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- Boone?
- Sim, General?
Vou entrar no escritório ao lado.
Sim, senhor.
Raios!
Tudo isto é mais verdadeiro do
que você acreditaria.
O meu nome é Bob Wilton.
Sou jornalista.
Faz parte do meu trabalho
descobrir onde a história começa.
Se estivessem a ver minha história,
podiam pensar que começou
quando arranjei trabalho no
Ann Arbor Daily Telegram.
Ou podiam pensar que começou...
...quando me casei com a minha
namorada da faculdade, Debora.
Mas estariam enganados.
Porque a verdadeira história da minha
vida começou há uns anos atrás,
quando o meu editor me mandou
entrevistar um homem nas redondezas,
de que ouviu falar num programa de rádio.
O tipo afirmava ter uma espécie
de poderes psíquicos.
E que conseguia viajar para onde
quisesse com a mente.
Chamava-lhe "Visão remota".
O nome do homem era Gus Lacey.
O que tem visto ultimamente?
Ultimamente, tenho visto o
monstro de Loch Ness na Escócia.
Obrigado, mãe.
E ao que parece...
Já o tenho. Já o tenho.
Mãe, já o tenho.
Obrigado.
Ao que parece...
É um fantasma de um dinossauro.
Então, quando começou tudo isto, Gus?
Começou quando era criança...
O Gus disse-me que nos anos 80,
tinha feito parte de uma unidade
secreta treinada pelo exército.
Num programa autorizado pelos mais
altos níveis do governo.
Quando lhe perguntei qual era o
objectivo dessa unidade, ele disse:
Éramos, no fundo, espiões psíquicos.
Era a nossa tarefa inicial.
Quando se aperceberam do que
tinham descoberto...
Fomos treinados para matar animais.
- O quê? Com...
- Com as nossas mentes. Correcto.
Só a olhar para eles.
Que tipo de animais?
Um da nossa unidade parou o
coração de uma cabra.
Poder... que libertaram em nós.
A semana passada matei
o meu hamster.
Quer ver?
Ali! Olhe!
Já alguma vez viu um hamster
fazer aquilo?
- Nunca tive um hamster, Gus...
- Apenas veja! Olhe!
Vê a maneira como ele está a
olhar para a roda.
Sim, parece-me que os nossos leitores
que têm hamsters saberão que...
comportamento aberrante e que...
o que...
- Porra! Porra! Morreu!
- Sim, morreu.
Nesta altura já tinha estado a
olhar para ele cerca de 3 horas.
Bizarro, certo?
O que é aquilo?
Ele não morreu.
Você disse que o matou.
Sim, pois...
A mãe não deixou.
Ela disse:
"Não mostres o hamster a morrer."
"Mostra antes a cassete do hamster
a portar-se de forma estranha."
Devia ter visto o Skipper
a trabalhar.
- Quem é o Skipper?
- Lyn Cassady.
Para mim, a seguir ao Bill ele é
o psíquico mais dotado que conheci.
Ele era como uma força oculta.
Acho que agora tem um
estúdio de dança.
O homenzinho dentro de mim
catalogou o Lacey como maluco.
Vocês sabem, o homenzinho.
É ele que diz:
"Baixa a cabeça".
"Fica na tua pequena cidade,
com o teu pequeno trabalho".
"És um tipo sortudo,
a tua mulher ama-te".
"Tens tudo o que queres".
"Não estás à procura de uma
grande aventura".
Mas depois, um dia...
...quando menos esperas,
A grande aventura encontra-te!
A morte súbita do Ron foi o
catalisador de tudo.
A Debora disse-me que tinha sido
como uma chamada para acordar.
O que as pessoas chamavam de:
"O memento mori".
Os problemas cardíacos do Ron,
lembraram-na que
a vida é muito curta para desperdiçar
qualquer hipótese de ser feliz.
E que a morte dele ajudou-a a
pôr tudo em perspectiva.
Uma semana depois do funeral...
...ela trocou-me pelo editor.
Pareceu-me uma tragédia tão
grande no momento.
Não podíamos ver para além
das nossas pequenas vidas,
os grandes eventos da história
a decorrer lá fora no mundo.
Eu era como uma criança ou um Hobbit,
segura no Shire.
Ou um rapaz loiro agricultor,
num distante planeta deserto,
que desconhece estar já a dar
os primeiros passos no caminho
que o levará inflexivelmente
para o coração de um conflito
...entre as forças do Bem e do Mal.
Os Americanos são pessoas
determinadas,
que subiram à altura de qualquer
*** do nosso tempo.
A adversidade demonstrou o
carácter do nosso país,
ao mundo.
Soubesse eu onde esse
caminho levaria,
houvesse um leve vento do futuro que
me trouxesse o nome do Bill Django,
e eu provavelmente não teria ido.
Mas tal como aconteceu,
eu fiz o que tantos homens fizeram
durante a história,
quando uma mulher lhes partiu o coração.
Eu fui para a guerra.
Homens que Matam Cabras Só com o Olhar
- Então, tens visto algum combate?
- Sim, não é que...
Bem, não te vou mentir Debora,
tem sido bastante complicado.
Sim, temos visto na Fox.
Sim, é que não...
Vi coisas que não devias,
tu sabes...
Bem, eu nem sei porque estás aí.
Sabes, penso que é importante, as
pessoas saberem ao certo o que...
- O quê?
- Preparada para sair?
- ...se está a passar, e...
- Estou.
- Quem é... é o Dave?
- É.
Ele diz "olá".
Bom, isso é...
Ele vai tirar as coisas dele daqui?
Isso...
Eu... eu tenho de ir.
Vamos mudar-nos, vamos para norte
para cobrir o combate lá.
Espera, Bob, eu...
Portanto, diga-me uma frase
que dê jeito.
La tutlek. Ana sahaffi.
- La tutlek. Ana sahaffi.
- Certo.
- O que significa?
- Não disparem. Sou jornalista.
Está bem, disso vou-me lembrar.
La tutlek. Ana sahaffi.
Há meses que estou à espera para
passar a fronteira do Iraque.
Todo esse tempo, tenho visto
correspondentes de guerra
que voltaram,
a trocar histórias.
Todos me ignoraram.
Tinha de entrar no Iraque
desse por onde desse.
Ou nunca mais me conseguiria
olhar na cara,
a minha mulher, ou aquele
maneta desgraçado, Dave.
Recursos DeWitt, do Arkansas?
Isso mesmo.
Fazemos caixotes de lixo.
Está aqui para a conferência, certo?
À procura de um contracto?
- Ao que parece.
- Qual é o vosso forte?
Bem, somos baratos.
- Bob Wilton.
- Skip.
- Importa-se que...?
- Não.
- Então você é do Arkansas?
- Não.
- Está aqui há muito tempo?
- Não.
Cuidado com o que desejas.
Queria provar a mim mesmo.
E pelos meus pecados...
O destino ensinou-me uma lição.
Lyn Cassady?
"Lyn Cassady."
