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A todas as unidades.
Código 3, perseguição de 2-11.
SUV branco dirige-se para este
na Alameda.
Suspeitos, três asiáticos.
Peço apoio imediato.
Alerta: Disparos, disparos!
Cheryl, vês quantos suspeitos
vão no carro?
Pelo que consigo ver,
há três sus...
Tenho mais informações.
Hancock!
Que queres?
Patifes.
EM DIRECTO
TIROTEIO NA AUTO-ESTRADA
Queres o quê, uma bolacha?
Põe-te a andar.
Cretino.
- O quê?
- Tu ouviste.
Cretino.
Cautela!
Raios!
Hancock!?!
Põe-te a milhas!
Hancock está no carro
e parece
negociar com os atiradores.
Ele tresanda a álcool!
Pagas um tejadilho novo!
Eu estou-me nas tintas para
o que fizeram. Não me interessa.
Três tipos no carro, nenhuma miúda,
música da pesada.
Eu não vou julgar-vos...
Mas se não param
e se entregam numa boa,
juro que enfio a tua cabeça
no rabo do condutor.
Enfio a cabeça dele no teu rabo.
E tu estás com sorte,
porque a tua
cabeça é enfiada no meu rabo.
Liquidem este cretino!
Pára!
Que raio é isto?!
O departamento vai a caminho.
Reina o caos na 105.
- Konichiwa!
- Eu não sou japonês!
Põe-nos no chão!
Agora falas inglês?
Já falas inglês.
Partiste-me os óculos.
Desculpa!
Toma os meus Ray-Bans!
- Põe-nos no chão!
- Queres ir para baixo?
Sim, por favor!
Eu sou muito bom a pôr coisas
no chão. Muito bom mesmo.
Queres isso? Muito bem.
Este último pseudo-heróico
acto de Hancock
causou consideráveis
perdas financeiras.
Calcula-se que os prejuízos
ultrapassem os 9 milhões de dólares,
o que, se for exacto,
representa um recorde
pessoal
para o famoso e modesto
Hancock
que, como de costume,
se escusa a fazer comentários.
Com todas as rachas
no cimento,
todas as balas,
os danos com a água, os fogos,
L.A. estaria muito melhor
se esse fulano
nos deixasse fazer
o nosso trabalho.
Ele nunca me pediu um crachá
e nunca trabalhou connosco
fosse no que fosse. Zero.
Olá.
Não penses que sou maluca, está bem?
Andámos à tua procura por todo o lado.
Fomos ao Roxy, ao Viper Room
e ao Jumbo.
Em todos os lados em que pensávamos
que estavas. Encontrei-te.
Apanhei-te.
Então, como é quando voas?
- Não, o quê?
- Não te vou levar a voar.
Tenho uma prima, Narelle. Ela
é a minha melhor amiga do mundo...
e juro por Deus que ela não estaria
aqui hoje se não fosse por ti.
Ela teve um acidente em Malibu e
tu levaste-a a voar para o hospital.
Lembras-te?
Dou-te um pontapé nesse cu,
mulher.
Tens carro?
Ei, queres uma bebida?
Então é aqui que vives.
É o teu esconderijo.
A tua Batcave.
A tua Fortaleza de Solidão.
- São algumas caravanas que juntei.
- O que é isto tudo?
- Jiffy Pop. (pipocas)
- Jiffy Pop.
- Que fazes com eles?
- Pipocas.
- Jiffy Pop, pipocas. Gosto disso.
- Ei, ei.
Espera.
Queres que te dê outra
coisa para fazeres?
- Não apanhei o teu nome.
- Faz isto, Super-homem.
Não gostas muito de conversas?
Deixa-me tratar disto.
- Muito bem. Existem regras.
- Estou?
- Não, eu sei, ainda não a vi.
- Com licença.
Eu sei, provavelmente.
Está bem, está bem.
- Eu depois telefono-te.
- Ouve.
Precisas de te concentrar.
Está bem, preciso que...
- Ei, isso... Isso não é concentração.
- O que está aí dentro?
Muito bem, espera. Pára.
Para com isso. Muito bem, agora...
- Quando eu chegar ao momento...
- O momento?
Sabes, o... Começar a escalar
o topo da montanha, sabes?
- Sabes... Está bem? Sim.
- Sim.
Tens que te afastar disso
o mais possível.
Afastar.
Isso é excitante.
Não, não é excitante.
Não é excitante.
- Sim.
- Está bem.
Hancock.
Sim.
- Agora estás a exagerar.
- Hancock.
O topo da montanha!
Topo da montanha!
Topo da montanha!
Cuidado!
Desculpa.
Não é justo para ninguém.
Obrigado por compreenderes.
Eu sei que é...
Posso usar a casa de banho,
por favor?
Sim. Ei, queres...?
Queres pipocas?
- Não, obrigada.
- São de dieta.
- Estás bem?
- Sim.
Pois, estava a tentar dizer-te.
Ei...
Ouve... Sabes, se quiseres
posso levar-te a voar.
É muito bonita, sabes?
A Terra.
Podias ver a...
Talvez tenhas que pôr um capacete,
para a tua cara não se arrancar.
O que achas?
Senhor?
Ray Embrey.
- Ray.
- Muito prazer.
Ray é o Bono das RP.
Eu penso que Bono é que é
o Bono das RP, mas eu tento.
Bem, vamos a isso.
É para já.
Bom dia a todos.
Estou aqui para vos falar
de obras de caridade.
E todos sabemos como isso
funciona.
Dão um, talvez dois porcento
do vosso lucro líquido
e recebem uma fita para pôr
no braço, no pulso ou um laço.
Não chega a nada.
Por isso é que nós, na Embrey
Publicity, gostaríamos de vos oferecer
o símbolo TodoCoração.
Estariam entre um muito restrito
grupo de grandes empresas
a ostentar este logótipo
nos vossos produtos.
E o que isto diria ao público
é que a vossa empresa,
Pharamatopsis,
deu um contributo excepcional
para ajudar o nosso mundo.
