Tip:
Highlight text to annotate it
X
Costa do Golfo 3629, rádio 811.
Vamos mobilizar aquela zona.
...a responder ao incidente.
LEONARDO DICAPRIO APRESENTA
A 11 ª HORA
Quando analisamos a História
da Humanidade,
vemos que é uma relação entre os dois
sistemas mais complexos na Terra:
a sociedade humana e a Natureza.
E se, nesse aspecto, as pessoas
têm vivido num bom equilíbrio.
Quando não o fazem, morrem.
No final, quando se fala
em salvar o ambiente,
é, de certa forma, incorrecto
porque o ambiente vai sobreviver.
Nós é que podemos não sobreviver.
Ou podemos sobreviver num mundo
em que não queremos realmente viver.
A nossa biosfera está doente.
Temos um planeta que se está a portar
como um organismo infectado.
Se virmos o planeta a partir do espaço,
vimos imensas luzes.
São as luzes do planeta Terra,
as luzes das pessoas,
mas também é como se estivéssemos
a ver um organismo com uma infecção
que está a formar uma crosta qualquer.
Não só penso que a biosfera
está com problemas,
como sei que está.
Basta olhar à minha volta,
no ambiente em que vivo.
O que ouço nos meus sonhos
são as gerações futuras a gritar,
a dizer-nos: " O que estão a fazer?
Será que não vêem? "
Estamos num ponto crítico no tempo.
Evoluímos para sermos líderes da nossa
comunidade biológica. Estamos a falhar.
Estamos a causar a devastação
do alicerce do nosso sistema de vida
que nos deu à luz.
Fundamentalmente,
estamos a suicidar-nos.
À medida que destruímos a Natureza,
seremos destruídos no processo.
Não há escapatória a esta conclusão.
O sistema de suporte de vida da Terra
está danificado.
A espécie humana está em risco.
Será que é verdade?
Neste filme, consultámos peritos
independentes nas linhas da frente
do que poderá ser o maior desafio
do nosso tempo:
o colapso dos ecossistemas
do nosso planeta
e a nossa busca de soluções
para criar um futuro sustentável.
Se procurássemos a causa
desta destruição planetária,
o que encontraríamos?
Encontraríamos uma civilização global
criada pela mente humana.
Uma mente que evoluiu para ter
a capacidade de reflectir sobre nós,
para fazer o inventário
da nossa existência.
Uma mente capaz de descobrir
a Física Quântica, explorar o Espaço
e investigar o nosso próprio ADN.
Mas além dos nossos extraordinários
avanços intelectuais e tecnológicos,
também veríamos o impacto em larga
escala na nossa casa: o planeta Terra.
As tragédias ecológicas
raramente têm cobertura,
mas, quando têm, são descritas
como incidentes isolados pelos media.
Mas se ligarmos estes acontecimentos,
encontraremos uma história mais ampla
para contar? Uma história humana.
E, mais do que isso,
um conhecimento global
que tem em conta quem somos
e o estado da nossa relação
com este planeta, a nossa única casa.
A vida na Terra só é possível
porque alguns parâmetros situam-se
em certos limites muito restritos.
Alguns são claramente ambientais.
STEPHEN HAWKING - Professor Lucasiano
de Matemática, Universidade Cambridge
Como a Terra ter a temperatura certa
e pressão para ter vivido com água.
A criação é o Universo.
A criação é tudo o que podemos ver e
muito o que não podemos ver.
Provavelmente mais
que não conseguimos ver.
Mas é o que somos...
OREN LYONS - Líder espiritual,
Clã Tartaruga, Nação Onondaga
...e é a relação,
esta teia de vida fantástica
que temos aqui.
A Terra é um planeta que está
suficientemente longe do Sol
e que tem suficiente atmosfera
de uma certa composição
que fica aqui mais calor do que
o que é irradiado para o espaço.
E o Sol aquece o planeta,
e esse calor irradia.
Na atmosfera, há gases
que sempre retiveram parte desse calor.
ANDY REVKIN - Escritor & Repórter
de Ciência, New York Times
Portanto, não somos uma bola de gelo.
Os cientistas compararam os planetas,
à medida que se afastam do Sol,
com a história da Caracóis de Ouro.
Há um que é demasiado frio,
outro demasiado quente e um perfeito,
e é aí que nos estamos por acaso.
Há 40 milhões de séculos,
formou-se uma célula
PAUL HAWKEN
Escritor, Ambientalista, Empresário
...e essa célula tinha um gene,
e esse gene é a palavra-chave
para qualquer outra forma de vida
que existe.
E o mais extraordinário
em relação ao corpo humano
é que tem cem biliões de células
e 90% das células não são humanas.
São fungos e bactérias, microrganismos.
E o que nos torna humanos
não é humano.
Portanto, dentro de nós está
a história da vida na Terra,
desde aquela primeira célula original,
há 40 milhões de séculos.
E se conseguisse, por um momento,
parar e sentir o que está a acontecer
no seu corpo,
veria que há seis septiliões de coisas
a acontecer ao mesmo tempo.
É um seis com 24 zeros à direita.
E está tudo a acontecer agora,
neste instante, que está aí sentado e,
no instante seguinte,
em 10 segundos, já aconteceu mais
uma centena de coisas no seu corpo
do que em todas as estrelas,
planetas e asteróides
no Universo conhecido,
e isso chama-se vida.
O *** sapiens sapiens é uma espécie
extraordinariamente nova.
Não pensamos nisso, mas somos.
JANINE BENYUS
Escritora, Biomimicry
Aparecemos muito tarde
no calendário da Terra.
Se o calendário da Terra
tivesse começado a 1 de Janeiro,
nós estaríamos a 31 de Dezembro.
Aparecemos 15 minutos antes
da meia-noite, de 31 de Dezembro,
e toda a história registada piscou
à nossa frente nos últimos 60 segundos.
Talvez a melhor descrição do que somos
seja a de Jared Diamond...
STUART PIMM - Professor de Ecologia
de Conservação, Universidade de Duke
...o terceiro chimpanzé.
Há duas espécies de chimpanzés e nós.
Mas, de certa maneira,
somos extraordinariamente especiais.
A mais óbvia é a nossa capacidade
fantástica de fazer ferramentas,
a nossa capacidade fantástica
de comunicar,
de ter conversas muito pormenorizadas
uns com os outros.
Portanto, basicamente,
somos grupos de animais...
PAOLO SOLERI
Arquitecto, Fundador de Arcosanti
...dispersos aleatoriamente pelo planeta,
que se juntam lentamente em grupos
mais fortes e mais numerosos,
Em grande parte, isto é condicionado
por dois elementos essenciais:
um é o oportunismo
e o outro é a ganância.
Todos os animais e vegetais
são criaturas oportunistas.
Fazem o que é preciso para sobreviver.
Acho que foi a mente humana
que nos pôs em desequilíbrio
com o resto da Natureza.
A tragédia é que foi a mente humana
que foi o segredo
da nossa sobrevivência.
DAVID SUZUKI
Cientista, Ambientalista, Locutor
Se pensarmos que evoluímos em África,
há cerca de 150.000 anos,
e comparados com os outros animais,
não impressionávamos muito.
Não éramos muitos nem muito grandes,
nem tínhamos sentidos especiais.
A única coisa,
o segredo da nossa sobrevivência
e do nosso domínio no planeta,
foi o cérebro humano.
Mas porque a mente humana inventou
o conceito de um futuro,
somos o único animal no planeta
que consegue, realmente, reconhecer
que podemos afectar o futuro
com o que fazemos hoje.
Olhamos para o futuro,
vemos onde estão as oportunidades,
onde residem os perigos
e fazemos escolhas para sobreviver.
