
Antes era o sal...
Que foi?
Tudo bem.
Estás pronto, campeão?
Pronto?
Começa!
Um...
dois...
três...
Ainda se engana e come um dedo.
Vinte e quatro...
vinte e cinco...
Devagarinho.
Vinte e seis...
Não vale a pena, não consegue.
De que serve isso,
também faz parte das regras?
É melhor esqueceres.
Trinta e dois.
Faltam ainda 18.
Que foi?
- Acho que vai vomitar.
- Oh, não.
- Pronto.
- Está arrumado.
- Anda, Luke!
- Faltam 18.
Hei, vais sentir-te melhor.
Está arrumado.
Parece uma melancia pronta a rebentar.
Estão tramados, Drag.
Aposto o meu último cêntimo.
- Isto está com mau aspecto.
- As tripas do gajo não aguentam mais.
- Está bem, ele está bem.
- Vai vomitar.
- Está bem.
- Assim é que é, rapaz.
Aposto um dólar em como não consegue
e ganho dois.
Mas que simpático.
Guarda o dólar que te pode fazer falta.
Se queres jogar,
faz uma aposta que se veja!
Só tenho 3 dólares e 75, Drag.
Isso já serve, Koko.
E vocês? Fazem apostas decentes ou não?
Onde é que estão as grandes apostas?
Já não há mais.
Toda a *** do campo está em aposta.
Trinta e três.
- Que horas são?
- Vamos.
Faltam vinte e quatro minutos.
É só questão de deixares
o estômago descansar.
Trinta e nove.
Vai parar na jaula.
Vinte e quatro minutos. Não vai conseguir.
Quarenta e um.
Só há nove entre ti e a glória eterna.
Ele está mesmo a comer?
Não o vês mastigar?
São pequeníssimos,
parecem ovas de peixe.
Quanto tempo falta, Carr?
Seis minutos, Stevie.
Mastiga, mastiga!
Estás a ajudá-lo!
Oh, não.
- Quarenta e dois.
- Não os está a cuspir.
Um ovo pequeníssimo.
Faltam dois minutos.
Quarenta e quatro.
Continua!
Come.
Mastiga.
Mastiga.
Trinta segundos.
É o último.
Mete-o lá para dentro. Mastiga-o!
É o último. Mastiga!
Tem de engolir tudo
antes de acabar o tempo.
Dez, nove, oito...
sete, seis, cinco...
quatro, três, dois...
um, zero!
Alto aí, ele não engoliu o último.
Ah, não? Vai ver.
Abre a boca.
Não é possível comer 50 ovos.
Uma cobra, Chefe.
Mata-a.
Mata-a!
Apanho-a, Chefe?
Hei, Chefe?
Esqueceu-se da bengala.
Mas que pontaria.
Não te metas com o "Homem sem Olhos".
Já te falta pouco tempo,
não arranjes sarilhos.
Para os camiões!
Olhem só para Ele.
Acaba com isso,
não podes falar Dele assim.
Acreditas no Chefe Barbudo lá de cima?
Nos está a ver?
Entra!
Não tens medo?
Não tens medo de morrer?
Morrer? Isso é com Ele.
Ouviste o que eu disse?
É contigo, quando quiseres, Velhote!
Prova-me que estás aí.
Ama-me, odeia-me,
mas prova-me que estás aí.
Aqui parado à chuva...
a falar sozinho.
O Blind *** paga três
e pede cinco emprestados.
O próximo.
Pagas ou pedes?
Peço.
Aqui o Luke é o coração mole
do nosso departamento de empréstimos.
Só preciso de cinco, Luke.
Sempre acreditei que comesses os ovos.
Pois eu, não.
É assim o meu querido Luke.
Sorri como um bebé...
e morde como um crocodilo.
Acho que ainda te devo trinta.
Aceitas um cheque?
Luke.
Sinto muito.
Morreu-lhe a mãe.
Não me importo se chove ou faz frio
Desde que tenha o meu Jesus de plástico
No tablier do carro
Há em cor-de-rosa
Brilha no escuro porque é fosforescente
Leva-o
Quando vais p'ra longe
Arranja uma Nossa Senhora
Vestida de cristal e sentada
Num pedestal de concha
Vou a 140 km por hora e não tenho medo
Porque tenho a Virgem Maria
A assegurar-me
Que não vou para o Inferno
Arranja uma Nossa Senhora
Vestida de cristal
Num pedestal de concha
Vou a 140 km por hora e não tenho medo
Porque tenho a Virgem Maria
A assegurar-me
Que não vou para o Inferno
Luke, um passo em frente!