E para se habilitarem
só têm de fazer o seguinte:
O vosso novo medicamento
para a tuberculose, o Mycodin?
Gostaríamos que o fornecessem
de graça.
- Disse "de graça"?
- Disse.
Só a quem dele necessita.
Só àqueles que, sem ele,
morreriam.
É como se um medicamento
tivesse efeitos secundários mortais.
- A recolha obrigatória.
- Ser processado, ir preso.
Ser corrido, trabalhar num IHOP
o resto da vida.
Reacções compreensíveis.
É um conceito radical.
Mas é o símbolo que representa
um mundo mais justo e melhor.
O símbolo
de que todos falam.
Todos quem?
Já temos um patrocinador
desportivo.
- NFL? NBA? MLB?
- Futebol.
MLS? Que equipa?
É uma equipa local.
Encino Hurricanes.
É a equipa do meu filho.
Enfim, podemos salvar o mundo.
Alguém tem de dar o primeiro passo.
O que me dizem?
É chanfrado?
Olá, querida. Deves estar na loja.
Eu vou a caminho de casa.
Creio que os impressionei.
Mais ou menos.
Diz ao Aaron que eu estou a
chegar e... Bolas.
...e quero almôndegas, pode ser?
Estou a precisar de
Spaghetti Madness.
Estou aí daqui a 20 minutos.
O que é isto,
o Dia Nacional do Buzinão?
Idiota.
Mexe-te. Vem aí o comboio!
Não ouves o apito?
Toca a andar! Vem aí um comboio!
Mexe-te!
- Recua! Vem aí um comboio!
- Não consigo! Sai do carro!
Filho da mãe!
Conserta a manivela, Ray.
Sai da linha! Rápido!
Está bem?
Tem a certeza?
- Merda.
- Eu estou bem. Estou bem.
Vocês todos
a bloquearem o cruzamento...
Cambada de idiotas.
Tu é que atiraste o carro dele.
E o comboio?!
Porque não levaste o carro pelo ar?
Feriste essa pobre mulher.
Ela tem razão.
Ela devia processar-te!
E tu devias processar a McDonald's
por seres um pote.
Tu és um cretino.
E o teu hálito cheira a álcool.
- Estive a beber!
- És um bêbedo cretino!
Pensas que és alguém?
- Tu não passas de um cretino.
- Não precisamos de ti nesta cidade.
Grande super-herói!
Desaparece!
Calem-se!
Não compreendem?
Eu estou vivo!
Posso ir para casa ter com a
família. Agora, eu estaria morto.
Sim, ele podia ter levado o carro pelo
ar. É óbvio que devias ter feito isso.
Eu fiquei de pernas para
o ar, mas...
Obrigado.
Muito obrigado, Hancock.
Obrigado.
Obrigado, Hancock.
Por acaso vais voar pelo vale?
Monte, um ficará aqui, certo?
Chuta a bola.
Este ficará aqui e diz "Chuta!".
Formidável. Obrigado.
No acesso a casa
teria sido melhor, mas...
- O que se passa, pai?
- Olá, campeão.
O pai teve um dia complicado.
Quero que conheças uma pessoa.
Ele está a estacionar
o carro do pai.
- Quem é este?
- Hancock.
Exactamente.
Hancock, o meu filho Aaron.
O que aconteceu ao carro?
Tu nem ias acreditar.
Foi por um triz que um comboio
não me apanhou. Se não fosse ele...
Ele salvou-me a vida. Hancock,
esta é a minha mulher, Mary.
Quase fui trucidado por um comboio.
Vi a morte à minha frente.
- Ele salvou-te a vida?
- Sem dúvida. Obrigado.
- Está tudo bem?
- Tudo fixe.
Foge das linhas de comboio.
Espera um instante...
Hancock, tu comes a nossa comida?
Gostas de almôndegas?
Ele tem mais que fazer...
Adoro almôndegas.
Quem tem tanto que fazer
que não possa comer?
E para nós será um prazer.
Não vou aceitar uma recusa.
Entra.
Porque tens uma águia no boné?
Gostas de águias?
Ele fala que se desunha.
Não temos muitas visitas...
Que aspecto...
O aquecimento está ligado?
Não? Tudo bem.
Aderimos ao Spaghetti Madness
há uns dois anos.
Fazemos isto todas as quintas-feiras
e não falhámos uma...
Nunca.
- Nunca? Isso é imenso tempo.
- Pois é.
- Muitíssimo tempo.
- Excelentes almôndegas, rapaz.
Aaron.
- A tua mãe chama-te.
- Sim, mãe?
Não. O nome dele é Aaron.
- Como correu a escola hoje, Aaron?
- Bem.
Não tiveste mais problemas
com o Michael?
Michel. Mas não é nome
de rapariga.
- É francês.
- Hancock, Michel é...
Hancock? Michel é
o desordeiro do bairro.
Temos procurado ensinar ao Aaron
como resolver as coisas a bem.
- Pois. Dar a outra face...
- Precisamente.
Nunca te deixes levar, ouviste?
Nunca deixes que te humilhem.
Vá, Aaron, come.
A maneira de lidares com desordeiros
é levantares o pé direito,
e acertares-lhes em cheio
na pilinha.
Não vais fazer nada disso,
ouviste?
É uma boa ideia.
Fazes pontaria de maneira
que a coisinha só lhe sirva
para limpar o pó do rabo.
Por favor, pare com isso.
O Michel não é um homem.
Ele é um garotinho e os pais
estão a divorciar-se.
Por isso ele se porta assim.
Talvez não saiba,
mas nem tudo
neste mundo se resolve pela força.
Nem tudo tem de ser tiros,
gritos,
- sangue e mais sangue. Só destruição.
- Já chega.
Ela vê tantos noticiários
que às vezes torna-se demasiado.
- Têm casa de banho?
- É a seguir ao frigorífico.
Ele levou a garrafa de uísque
para a casa de banho?
Queres que ele nos mate?
Obrigado por teres aceite.
Queres despedir-te?
- Adeus, Hancock.
- Adeus, amiguinho.
- Estás bem?