Essa foi a grande estratégia
de sobrevivência da nossa espécie.
Se a mente humana nos pôs
em desequilíbrio há milhares de anos,
o que mudou na História recente?
No último século, aumentámos imenso
o nosso impacto no planeta Terra.
Surgiu um elemento
que nos tornou ainda mais destrutivos,
acelerando a nossa separação
e causando vastos danos ao nosso clima
e a todos os outros sistemas naturais.
No mundo, há a ilusão de que as pessoas
estão separadas da Natureza,
quando, na realidade, fazemos parte
da Natureza. Aliás, somos a Natureza.
KENNY AUSUBEL
Fundador, Bioneers
Deve ser o mal-entendido
mais básico do mundo
que está a causar toda esta destruição.
Uma das razões porque é tão difícil
as pessoas perceberem
que estamos ligados à Natureza
e até compreenderem
as noções básicas da ecoliteracia...
THOM HARTMANN - Autor,
The Last Hours of Ancient Sunlight
...é porque é o oposto
das suposições da nossa cultura.
A nossa cultura assenta na suposição
de que somos a forma de vida superior,
de que estamos separados
de todas as outras formas de vida
e de que nos foi dado domínio
sobre todas as outras formas de vida.
Mas pensarmos que estamos
separados da Natureza...
JAMES HILLMAN
Psicólogo
...é uma perturbação racional.
Não se pode estar separado da Natureza.
O mais interessante
é porque pensamos assim.
O que acontece na mente que gosta de
pensar que está separada da Natureza?
Significa que a mente, ou o ser humano,
se considera mais livre?
Vivemos totalmente em desarmonia
com o planeta. Não só com o planeta.
REVERENDO JAMES PARKS MORTON
Catedral St. John, o Divino
Além do planeta.
Já estamos para além do planeta.
Andamos à volta de Marte,
e toda essa exploração é maravilhosa,
mas não está realmente a afectar
as nossas atitudes.
Acho que as nossas atitudes
se baseiam no egoísmo,
na situação económica que temos,
na política que temos.
Essas são as...
Quantos governos no mundo
encararam a crise ambiental
como uma realidade?
Muito poucos.
Os EUA não, certamente.
Vivemos num ambiente
criado pelo Homem,
onde é muito fácil pensar que somos
diferentes dos outros animais.
Somos inteligentes, criamos o nosso
habitat, não precisamos da Natureza.
O mais importante é a Economia.
E, ao concentrarmo-nos na Economia,
acho que nos esquecemos
das verdades ancestrais.
Das sabedorias ancestrais
que nos mantiveram unidos à Natureza,
e compreender que, se fizermos algo
para ofender o mundo natural,
pagaremos um preço por isso.
Temos de tratar melhor a Natureza.
Essa é a lição que esquecemos
e, hoje em dia, estamos a pagar o preço.
A grande ruptura foi no século XlX...
...com o comboio a vapor, o combustível
fóssil, a revolução industrial.
Foi uma grande ruptura
com as primeiras formas e ritmos da vida
que eram geralmente regenerativas.
Depois da Revolução Industrial,
a Natureza transformou-se num recurso,
e esse recurso era visto, basicamente,
como eternamente abundante.
Isto levou à ideia e ao conceito
de progresso
que é crescimento e expansão ilimitados.
Durante toda a História humana...
...a maior parte da História humana,
os seres humanos viveram
graças à luz solar corrente.
O sol incidia sobre os campos,
onde cresciam plantas.
As plantas davam celulose,
matéria vegetal.
Os animais comiam a celulose,
nós comíamos as plantas.
Comíamos os animais e usávamos
roupas feitas com as peles.
Vivíamos da luz solar corrente.
THOM HARTMANN - Autor,
The Last Hours of Ancient Sunlight
Era a nossa fonte de alimentação,
de roupa, aquecíamo-nos com lenha...
Era a nossa fonte de calor, de luz...
Tudo dependia da luz solar corrente.
A luz solar que incidia num ano na Terra,
era a quantidade máxima aproveitável.
Era a quantidade máxima de energia
que podíamos usar.
E desde os primeiros sinais
de civilização humana,
há 150.000 anos, mais ou menos,
até há uns milhares de anos,
era assim que vivíamos.
E a nossa população nunca ultrapassou
os mil milhões de indivíduos.
Depois, começamos a descobrir
que havia " bolsos" de luz solar ancestral
e a descobrir carvão aqui
e um pouco de petróleo ali.
Lentamente, entre isso
e a revolução agrícola,
a nossa população aumentou até atingir
mil milhões de pessoas. E assim...
ANTES DE 1800
MIL MILHÕES
Não demorámos 100.000 anos para
passarmos de um para dois mil milhões.
Para os dois mil milhões,
bastaram 130 anos.
Chegámos aos dois mil milhões
de pessoas, em 1930.
1930
2 MIL MILHÕES
Os três mil milhões
só demoraram 30 anos, 1960.
1960
3 MIL MILHÕES
É incrível! Quando Kennedy foi eleito,
havia metade das pessoas que há hoje.
ACTUALMENTE
6 MIL MILHÕES
Conseguimos ter este crescimento
exponencial da população
porque estamos a criar alimentos
e vestuário e tudo mais, transportes...
Estamos a fazer tudo isso
com esta luz solar ancestral
que foi armazenada na Terra
há 300 e 400 milhões de anos.
Se tivéssemos de voltar a viver
da luz solar corrente, sem tecnologia...
...o planeta não conseguiria sustentar
mais de 500 mil a um milhão de pessoas.
Portanto, vivemos no período
mais invulgar da História do planeta...
WES JACKSON
Presidente, The Land Institute
...em termos de uma espécie
ter acesso a carvão rico em energia.
Tornámo-nos bons alquimistas.
A capacidade de pegar no carvão fóssil
e transformá-lo em biomassa humana.
E nós usámos o supermercado...
...o sistema de transporte,
para o conseguir.
Portanto, os alicerces deste sistema
que temos,
assentam todos
em carvão não renovável, rico em energia,
a que chamamos combustível fóssil.
O mal é haver demasiada gente a usar
demasiados recursos muito rapidamente.
RICHARD HEINBERG - Autor, The Party's
Over: Oil, War and the Fate of Societies
O petróleo permitiu-nos fazer isso.
Usamos petróleo para aumentar o ritmo
de extracção dos outros recursos,
de tudo desde terra a água doce,
de alumínio a zinco.
O petróleo é realmente a base...
JOSEPH TAINTER
Autor, The Collapse of Complex Societies
...com que sustentamos a complexidade
e resolvemos os nossos problemas.
De certa forma,
todas as nossas vidas são subsidiadas.
Somos subsidiados pelo petróleo.
Como somos subsidiados pelo petróleo,
quando compramos algo numa loja,
não pagamos o preço total.
Não pagamos o custo total
do processo de fabrico.
Pedimos emprestados 800 mil milhões
de dólares por ano ao mundo
para financiar o excesso de consumo
sobre o que produzimos.
Cerca de um terço, uns 250 mil milhões
por ano, é para importações de petróleo.
Pedimos dinheiro ao mundo,
emitimos notas de crédito, títulos...
...no valor de mil milhões de dólares
por dia, ou por dia útil,
para financiar
as nossas importações de petróleo.
O petróleo causa muitos danos. São
"externalidades" para os economistas,
porque são externas ao preço
que se paga na bomba de gasolina.
VIJAY VAITHEESWARAN
Correspondente Ambiental, The Economist
Por exemplo,
a incidência de asma nas crianças
que está a aumentar
em muitas zonas dos EUA,
e o problema da chuva ácida
causado pela queima do carvão.