Quando nos morre a mãe,
começa-se a pensar no funeral
e nos pêsames...
e perde-se a cabeça.
O sangue sobe-lhe à cabeça e foge.
Hoje não vais para a estrada.
Vou rezar pela tua mãe, Luke.
Desculpa, mas tem de ser.
Espero que compreendas.
Lá por ter de ser,
não quer dizer que esteja certo.
Vinte e um.
- Vinte e dois.
- Vinte e três.
- Vinte e quatro.
- Vinte e cinco.
- Vinte e seis.
- Vinte e sete.
- Vinte e oito.
- Vinte e nove.
- Trinta.
- Trinta e um.
- Para aqui, Chefe?
- Para aí.
Quatro.
Cinco.
- Seis.
- Sete.
- Oito.
- Nove.
- Dez.
- Onze.
- Doze.
- Treze.
A tua mãe já lá está. Paz à sua alma.
É melhor não pensares nisso, Luke.
Há um dia e meio de descanso.
Amanhã é feriado.
- Feliz quatro de Julho.
- Igualmente.
Chega, já se divertiram!
Primeiro sinal! Mexe-te, Stevie.
Hei, Carr. Vem cá.
Mais um livro daqueles, Drag?
Faz-me um favor, lê a parte sublinhada.
"Ela levantou a cabeça até ao...
"ele pôs a mão esquerda em Carol...
"enquanto ela tocava..."
Não aguento!
A parte interessante vem agora.
Sim, continua.
- Não consigo ouvir.
- "O corpo dela a tremer...
"sob o seu..."
Já chega!
Último sinal. Último sinal.
- Vamos.
- Hei, Carr.
Que barulho é aquele?
Há um homem na rede, Chefe!
Acerta-o!
Espera um momento! Raios!
Blue, volta aqui! Raios!
Quarenta e oito, Chefe. Um no "caixote"
e um fugido!
Quarenta e oito, Chefe. Um no "caixote"
e um fugido!
Ouçam só o Blue.
Está a dizer que já o apanhou.
Anda às voltas.
Está-lhe na pista.
O Capitão diz para esperarmos
pela patrulha da Polícia.
Não o devia ter solto,
ainda morre de cansaço.
Nem teve o bom senso
de fugir da estrada, como toda a gente.
Oh, 'tou arrumado.
Nem sequer é o meu trabalho.
Os teus cães são doidos!
Cruzou a linha.
Ele é mais esperto do que pensei. Vamos!
Conseguiu escapar!
Veja, Capitão.
Veja o que ele fez ao Blue.
Está morto.
Correu até morrer.
Sr. Hunnicutt.
Vai para ali e volta-te para o Capitão.
Com o tempo, vais acabar
por te habituar às correntes, Luke...
mas nunca te habituarás
ao som que elas fazem.
Estarão sempre a lembrar-te
do que tenho dito...
para o teu bem.
Quem me dera que não fosse
tão bom para mim.
Nunca mais me voltes a falar assim!
Nunca mais!
Nunca mais!
O problema que temos aqui...
é falta de comunicação.
Há homens com quem não se comunica.
De maneira que acontecem coisas destas.
Que é o que ele quer.
Agora é com ele.
Não gosto mais disto que vocês.
Olha para aqui.
Eu sabia que eles te apanhavam.
Nunca mais te safas.
Os teus dias de fuga já lá vão,
quero ver se cavas outra vez.
Cheiras tão mal que até eu te apanhava.
Isso é fácil para um filho
de uma cadela como tu.
Que aconteceu? Onde foste?
Deixa-o comer.
Andei cerca de dois quilómetros.
Até ao parque do supermercado.
Fanei um carro que tinha as chaves
na ignição.
Parei num semáforo e um carro da Polícia
pára ao lado.
E que fizeste?
Esperei pela luz verde.
O chui ficou a olhar e a pensar
o que fazia um tipo...
vestido de prisioneiro, com um carro novo.
E depois?
Disse-me "Hei".
Foi um trabalhinho bem feito. Foi rápido.
O tipo já deve ser tenente.