- Foi uma brincadeira.
- Vem, Aaron.
- Desculpe, eu só queria...
Ele entendeu. Ela é que não.
Tenho uma dívida para contigo.
Salvaste-me a vida.
Ouve, eu gostaria de
retribuir o favor.
Sabes, eu sou relações públicas.
Sabes o que isso é? Claro que sabes.
Somos consultores de imagem.
Mudamos a maneira como as pessoas
vêem produtos, firmas...
Eu vejo-te nas notícias,
vi o que fizeste hoje,
e sinto que as pessoas
te detestam.
- Foi bom conhecer-te, Ray.
- Desculpa,
mas tu deves ouvir-me.
As pessoas - não me interpretes
mal - deviam adorar-te.
E eu quero dar-te o que mereces.
É o mínimo que eu posso fazer.
Tu és um super-herói.
Os miúdos deviam pedir-te
um autógrafo,
as pessoas deviam
aplaudir-te nas ruas.
Estão a olhar o quê,
parvalhões?!
Não, não... Eles não...
Está tudo bem.
Eles não são parvalhões.
São só pessoas.
Eu só quero conversar
um pouco contigo.
É tudo que te peço.
Ponho-o aqui?
Põe-no aí. Perfeito.
Envia-me um e-mail.
Ou vem pelo ar, sei lá.
Quero que penses no assunto.
Pensa no assunto.
Dizes-me alguma coisa?
Eu estarei aqui.
Por favor não fiquem a olhá-lo.
Ele é como nós.
E o TodoCoração?
Não tem hipótese.
É uma luta inglória.
Talvez eu não possa mudar o mundo,
mas posso mudar a vida desse tipo.
Pensa em todo o bem
que ele pode fazer.
Eu acho que estás a perder
o teu tempo com ele.
Tu detesta-lo.
Eu não o detesto, Ray.
Eu nem sequer o conheço.
Vê as notícias.
Podes ver o que ele faz.
Eu acho que ele precisa
que se interessem por ele.
Tu vês o bem em toda a gente, Ray.
Até onde ele não existe.
Tenho um mau pressentimento.
Não te envolvas com ele.
Eu conheço o género.
Ele destrói tudo que toca.
Peço desculpa.
Estão todos bem?
Vou chamar a minha mãe.
Ele é um cretino.
- Como te chamas, ***?
- Michel.
- Sabes quem eu sou?
- O meu pai diz que és um cretino.
Bem, isso não é uma palavra muito
bonita de se chamar a alguém, pois não?
- Cretino?
- Sim.
Porque isso pode por alguém
muito irritado...
e, sabes, magoar os seus
pensamentos.
Tu comportas-te como um cretino.
Muito bem...
Conheces o Aaron?
Oui.
Le petit cretino.
Ele parece ser um
excelente miúdo.
Eu só quero pedir-te
que o deixes em paz.
Porquê, cretino?
- Vais parar de me chamar isso.
- Cretino.
- O meu nome não é esse.
- Cretino.
Chama-me cretino...
...mais uma vez.
Cretino.
E tu, pançudo?
Caixa de óculos?
Hancock! Eu sabia que virias.
Pergunta à Mary,
eu tinha um pressentimento.
Eu disse que me tinhas entendido
e ias mudar.
Fizeste isto?
Vinhas depressa demais?
Irei ter contigo a casa.
Eu sei que tu não guias, mas...
Pronto, não foi nada.
Estás bem.
Pára de chorar, mariquinhas.
- Não está certo.
- Ele não tem nada.
Não está nada certo.
Há que modificar este comportamento.
Como achas que vão correr
as coisas com a mãe dele?
Aterrar assim na rua
também não é nada aceitável.
A rua já estava assim
quando eu cheguei, Ray.
Eu moro aqui.
Sei como a rua está.
Vamos esquecer
os problemas do passado.
Eu vou ensinar-te como interagir
com o público.
Onde está a tua mulher?
A Mary levou o Aaron
ao jogo de futebol.
Hancock, entrei no YouTube.
É surpreendente as coisas negativas
sobre ti que vão ser úteis.
O que é isto?
Sou eu a tentar mudar o mundo.
Infelizmente, não me saio bem.
Vamos concentrar-nos em ti.
Este vídeo estava no YouTube.
Eu sei que todos gostam de um
Nutty Buddy, mas isto é inaceitável.
Dá-me um Nutty Buddy.
Afastem-se, afastem-se.
Dá-me um Nutty Buddy.
Afastem-se, afastem-se.
Mãe! Mãe! Mãe!
São crianças.
Tira a câmara da
minha cara.
Já apagaste um incêndio
num apartamento, Ray?
- Não, nunca fiz isso. Sou um RP.
- Apanhei um calorão.
Tudo bem... E isto?
Esta é Walter, a baleia-cinzenta.
Toda a gente se lembra dela,
presa na praia de Zuma.
E chega Hancock.
Hancock!
Não me recordo disso.
Greenpeace e Walter recordam-se.
Tudo isto se torna redundante,
mas para mim,
o teu problema fundamental é...
- Queres ouvir?
- Não.
És um cretino.
Eu sei.
Mas é um facto evidente.
Ser cretino não é um crime,
mas é muito contraproducente.
Não é um crime,
mas tu és um cretino, não achas?
Tem cuidado.
E quanto a isto?
Estive a pensar numa coisa.
Tem que ver com a tua apresentação.
Não vais beber a esta hora.
O que pensas imediatamente
quando vês isto?
SUPER-HERÓI
Larilas.
- E isto?
- Larilas de vermelho.
- Larilas norueguês.
- Concordo contigo.
Deixemos a banda desenhada.
Passemos a algo mais profundo.
Eu penso que, no fundo,
portas-te mal porque te sentes só.
Penso que, no fundo,
queres a aprovação das pessoas.
Não bebas. Salvas vidas,
as pessoas rejeitam-te
e tu rejeita-las também.
E nós vamos mudar esse ciclo
e começar tudo de novo.
Isto é importante. Se transformares
esta força em força de vontade...