"Para mim, a seguir ao Bill ele é
o psíquico mais dotado que conheci."
Conhece um Gus Lacey?
Skip?
Olá?
Lyn?
Tenho o seu chapéu.
Skip?
- Trabalhas para o Hooper?
- Hooper? Não.
Trabalho para o
Ann Arbor Daily Telegram.
Como sabes do Lacey?
Entrevistei-o há uns meses
para o meu jornal.
Parvalhão.
Segue-me.
Deixa-me perguntar-te uma coisa.
De que cor eram as cadeiras
no hotel do bar?
Estiveste lá horas.
De que cor eram as cadeiras?
- Verdes.
- Bege.
Quantas luzes há neste quarto?
Um Super Soldado nem teria de olhar.
Ele apenas saberia.
- Um Super Soldado?
- Um guerreiro Jedi.
Ele saberia onde
todas as luzes estão.
Ele poderia passar por um
quarto e dizer-te
quantas tomadas havia.
As pessoas andavam com
os olhos fechados.
No Nível Um, éramos treinados para
absorver todos os detalhes.
- O que... que é um guerreiro Jedi?
- Estás a olhar para um.
- É um guerreiro Jedi?
- Correcto.
Eu não...
Não sei o que isso significa.
Sou o 1º Sargento Lyn Cassady,
forças especiais, reformado.
Nos anos 80,
fui treinado em Fort Bragg...
...sob uma iniciativa secreta,
nome de código "Projecto Jedi".
O objectivo do projecto era
criar Super Soldados.
Soldados com super poderes.
Éramos a primeira geração
do Novo Exército da Terra.
- Tem super poderes?
- Correcto.
Espere um minuto...
O que você diz é que...
...era um espião psíquico,
como o Lacey?
Preferimos o termo
"Visualizador Remoto".
- Como funciona isso?
- Bom, cada Jedi tem uma técnica diferente.
O Mel Landau visualizada engavetar
todos os problemas numa pequena mala,
...para limpar a mente.
O Steve Cuttle recitava versos
da Bíblia, o que era...
E você?
Eu acho que... acho que beber ajuda.
E...
...se estiver a ouvir rock clássico.
- Ai sim? Como o quê?
- Gosto de Boston. Boston funciona.
Que outros poderes praticou?
Invisibilidade.
- Invisibilidade?
- Sim. Era o Nível Três.
- Tipo... mesmo invisibilidade?
- Sim, claro, esse era o objectivo.
Eventualmente, adaptamos apenas a
encontrar uma maneira de não ser vistos.
Mas quando se percebe,
a ligação entre observação
e realidade,
começa-se a entrosar com
a invisibilidade.
Como camuflagem?
Não. Não é como a camuflagem.
Também praticamos Desfasamento.
Passar de partícula a onda,
do físico a energia.
Os objectos sólidos passam por nós.
Começa com um exercício de respiração.
E depois pensas em preto.
Isso é o vazio. Percebeste?
Não sei o que...
Posso ser honesto consigo, Lyn?
Não sei o que fazer disto.
Não sei o que dizer.
Isto são coisas incríveis.
Eu queria...
- Posso escrever um artigo sobre isto?
- Não me parece.
Porque, tenho andado à procura
de uma história, Lyn.
E ia escrever sobre os contractos
de reconstrução...
...mas isto é muito melhor.
Isto é mesmo muito melhor.
- Não vai acontecer.
- Só peço para nos vermos amanhã.
Vou-me embora amanhã.
- O quê? Vai para casa?
- Vou para o Iraque.
Tenho andado a pensar sobre tornar-me
parceiro de uma fábrica em Al Qaim.
- Eu podia ir
- O quê?
- Eu podia ir, talvez...
- Olha, não quero nenhuma história.
- Não quero a atenção.
- Olhe, podíamos mudar nomes...
Ouve! Há ali uma guerra, Bob!
Percebes isso?
Guerra!
Não quero ter de olhar por ti.
Não... não precisava...
eu olho por mim próprio.
Já estive em algumas
situações complicadas.
Sou jornalista, Lyn.
Percebe?
Um jornalista.
Eu vou onde a história está.
O que é isto?
Nada. Estava só a rabiscar.
O que se passa?
Nada.
O exército americano não tem
muitas alternativas sérias
a não ser esplêndido!
Isto não representa
a posição oficial
do exército americano
no preciso momento.
Bill Django.
Quem é o Bill Django?
O homem que escreveu esse livro.
Ele disse que tudo começou quando
caiu de um helicóptero no Vietname.
Saiam!
Vamos! Vamos!
Vamos! Vamos!
Mexam-se! Mexam-se!
Vai-te lixar cabrão!
- Parem com isso!
- Não disparem!
Chris! Pára com isso.
Páras com isso ou não?
Jesus!
- Médico!
- Vais ficar bem!
Vais ficar bem!
Do que estão à espera?
Mas que raio!
Porque não disparam?
Disparem!
Todos os homens do Bill
dispararam alto demais.
Instintivamente não quiseram
disparar contra outra pessoa.
Mais tarde, o Bill viu um
estudo que revelou...
...que apenas 15 a 20 por cento
dos soldados disparam para matar.
Os restantes disparavam alto,
não disparavam,
...ou fingiam estar ocupados
com outra coisa qualquer
Estou consigo, senhor.
Fique comigo, está bem?
Eu tenho-o.
Aguente.
A sua gentileza...
...é a sua força.
Enquanto recuperava no hospital,
o Bill escreveu ao vice-chefe
de pessoal do exército,
explicando que queria ir numa
missão de descoberta de factos...
...para explorar tácticas de
combate alternativas.
O Pentágono concordou em
pagar-lhe o salário e despesas.
O que o Bill não contou ao Pentágono,
é que na realidade ele foi à procura
de uma resposta à sua visão.
Como podia a gentileza
dos seus homens,
a sua falta de interesse
em matar pessoas,
tornar-se numa força?
Como podia o amor e paz
ajudar a ganhar guerras?
O Bill sabia onde ir procurar.
O Bill desapareceu para o
Movimento da Nova Era durante 6 anos.
Como todos os Shaman antes dele,
ele atravessou a vida selvagem.
Agora estava a voltar ao seu povo,
como um homem diferente.
E trouxe com ele o seu
relatório confidencial,
que chamou de:
"Manual do Novo Exército da Terra."
O Novo Exército da Terra é um lema sob
o qual as forças do bem se podem juntar.
A coragem e nobreza
do guerreiro...
...misturada com a
espiritualidade do monge.
O guerreiro Jedi vai
seguir os passos...
...dos grandes videntes do passado:
Jesus Cristo, Lao Tse Tung,
Walt Disney...
O papel do Novo Exército da Terra
é resolver conflitos no mundo.
Os Jedi irão para zonas de guerra,
usando a técnica dos olhos a faiscar,
levando flores e animais
simbólicos,
tocando música indígena e
palavras de paz...
O que... o que é a
técnica dos olhos a faiscar?
Preparado?
Certo.
- Percebeste?