Agora vais andar sem dar nas vistas
e esperas.
Daqui a pouco,
já ninguém se lembra do caso,
e volta tudo a ser como dantes. Está bem?
Ouvi dizer que não acreditas em Deus.
Como é que um tipo simpático como tu...
chega onde chegaste?
Acho que sei.
Ando nesta vida há quase 22 anos.
Nunca precisei de matar um branco...
nem tenho medo, pois...
Desculpe, Chefe, mas estou apertado.
Está bem.
Vai atrás daquele arbusto.
Ås vezes um homem
precisa de privacidade.
Vai abanando o arbusto para sabermos
que estás aí.
Vai abanando o arbusto.
Sim, Chefe.
Estou a abanar, Chefe.
Estou a abanar, Chefe.
Estou a abanar, Chefe.
Raios!
Cavou! Traz os cães!
Para que é isso?
Como tiras as calças?
O melhor era tirar estes ferros,
mas não tens força.
Para quê?
Para içares o machado.
Tenho, pois.
- Aposto que não tens.
- Tenho, pois.
- Aposto que não tens.
- Tenho, pois.
Então vai lá buscá-lo.
Como te chamas?
Ben.
Não era melhor tirar essas riscas
das calças?
Tu é que sabes.
- Queres ver uma coisa engraçada?
- Sim.
Vai buscar...
piri-piri, pimenta e caril.
É melhor ser eu.
Aqui estão.
Obrigado.
Que tem ele?
Não é nada.
Olá, rapaz.
Vocês vão divertir-se à grande, ouviram?
Ora, lembrem-se do que esses cães fazem,
e depois contem-me, está bem?
A minha mulher não me escreve
há um mês.
Deve estar doente outra vez.
Drag,
uma revista para ti.
- Carr, recebeste alguma coisa?
- Revistas.
Quem será que me manda revistas?
Não sei, é de Atlanta.
O meu tio!
Não sei dele há oito anos
e agora manda-me revistas!
Deve estar doido!
Vejam só!
- É o Luke?
- Olha só, dois!
O que diz a legenda?
O que diz a legenda?
"Meus caros, é a boa vida. Luke."
Deixa-me ver. Vem cá.
Hei, passa isso.
Devem ter 1,80 m.
Devolve-a.
Olha-me só!
Nós aqui a cavar e a morrer...
e ele a gozar a vida.
Koko, acaba com isso!
Vais obrigar-me?
- Hei, Drag, deixa-me ver a fotografia.
- Porquê?
Deixa-nos ver.
És muito novo. Que sabes disto?
Não queres ver coisas daquelas.
O Luke e as miúdas a beber.
Deixa ver.
Ainda te sobe à cabeça...
e desmaias.
Vá lá, Drag, sê amigo.
Quanto achas que vale dar uma olhadela?
E depressa, não é para decorar.
Uma bebida.
Uma bebida... Uma bebida fresca...
para regalares os olhos numa foto?
Uma verdadeira visão do paraíso...
com dois anjos à volta do meu menino?
Está bem, está combinado.
Aceito, mas adiantada e fresca.
Uma garrafa geladinha
na minha mão quente.
Se quiserem,
façam o mesmo suas cabeças vazias.
Deixa-me ver.
Pagaste?
Vai entrar um homem, Wickerman.
Quem foge uma vez,
leva um par de correntes.
Quem foge duas vezes, leva dois pares.
Não serão precisos mais...
porque vais ter juízo.
E muito.
Olhem para ele.
O Luke dos Calmos Modos.
- Calma, calma!
- Deixem-no respirar!
Desgraçado, o que te fizeram.
Magoaram-te a sério.
Não garanto que as miúdas te queiram.
Vou buscar aspirinas.
- Devia ir ao médico.
- Quando aprendes?
Não deixariam um médico ver
o que lhe fizeram.
O gelo deve ajudar.
Vai buscar a navalha
para limparmos estas feridas.
Como te sentes? Como te sentes?
Talvez não te consiga ouvir.
Dêem-lhe uma coisa fresca para beber.
- É assim mesmo.
- Ele vai ficar bem.
Luke, olha a foto que nos mandaste. Olha.
Tu é que as sabes escolher, Luke.
Vá lá. Diz lá. Como é que elas eram?
Espera até ele estar melhor!