Hancock! Quase ganhámos.
Pois foi. Sobe. Eu vou fazer
o almoço. Vai trocar de roupa.
Olá, querido.
Viste as notícias?
- Não, estivemos a trabalhar...
- Na minha interacção com o público.
Interacção com o público.
Excelente.
A lei é a lei, Mr. Hancock,
e o senhor não está acima dela.
PEDIDO DE DETENÇÃO DE HANCOCK
Destruição de propriedade
no valor de dezenas de milhões
de dólares, roubo, e agora isto?
Do meu ponto de vista,
vejo um homem egoísta e alheado,
com muita força, mas que só tem
consideração por si próprio.
Mr. Hancock,
deixe-me lembrar-lhe
que não está acima da lei.
Não compareceu a mais de
600 intimações em processos civis.
Qualquer outro teria sido detido
por desrespeito. Mas o senhor, não.
Pode ser um super-herói,
mas digo-lhe uma coisa:
Não é nem de longe tão forte como
a Constituição dos Estados Unidos.
Pode ter a certeza disso.
Nós não perdoamos...
Genial.
A situação tornou-se péssima e isto
é exactamente o que precisávamos.
Um procurador-geral está a ver
como meter-te na cadeia.
- Ela bem pode tentar.
- Entrega-te.
As pessoas tomam-te por certo.
Têm de sentir a tua falta.
As pessoas não gostam de ti,
Hancock.
Eu gosto.
Duas semanas e o público
estará a clamar por ti.
Quando o fizerem,
estaremos prontos.
Na pior das hipóteses, se eu
estiver errado, tu piras-te da prisão.
O que tens a perder?
"Eu peço desculpas ao povo
de Los Angeles.
O meu comportamento
tem sido impróprio
e eu aceito as consequências.
Peço aos meus concidadãos
angelenos
a sua paciência
e compreensão."
És um cretino, Hancock!
Cretino!
"A vida aqui pode ser difícil
para mim.
Afinal, eu sou o único
da minha espécie.
Durante a minha detenção
participarei
no tratamento de controlo do
álcool e do comportamento."
Tu és um pifão!
"Merecem mais de mim.
Eu posso ser melhor. Eu serei melhor."
DEPARTAMENTO DE CORRECÇÃO
DA CALIFÓRNIA
Bom-dia, senhoras.
Bem-vindas à vossa nova casa...
É o dever de cada um
de vocês...
de se lembrarem do número
de série do vosso companheiro.
Vira-te para a tua direita.
Vira-te para a tua esquerda.
Muito bem, escumalha.
Vamos.
Dá cá a mão, playboy.
Eu entendo.
Eu pus alguns...
a maioria de vocês aqui.
Pois puseste.
Eu compreendo que estejam
chateados comigo.
Eu fico no meu canto
e vocês não têm de se preocupar.
Eu não quero sarilhos.
De acordo?
Eu só quero ir para a minha cela.
- Isso não vai acontecer.
- Pois não.
Com licença.
Com licença, por favor.
Se não saíres da frente,
eu enfio a tua cabeça no rabo dele.
Querem embarcar todos
neste comboio?
Chu-chu, cretino.
Meteste a cabeça de um homem
no rabo de outro?
Depois discutiremos isso.
O procurador pede
uma sentença de oito anos para ti.
É muito, mas não é nada
que não antecipássemos.
O nosso plano é...
Parece-me que disseste que eles
querem que eu passe oito anos aqui.
Oito anos são quatro anos e meio
com bom comportamento.
Mas é irrelevante porque
contigo fora de cena
e com o aumento constante
da criminalidade,
o procurador e a Polícia
vão pedir a tua libertação imediata.
Eles vão exigir a tua presença.
Onde vais? Senta-te.
Pára imediatamente.
- Pára, Hancock.
- Sai da frente.
Volta para trás!
Estás a ser um cobarde!
- Estás a falar com quem, Ray?
- Estou a falar contigo.
- Estás a falar com quem, Ray?
- Pára de fingir que não te ralas.
Tu tens um desígnio.
Tu és um herói, Hancock.
Vais ser infeliz toda a tua vida
até aceitares isso.
Confia em mim. Confia neste plano,
neste processo. Fica aqui.
Quando eles te chamarem,
é um herói que vamos dar-lhes.
Como vamos fazer isso, Ray?
Muito bem, rapazes,
vamos começar a partilhar.
Don?
Querias dizer alguma coisa?
Sim, acho que cheguei
a uma pequena conclusão.
Óptimo.
Compreendi que
desancar alguém, é fácil.
Mas ponho-me a olhar
para mim no espelho
- e penso: "É duro".
- Sim, deve ser.
Porque estás sempre a rir?
Imagino tu a veres-te ao espelho.
Eu também ficaria acagaçado.
Sempre que eu falo,
ele estraga tudo.
Deixemo-nos de comentários,
está bem?
Eu não partilho mais nada
se ele continuar assim.
Continuemos.
Mr. Hancock, hoje quer partilhar?
Passo.
A tua chegada é a primeira impressão.
É o teu cumprimento de super-herói.
Não chegues demasiado depressa.
Não chegues demasiado bêbedo.
E não aterres num Mercedes
de cem mil dólares.
As pessoas devem ficar felizes
por teres chegado.
Mr. Hancock, quer partilhar?
Passo.
Portanto, entraste pela porta
e o prédio continua intacto.
As pessoas estão contentes.
Agora sentem-se seguras.
Há um agente lá
que fez um bom trabalho
e podes querer dizer-lhe
que ele fez um bom trabalho.
Porque é que eu havia de aparecer
se ele fez um bom trabalho?
Rádio KBLA, 850 AM.
A mais importante notícia
de hoje, sem surpresas:
Hancock.
Qual a sua opinião?
Eu já estava farto
desse tipo.
Ainda bem que ele está preso e
espero que não o deixem sair tão cedo.
Deixem é sair o meu
primo Pookie.
"Vejo que não traz um colete
à prova de balas
e admiro a sua coragem
porque as balas não ressaltam
de si, ressaltam de mim."