- Sim.
- Viste? Percebeste?
- Penso que percebi.
Enquanto o Lyn conduzia,
perguntava-me que raio estava a fazer.
Queria voltar para trás.
Isto não era eu, estava maluco.
E o Lyn também.
Mas era tarde demais.
Já tínhamos atravessado a fronteira.
O que é isso?
Isso dirige os poderes?
O quê?
O cone. Serve para dirigir os
teus poderes ou algo do género?
Não.
Cozinha o jantar.
Usa energia solar.
Utiliza os poderes do Universo.
Sem poluição,
totalmente renovável.
É tecnologia do
Novo Exército da Terra.
É fantástico, não é?
Da primeira vez que vi isso,
fiquei do tipo...
- Mas que raio?
- Sim. Bem, mas é...
Mas o quê?
É difícil de acreditar que o
Pentágono pagou para isto.
Não há nada aqui sobre combate.
A tarefa do Novo Exército da Terra
era prevenir conflitos.
Somos uma força de paz,
não de guerra.
O Bill sabia que se
queríamos mudar o mundo,
tínhamos de começar
por mudar os exércitos.
Ele foi o tipo que começou a
pesquisa em não-letais.
- Não-letais?
- Repara bem nisto.
- O Predador.
- O Predador?
Lyn, isso é só um
bocado de plástico...
És meu, agora.
O Predador é 100% biodegradável.
É amigo da Terra, e pode aleijar-te
de cem maneiras diferentes.
Porra!
Tem capacidades de guerreiro.
E parece um bocado engraçado.
Jesus! Pára com isso!
- Comprei online.
- Porra!
O engraçado é que,
podias ver isto no chão...
...e nunca saberias que
seria tão letal.
Olhos.
Raios!
Bem, penso que é
oficialmente de noite.
Que porcaria.
Tenho doença de Crohn.
Os esteróides ajudam.
Às vezes há uma necessidade, Bob.
Às vezes as pessoas pedem ajuda,
e nem sequer se apercebem disso.
E depois uma pessoa como o Bill,
aparece assim do nada,
porque ouviu esse pedido de ajuda.
Somos um exército vazio,
meus senhores.
O Vietname esmagou a nossa alma.
Temos de sonhar uma nova América.
Uma América que não tem uma visão
de exploração de recursos naturais.
Que não promove consumismo
a todos os custos.
Mas para conseguirmos este sonho,
temos de ser a primeira superpotência
a desenvolver super poderes.
Temos de criar monges guerreiros.
Homens e mulheres
que se apaixonam por toda a gente,
que sentem as auras das plantas,
passam através de paredes,
param de dizer clichés sem sentido
e que vêem o futuro.
Quero que se juntem a mim nesta visão.
Sejam tudo o que conseguirem.
Entre a audiência do Bill naquele dia,
estava um General Brigadeiro,
...do departamento de Defesa.
Dean Hopgood.
Durante algum tempo, o General
esteve preocupado com
a pesquisa Soviética de
poderes psíquicos.
De acordo com algumas histórias,
os Soviéticos desenharam
"geradores psicotrônicos".
Máquinas capazes de bombardear
o Presidente com energia negativa.
Também estavam a conduzir
experiências sádicas,
para saber se os animais
tinham poderes psíquicos.
Podiam eles, por acaso,
telepaticamente detectar que
as suas crias estavam em apuros?
Sacanas doentes.
Mas quando começaram os Soviéticos
com este tipo de pesquisa?
Bem, senhor...
Parece que descobriram sobre
a nossa tentativa de
telepaticamente comunicar
com um submarino nuclear.
O Nautilus, enquanto estava
debaixo do gelo polar.
- Qual tentativa?
- Não houve qualquer tentativa.
Parece que a história foi um
embuste francês.
Mas os Russos pensam que a
história sobre a história
ser um embuste francês,
é apenas uma história, senhor.
Por isso,
começaram pesquisa psíquica,
porque pensavam que estávamos
a fazer pesquisa psíquica.
Quando, de facto, não estávamos
a fazer pesquisa psíquica?
Sim, senhor. Mas agora que estão
a fazer pesquisa psíquica,
teremos que fazer pesquisa psíquica.
Não nos podemos dar ao luxo que os
Russos liderem no campo do paranormal.
Duas semanas depois, o exército adoptou
um slogan: "Sejam tudo o que conseguirem".
E apontou o Bill, comandante do
Novo Exército da Terra.
Lyn?
Lyn?
Lyn? Lyn!
O que foi?
Nada, eu...
- O que...? Que estás a fazer?
- A saudar o Sol.
Muito bem. Estamos Oscar Mike.
- Significa "vamos mexer-nos", soldado.
- Certo.
Que estás a fazer?
A rebentar nuvens.
Mantém-me em forma.
- A sério? Qual delas?
- Aquela.
- Qual? Aquela ali?
- Não. Aquela. A grande.
Não está demasiado longe?
Estão todas demasiado longe.
E já se foi.
Jesus, tinhas tipo todo o deserto
para conduzir, Lyn.
Lamento imenso, Bob.
Devo ter ficado
um pouco bi-localizado.
Mas não te preocupes.
Alguém há-de aparecer.
- Caras.
- Certo.
- Caras.
- Certo.
- Qual é o teu record nisto?
- 264. Coroas.
Certo. Bem, isso é bastante...
Obrigado, Jesus.
Meu bom Jesus!
Por favor! Por favor!
Por favor!
Pode ajudar-nos?
Pode ajudar?
Pode ajudar?
Batemos contra uma rocha.
E queria saber,
se nos podia levar a alguma...
...cidade ou algum lado?
Podemos... entrar?
Obrigado.
Ele disse fattore.
Fattore, disse ele.
Podemos entrar.
Vem.
Obrigado. Obrigado por
nos levarem.
Nenhum carro passou.
Quão... quão longe é...
Lyn?
- Isto é...
- Sim.
Vamos morrer.
Vamos ser mortos pela Al Qaeda.
- Acho que não são da Al Qaeda.
- Que raio sabes tu?
Tu não sabes.
Tu não sabes!
Tu não sabes de nada!
Isto é tudo tua culpa!
Bob, há algo que te tenho de dizer.
Quando disse que estava reformado
da unidade, era mentira.
Estou numa missão.
A DeWitts era o meu disfarce.
Fui reactivado.
Não te podia dizer porque
é uma operação secreta.
Mas acho que tens um papel nisto,
acho que é por isso que aqui estás.
És um idiota.
Sabes porque estou aqui?
Só queria entrar no Iraque para
provar à minha mulher...
...que não era um...
E agora vou morrer.
Vou morrer.
E ela tem razão. Sou um...
...falhado!
Bob, alguma vez ouviste falar de
"trajectória óptima"?
O quê?
"Trajectória óptima".
A tua vida é como um rio.
Estás a apontar para um objectivo
que não é o teu destino,
e vais estar sempre a nadar
contra a corrente.
O novo Gandhi quer ser um
piloto de carros?