Se pensarmos nas contribuições
para o aquecimento global
que advêm da queima
de combustíveis fósseis.
E parte do custo da manutenção
de tropas no Médio Oriente
para salvaguardar
os interesses petrolíferos.
Talvez não seja o custo total,
mas, pelo menos uma parte,
é claramente um subsídio
que vai para o petróleo.
Quando começamos a viver às custas
do ciclo do combustível fóssil...
BROCK DOLMAN - Instituto WATER,
Artes Ocidentais & Centro de Ecologia
...comecámos a viver com um ciclo
baseado na morte. O ciclo da morte
da dependência da extracção
desses recursos
desencadeou uma sequência
de acontecimentos
que nos levou à crise moderna
de perturbação global,
conhecida como alteração climática
ou aquecimento global, se preferirem.
Não conhecemos o futuro. Conhecemos
o passado através da mitologia grega.
O tipo de vingança dos deuses
ou a vingança da Natureza.
Já estamos a assistir a isso,
após 200 anos da Revolução Industrial.
Não sabíamos o que estávamos a criar,
os danos que estávamos a causar.
Estamos a sentir isso.
Portanto, à medida que avançamos
com tecnologia ainda mais poderosa,
ampliamos...
...a presença da raça humana
no seio da ecologia.
Portanto, podemos causar mais danos
com a nossa mestria tecnológica
do que antes.
Temos de ser ainda mais cuidadosos.
Sem nos apercebermos,
criámos um dos maiores problemas
que afecta toda a Humanidade:
a alteração climática. O que acontece
quando não prestamos atenção
às grandes quantidades de CO2
que mandamos para o ar e para a água?
Que acontece quando as nossas acções
alteram o equilíbrio químico natural
da nossa atmosfera
para um estado
vários graus mais quente?
Um estado que não existia
há milénios.
Nos últimos anos, assistimos
às temperaturas médias mais elevadas
da História de que há registo.
Dois graus de diferença, nas temperaturas
actuais, pode não parecer muito,
mas bastaram-nos alguns graus
para sairmos do período glaciar.
E alguns graus pode ser tudo o que nos
separa de uma alteração catastrófica.
Às portas de mais um fim-de-semana,
o tempo e o clima são notícia
em mais de uma região.
Uma seca terrível já fez...
Não sabemos como o nosso clima
pode ou será afectado no futuro.
...várias cheias mataram, pelo menos,
72 pessoas
na Europa Central e Oriental
e na Rússia Ocidental.
O nível de precipitação mais elevado
registado na História da Índia
provocou as maiores cheias
de que há memória.
Não sabemos quão rapidamente
ocorrerá essa alteração
ou sequer se algumas das nossas acções
podem ter algum impacto.
Em Chicago, o calor é uma praga.
Hoje de manhã, recolheram corpos...
...os Bombeiros no Sul da Califórnia
combatem um fogo florestal gigantesco.
O calor chegou. Até o Arizona
está a viver uma vaga de calor.
O Tennessee foi fustigado
por tornados mortíferos...
Nova Orleães já não é um sítio seguro
para viver. É tão simples quanto isso.
Fogo e água, sempre o mesmo cenário,
numa cidade arrebatada
e cercada face à forca
de uma catástrofe total e inaudita.
Não há exemplo mais óbvio
do que Nova Orleães,
uma cidade de deslocados,
de refugiados...
...água, vinda do Lago Pontchartrain,
atingiu os 6 metros.
A acrescentar violência, privação,
desespero e risco de doenças...
Será que o aquecimento global
provocado pelo Homem
é a maior partida pregada
ao povo americano?
Nova Orleães, Agosto de 2005
Nova Orleães, Actualidade
Uma das consequências mais graves das
nossas acções é o aquecimento global,
causado pelo aumento dos níveis de CO2
proveniente dos combustíveis fósseis.
STEPHEN HAWKING - Professor Lucasiano
de Matemática, Universidade Cambridge
O perigo é que a subida da temperatura
pode tornar-se auto-sustentável,
se já não o for.
A seca e a desflorestação
estão a reduzir a quantidade
de dióxido de carbono
reciclado na atmosfera.
E o aquecimento dos mares
pode desencadear a libertação
de grandes quantidades de CO2
que estão " presos" no leito dos oceanos.
Além disso, o derretimento das calotas
glaciares do Árctico e do Antárctico
reduzirão a quantidade de energia solar
que é reflectida para o espaço
e aumentarão, ainda mais,
a temperatura.
Não sabemos onde irá parar
o aquecimento global, mas o pior cenário
é a Terra ficar igual
ao seu planeta irmão, Vénus,
com uma temperatura de 250°C
e chuvas de ácido sulfúrico.
A raça humana não conseguiria
sobreviver nessas condições.
A Terra possui
um efeito estufa natural.
STEPHEN SCHNEIDER - Co-Director,
Centro de Ciência & Política Ambiental
Temos 15,5°C a mais na temperatura,
graças aos bonzinhos, o vapor de água,
o dióxido de carbono e o metano,
ou seja, os gases de estufa,
que "prendem" o calor.
Essa é a parte boa da história.
O problema é que os humanos
estão a competir com a Natureza.
Quando usamos tubagens e chaminés
para enviar os fumos para a atmosfera,
como se fosse um esgoto inestimável,
estamos a acrescentar algo artificial
aos gases naturais de efeito de estufa.
Muito do dióxido de carbono, metano,
químicos que nunca ninguém viu,
clorofluorocarbonos,
que também afectam o ozono.
Quando se acumulam, retêm mais calor.
Não é controverso, é bem conhecido.
Sabemos que aumentámos a emissão
de dióxido de carbono em 30%, 35%,
de metano em 150%...
...fizemos surgir gases que nunca
existiram. E a Terra está mais quente.
Tudo se conjuga
e torna o aquecimento global
não só uma realidade,
como uma preocupação para o futuro,
porque continuamos a fazer o que
estamos a fazer a um ritmo acelerado.
Os registos mostram
que os gases de estufa...
DAVID ORR - Presidente, Programa de
Estudos Ambientais, Oberlin College
... principalmente, o CO2,
não ultrapassou 280 partes por milhão
nos últimos 650.000 anos.
Agora, estamos
nas 400 partes por milhão,
a aproximar-nos do que muitos cientistas
consideram o ponto de viragem.
Um ponto de viragem
em que perderemos o controlo do clima.
E assim que perdermos esse controlo,
fenómenos à escala do Katrina
tornar-se-ão simplesmente a regra.
A não ser que consigamos reduzir
rapidamente,
muito rápida e muito drasticamente,
o consumo de combustíveis fósseis...
BILL MICKIBBEN
Autor, Fundador, Stepitup07.org
...o modelo feito por computador é claro.
Ao subir a temperatura um grau,
aumentá-la-emos em mais 5.
Isto tornará a Terra ainda mais quente
do que há dezenas de milhões de anos.
Alguns cientistas espantam-se
que, nos media e no Congresso,
haja pessoas a dizer "acredito" ou " não
acredito" no aquecimento global...
STEPHEN SCHNEIDER - Co-Director,
Centro de Ciência & Política Ambiental
...como se isto fosse objecto de religião,
em oposição às provas.
E os cientistas vêem as provas.
Os cientistas estão muito de acordo...
PETER DEMENOCAL - Prof. Associado,
Observatório Terrestre Lamont-Doherty
...sobre alguns dos princípios básicos
do aquecimento global.
A Terra está a aquecer? Sem dúvida.
Parte desse aquecimento deve-se
ao Homem? Sem dúvida.
São coisas que... Há um consenso
na comunidade científica internacional.