Esta cidade está cheia de
gangues e de traficantes.
Hancock é a única pessoa
que os intimida.
O que faz nem sempre é aceitável,
mas combate o crime.
Além disso, é giro.
Deixa-me ouvir-te dizê-lo.
Deixa-me ouvir-te dizer "bom trabalho".
B...
Bo...
Mr. Hancock?
Quer partilhar?
Passo.
Bo...
Bom...
Bom...
Bom... trabalho.
Bom trabalho.
Quinto dia, e fiel à sua palavra,
Hancock continua preso.
Entretanto, a criminalidade
continua a aumentar.
O LAPD acusa
um aumento de 30 porcento
nos últimos cinco dias que
Hancock está atrás das grades.
- Hancock! Hancock!
- Olá, amiguinho.
Trouxemos-te uma coisa.
Onde está o Ray?
Viemos só nós.
O Ray está a trabalhar.
O Aaron queria vir ver-te
e viemos trazer-te
Spaghetti Madness.
Devia ter deixado o guarda
ver se trazia alguma chave...
- Dá cá.
- Toma.
Então trouxeste-me almôndegas?
- Come.
- Que aspecto...
- Boa almôndega.
- Obrigado, Hancock.
O Ray é um bom homem.
Seja o que for que estejas a fazer,
não o decepciones.
De acordo?
Óptimo.
Bem, temos de ir embora.
Já?
Quero ficar com o Hancock.
Temos de ir, querido.
Vá, despede-te do Hancock.
Toma, Hancock. É o meu preferido
e eu quero que fiques com ele.
- Foste muito querido.
- Obrigado, mãe.
Mr. Hancock, quer partilhar?
Passo.
Phillip?
Gosto muito de todos.
Nós também gostamos de ti.
Para quando te chamarem.
- Não estou a ouvir, Ray.
- Estás, sim.
- Não, não estou.
- Estás.
Não estou mesmo, Ray.
Pensas que não estás,
mas estás.
É mais fácil eu combater o crime de
rabo ao léu do que vestir isso, Ray.
Já o fizeste nu. Temos prova disso.
Está no YouTube.
Hancock, isto é uma farda.
Uma farda representa uma finalidade.
Médicos, polícias, bombeiros...
- Representa uma vocação...
- Passaram duas semanas.
Lá fora ninguém sente
a minha falta, Ray.
Tem paciência.
Tens de confiar em mim.
Violação de perímetro.
Violação de perímetro.
Continuas um reles impostor.
Mr. Hancock?
É a sua vez.
Passo.
- Vá lá, meu, tenta. Fala connosco.
- Vá lá, John.
Não tenho nada para dizer.
Não te ocorre nada?
Vá lá, John.
É fixe, meu.
Há uma primeira vez para tudo.
- É bom desabafar.
- Cura as feridas. Experimenta.
Vens aqui há tantos dias
e não tens nada para partilhar?
Chamo-me Hancock,
bebo e coisas assim...
Obrigado por partilhares.
Obrigado.
- Merece aplausos.
- É assim mesmo. Boa partilha.
Hancock.
Levanta-te.
- Tens uma chamada.
- Recebe o recado.
É o chefe da Polícia.
Diz que precisa da tua ajuda.
O marido da agente encurralada
é o cabo Joseph Blake,
que foi morto
no ano passado no Iraque
deixando-a com duas crianças.
Aguardamos as últimas notícias,
mas parece haver três
suspeitos...
O que se passa?
Ajudem-me!
Fiquem baixos! Fiquem baixos!
Saiam daí!
Vamos! Recuem todos!
Para trás! Rápido!
Estabelecemos perímetros a norte,
leste e sul.
O lado oeste está aberto.
Não espatifes o prédio,
não espatifes o prédio.
O que foi?
Está um bocadinho apertado.
Qual é a cena?
Assalto a banco. Tenho pelo menos
oito reféns. Quatro assaltantes.
Tenho uma agente encurralada
e não conseguimos alcançá-la.
Eles têm-nos alvejado toda a manhã.
Têm artilharia pesada.
Calibre.50 ou mais ainda.
- Não sei se isso te interessa.
- Não, não há crise.
Bom trabalho.
Bom trabalho.
Belíssimo trabalho.
É o Hancock!
Acabem com ele!
Bom trabalho!
Autoriza-me a tocar no seu corpo?
Sim!
Sem segundas intenções.
Não é que não seja
uma mulher atraente.
- É uma mulher mesmo muito atraente.
- Tira-me daqui!
Ele está a caminho!
Ele vem aí!
Bom trabalho.
- Hancock!
- Bom trabalho.
Já disseste isso.
Agora preciso que ponhas fim a isto!
Controlem os flancos!
Protejam o perímetro!
Espalhem-se!
Eles vão chegar pelas traseiras!
Que é feito dele?!
Onde é que ele foi?!
Onde é que ele foi?!
O que é que está a acontecer?!
- Ouvi dizer que estavas na prisa.
- Saí mais cedo.
- Como assim?
- Bom comportamento.
Sabes o que isto é?
Palpita-me que é
uma espécie de detonador.
Há quatro quilos de C-4
presos a cada um deles.
Isto accionará o detonador
se eu pifar.
Se o meu polegar sair do sítio:
Pum.
E agora, como tivemos uma pequena
alteração de plano,
entre a Polícia aparecer
e tu lixares todos os meus sócios,
quero que entres na caixa-forte.
Encontrarás lá paletes de três quartos
de tonelada com notas pequenas.
Trinta milhões de dólares.
E tu vais trazê-los por mim.
Tu vais tirar-me daqui
em segurança com o dinheiro,
senão, a Polícia limpará com uma
esfregona o que restar dos reféns.
Vou ter de dizer não.
Estou a tentar viver
uma vida nova.
Eu farei o prédio ir
pelo ar, cretino.
Eu não gosto dessa palavra.
Eu irei fazê-los em bocadinhos
e o sangue deles ficará
nas tuas mãos.
Estás a ouvir-me, cretino?
Chama-me cretino...
...mais uma vez.