Não vai acontecer.
A pequena Anne Frank quer ser
professora de liceu?
É pena Anne.
Não é o teu destino.
Mas vais emocionar os corações
e mentes de milhões.
Descobre o teu destino e
o rio irá levar-te.
Por vezes, os acontecimentos na vida
dão pistas a uma pessoa sobre
o seu destino.
Como, por exemplo, aqueles
rabiscos que tu desenhaste...
É o chakra Ajna, o terceiro olho.
O símbolo do Jedi.
Quando vi que o estavas
a desenhar, bem,
quando o Universo te dá pistas
dessas, não o ignoras.
Era suposto estares aqui
comigo, Bob.
Foi o Jedi em ti que o sentiu.
Bom, não penso que estes tipos
sejam da FRL ou do exército Mahdi,
penso que sejam simples criminosos.
O que quer dizer que nos vão tentar
vender a outros grupos.
- Não podemos deixar isso acontecer.
- Como os vamos impedir?
Há três deles!
E têm armas!
Somos Jedi, Bob.
Não lutamos com armas.
Lutamos com as nossas mentes.
O que queres dizer?
Está bem, imaginemos que não temos
hipótese a não ser lutar com eles.
Usaremos estéticas visuais
para instilar psiquicamente
no inimigo,
um desincentivo para atacar.
O que queres dizer com isso?
Ouve, escolhes um inimigo,
olha-lo nos olhos,
e entras neste tom monótono
e vais pensar...
"Não te vou atacar".
Relaxas o teu corpo e a tua voz.
E arrancas-lhe um dos olhos.
Ou então pegas numa caneta e
espetas-lhe no pescoço,
e crias uma... fonte de sangue,
mesmo uma fonte real, a salpicar
para cima dos seus amigos.
Isso é um desincentivo psíquico.
Não temos nenhuma caneta.
Não estás bem a perceber.
Chega aqui.
Levanta-te. Vem.
Deixa-me mostrar-te uma coisa.
Está bem.
- Estrangula-me.
- Não quero, Lyn.
Estrangula-me.
O que irei fazer?
Não sei, há muitas arestas vivas.
Está tudo bem.
Podes "atacar-me".
O que foi isso das aspas
com os dedos?
É como se estivesses a dizer, que só sou
capaz de atacar ironicamente alguém ou algo.
Estrangula-me.
Bem, se escolher estrangular-te,
o que irás fazer?
Vou interromper o teu
padrão de pensamento.
Vês? Mal me mexi.
Simples física, nada demais.
É a energia psíquica que importa.
Estás bem?
- Arestas vivas.
- Pois é.
- Mas sentiste medo no príncipio?
- Senti.
Dirias que o nível de medo
era anormal?
Não sei. Estava aterrorizado,
mas o medo que senti ao aproximar-me,
foi, fora do normal.
Sabes porquê?
Porque não eras tu.
Era eu.
Estava dentro da tua cabeça.
A lutar com a mente.
- Bom, tens sempre de...
- Muito bem. Vamos.
Desculpa, descontrolei-me
ali dentro, Lyn.
Aprendeste uma lição.
"Aquilo que mais temes
não tem poder sobre ti,
é o medo que tem o poder."
- Bill?
- Oprah.
Não trabalhas mesmo para
a DeWitts?
É apenas o meu disfarce.
O Gus Lacey disse que tinhas
um estúdio de dança.
Também era só um disfarce, certo?
Não. Eu tenho mesmo um
estúdio de dança.
Adoro dançar.
E estás aqui numa missão, certo?
Com o seu tempo, Bob.
E estavas a falar a sério quando
disseste que eu tinha algum...
...tinha algum Jedi dentro de mim?
Aprendemos a reconhecer os nossos.
Nunca sentiste que eras diferente?
Sim. Sim, senti.
É assim connosco.
Éramos os que não se encaixavam,
quando éramos crianças.
Sempre tiveste poderes?
Mais ou menos.
Foxtrot-117 lançado.
Seguindo agora.
Charlie-Oscar 31.8066667...
Foi você que avariou
os computadores?
Fui, senhor.
Não me gozes!
O que dirias de uma
transferência, filho?
Sou o tenente coronel Bill Django.
Se passarem este curso...
...serão uma arma psíquica.
Um anjo da morte, o pior pesadelo
dos nossos inimigos!
Mas até lá, não são nada!
Menos que nada!
- Estamos entendidos?
- Senhor! Sim, senhor!
Estou só no gozo com estas merdas.
Bom, o que fazemos agora?
Vamos dançar.
Está bem.
Dêem tudo o que têm.
É isso mesmo.
- Qual é o teu primeiro nome, Cassady?
- Lyn, senhor.
Tens de libertar os pés antes
de libertar a mente, Lyn.
Não sou lá grande dançarino, senhor.
Isso não é verdade, pois não?
Tu sabes dançar.
Mas só que alguém não te deixou.
Pára de ser tão maricas!
Bem, sou o teu oficial em comando,
e ordeno-te que...
...deixes a dança fluir.
Vamos, dança!
Raios parta!
Deixa fluir!
Deixa fluir!
É isso mesmo!
Bem-vindo à jornada dos heróis, Lyn.
Ora bem, lembrem-se, oficialmente
não existimos como unidade.
E lembrem-se, não comam comida
sólida na primeira semana.
Waffle belga, ginseng
e anfetaminas.
Não para abusar,
mas dá um jeito do caraças!
Aí está a abertura.
Sente a dobra agora. Sentiste?
É isso! Boa!
- Pensa frio!
- Bravo Zulu! Boa!
Mãe Terra, meu suporte de vida,
como soldado
tenho de beber a tua água azul,
viver dentro da tua argila vermelha,
e comer a tua pele verde.
Leva o meu corpo pelo espaço
e tempo.
És a minha ligação ao Universo
e tudo o que vem a seguir.
Sou teu e tu és minha.
Saúdo-te.
Depois de anos a sentir-se
deslocado...
...o Lyn tinha finalmente encontrado
a sua casa.
Por fim estava com homens que tinham
orgulho em serem diferentes.
Ombro esquerdo, é isso.
Foram dias dourados para o Lyn.
Havia algo tão nobre e puro
na visão do Bill...
...que os Jedi se sentiram inspirados
em ser mais do que soldados.
Num mundo rasgado pela
ganância e ódio,
eles seriam uma força para o bem,
para a paz.
Pela primeira vez na sua vida, o
Lyn sentiu-se verdadeiramente feliz.
Então no jardim, entrou uma serpente.
Deixa-me acabar isto.
Deixa-me acabar isto.
Larry Hooper era um escritor falhado
de ficção científica do Colorado,
recrutado para os Jedi depois
do General Hopgood
o conhecer numa festa de
dobramento de colheres.
Jesus!
Fizeste isto?
Seu filho da...!
Desde o início,
tornou-se impopular junto
do resto da unidade.
Parabéns, Scotty. Lamento que não
vá resultar entre vocês os dois.