- Porque é que não voltas ao tricot?
- Acabem com isso.
A foto é falsa,
custou-me uma semana de ordenado.
É falsa?
Ora, nós vimo-la bem.
Vimos duas mulheres na fotografia.
Estiveste com ambas, ao mesmo tempo?
A foto é falsa, mandei-a fazer para vocês.
Que queres dizer? Todos a vimos!
A divertir-te à grande.
Aquilo é que foi.
Qual quê, não foi nada.
Umas cidades, uns patrões.
Um deles entregou-me, por lhe ter gritado.
Mas está aqui!
Deixem-se disso!
Puxem pela cabeça!
Não me chateiem!
Não consigo respirar. Ar!
Ele não está em si, não vêem?
Não sabe o que diz.
Acabem com isso!
Arranjem a cama!
Estás com a cabeça no ar.
Assim não trabalhas.
Não precisas de razões para me bater,
Chefe.
Primeiro sinal.
Não se safa.
Achas que não?
O "caixote" há-de se desfazer,
antes que ele desista.
O teu Luke tem mais coragem que cabeça.
Olha quem fala.
Pois sim, mas vês-me com correntes?
Ora, cheques falsos.
Não tiveste muita sorte a imitar o chefe,
pois não?
Último sinal.
Queres ir passar a noite ao "caixote"?
O comilão não come há quatro dias.
Vais precisar de dose extra.
Todos conhecem as regras.
Quem não come tudo, vai para o "caixote".
Chega, Dogboy!
Quem se habitua à comida de fora,
tem fome.
Vamos alargar aí esse estômago, não é?
Um.
- Dois.
- Três.
- Quatro.
- Cinco.
- Seis.
- Sete.
Ainda bem que aguentaste.
Tens um dia e meio para descansar
até segunda-feira.
Luke!
Essa é a vala do Chefe Keen.
Disse-lhe que a porcaria era tua.
Que faz ela lá?
Não sei, Chefe.
Se fosse a ti, tirava-a de lá.
Trabalhamos de manhã
A ouvir o sino
Marchamos p'ra mesa
Vemos o mesmo raio de coisas
Estão na mesa
Uma faca, um garfo e um prato
Se dizes alguma coisa
Metes-te em sarilhos com os guardas
Metes-te em sarilhos com os guardas
Deixa a Lua da Meia-Noite
Voltar para mim a luz
Deixa a Lua da Meia-Noite
Voltar a sua cariciadora luz sobre mim
Se alguma vez fores a Houston
É melhor que andes direitinho
E é melhor que não hesites
E é melhor que não andes á luta
Porque o xerife ainda te prende
Luke, que pensas que estás a fazer?
A tirar a minha porcaria
da vala do Chefe Keen.
E a pô-la na minha?
Ouviste?
Tira-a já daí!
Se alguma vez fores a Houston
É melhor que andes direitinho
E é melhor que não hesites
E é melhor que não andes á luta
Porque o xerife ainda te prende
Vão acabar contigo
Se dizes alguma coisa
Estás na penitenciária
Deixa a Lua da Meia-Noite
Voltar para mim a luz
Não te disse para tirares a tua porcaria
da vala do Keen?
Sim, Chefe.
Então porque não o fizeste?
Não sei, Chefe.
Não sabes.
Não há sepultura
Que mantenha deitado o meu corpo
Não há sepultura
Que mantenha deitado o meu corpo
Aí em cima, pensa em mim
Deixa o teu coração pleno de amor
Não há sepultura
Que me mantenha deitado
Não há sepultura
Que me mantenha deitado
Que está esta porcaria a fazer aqui?
Não sei.
Quando eu era um bebé muito pequeno
A minha mãe embalava-me no berço
Nos velhos campos de algodão
da nossa terra
Era em Louisiana
Não, Chefe.
Vai trabalhar.
Não me bata mais, Chefe.
Por amor de Deus, não me bata mais.
Como? Que nome disseste?
Meu Deus!
Meu Deus!
Suplico-Te, não me faças sofrer mais.
Farei o que quiseres. Não aguento mais.
- Já assentaste a cabeça, Luke?
- Sim.
Já sim.
Já sim, Chefe.
Não nos está a mentir?
Não, Chefe, não estou.
Não voltas a responder?
Não, já aprendi.
Voltas a fugir, matamos-te.