Cre...
Mantenha a mão no gatilho.
- Bom trabalho.
- Não. Bom trabalho foi o teu.
Bom trabalho.
Hancock!
Saúda os teus fãs.
Vê que recepção...
Vamos.
A cena do banco foi espectacular.
Sorri.
Agora deixam entrar toda a gente?
Hancock,
Mike Kilbourne e Jeremy Himmel.
Fãs incondicionais.
Os maiores.
Eles têm uma grande
firma de publicidade.
- Por onde andaste, Ray?
- Nunca telefonas.
- Eu telefonei várias vezes.
- O que lá vai, lá vai.
Isto é que é vida, não é?
Como é que vocês se conheceram?
Eu já tinha sido casado.
A minha primeira mulher...
...morreu ao dar à luz o Aaron.
Falamos disso noutra altura...
E pronto, vi-me com um lindo bebé,
sem saber o que fazer.
Estava no supermercado,
no corredor dos bebés,
com um pacote de fraldas
em cada mão.
Estava a olhar para elas,
sem saber como enfrentar a situação.
Um anjo...
...vê-me.
Ela sabia.
Olhou para mim com este olhar...
E mesmo na situação em que eu
estava, eu soube que alguém, algures,
estendia a mão para me ajudar.
Compreendes?
A partir desse dia, tu ajudaste-me
a refazer a minha vida.
- Estás bêbedo.
- E daí? Vem cá.
E tu, amigo?
Tu és de outro planeta, não és?
Não. Eu sou de Miami.
Não vieste num meteoro ou...?
Não. Só me recordo de ter recuperado
a consciência num hospital.
Um hospital militar?
Faziam experiências contigo...
Não, Ray. A urgência
de um hospital de Miami.
- Poupa-me.
- Tinha uma fractura de crânio.
Disseram-me que eu tinha
tentado impedir um assalto.
Tinham-te posto K.O.
Creio que antes
eu era uma pessoa normal
e quando acordei, estava diferente.
No hospital, uma enfermeira
tentou dar-me uma injecção
e a agulha partiu-se
contra a minha pele.
Uma hora depois,
o meu cérebro estava curado.
Os médicos estavam espantados.
Queriam saber a minha história.
Tal como vocês. Mas eu não podia
dizer-lhes. Eu não sei quem sou.
Amnésia.
- A pancada na cabeça...
- Foi o que eles deduziram.
- Não te recordas de nada?
- Não.
A única coisa
que eu tinha no bolso era
uma pastilha elástica
e dois bilhetes de cinema.
Frankenstein,
com o Boris Karloff.
Mas nenhuma identificação, nada.
Quando fui assinar a alta, a
enfermeira chamou-me John Hancock...
...e eu achei que era
esse o meu nome.
Como é que eu não li nada
sobre isso nos jornais?
Deve ter vindo nos jornais
de há 80 anos.
De há 80 anos?
Eu não envelheço.
- Porreiro.
- Mas gostava de saber.
Que safardana teria eu sido...
...para ninguém me procurar?
Eu não sou a pessoa
mais simpática do mundo,
pelo menos é o que me
têm dito, mas...
...ninguém?
Quem quer que fosse já deve estar
morto, de qualquer maneira.
Ei.
Ei, Mary.
Estás bem, querida?
Sim.
Vinho a mais.
Sou um peso leve.
Desculpa.
Não fizeste nada.
Isto foi um belo jantar, Ray.
- Não foi mau.
- Quase lhe chamei diversão.
Não te cansou subires as escadas?
- Nem por isso.
- Estou mesmo zonzo.
Podias ter-me trazido pelo ar.
- Dispensava isto.
- Tira os sapatos.
Está bem, mas é tudo que me tiras.
Tu confias em mim,
não confias, Hancock?
- Claro que confio em ti, Ray.
- Dá-me uma ajuda.
Tenho uma coisa para te dizer.
Escuta-me.
Isto é importante.
Tu és como um Dodger Dog.
(mascote de futebol americano)
É algo que as pessoa acham
que não vão gostar,
depois experimentam e adoram,
certo? Dá-lhe em cheio.
É bom para a alma. És como
o Dodger Dog mundial.
Não sei.
Mas tu percebes, certo?
Vais-te sair lindamente.
Vais remediar tudo.
- Dorme, Ray.
- Dorme bem também.
Hancock a pôr-me na cama...
Já está a dormir.
- Está bem, obrigada. Boa noite.
- Boa noite.
Olha, só não quero que
penses que... Que o Ray...
Sabes, bebe assim,
porque...
- Não.
- Isto só foi tipo uma...
- noite de celebração.
- Não, eu percebo.
- Pois, eu sei disso.
- Está bem.
A estaferma da baby-sitter
nunca limpa nada.
Tens a mão ferida.
Pois, eu não...
Não sei o que é.
Tenho-me sentido estranho.
Tu...
Deves ir andando.
Já é tarde.
Se o Ray souber de mim,
és um homem morto.
Joan, nós tratamos disso.
Não te preocupes.
Olá, querido.
Pequeno-almoço?
O Hancock espirrou?
Dá para acreditar? Atchim!
É incrível como não deste por nada.
Com mil raios!
Eu bem te disse, mas...
Disseste-me que com um espirro
ele ia abrir um buraco na casa?
Eu disse que a presença dele...
És capaz de abrir isto?
Obrigada.
- Céus, tens uma força!
- Está aberto.
Mas não te preocupes...
Já pedi desculpa aos vizinhos e
telefonei para a companhia de seguros.
Está tudo resolvido.
Tu...
...saboreia o pequeno-almoço.
Vamos de férias?
Só os três.
- No fim do Verão?
- Esta noite.
- Esta noite?
- Vamos para qualquer lado.
- Esta noite pode ser um pouco difícil.
- Vá lá. Nós os três?
Eu num biquíni?
- Parece-me bem.
- Vamos para qualquer lado.
Truz, truz.
Santinho.
Estava a dizer ao Ray
que espero que não espirres mais
porque acho que a nossa casa não
aguenta muitos mais espirros teus.