O Larry deu bem a entender que
não gostava da maioria dos outros Jedi.
Então meu? Gostavas que alguém
te dissesse aquilo?
Mas com o Lyn...
o Lyn era diferente.
Vai-te foder!
Ele realmente odiava-o.
K-9. Scotty?
É...
- É algo cilíndrico? É um lápis?
- Está bem. Larry?
Este é o guia espiritual do Larry,
o Maud.
Estou a olhar para dentro
do armário.
E vejo...
Vejo...
...uma chávena de lata.
Lyn?
É um homem sentado numa cadeira.
Não, esperem!
Disseram A, não K!
- Ele disse A.
- Bravo Zulu, Lyn. Espectacular.
Depois de um ano de treino,
o Lyn recebeu a sua primeira missão.
Um General sénior da NATO foi raptado
pela brigada vermelha em Itália.
Ao Bill foi perguntado não oficialmente
se a sua unidade conseguiria
ajudar a encontrá-lo, antes que
fosse tarde demais.
Estamos a norte de Verona.
É uma pequena localidade
perto de um lago.
Vejo um cinema.
Do outro lado do cinema,
há uma loja.
Ou é um... é um café.
Ele está no apartamento
por cima do café.
O nome da cidade é...
...é algo doce.
Dolce.
O nome da cidade é Dolce.
O Bill nunca tinha encontrado ninguém
com tantas capacidades psíquicas.
E a partir desse momento,
a reputação do Lyn cresceu.
Hierarquias, medalhas...
essas coisas pouco importam aos Jedi.
Mas crescimento em espírito,
em sabedoria, em poder psíquico,
são estas coisas que ganham
o nosso respeito.
Os americanos nativos acreditavam que
quando alguém recebia uma pena de águia,
era uma marca de amor,
de gratidão...
...e de máximo respeito.
Apenas verdadeiros seres humanos
podem carregar a pena de Águia.
- Boa, Lyn!
- Muito bem!
O rumor depressa chegou aos
departamentos de defesa,
de que havia um sargento
em Fort Bragg,
que conseguia encontrar
seja o que fosse.
Era como se o Lyn pudesse voar
para qualquer lado no mundo...
...sem sair do seu quarto.
Tal como o Bill disse:
"A força era verdadeiramente
forte neste aqui."
Lyn?
Não te preocupes, Bob.
Não vamos entrar naquela carrinha.
Não nos querem!
Vocês não nos querem!
Baixem as armas.
Baixem as armas.
Bob, não te mexas.
Baixem as armas.
Bob, não te mexas.
Bob, fica quieto!
Bob, pára!
La tutlek. Ana sahaffi.
Pára aí!
Bem, nesta altura pensei que
o Lyn estava a explodir.
Mais tarde descobri que o que
ele estava a fazer
era a técnica de Echmeyer.
Ben Echmeyer era um veterano do
Vietname com 63 mortes confirmadas.
Continua a ser o único não Coreano
a atingir o grau de Mestre em Kwa Ra Do.
Já foi dito que ele podia medir
forças com uma dúzia de homens,
e não se mexer um centímetro.
Também foi capaz de levantar
sacos de areia...
...pendurados pelo seu escroto.
Foi um dos professores Jedi
em Fort Bragg.
Senhor, qual é a
aplicação prática disso?
O Ben provocou um tumulto ao
aplicar a controversa
técnica de ataque
com facas "choque e medo".
A técnica era tida por apaixonados
por facas como revolucionária,
mas criticada por outros que
acreditavam que o salto e a rotação...
...podia fazer alguém
esfaquear-se acidentalmente.
O Lyn Cassady, no entanto,
tornou-se um firme adepto deste estilo.
Mas claro, o Lyn não tinha facas
nesta ocasião em particular.
Por isso, continuo a pensar que
o que ele fez foi algo...
...incauto.
Levanta as mãos!
Seu idiota.
Merda!
Eles não vêm.
Estamos bem. Estamos bem.
Eles não vêm! Vamos ficar bem.
Raios!
Ali está ele.
Senhor, está tudo bem!
Somos americanos.
Estamos aqui para ajudá-lo.
Senhor?
Senhor, será que...
Raios!
- Que aconteceu? Que aconteceu?
- Acho que o atropelei.
Senhor?
Está bem, senhor?
Bob, dá-me uma ajuda.
Vamos lá! Ajuda-o a subir.
Levanta-o.
Levanta-o!
Levanta-o!
Merda!
Quem são?
Não se mexam!
Mostrem as mãos!
Agora!
Todd Nixon, departamento de pequenos
negócios do exército.
Mahmud Daash.
Pergunte-me em que tipo de
negócios estou, Muhammad.
Mahmud. Em que tipo
de negócios está, senhor?
Neste momento, no negócio da
qualidade de vida.
Temos aqui cerca de 25 milhões de
iraquianos que querem ser independentes,
e que querem fazer algo
para eles próprios.
Mais que tudo o resto,
querem comprar coisas.
Telemóveis, câmeras digitais,
fatos... o que quiseres.
Se se vende em Boston, podes crer
que conseguimos vender em Bagdade.
Não tenho razão, Muhammad?
Ele sabe do que estou a falar.
Temos Halliburton, Parsons,
Perini... tudo ainda no início.
Vamos ter McDonalds,
vamos ter Starbucks...
Sem impostos.
Vai ser uma corrida ao ouro.
Já agora, os Franceses que se lixem!
Ouviste bem aquelas merdas?
O Chirac quer trazer
construtores franceses?
Phil, qual é a expressão
francesa mais comum?
"Eu desisto."
Isso parte-me a rir!
Ano zero, rapazes. Ano zero.
Entramos em território indígena.
Cuidado com a retaguarda.
Temos aqui uma fila de carros
na bomba de gasolina.
Vocês querem esperar?
Negativo.
Estamos demasiado expostos.
Vamos apoderar-nos da bomba.
Entrem com as presas à mostra.
Segurem o perímetro.
- Mete a gasolina, Eddy!
- Eu é que meti da última vez!
- Que treta!
- Foi ele que meteu da última vez, Gary.
Com todo o respeito, Senhor,
isso são tretas. Fui eu da última vez.
- Tretas!
- Todas as vezes!
Podemos arranjar algum tipo
de sistema?!
Contacto! Contacto!
Temos contacto!
Onde está o atirador?
E no que ficou conhecido como
a batalha de Ramadi,
doze pessoas foram feridas.
Na maioria, habitantes locais.
Ambas as companhias
de seguro reclamaram
que foram atacadas primeiro
por Iraquianos.
Claro que mais tarde
foi revelado...
...que na verdade, abriram fogo
uma sobre a outra.
Homem ao chão!
A minha casa não é longe.
Podemos ir a pé daqui.
- Parece-me bem, Muhammad.
- Mahmud.
Enquanto corríamos por um abrigo,
pensei que era isto que eu queria.
Estava numa missão,
mesmo que não soubesse que
tipo de missão era.
Mas podia ouvir o homenzinho
dentro de mim outra vez.