Não há dúvida nenhuma.
As alterações naturais...
Entrevista com Jim Hansen - Director,
Instituto Goddard Estudos Espaciais NASA
A velocidade de alterações naturais está
a ser reduzida pelas alterações humanas
na atmosfera e na superfície.
Jim Hansen, o director do Instituto
de Estudos Espaciais da NASA,
apresentou uma estimativa recente,
baseada na pesquisa do ano passado.
E a estimativa actual
diz que a Terra aqueceu
cerca de sete décimas
de um grau centígrado.
E mesmo se controlássemos o CO2,
as emissões de dióxido de carbono
para o nível em que estão agora,
a Terra ainda aqueceria
mais meio grau centígrado.
Foi o suficiente para derreter
20% do gelo do Árctico.
Foi o suficiente para acelerar e aumentar
a duração dos furações em 50%.
Foi o suficiente para iniciar o degelo
do gelo permanente
por baixo da tundra
em toda a região norte.
Até a um nível reduzido,
dois graus na média...
ANDY REVKIN - Escritor & Repórter
Científico, New York Times
... muda realmente algumas coisas.
Há um efeito ampliado, como no Árctico.
Sentimos que este bloco, onde estamos,
está a começar a ter falhas.
Deve haver fendas mínimas
naquela direcção.
Os impactos humanos...
SHEILA WATT-CLOUTIER - Presidente,
Conferência Circumpolar Inuit
...na questão do aquecimento global
das alterações climáticas,
está a acontecer primeiro
e mais depressa no Árctico.
Começamos a ver que as coisas
acontecem ainda mais depressa
do que os cientistas previram.
No fim do século,
se calhar, daqui a poucas décadas,
o Árctico estará sem gelo.
Bem, as alterações climáticas...
SANDRA POSTEL
Directora, Projecto Política Global da Água
...vão ter um forte impacto
no ciclo da água do planeta.
Vão mudar os padrões de precipitação.
É muito provável que aumente
a incidência de cheias e secas.
É quase certo que vai mudar o padrão
dos caudais dos rios durante o ano.
São todos aspectos muito importantes
de como gerimos e usamos a água.
O que o aquecimento global faz...
PETER DEMENOCAL - Prof. Associado,
Observatório Terrestre Lamont-Doherty
...ou as alterações climáticas
associadas ao aquecimento fazem,
é acrescentar outra dimensão
de incerteza.
Ameaça a nossa segurança alimentar,
por exemplo, a segurança da água,
a segurança do nível do mar e a
segurança contra tempestades, furações.
Já vimos tudo isto nos noticiários.
É um problema de segurança nacional
no sentido...
...em que a Florida pode ser a primeira
a ser atingida, tal como outras costas.
Mais importante do que isso, é um
problema de segurança internacional.
EUA - 23 MILHÕES DE DESLOCADOS
CHINA - 144 MILHÕES
HOLANDA - 12 MILHÕES
BANGLADESH - 63 MILHÕES
A ONU calcula que,
em meados deste século,
haverá 150 milhões de refugiados
por causas ambientais,
a qualquer altura,
devido às alterações do clima.
O que vimos com o Katrina
é só um prólogo.
RAY ANDERSON
Fundador, Interface, Inc.
Nessa frente, penso que o pior
ainda está para vir.
O aquecimento global é real
e é destrutivo
e o seu impacto desafia a imaginação.
Portanto, temos coisas más a acontecer
em muitas frentes. A Terra está a sofrer,
e o Homem ainda não descobriu
uma forma de mudar os seus hábitos,
e os culpados somos nós.
O aquecimento global mereceu muita
da nossa atenção, como deveria,
mas tal como o carbono
tem vindo a acumular-se na atmosfera,
também tem vindo
a acumular-se no oceano.
O tempo passou, e a desflorestação,
a erosão, a extinção de zonas húmidas
e muitos outros problemas
continuam por debater.
Enfrentamos uma convergência
de crises,
sendo todas uma preocupação
para a vida.
O problema com que nos deparamos é
que todos os sistemas vivos na biosfera
estão em declínio
e o ritmo de declínio está a aumentar.
PAUL HAWKEN
Escritor, Ambientalista, Empresário
Não há um único artigo de pesquisa
científica nos últimos 20 anos,
que tenha sido publicado e
que contradiga tal afirmação.
Os sistemas vivos são recifes de coral,
são a nossa estabilidade climática,
as florestas, os próprios oceanos,
aquíferos,
água, as condições do solo,
biodiversidade...
E por aí fora, à medida
que se tornam mais específicos.
A verdade é que não há um sistema
vivo que esteja estável ou a melhorar.
E esses sistemas vivos
são a base de toda a vida.
Trabalhei com um grupo da ONU,
Avaliação do Milénio de Ecossistemas,
num estudo de 4 anos, no maior estudo
feito sobre os ecossistemas do mundo.
Envolveu mais de 1300 cientistas
de 71 países do mundo.
DAVID SUZUKI
Cientista, Ambientalista, Locutor
No fim, em Março de 2005,
chegaram os relatórios finais
em que registavam a destruição
impressionante de ecossistemas
e os benefícios que têm para nós
no mundo inteiro.
É melhor reconhecermos
que o planeta é um todo.
WES JACKSON
Presidente, The Land Institute
Por exemplo, o adubo e os pesticidas
que usamos nos campos
da região norte do Midwest,
descem pelo Mississipi e, a 1760 km
de distância, há uma zona morta.
Zonas Mortas do Oceano
QUÍMICOS DA TERRA PARA A ÁGUA
A realidade com a poluição do ar
é que não há solução.
TIM CARMICHAEL
Presidente, Coligação para o Ar Puro
Os impactos podem variar entre dores
de cabeça, sonolência e letargia,
até impactos muito mais graves, não só
agravando a asma, como a causando.
Ninguém falava em asma há décadas.
Posso entrar numa sala de aula,
numa escola primária,
e perguntar aos miúdos:
"Quantos têm asma? "
Na sala, 30% dos alunos terão posto
o braço no ar. Pelo menos, 30%.
Em certas salas de aula, serão 60%.
Agora, há uma crise no oceano.
WALLACE J. NICHOLS Cientista Sénior,
The Ocean Conservancy
E a verdade é que já tirámos
tanto do oceano,
já despejámos tanto no oceano,
tanta poluição,
e estamos a destruir a orla do oceano.
Perdemos 90% da maioria
dos peixes grandes...
SYLVIA EARLE - Oceanógrafa,
Sociedade Geográfica Nacional
...em meio século, e estamos a ir
para zonas mais fundas no mar alto.
Entre a pesca excessiva e a involuntária,
estamos a retirar milhões,
se não forem milhares de milhões,
de animais do oceano todos os anos.
Muitos deles nem servem
de alimento ao Homem.
São simplesmente desperdiçados.
O que despejámos no oceano,
milhões de toneladas de coisas
que não são naturais para o mar,
voltou para nós de forma perversa.
Alguns peixes concentram
essas substâncias,
como o mercúrio,
metais pesados de vários tipos,
os pesticidas, os herbicidas...
As empresas despejam o equivalente...
DIANE WILSON
Escritora, An Unreasonable Woman
... no melhor dos casos, 22 mil milhões
de litros por dia de toxinas na baía.
É tudo, desde gasolina a acrilonitrilo,
de mercúrio a cobre, a...
Seja o que for, está lá.
Muitos dos químicos
são muito comuns no mundo actual...
DR. ANDREW WEIL - Director,
Medicina Integrada, Universidade Arizona
...plásticos, cores artificiais e pesticidas
estão no topo da lista
dos agentes suspeitos
de provocar cancro
e envelhecimento prematuro,
de aumentar os riscos de doenças
degenerativas crónicas.