Às vezes eu espirro
quando há poeiras...
...ou se tenho uma grande surpresa.
Que chatice.
É o Kilbourne.
Mike? Como vai isso?
Também gostei muito de te ver.
Certo. Vá, diz.
Tenho uma caneta aqui.
Pois... Eu sei.
Estou a avisar-te.
Podes dizer.
E continua a ser 310?
Espera um instante.
Fazem-me o favor...?
Desculpa, Mike.
Vamos conversar.
Vai-te embora.
É algo que me entusiasma muito.
- Vou fazer isto o dia todo.
- Cala-te!
Está bem, conversaremos.
E quando acabarmos de conversar,
vais-te embora
e deixas a minha família em paz.
- Na minha casa às 4 horas.
- Seja.
Preferia não discutir
quantias agora.
Deixemos isso para a reunião.
Vamos marcá-la.
Para mim está bem.
Lá estarei.
Às 15h30. Óptimo.
Ligaste o aquecimento?
Ele magoou-te, não foi?
Explica-te.
Como te sentiste?
Dorido.
Mal.
Mal.
É porque ele te tirou o teu poder.
E tu tens de recuperar o teu poder.
E ninguém te devolverá o teu poder,
tens de o recuperar.
Entendes-me?
Nós vamos achar o Hancock...
...e recuperar o teu poder.
Bem, estou aqui.
Sim.
- Queres fazê-lo?
- Fazer o quê?
Não tenho tempo para isto, está bem?
Faz as perguntas,
eu respondo honestamente e
depois tu deixas L.A.
Eu não vou deixar L.A.
Está bem, está bem.
Caramba.
Não.
Pergunta.
- Tu e eu.
- Tu e eu o quê?
- Nós somos iguais.
- Não.
Eu sou mais forte.
És mesmo?
Sem dúvida.
Quem somos nós?
Deuses, anjos. Culturas diferentes
chamam-nos nomes diferentes.
Agora, de repente, é super-herói.
- Há mais como nós?
- Havia.
Morreram todos.
Só restamos nós.
O que se passa?
O que somos um ao outro?
- Somos irmão e irmã.
- Isso é mentira.
- Não, eu sou tua irmã.
- Isso é mentira!
Eu sou tua irmã.
Irmãs não beijam irmãos da maneira
como tu me beijaste ontem.
Estás a mentir.
Vamos ver o que o Ray
pensa disto.
Volta aqui imediatamente!
Vou dizer-lhe!
O símbolo TodoCoração
será conhecido mundialmente
como um símbolo
que representa empresas que estão
empenhadas em mudar o mundo.
Podem entregar os seus produtos,
comida, medicamentos,
energia, roupa, de graça.
- Pensava que falávamos de Hancock.
- Segundo...
Afasta-te de mim
e da minha família.
Não voltas a fazer-me isto.
O quê? Não sei de que falas.
Adoro-te, Hancock!
Não pode resultar.
Acaba sempre da mesma maneira.
Pérsia. Grécia. Brooklyn.
Brooklyn?
Eu nunca estive em Brooklyn!
Tolerei as tuas tretas
nos últimos 3.000 anos
e estou farta! Farta, ouviste?
- Eu não sei de que falas!
- Sou feliz! Finalmente, sou feliz!
- Tu não vais estragar tudo!
- Eu não sei de que falas!
Custa-me interromper
o teu discurso irracional,
mas não deve ter sido nada de especial
porque eu não me lembro de ti!
Chama-me maluca...
...mais uma vez.
Chalada.
Pronto, pára.
É melhor não me bateres com isso.
Para as empresas se qualificarem
para o símbolo TodoCoração,
têm de provar que são líderes
na revolução global...
Nós queremos falar
sobre Mr. Hancock.
...que estão empenhadas
em melhorar o mundo
e podem fazê-lo
de quatro maneiras diferentes.
A coisa mais importante
do TodoCoração
é o reconhecimento do símbolo.
É por isso que eu criei
todos estes exemplos
em Tóquio, Londres, Dubai, Paris.
Precisamos da máxima exposição.
Precisamos da maior...
Está a nevar?
Pára.
Pára com isso.
Pára. Pára. Pára!
Muito bem, vamos só...
Larga-me!
Larga-me!
Pára. Pára!
Larga-me!
- Deixa-me!
- Ouve-me! Ouve-me!
- Eu odeio-te!
- Sinto muito!
Seja eu quem for, seja o que for
que eu fiz, olha para mim.
Sinto muito.
Eu não me lembro.
És a coisa mais bonita que
alguma vez vi.
Meu Deus.
Porque estavas a voar?
Tu estavas a voar, Mary.
- Sim, ela estava a voar.
- Pronto, eu estava a voar.
E também sou muito forte.
- Nós somos assim.
- "Nós"?
Eu e ele. Agora só restamos nós.
Os outros acasalaram e morreram.
Na minha casa não falaste
nos que acasalaram.
- Estiveste na casa dele.
- Isto é muito difícil de explicar.
- Sou todo ouvidos, Mary.
- Eu também.
Faz-me um favor,
deixa-nos falar a sós.
- Não te vires contra mim.
- Os adultos estão a falar.
Tecnicamente falando,
ele é meu marido.
Diabos me levem.
- O quê?!
- Separámo-nos há décadas.
Muito antes de tu teres nascido.
Ele não consegue recordar-se.
Mas tu consegues. Não é assim?
Tu sabias?
Isso é das coisas que podes dizer
logo no primeiro encontro, Mary.
"Não gosto de viajar.
Sou alérgica a gatos. Sou imortal."
São coisas que podem ficar
logo esclarecidas.
O que quer que sejamos,
fomos criados aos pares.
Por mais que eu fuja,
ele encontra-me sempre.
Não há nada a fazer.
Estás a dizer que os dois
estão destinados a estar juntos?
Eu já vivi muito tempo, Ray.
E uma coisa que aprendi
é que o destino não decide tudo.
As pessoas podem escolher.
E tu escolheste
deixar-me pensar
que eu estava aqui sozinho.