Ele estava a gritar como
uma menina.
Krom Um! Krom Um!
Daqui Fronteira da Liberdade.
Estamos sob ataque.
Isto está completamente caótico!
O Muhammad levou-nos à sua casa,
que ao que parece,
foi assaltada na sua ausência.
E também, acidentalmente baleada
num combate de fogo.
Os vizinhos disseram-lhe que
a sua mulher fugiu,
e não tinham a certeza para
onde tinha ido.
Lamento imenso por o ter
atropelado, senhor.
Foi um acidente.
E peço desculpa por aquele
destacamento de segurança.
Não quero que pense que nós
Americanos somos todos assim.
Peço desculpa pelos raptores.
Não foi culpa sua, senhor.
Quero dizer, também temos
raptores na América e...
Há sempre... maçãs podres.
Lyn? Estás acordado?
Estava apenas...
a pensar no Mahmud.
Só estão a tentar fazer algo
com as suas vidas.
Algo... duradouro, bom.
Mas há sempre alguém que
queira estragar isso.
O que o Lyn estava mesmo a pensar
era no Larry Hooper.
E no seu papel na destruição
do Novo Exército da Terra.
Mas, para ser justo, as próprias
excentricidades dos Jedi,
não lhes tinham ganho
muitos aliados.
Por exemplo,
houve o caso do Tim Kootz,
a quem, quando perguntado
sobre o paradeiro
do General Manuel Noriega,
ele respondeu...
- Perguntem à Angela Lansbury.
- Repete lá, Tim?
Perguntem à Angela Lansbury.
Excelente. Excelente.
Perguntamos à Angela Lansbury.
E então?
Ela disse que não sabia onde
o General Noriega estava.
Ou então aquela vez em que o Major
General Gilling visitou a base.
E viu o recruta Jedi
Clifford Hickox
a praticar a antiga dança
do Sol da nação Sioux.
Os Jedi sobreviveram a estes
pequenos escândalos,
protegidos, dizia o rumor,
pelo Presidente Reagan,
que era fã tanto dos filmes
da Guerra das Estrelas
como do próprio paranormal.
Mas, num Verão, um novo e
amigável Tenente
chamado Norman Pendleton foi recrutado
para o Novo Exército da Terra.
Desesperado por competir
com o Lyn,
o Larry tinha feito pesquisa sobre a
famosa experiência da CIA, MK-ULTRA,
que ele acreditava poder desenvolver
os seus poderes psíquicos.
Tudo o que ele precisava era de
um rato de laboratório para testar.
Para ter a certeza de
que era seguro.
Ao que parece, não era.
Fujam! Fujam!
Merda!
Norm?
Norm.
Dá-me a arma.
Pelos vistos,
o pai do Norm era
dos altos escalões do Pentágono,
e queria sangue.
Embora os Jedi tivessem a certeza
que o culpado tinha sido o Larry,
nada podia ser provado.
E quando foi chamado
a testemunhar,
o Larry tentou destruir o Bill
com tudo o que podia.
O Tenente Coronel Django usou
fundos do projecto...
- ...para contratar prostitutas...
- Isso é mentira!
...e para arranjar drogas para
ele e os seus homens.
Isso...
Bem, a parte das prostitutas é
definitivamente mentira.
O Brigadeiro General Hopgood demitiu-se
e morreu alguns anos depois.
O Bill recebeu uma
demissão desonrosa.
Continua o trabalho, Lyn.
O mundo precisa dos Jedi,
agora mais do que nunca.
Depois de o Bill sair,
o Major Holtz das Forças Especiais
tomou o comando dos Jedi.
Ele não gostava muito das técnicas
de treino incomuns do Bill,
e estava prestes a fazer
algumas alterações.
Nada voltou a ser como era.
Agradeço imenso isto, senhor.
Jesus!
Podíamos ter comprado um mapa.
Os Beduínos viajaram por este
deserto durante séculos...
...sem um mapa.
Podes usar um relógio de pulso
em conjunto com o Sol.
Então?
- Então, o quê?
- Então, usa o teu relógio.
Eu não tenho um relógio de pulso.
Por amor de...
Toma.
O que foi?
- É digital.
- E depois?
É preciso um relógio
com ponteiros.
Como é suposto eu saber isso?
Tu é que és o especialista.
Tu é que disseste que
conseguias...
...encontrar um caminho.
- E consigo, se estiveres quieto...
- Nem sequer tens relógio!
- Não preciso de um relógio.
- Como raio vamos sair daqui?
Estou a usar o Nível Dois.
- E o que é isso?
- Nível Dois. Intuição.
Fomos treinados para fazer
a escolha correcta.
Alguém chega ao pé de ti...
...e diz:
"Há uma bifurcação na estrada."
Vamos para a esquerda ou
para a direita? E tu dizes...
"Vamos para a direita!"
- O quê? Instantaneamente?
- Instantaneamente. Assim mesmo.
Estamos aqui sentados há meia hora.
Como é que isso é instantaneamente?
- É por aqui?
- Sim.
Agora já sabes.
Aguenta-te.
O que aconteceu?
- AEI.
- O quê?
- Aparelho Explosivo Improvisado.
- Ai, Jesus! Jesus!
Estás bem.
Vais ficar bem.
Não consigo acreditar.
Mas que bela intuição, Lyn.
Eu não... põe-me no chão.
Consigo andar.
Ai, Jesus!
Acho que estou a sangrar
até à morte.
Não estás a sangrar até à morte.
Estás em choque.
É um choque.
Está calor.
Tenho tanto calor.
- Não tens calor?
- Bob!
É muito importante que
fiques calado.
Perdes muita água através
de uma boca aberta.
Se tivéssemos ficado no carro...
...estávamos bem agora.
- Agora não temos água, não...
- Vais ficar bem.
Páras de dizer isso?
Eu fui...
Eu fui rebentado!
Estou no meio do deserto!
- Não vou ficar bem.
- Bob, estás em choque.
Se entrares em pânico,
o teu coração vai parar.
Isso é suposto acalmar-me?
Espera um pouco.
Isto é Oeste.
Al Qaim é na outra direcção.
Vamos na direcção errada.
Al Qaim não é a missão.
Vamos para perto de Al Qaim.
Onde?
- Não sei.
- O quê?
Isso é uma piada?
É uma piada, certo?
Andamos 966 quilómetros
e não sabes para onde vamos?
Se a localização exacta do
alvo fosse conhecida...
...não era preciso um Jedi
para a encontrar, pois não?
Quem te deu a missão, Lyn?
- O Bill.
- O quê?
O Bill... apareceu-me na roulotte
há 2 meses atrás.
Uma projecção psíquica.
- Chamou pelo meu nome.
- Jesus!
Lyn, não há nenhuma missão.
Estamos no meio do raio do deserto
porque tu ouviste vozes?
Não há aqui ninguém!
Aqui não há mesmo ninguém!
Quando a poeira da demissão
do Bill assentou,
revelou uma surpresa.
O que tem para mim, Sargento?