Porque não pensamos
em algumas destas doenças...
THEO COLBORN - Presidente,
The Endocrine Disruption Exchange
...como o autismo, DDAH,
cancros infantis, diabetes na infância,
problemas comportamentais na infância,
doença de Parkinson...
Agora, isto até está mais associado
à doença de Alzheimer.
Claro que também temos o aparecimento
precoce de cancros nos testículos,
a epidemia do cancro da próstata
e cancros de mama.
A lista não pára de aumentar.
A exposição a químicos no útero
antes do nascimento,
pode estar a contribuir
para estas descobertas alarmantes.
As comunidades mais afectadas
pela poluição...
TIM CARMICHAEL
Presidente, Coligação para o Ar Puro
...e que têm, na verdade,
as fontes de poluição mais tóxicas,
são frequentemente as comunidades
de cor pobres.
São as lixeiras das centrais eléctricas,
dos terminais de autocarros,
das refinarias petrolíferas,
para muitos centros de tratamento
de resíduos, e tudo o que ninguém quer.
Quer seja na zona sul do Bronx,
em Louisiana, em Cancer Alley...
A nossa comida
está a ficar envenenada...
JEREMY JACKSON - Oceanógrafo,
Instituto de Oceanografia Scripps
...a um ponto que nos deve preocupar.
Há cada vez menos comida.
A água... Está a tornar-se cada vez
menos saudável nadar no mar.
E tudo isto é simples de compreender,
servindo de aviso do perigo
de desastres mais subtis
e assustadores que se prevêem.
Setenta países no mundo já não têm
qualquer floresta intacta ou original.
TZEPORAH BERMAN - Directora de
Campanha & Fundadora, Ética Florestal
Aqui, nos EUA,
95% das florestas ancestrais
já desapareceram.
Desflorestação
PERDA DE FLOREST A NO MUNDO
Em muitos casos,
a floresta não voltará a crescer.
A terra é transformada em pasto.
GLORIA FLORA - Directora,
Sustainable Obtainable Solutions
Mas, no caso das florestas tropicais,
vimos em primeira mão que,
quando aquelas árvores são cortadas,
não voltam a nascer.
A terra torna-se extremamente seca,
e o ciclo de nutrientes que essas
árvores criavam deixa de funcionar.
Qual é o próximo passo? Desertos.
Já os vimos e já os vimos crescer
em todo o mundo.
À medida que retiramos árvores
das extremidades de zonas muito secas,
a desedificação estende-se
para zonas onde havia florestas.
Na minha região do mundo...
WANGARI MAATHAI - Fundadora,
Movimento Greenbelt, Prémio Nobel Paz
...continuo a dizer: "Não cortem
árvores de forma irresponsável.
Não destruam especialmente
as montanhas com floresta...
... porque, se destruirmos as florestas
nessas montanhas,
os rios vão parar de correr,
as chuvas tornar-se-ão
mais irregulares...
...as colheitas fracassarão,
e vocês morrerão à fome. "
O problema é as pessoas
não fazerem estas associações.
Bem mais de 30% dos solos
do planeta...
WES JACKSON
Presidente, The Land Institute
...foram incluídos na categoria
de "degradação grave", acho eu.
Degradação do Solo
EROSÃO DO SOLO FÉRTIL NO MUNDO
E as práticas agrícolas estão a causar
a erosão desse capital ecológico
que é, quanto muito,
por todas as questões práticas,
uma fonte não renovável
como o petróleo.
O que não vemos nem pensamos
quando olhamos para uma árvore é que:
ANDY LlPKIS
Presidente & Fundador, Tree People
Qual é o volume?
Que quantidade de água está aqui?
Acaba por ser 260.000 litros de água
numa inundação repentina
de 25 a 30 cm.
Pode reter tanta quantidade de água,
evitar que se desperdice,
absorve-a como uma esponja,
limpa-a e volta a pô-la no aquífero.
Se cortarmos esta árvore...
...temos cheia, erosão do solo
e perdemos 260 mil litros de água
da fonte de abastecimento local.
A água correrá, causando danos
nas pessoas, nas comunidades...
...e, em última instância,
poluição no oceano.
Podemos deixar o oceano
num estado diferente.
A saúde do oceano,
como a conhecemos,
depende do retorno da água,
da água da superfície
penetrar no solo
e da água subterrânea
vir para a superfície.
JEREMY JACKSON - Oceanógrafo,
Instituto de Oceanografia Scripps
É concebível que possamos " parar"
este "tapete transportador",
ao aquecer a superfície do oceano
em demasia.
E se fizermos isso...
Estagnação do Oceano
FITOPLÂNCTON
...com todas as nossas zonas mortas,
a superfície oceânica pode estagnar.
E isso é uma ideia assustadora.
A última vez que isso aconteceu
foi a extinção Permo-Triássica,
e mais de 95% de todas as espécies
da Terra extinguiram-se.
A verdade é que os ecossistemas que
sustentam a vida estão a desfazer-se.
Sistemas que evoluíram durante
centenas de milhões de anos.
A prova é evidente:
a civilização industrial
causou danos irreparáveis
e o nosso impacto só está a acelerar.
Perdemos os últimos 30 anos
na guerra contra o aquecimento global.
Surgem, então, as perguntas:
Porque não reagimos?
Mas, mais importante,
que forças bloqueiam a mudança?
A maior arma de destruição em ***
é a globalização económica corporativa.
KENNY AUSUBEL
Fundador, Bioneers
Sempre houve um factor de ganância
na civilização humana,
e o que aconteceu
com a criação de corporações,
que são as instituições dominantes
da nossa era,
é que o aperfeiçoaram
como um sistema.
E o que enfrentamos literalmente
hoje em dia,
é que isto vai matar o nosso anfitrião:
o planeta.
Hoje em dia, ecossistemas, florestas,
riachos, lagos, rios...
TOM LINZEY - Director Executivo,
Fundo de Defesa Ambiental
... não têm direitos. São propriedade.
O que significa que podem ser comprados,
vendidos, destruídos, trocados, minados.
Segundo esta estrutura legal,
ou se é propriedade ou se é indivíduo.
E é muito claro
que a Natureza é propriedade.
A razão por que temos estas resmas
de documentos nas bibliotecas
sobre soluções, energia solar e produção
de comida de forma sustentável,
transporte, alteração
dos métodos de produção
e aplicação de uma Economia sustentável
que respeite o planeta é...
PAREM OS DESTRUIDORES DA TERRA
... porque nos falta autoridade
para transformar tudo isto em leis.
Na realidade, temos uma Constituição
que dá poder à elite corporativa
para tomar decisões
que afectam a maioria.
O nosso fracasso tem sido a aplicação
de leis concretas na prática,
porque não temos autoridade.
Temos líderes políticos
muito sensíveis.
MICHEL GELOBTER
Presidente, Redefining Progress
São sensíveis à riqueza,
ao dinheiro e ao poder corporativo.
ExxonMobil, uma empresa petrolífera,
vale mais do que a soma do valor
de todas as empresas automóvel
no mundo inteiro.
É uma grande empresa.
As pessoas dizem:
"Porque será que os políticos não dão
resposta à crise do clima global? "
Porque dão resposta a um poder maior,
infelizmente.
Neste momento, esse poder maior
é a indústria do combustível fóssil.
É responsável pela edição
de Our Changing Planet...
...e manda um rascunho revisto
para a Casa Branca. O que acontece?
Entrevista com Rick Piltz Programa
Científico de Mudancas Climáticas EUA
Volta para trás
com uma série de correcções
escritas à mão na fotocópia...