Não pensei que sentisses falta
do que não recordavas.
Bonito. E agora?
Eu não previ isto.
Autoridades prisionais
confirmaram
que o motim dos presos foi
liderado por "Red" Parker Jr.
que também foi o líder do assalto
ao banco de Spring Street.
Pelo menos oito presos
estão desaparecidos.
Mais informações sobre
o motim prisional em Norwalk.
Operários de construção civil na
prisão foram deixados inconscientes.
Os presos roubaram
a roupa dos operários
e receia-se que alguns
tenham fugido.
Parker é considerado
um génio do crime.
É muito eficiente
na persuasão psicológica
de criminosos de
diferentes origens.
Ele é um ex-professor de psicologia
da Universidade de Stanford.
Enquanto lá, organizou
uma rede de criminosos
constituída por licenciados
de diversas áreas académicas.
Noventa e um e dez.
Noventa e um e dez?
Estás a mangar comigo.
Noventa e um e dez.
Grande roubalheira.
- Qual é a tua?
- Vou levar o dinheiro.
Concordo contigo.
Se tu queres uma coisa,
ninguém pode impedir-te
de a conseguires.
Consegues e acabou-se.
Gosto disso.
Mas vais conseguir?
O meu Zagnut contra o teu revólver.
Desculpa o vidro partido.
Preciso da Sala 1020 imediatamente!
Uma sonda IV. Tipo de sangue,
CBC, electrólitos, um PT e...
Isso não vai resultar.
O que está a acontecer?
Notícia de última hora. John
Hancock foi levado de urgência
para o Hospital Geral
de Los Angeles.
Hancock está em estado grave
com múltiplos ferimentos de balas.
Ainda não se sabe
como isso lhe aconteceu,
mas continuaremos a cobrir
o acontecimento.
Mr. Embrey, só algumas perguntas,
por favor.
Pode descrever como aconteceu?
Pelo que ouvi, ele tentava
impedir um assalto.
Sabe se foi usada alguma munição
especial na arma que o atingiu?
Não, que eu saiba não.
Isto pode ter alguma coisa que ver
com a misteriosa super-mulher?
Não sei dizer.
Essa mulher pode ser
mais poderosa do que Hancock?
Estás a tornar-te mortal.
Somos nós.
Estando perto um do outro.
Nunca aconteceu tão depressa.
Tens de ir embora.
Quanto mais longe estiveres de mim,
melhor te vais sentir.
Começarás a recuperar
os teus poderes,
a voar, a escavacar coisas
e a salvar pessoas, rapidamente.
É como eu disse,
nós fomos criados aos pares.
E quando nos aproximamos dos nossos
opostos, perdemos o nosso poder.
- Porquê?
- Para podermos viver vidas humanas.
Amar, casar,
envelhecer. Morrer.
O que é que nos aconteceu?
Verão de 4 a.C.
Nós estávamos a tornar-nos
mortais, como agora.
Eles vieram atrás de mim
com espadas.
Mas tu salvaste-me.
1850.
Eles incendiaram a nossa casa.
Tu arrancaste-me das chamas.
Há oitenta anos.
O que aconteceu então?
Nós vivíamos em Miami...
...e passava um filme novo
na cidade.
Frankenstein.
E depois,
descemos a Flagler Street,
tu pegaste na minha mão
e apertaste-a com força.
E atacaram-nos num beco.
Eles bateram-te tanto.
Havia tanto sangue...
Não me deixaram ir contigo
na ambulância.
E quando cheguei ao hospital,
tu já estavas consciente.
Mas não me reconheceste.
Então, fui-me embora.
Sempre que estamos juntos,
atacam-te por minha causa.
Tu és mais fadado para salvar
pessoas, do que todos nós.
Tu és assim.
Tu és um herói.
A apólice de seguro dos deuses.
Mantêm um vivo. Tu.
Para protegeres este mundo.
Mary!
Mãe!
- Mary!
- Baixem-se!
Mary?
Pára.
Protege-te.
Mary!
Levantem-na!
Vamos, Chuck, rápido!
- Morfina.
- Ajudem aqui!
Segurem-na, segurem-na.
Segurem-na.
Segurem-na.
- Quer que traga o monitor?
- Esteja calma.
- Segurem-na, segurem-na.
- Preciso de tábuas EKG.
Todos passamos por maus bocados,
Hancock.
Tu não és diferente.
É altura de bateres a bota,
Hancock.
Tiveste uma vida porreira.
Todos vamos ter saudades tuas.
Mas é altura de partires.
E talvez para um sítio melhor...
Se quiseres podes agradecer-me...
...super-herói.
Não acredito!
Aaron!
UM MÊS DEPOIS
- E Átila, o Huno?
- Era completamente vesgo.
Vesgo?
E a Rainha Isabel?
- Carente.
- E o JFK?
"Mm, oh, iá"?
Mais alguma coisa?
Não é nada disso. Eu estava em Cuba
quando foi aquilo dos mísseis.
Espera.
- Está?
- Ray.
Tenho tentado telefonar-te.
Eu estive sem rede.
- Estás na rua?
- Estou.
- Olha para cima.
- Estou a olhar para cima.
Estou a olhar para cima.
- Querida?
- O que foi?
Vais mudar o mundo.
- Bom trabalho, Ray.
- Meu Deus, Ray.
Olha lá para cima.
Hancock!
Orgulho-me de ti.
Obrigado.
Terei problemas por causa disto?
- Quieto!
- Não te mexas!
- Meu Deus! Sam! Não!
- Larga a arma!
Recuem! Recuem!
- Larga-a!
- Recuem ou disparo!
Recuem! Não estou a brincar.
Recuem. Recuem.
Porra! ***!
Donde é que vieste?
Tem calma.
Diz-me o que precisas.
Diz aos polícias que não apontem
as armas para mim.
Diz-lhes que não apontem
as armas para mim.
Vá lá, rapazes.
Baixem as armas.
Tu vais tirar-nos daqui
com essa fatiota esterlicadinha.
Faz o que te digo, cretino!
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