Eu não fujo mais, Chefe.
Lava-te e vai dormir, deves precisar.
Anda, filho.
Sai lá daí.
Estou a ir, Chefe.
Aprendi a lição.
Onde estás Tu?
Onde estás Tu agora?
- Descansem.
- Sim, senhor.
Luke, distribui água!
Sim, Chefe.
Luke, vai buscar a arma.
Acertou-lhe, Chefe.
Vai buscá-la, Luke.
Mesmo morta, não desiste de fugir, Chefe!
Arranja-a para o almoço.
Sim, senhor, Chefe Paul.
Tirou as chaves do outro camião.
E estas também!
"Estou a abanar, Chefe."
Lindo menino.
"Não me bata, Chefe.
"Eu faço o que quiser."
Tu és original.
Aqueles idiotas nem perceberam
que os estavas a enganar.
Enganar? Não se pode enganá-los
com aquilo.
Deram cabo de mim.
Mas não me puseram juízo.
Estiveste sempre a planear fugir.
Nunca planeei nada na vida.
É uma pequena estrada de quinta.
Não há problema.
Já cá trabalhei duas vezes.
Vamos voltar livres.
Não "vamos".
Como?
Vamos a minha casa comer.
Tenho umas miúdas que sabem bem
o que é brincar...
E depois vamos libertar Koko.
E o "trio terrível" estará novamente junto.
O mundo cá fora nem sabe o que o espera!
Tu e o Koko passam bem sem mim.
Que queres dizer, Luke?
Já tenho a minha dose.
Agora é com vocês. Escrevam-me.
- Luke!
- Calma, Drag.
Para onde vais?
Vou sozinho.
E eu, que vou fazer sozinho?
Só me faltavam dois anos.
Não devia ter perdido a cabeça.
Mas quando te vi no camião, a cavar...
Tens razão, Luke.
Temos de nos separar.
É mais seguro para ambos.
Seja como for, és um tipo porreiro.
Cuida-te!
Ouviste?
Está aqui alguém?
Oh, Velhote, estás em casa?
Tens um minuto? Vamos conversar.
Sei que sou mau...
matei tipos na guerra, embebedei-me...
lixei propriedade municipal e isso.
Sei que não posso pedir muito,
mas não me tens dado muita atenção.
Até parece que não queres que me safe.
Dentro, fora,
regras e chefes.
Fizeste-me assim.
Que queres que faça agora?
Velhote, sabes uma coisa?
Comecei com toda a força,
mas começo a perdê-la.
Quando é que isto acaba?
Que contas fazer de mim?
Que vou fazer agora?
Está bem.
Estou de joelhos, a pedir.
Era o que eu pensava.
Sou difícil, não é?
Devo ser um caso bicudo.
Tenho de ser eu a desenrascar-me.
Luke!
É esta a Tua resposta?
Também não És um caso fácil.
Luke, estás bem?
Apanharam-nos. Estão ali
e são mais que as moscas.
Chefes, cães, xerifes...
armas como nunca tinha visto.
Não tens hipótese.
Apanharam-me quando nos separámos.
E queriam era liquidar-te.
Mas eu tratei disso.
Prometeram-me que se te renderes...
não te batem desta vez.
Vão-nos dar os mesmos beliches.
Porque não?
Fugimos por pouco tempo,
eles compreendem.
Ora, pois.
Tens de me ouvir.
Basta renderes-te...
com toda a calma.
Calma.
É o meu costume, não é?
Sim, costume...
Que estás a fazer?
"O problema é a falta de comunicação."
Vão buscá-lo.
Aguenta, Luke.
O mundo não sabe o que o espera.
Nós mandamos-te um postal.
Vou dizer à clínica que se prepare.
Vou levá-lo para a prisão-hospital.
Mas fica a uma hora daqui.
Ele é nosso, não se meta.
E levaram-no estrada fora.
- Como estava ele, Drag?
- Pois, Drag, como é que estava?
Com os olhos fechados ou abertos?
- Estava a sorrir.
- A sorrir?
Lembram-se do sorriso dele?
Ficou assim a sorrir até ao fim.
Foi aí...
que perceberam
que nunca mais lhe bateriam.
O sorriso do Luke.
Oh, Luke. Era um tipo dos diabos.
Luke dos Calmos Modos!
Um autêntico espalha-brasas!
FIM
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