... pelo presidente do Conselho
de Qualidade Ambiental.
E quem é o presidente?
Phil Cooney.
É cientista?
Não, é advogado.
Foi defensor do lobby
do Instituto Americano do Petróleo
antes de ir para a Casa Branca.
Temos uma suspeita crescente...
...de que as petrolíferas aproveitam-se
das actuais condições de mercado
para encher os cofres
com lucros adicionais.
TOTAL: $33 MIL MILHÕES
= $110 cada homem, mulher e criança
Nas questões de alteração do clima
e do ambiente...
DAVID ORR - Presidente, Programa de
Estudos Ambientais, Oberlin College
...o sistema político falhou.
Não é uma crise de tecnologia
nem sequer uma crise de opinião pública.
Se perguntarmos às pessoas:
"Querem energia solar?
Querem electrodomésticos eficientes?
Querem carros económicos? "
A resposta é decididamente:
"Sim, queremos".
É a ponte sobre este abismo...
...entre a opinião pública e
a política pública. É o chamado Governo.
O fracasso tem sido aqui.
Essa ponte caiu em desarranjo.
Houve um período,
nas décadas de 60 e 70,
quando os Republicanos
e os Democratas nos EUA
se juntaram para aprovar
grandes leis ambientais.
National Environmental Policy Act,
Clean Air Act, Clean Water Act,
Endangered Species Act.
Foram leis feitas pelos Republicanos
e pelos Democratas, em conjunto.
Agora, esse sistema
encontra-se desfeito.
E parte da crise deve-se,
como todos sabem,
ao facto de haver dinheiro,
demasiado dinheiro no sistema político.
Até Jefferson disse:
TOM LINZEY - Director Executivo,
Fundo de Defesa Ambiental
...as gerações devem rever a
Constituição consoante as necessidades.
Acham que os Pais Fundadores
conheciam o aquecimento global?
Ou a desflorestação?
Ou as quantidades enormes
de químicos tóxicos que são lançados
para a nossa atmosfera
e para o nosso ar, água, terra e solo
todos os dias?
Temos de encontrar uma harmonia
entre o Homem e a Natureza.
Uma das únicas soluções é reconhecer
que a Natureza também tem direitos.
A ideia mais básica é compreender
que o nosso sistema económico global...
HERMAN DALY - Professor, Universidade
de Maryland, Ex-economista Sénior
...é um subsistema.
E é um subsistema de um sistema maior.
O sistema maior é a biosfera
e o subsistema é a Economia.
O problema, é claro,
é que o nosso subsistema, a Economia,
está pronto para o crescimento.
Está definido para crescer, expandir-se,
enquanto que o sistema de base não
cresce. Continua do mesmo tamanho.
Assim, à medida que a Economia cresce,
desloca, impõe-se
sobre a biosfera,
e isto tem um custo decisivo.
É o custo da oportunidade fundamental
de crescimento económico.
É do que se abdica quando se expande,
o que costumava existir.
Os economistas não incluem o que a
Natureza faz por nós gratuitamente.
Algumas tecnologias nunca teriam sido
capazes de fazer o que a Natureza faz.
Por exemplo, polinizar todas
as plantas com flor.
Quanto nos custaria retirar
o dióxido de carbono do ar
e substituí-lo por oxigénio, que é o que
todas as plantas verdes fazem por nós.
É possível fazer uma estimativa por alto
do custo da substituição da Natureza.
DAVID SUZUKI
Cientista, Ambientalista, Locutor
Constanza, há vários anos,
calculou que nos custaria
35 triliões de dólares por ano
para fazer o que a Natureza
faz por nós de graça.
Para ser mais claro,
se somássemos todas as economias
anuais no mundo naquela altura,
o total seria de 18 triliões.
18 TRILIÕES
Portanto, a Natureza estava a fazer
por nós o dobro
do que as economias do mundo.
E na loucura da Economia convencional,
isto não consta da equação.
Não sei porquê, nas últimas décadas,
nos cursos comerciais
e nos MBA que todos
os chefes executivos fizeram,
foi-lhes ensinado que o objecto
do seu negócio é o crescimento,
como se fosse o fim.
Não é um fim, é um meio.
STEPHEN SCHNEIDER - Co-Director,
Centro de Ciência & Política Ambiental
Trocámos os fins e os meios. Se
recuperarmos o fim, a qualidade de vida,
analisamos as contradições,
porque o tipo errado de crescimento
reduz a nossa qualidade de vida,
e temos de reconquistar isso.
Acho que o sistema industrial...
RAY ANDERSON
Fundador, Interface, Inc.
...tem de ser reinventado.
Hoje em dia, a produtividade
do sistema industrial, desde a extracção
até ao produto acabado que acaba
num aterro ou numa incinerador,
revela que cada carregamento
de produto com valor duradouro
produz o equivalente
a 32 carregamentos de lixo.
E isto é atrofiante. Mas é verdade.
Portanto, temos um sistema
de produção de lixo.
BARRIL RECICLADO
É óbvio que não podemos continuar
a escavar a terra e a sujá-la.
No nosso moderno mundo globalizado,
o crescimento continua a ser o foco
de muitas empresas e governos
que esgotam o nosso ambiente
para obter um lucro económico.
E nós, enquanto indivíduos,
enquanto consumidores?
Até que ponto somos participantes
na destruição da nossa biosfera?
Não é um problema de tecnologia.
THOM HARTMANN - Autor,
The Last Hours of Ancient Sunlight
Não é um problema de excesso
de dióxido de carbono.
Não é um problema de
aquecimento global.
Não é um problema de lixo.
Tudo isto são sintomas do problema.
O problema é a nossa forma de pensar.
O problema é fundamentalmente
um problema cultural.
É ao nível da nossa cultura
que esta doença está a manifestar-se.
Somos produto de 500 mil milhões
de dólares de publicidade por ano.
Quando uma criança chega à faculdade,
como caloiro, já terá visto milhares
de horas de televisão.
Em média, quatro horas e tal
por dia.
Um estudo revelou que conseguiam
identificar mil logótipos de empresas,
mas menos de 10 plantas e animais
nativos da sua terra.
Assim, não só nos tornámos
consumidores,
como altamente ignorantes
em relação à nossa vida na Terra.
Os americanos passam o tempo
a trabalhar e a gastar dinheiro.
BETSY TAYLOR - Fundadora,
Centro para um Novo Sonho Americano
É aqui que gastamos o nosso tempo.
Em média, um americano acaba por ir
às compras cinco vezes por semana.
Durante o dia, estamos a trabalhar
para ganhar dinheiro para as compras.
E há um fadiga crescente de ter
de aguentar a Economia Global
para acompanhar a tendência.
Portanto, tudo está a ficar maior,
as nossas banheiras, as casas,
os carros, as cinturas...
Estamos a ficar sem tempo.
Temos menos das coisas importantes.
Na América,
as pessoas estão tão isoladas...
WADE DAVISPIB- Explorador Residente,
Sociedade Geográfica Nacional
... pela concentração de riqueza.
Gastamos mais dinheiro nos relvados
do que a Índia arrecada
em impostos federais.
O nosso orçamento da Defesa,
uma percentagem trivial do PIB,
é superior a toda
a Economia da Austrália.
Anestesiados pela nossa riqueza,
esquecemo-nos de como vive o mundo
e de como a maioria do mundo é.
Neste momento,
somos uma civilização...
Diria... O consumismo, a democracia
do consumidor, é a ideologia vigente.
Democracia do consumidor no sentido
em que qualquer regime,
quer seja o regime chinês
ou o norte-americano,
tem de dar às pessoas o que elas querem
e quando querem, ou seja, agora.