É um relatório científico
que eu fiz...
...sobre possíveis aplicações
ofensivas psíquicas, senhor.
Mostrei isso ao Tenente Coronel Django,
mas ele não pareceu interessado.
Pois, aposto que não estava.
Temos homens capazes disto?
Consigo pensar num, senhor.
Mas não temos os recursos.
Bem, senhor...
...há o laboratório de cabras.
A 73 metros do escritório do
Major Holtz havia um hospital abandonado.
A maioria dos soldados que viviam
e trabalhavam em Fort Bragg,
não sabiam para que servia
este edifício.
Porque, embora estivesse
abandonado,
o hospital não estava vazio.
As cabras tinham vindo secretamente da
América Central, para evitar a alfândega.
As forças especiais não estavam preocupadas
com os soldados normais ouvirem as cabras...
...porque as cabras tinham
sido feitas mudas.
O laboratório das cabras tinha sido
criado como um laboratório secreto,
para fornecer treino cirúrgico
aos soldados das Forças Especiais.
As cabras eram alvejadas na perna
com uma arma atordoante...
...e depois um recruta teria
que ligar a ferida.
Antes, o laboratório das cabras
chamava-se laboratório dos cães.
Mas ao que parece, a maioria dos soldados
não gostavam de alvejar cães na perna.
Quanto às cabras, o exército nunca se
sentiu mal por lhes fazer coisas.
Nem mesmo por testar
bombas atómicas nelas.
Desapareceu, Bob.
O quê?
Não consigo encontrar.
Perdi os meus poderes.
É uma maldição.
Qual maldição?
Pegaram nesta coisa linda,
que nós construímos...
...e destruíram o
Novo Exército da Terra.
Quem destruiu?
Eu.
O Hooper e o Holtz queriam que
eu fizesse uma experiência.
Queriam que eu parasse o coração
de uma cabra.
O que é que aquela cabra me fez?
Era completamente contra a
forma de ser dos Jedi.
Eu ia apenas fingir tentar...
...para que eles vissem que não
funcionava e esquecessem o assunto.
Mas, enquanto estava ali sentado...
Senti um... pulso...
...dentro de mim.
Não conseguia deixar de o sentir.
Talvez no fundo,
alguma parte obscura de mim
queria ver se o conseguia fazer.
Merda!
E foi isso.
Usei os meus poderes para o mal...
...e é como se tivesse trazido
uma maldição sobre nós.
É como aquele poema em que...
...o tipo mata a gaivota e eles
obrigam-no a usá-la à volta do pescoço.
Todas as noites sonho com
aquela cabra.
O seu abrir e fechar de boca
sem fazer um único som.
O silêncio das cabras.
Acabei o meu trabalho e desisti.
Saí do projecto.
Nunca mais voltei.
Mas antes que ele pudesse sair,
o Larry deu-lhe uma última
prenda de despedida.
O que é que tu...?
Foi o Dim Mak.
- O Dim Mak?
- O Dim Mak.
A palma vibrante.
O toque da morte.
É proibído no Novo Exército da Terra.
O que faz o toque da morte?
Mata-te, Bob.
- Com um toque.
- Jesus!
Há uma história sobre Wong Wifu,
o mestre chinês de artes marciais,
que teve uma luta com um tipo
e derrotou-o.
Mas depois esse tipo
tocou-lhe levemente.
O Wong olhou para ele e o tipo
apenas acenou com a cabeça.
Já estava.
Ele tinha-lhe dado o
toque da morte.
O Wong morreu.
Logo ali?
Não.
Cerca de 18 anos mais tarde.
Esse é o segredo do Dim Mak...
...nunca sabes quando irá
fazer efeito.
De uma maneira esquisita, eu
admirei o Lyn naquele momento.
Ele acreditava tanto
numa coisa...
...que pensou que podia
morrer disso.
Era disso que eu tinha estado
à procura todo este tempo.
Algo em que acreditar.
Algo que desse significado
à minha vida.
E por isso me tinha apaixonado
pelas histórias malucas do Lyn.
E por isso é que o segui
para o deserto.
Olha! Olha!
Vem! Vem!
E isto são competições amigáveis
entre membros do acampamento.
Quando pensas que estas coisas são
para crianças, é melhor pensares de novo.
Lyn?
Lyn? Onde vais?
Lyn?
Olá, Bill.
Olá, Lyn.
Este é o Bob.
Olá, Bob.
Olá.
Que bom.
A malta está toda aqui.
Isto é principalmente uma base
de psi-operações.
- Psi de psíquico, certo?
- Psi de psicológico.
Ironias é comigo.
Transmissões de rádio, panfletos,
coisas desse género.
Vejam este panfleto das
psi-operações iraquianas.
"Soldado Americano...
"...as vossas mulheres estão
em casa...
...a ter sexo com o Bart Simpson
e o Burt Reynolds."
Pois, não me parece que tenham
feito o trabalho de casa.
Como nos encontraste, Lyn?
Já te disse, visualizei-te
remotamente.
Se isto é uma base de psi-operações,
o que está aqui a fazer?
Eu disse que era principalmente
de psi-operações.
Há indivíduos na
actual administração...
...que procuram soluções mais
criativas na guerra ao terror.
Têm uma mentalidade mais aberta
do que os seus predecessores,
...e terceirizaram pesquisa
experimental para a minha empresa.
"Chispe?"
É pronunciado cis-pe.
Corporação Internacional de
Sistemas Psíquicos. "CISP".
Parece que algumas pessoas tinham
ouvido falar do Novo Exército da Terra.
Estavam muito interessados no
nosso trabalho daquela altura.
Contactaram-me,
e eu contactei o Bill.
O Bill trabalha para ti?
O Bill procura
mensagens subliminares.
Esta é a que nós desenhamos...
...para as nossas tropas ouvirem
antes de entrarem em combate.
Carrega no "play".
Há uma mensagem subliminal nisto?
Esta chama-se...
"Não te embebedes antes de disparar
armas automáticas."
Temos todo o tipo de novas ideias
e desenvolvimento aqui.
Diz-me uma das novas ideias.
- Minas de bolsa de ar?
- Minas de bolsa de ar.
Não letal.
Catapulta o sacana para o ar.
Dêem-me outra.
Atingir o alvo com feromonas
e depois libertar abelhas.
Excelente. Abelhas.
As forças da Natureza!
- Outra.
- Projecto Aquiles.
- Mutilamos corpos do inimigo...
- Já não fazemos isso! Seu idiota!
O certo é que... temos um orçamento,
temos apoiantes.
Estou a reconstruir o
Novo Exército da Terra.
Mas só que desta vez sem aquelas
parvoíces Hippies.
- Está tudo bem, Bill?
- Vou buscar gelado.
De vez em quando vês um pouco
do que ele costumava ser, mas...
...está todo queimado
com a bebida.
Mesmo assim, é do melhor que há.
Olha, twizzlers.
- Queres um?
- Não.
Meu Deus, adoro estas coisas.
O quê? O que é?