E as pessoas querem bens de consumo.
Assim que os luxos
se tornam símbolos culturais,
quer seja um telemóvel na China rural,
ou um Lamborghini em Malibu,
nada pára isso.
É preciso mudar o objecto do desejo
para chegar à raiz do problema.
As pessoas acreditam na escolha,
e escolha é consumismo para a maioria.
Não adianta tentar salvar o planeta,
dizendo às pessoas que estão a fazer
a escolha errada. Não resulta.
Quatro, três, dois, um!
Temos de mudar a ideia
que está por trás da expansão ilimitada.
Numa expressão,
da riqueza ao bem-estar.
É uma transformação cultural.
Como seres humanos,
sempre tivemos desejos materiais.
Os bens materiais são o que nos define
como pessoas.
BETSY TAYLOR - Fundadora,
Centro para um Novo Sonho Americano
O consumismo não é mau,
mas está completamente descontrolado.
Os media são o instrumento
através do qual...
JERRY MANDER - Director,
Fórum Internacional sobre Globalização
...o conhecimento é transmitido
na nossa sociedade.
Já não obtemos conhecimento
directamente da Terra.
Já não estamos em contacto
com as fontes da nossa sobrevivência.
Na grande maioria, na sociedade
industrial ocidental, já não...
Já não produzimos a nossa comida
nem cuidamos da nossa subsistência,
nem aprendemos directamente
da nossa própria experiência
nem temos a nossa família
como a base das nossas escolhas.
Basicamente, somos
como um astronauta no espaço.
Andamos a flutuar por aí,
num Universo metálico recriado,
desligados, realmente,
das fontes na Terra.
E somos totalmente dependentes
da informação
que nos é enviada de muito, muito longe.
Estamos psiquicamente entorpecidos.
JAMES HILLMAN
Psicólogo
Atrofiamos os nossos sentidos
de manhã à noite,
quer seja com ruído ou música alta,
ou luzes à noite.
Portanto, ninguém vê a beleza.
E se perdemos o sentido de beleza
do mundo,
procuramos substitutos.
Eric Hoffer disse: "Nunca temos
o suficiente do que não queremos. "
Significa que estamos sempre carentes,
mas a perda, a sensação de perda,
é não sabermos o que perdemos.
O que perdemos é a beleza do mundo,
e compensámo-la com a tentativa
de conquistar o mundo
ou de possuir o mundo.
Do espaço, podemos ver
como a raca humana mudou a Terra.
Quase toda a terra disponível
foi desflorestada
e está a ser usada para a agricultura
ou para o desenvolvimento urbano.
As calotas polares estão a encolher
e as zonas de deserto estão a aumentar.
À noite, a Terra já não é escura,
pois há vastas áreas iluminadas.
Tudo isto prova que a exploração
humana do planeta
está a chegar a um limite crítico.
Mas as exigências humanas
e expectativas estão sempre a aumentar.
STEPHEN HAWKING - Professor Lucasiano
de Matemática, Universidade Cambridge
Não podemos continuar a poluir
a atmosfera,
a envenenar o oceano
e a esgotar a terra.
Já não há mais disponível.
Estamos a viver
numa época em que nos deparamos
com um grande desafio.
STUART PIMM - Professor de Ecologia
de Conservação, Universidade de Duke
Se não mudarmos o que estamos a fazer,
enfrentamos a perda,
talvez, de um terço ou de metade
de todas as formas de vida na Terra.
Não sabemos até que ponto,
quando perdermos essa biodiversidade...
PAUL STAMETS
Micologista, Autor, Mycelium Running
...o sistema começará a desintegrar-se.
Acredito na resistência da Natureza.
Portanto, assim que a espécie humana
se extinguir,
já aconteceu a muitas espécies que nos
antecederam e muitas mais nos seguirão,
a Terra pode rodar alegremente
sobre o seu eixo, sem humanos,
e os micróbios e os insectos
herdarão o mundo.
Se não houver uma mudança
drástica a nível do clima,
tornar-nos-emos um planeta gélido
e árido, como Marte.
Não acredito, por um instante,
que a vida desapareça.
Apesar de termos alterado radicalmente
o ar, a água e o solo da Terra,
a vida tem sido extraordinariamente
persistente e adaptável.
Mas, como uma espécie que está
no topo da cadeia alimentar,
sei que somos os mais vulneráveis.
A vida existe na Terra
há 3,8 a 4 biliões de anos.
Durante esse tempo,
já existiram muitas espécies.
Mas, sabem que mais? 99. 9999...
... quatro pontos decimais por cento
de todas as espécies
que já existiram estão extintas.
Portanto, a extinção
é uma parte natural da vida.
A extinção é o que permitiu à vida
florescer, evoluir e mudar
com as condições do planeta
em constante mudança.
O planeta não está parado num estado
há mais de 4 mil milhões de anos.
A tragédia da nossa existência
é que somos uma espécie infantil.
Não só estamos a apressar as condições
para a nossa própria morte,
como, segundo o Programa Ambiental
da ONU,
50.000 a 55.000 espécies por ano
estão a extinguir-se por nossa causa.
A tragédia não é a extinção iminente
ou potencial da Humanidade,
mas a grande crise de extinção
que estamos a causar neste momento.
Acho que há potencial
para uma Idade Média.
Um dos problemas que vejo...
JOSEPH TAINTER
Autor, The Collapse of Complex Societies
...é que tantas pessoas,
que têm de aceitar individualmente
o custo da transição, não estão
cientes do que vai acontecer.
A maioria dos nossos cidadãos
acorda de manhã
e preocupa-se com rotina matinal,
levar os filhos à escola,
pagar a prestação da casa
e pensar naquele carro novo
ou numas férias.
É uma escala de pensamento limitada
para abordar os problemas que temos.
As pessoas têm de estar cientes das
forças globais que afectam a vida delas
e que irão afectar cada vez mais
no futuro.
Se não desenvolverem esta consciência,
temo que a transição seja devastadora.
O que está em risco...
DAVID ORR - Presidente, Programa de
Estudos Ambientais, Oberlin College
...é a destruição da civilização, de tudo
por que lutámos. Esta frágil embarcação
navegou durante séculos e milénios
para chegar a este ponto concreto.
Tudo será destruído
num momento de consumo
e de mau julgamento,
de violência e de injustiça.
Será que a capacidade de lutar
por uma população feliz e saudável...
BROCK DOLMAN - Instituto WATER,
Artes Ocidentais & Centro de Ecologia
... no futuro, está a desaparecer?
Sem dúvida.
Não é uma questão de salvar o planeta.
É uma questão de salvar
a capacidade de se preocupar,
um sistema em que os humanos
podem viver em busca da felicidade.
É isso que está em causa.
Se recuarmos e tomarmos a perspectiva
da Terra em vez da do Homem...
PETER WARSHALL
Ecologista, Whole Earth Catalogue
... não pode ser a última hora
para a Terra.
Pode ser uma crise de extinção
para a Terra.
E pode ser uma crise de harmonia
para a Terra,
porque vemos que uma espécie
está a apoderar-se
de tantos recursos da Terra
que está a deixar muito pouco para
outros animais que vivem nela.
MIKHAIL GORBACHEV - Presidente
Fundador, Cruz Verde Internacional
O que acontece
ao nosso planeta é algo
que nos deve fazer pensar e agir
de forma diferente.
Não estamos a agir de forma diferente,
porque ainda somos, acho eu,
vítimas do tipo de inércia que remonta
ao tempo em que alguém disse,
e acredito que foi um erro
mesmo quando foi dito,
que "o Homem é o rei da Natureza".