É o lado ***.
Lyn, o que vais fazer?
É demasiado tarde...
- Estou a morrer, Bob.
- Não, não vais morrer.
Não acredito que possas
morrer por...
- ...carta postal, Dim Sum, ou...
- Dim Mak.
Dim Mak. Seja o que for.
Não podes ser tocado no ombro e...
É cancro.
O quê?
Tudo o que sei é que o
Dim Mak o causou.
É cancro.
Pelo menos, foi o que os
médicos disseram.
São maneiras diferentes de olhar
para o problema.
Diferentes nomes para uma
mesma realidade.
Dá isto ao Bill.
Não a mereço.
Leva.
Não era o Dim Mak que estava
a matar o Lyn.
Nem era o cancro.
Ele estava a morrer de um
coração partido.
E talvez, do cancro também.
A sua missão tinha falhado.
E de falhanço percebia eu.
Bill?
O Lyn disse-me que não merecia
esta pena de Águia.
Queria que te a devolvesse.
- É falsa.
- O quê?
Multa de 20 mil dólares para
quem tirar uma pena a uma Águia.
Esta é de um Peru.
Apenas pintas a ponta de preto.
Não digas ao Lyn.
Não é verdadeira.
Nada disto foi verdadeiro.
O Lyn falou-me da maldição.
Que ao matar a cabra,
lançou uma maldição sobre todos.
O que vai o Larry fazer com
estas cabras?
Acreditas em redenção, Bill?
Desculpa.
Não te quis acordar.
Como nos encontraste?
Já te disse,
visualizei-te remotamente.
O Scotty Mercer disse-te, não foi?
Sim, ele disse-te.
Dissemos ao Scotty que
vínhamos para cá,
e perguntamos-lhe se ele
queria trabalho.
Não tenho visto o Scotty.
Isso é engraçado, porque ele disse-me
que te encontrou e mencionou
que podia haver trabalho aqui.
Não foi realmente por isso
que vieste, Lyn?
Queres voltar, não é?
Pode acontecer.
Só tens que dizer a palavra.
Esta pode ser a nova idade de ouro
da pesquisa psíquica.
Tu, eu e o Bill,
de novo juntos.
Como nos velhos tempos.
Não tens de decidir já.
Diz-me de manhã.
Mãe Terra,
meu suporte de vida,
como soldado tenho de beber
a tua água azul,
viver dentro da tua argila vermelha,
e comer a tua pele verde.
Ajuda-me a equilibrar-me.
Assim como tens em equilíbrio,
a terra, o mar,
e o ambiente espacial.
Ajuda-me a abrir o meu coração,
sabendo que o Universo
irá alimentar-me.
Rezo para que as minhas botas
sempre beijem a tua face,
e os meus passos acompanhem
o teu batimento cardíaco.
Leva o meu corpo pelo espaço
e tempo.
És a minha ligação ao Universo
e tudo o que vem a seguir.
Sou teu e tu és minha.
Saúdo-te.
Saúdo-te.
Bill?
Bill! Bill?
Bill? Estás bem?
Acabei de ver o Timothy Leary.
O Timothy Leary está morto.
Eu sei.
Ele teve uma ideia.
Boa noite, cavalheiros.
Vamos buscar gelado.
Não comas os ovos.
- O quê?
- Não comas os ovos.
O que se passa?
Pusemos LSD nos ovos.
O Bill mostrou-me onde o Larry
guarda alguns frascos de LSD e...
Pusemos algum nos ovos em pó,
ontem à noite.
E na água.
O quê?
Eu meti no tanque de água também.
Mas nós bebemos a água.
Sim.
Certo. Espera lá.
O tempo hoje vai ser...
...calor.
Quero dizer, claro,
estou a adivinhar.
Não olhei muito para
a coisa mas...
...diria que vai estar
um calor dos diabos aqui!
Pois. E que mais?
A sério, é chocante, não é?
Vai estar calor outra vez.
Teria sido uma boa ideia se não
tivéssemos bebido o raio da água.
Bem, isso podia ter
chamado a atenção.
Mas não te preocupes.
Ao longo dos anos,
desenvolvi uma grande tolerância
a todos os narcóticos.
Vais bater nos portões!
Vais bater nos portões!
Está tudo bem!
Falhaste!
Em nome do Novo Exército da Terra
e de todas as pessoas amáveis,
...eu liberto-vos!
Vou libertar esta base!
Venham!
Vamos! Vamos!
Vamos lá! Mexam-se!
Mexam-se! Vamos!
Baixa a arma, Larry.
Não!
Bem, estou mesmo cheio de fome.
- Venham!
- Vamos lá! Venham!
Venham comigo!
Não se preocupem com
os soldados.
Sejam livres!
Esperem! Esperem!
Esperem por mim!
Onde vão?
Então e a missão?
És tu a missão, Bob!
Conta-lhes o que aconteceu.
Conta a toda a gente o que aconteceu.
É o teu trabalho, agora.
Na altura fiquei magoado que o Lyn
não me tenha levado com ele.
Mas agora sei,
que era porque ele e o Bill
já sabiam o que ia acontecer.
Ninguém sabe ao certo
o que lhes aconteceu.
A história oficial é que o
helicóptero se terá despenhado,
ou porque foram abatidos
por um RPG ou porque...
Bem, é o que acontece
quando se pilota um helicóptero
enquanto se está pedrado.
Tudo o que sei é que nunca mais
foram vistos.
Como todos os Shaman,
retornaram ao céu.
Quando eu voltei,
escrevi a história.
Tudo.
O Lyn deu-me uma missão e eu
iria cumpri-la.
Diria a todos o que aconteceu.
Percebo agora que...
...não era suposto a Debora
e eu estarmos juntos...
...e eu estava em paz com isso.
Não era o meu destino voltar
à minha vida antiga.
O Universo tinha outros
planos para mim.
Enviei a história aos jornais
e às estações de televisão.
Não me importava com o que as
autoridades me fariam.
Estava pronto a ir preso, desde
que a verdade viesse ao de cimo.
Mas não me prenderam.
Fizeram algo muito pior.
...uma ferramenta incomum para quebrar a
resistência dos terroristas iraquianos....
...e acreditem,
muitos pais concordariam!
Alguns prisioneiros foram
obrigados a ouvir Barney,
o dinossauro roxo,
a cantar a canção "I Love You",
durante 24 horas seguidas.
E lá estava.
Foi a única parte da minha história
que chegou a algum lugar.
E tinha sido uma piada.
E se alguma vez precisei de provas
de como o lado ***...
...pegou neste bonito sonho de
como uma nação pode ser...
...e o distorceu, e o destruiu...
Bom, tinha sido isto.
Mas não vou parar.
Não vou desistir.
Porque quando olho para o que
está a acontecer no mundo,
eu sei que agora,
mais do que nunca...
...precisamos de ser tudo
o que conseguirmos.
Bob?
Agora, mais do que nunca...
...precisamos dos Jedi.
Traduzido por Nuno Maia.