Acho que agora que todos
os ecossistemas estão cansados,
que o nosso clima, a água, o solo,
as florestas estão tão esgotadas,
creio que isto está a minar
o nosso próprio ambiente
e que temos, as gerações actuais,
de tomar uma decisão final
que nos leve a agir de outra forma,
porque a crise ecológica é global.
Encontramo-nos no limite.
É óbvio que os humanos
tiveram um impacto devastador
na rede ecológica da vida
do nosso planeta.
Porque esperámos,
porque virámos as costas
aos sinais de alerta da Natureza
e porque os nossos líderes políticos
e empresariais
ignoraram continuamente
as provas científicas impressionantes,
os desafios que enfrentamos
são muito mais difíceis.
Estamos numa era ambiental
quer nos agrade quer não.
Portanto, como será o futuro?
Sabemos que os EUA, o maior
consumidor e fonte de lixo do mundo,
precisa de fazer uma transição
para um futuro mais "verde".
Mas será que a nossa geração piloto
criará um mundo sustentável a tempo?
O que guiará esta grande mudança?
Será que a Natureza tem as respostas
para recuperarmos os recursos naturais,
para protegermos a nossa atmosfera
e ajudarmos a vida a sobreviver?
Todas as forças que fustigam o planeta
são forças criadas pelos seres humanos.
Se os seres humanos
são a causa do problema,
podemos ser o alicerce da solução.
Algumas pessoas sugerem
que para viver de forma sustentável...
THOM HARTMANN - Autor,
The Last Hours of Ancient Sunlight
...temos de voltar para os bosques,
vestirmo-nos com peles de animais
e viver de raízes e bagas.
Mas a realidade
é que temos tecnologia.
A questão é:
como podemos usar os conhecimentos
da ciência e da tecnologia,
juntamente com o conhecimento
da cultura e das mudanças culturais,
para criar uma cultura
que interaja com a Ciência
e com o mundo que nos rodeia
de uma forma sustentável?
A grande vantagem do dilema
que enfrentamos...
PAUL HAWKEN
Escritor, Ambientalista, Empresário
...é que temos de reimaginar
todas as coisas que fazemos.
Por outras palavras,
não fazemos uma única coisa
nem temos nenhum sistema que não
exija uma remodelação completa.
Portanto, há duas maneiras
de encarar isto.
Uma é: " Meu Deus! Que grande fardo! "
e a outra, a minha preferida,
é encará-la como:
"Que bela altura para nascer,
que bela altura para estar vivo. "
Porque esta geração tem a oportunidade
de mudar completamente o mundo.
Estamos num ponto,
com 6,4 mil milhões de pessoas...
WILLIAM MCDONOUGH Arquitecto,
William McDonough & Partners
...em que temos de imaginar
como seria reestruturar o design
e ver o design como o primeiro sinal
da intenção humana...
design ecológico:
cidade sem carbonos
...e que precisamos de novas intenções,
em que os materiais são muito valiosos
e têm de ter ciclos fechados, de berço
para berço, não de berço para a cova.
E essa energia tem de vir das fontes
renováveis, principalmente do sol,
e a água tem de ser limpa e saudável,
porque atravessa um sistema,
e temos de tratar-nos mutuamente
com justiça e rectidão.
Portanto, o próprio design passa
da produção em *** de coisas
que são basicamente destrutivas
para a utilização em *** de coisas
que são bens inerentes e não obrigações.
TECIDO EM FIBRA
TRAJE REENCARNADO
O nosso projecto actual,
para uma nova geração de designers...
BRUCE MAU
Director Criativo, Bruce Mau Designs
...é o bem-estar de todas as formas
de vida como um objectivo prático.
Ultrapassa-nos incluir
todo o reino ecológico.
Máquina da Água
Edifício Adam J. Lewis, Oberlin College
Todas as formas de vida
são um projecto de design,
de design da capacidade
de sustentar a vida a longo prazo.
Quer estejamos a falar do design
de uma fábrica ou de um edifício...
JOHN TODD
Designer Ecológico
...de uma estrada ou até
de uma cidade...
...é muito mais fácil
fazer esse design de forma isolada
do que impor um design
sobre o que já existe.
Mas, se seguíssemos as instruções
de funcionamento da Natureza,
veríamos que o design é feito
exactamente da maneira oposta.
Pega na palete, por assim dizer,
com todos os reinos da vida,
e, depois, actua harmoniosamente
para criar um resultado final,
que pode ser um recife de coral
ou uma floresta.
O aspecto mais interessante
do design sustentável
é o facto de não ter
um aspecto em particular, a meu ver.
Uma das coisas que descobrimos
nos últimos anos...
Comboio híbrido ultra-limpo
...é que o novo design é invisível.
Não é uma questão de fronteira visual.
Aliás, a forma pode ser qualquer uma.
O motor híbrido reduz
as emissões de carbono em 85%
É a estrutura, a lógica interna,
a inteligência
e o desempenho
que tem de ser "desenhado".
Como fazemos as coisas...
JANINE BENYUS
Escritora, Biomimicry
...nos nossos processos industriais,
é inversamente diferente da forma
como a vida faz as coisas.
Reparem na forma como fazemos,
por exemplo, Kevlar...
Fibras Kevlar
...o nosso material mais resistente.
Aquecemos o petróleo
até aos 760 graus centígrados,
mergulhamo-lo em ácido sulfúrico
e, depois, puxamo-lo
sob grande pressão.
Imaginem um organismo, nós,
a fabricar os nossos ossos e dentes.
Imaginem um molusco
a fabricar a concha.
Não se podem dar ao luxo de aquecer
a temperaturas muito elevadas,
de fazer pressões ou banhos químicos,
portanto, arranjaram uma alternativa.
Vejam o caso da aranha.
Esta linda aranha está a levar
aranhas e grilos para a teia
e a transformá-los, com química,
em água no abdómen,
e lá é produzido este material,
cinco vezes mais forte
do que o aço.
Silenciosamente, em água,
à temperatura ambiente.
Isto é química de mestre!
Este é o fabrico do futuro.
Há pessoas
que já andam a tentar imitar
as receitas destes organismos.
Os fungos são "desmancha-moléculas",
os organismos entre a vida e a morte.
PAUL STAMETS
Micologista, Autor, Mycelium Running
Produzem terra. Toda a cadeia alimentar
da Natureza assenta nestes filamentos.
A rede de micélio que penetra
em todas as massas terrestres do mundo
é uma membrana de suporte
em que a vida prolifera
e se diversifica. Os cogumelos
também têm a propriedade bizarra
de hiperacumular os metais pesados.
As florestas têm milhares de hectares,
portanto, os fungos que produzem
cogumelos crescem nesse espaço.
Isto dá-nos uma capacidade imediata
de explorar este forte recurso natural
que o micélio do cogumelo tem
para remediar os ambientes,
evitar a poluição...
Micofiltração
FILTRO BIOLÓGICO - Membrana Micélio
...de micróbios, de vírus,
incluindo bactérias e protozoários,
e também para decompor
uma grande variedade de poluentes.
E este é um dos pedestais
da micorestauração.
Usar o micélio do cogumelo
para curar ambientes,
porque são verdadeiramente
membranas curativas.
Existe o modelo.
Na Natureza, não há desperdício.
O lixo de um é o alimento do outro.
RAY ANDERSON
Fundador, Interface, Inc.
Este é o modelo para o sistema industrial
que tem de acabar por evoluir.
Um sistema industrial sem lixo.
Se pensarmos numa árvore
como design...
...ela produz oxigénio, retém o carbono,
trata o azoto, filtra água...
WILLIAM MCDONOUGH Arquitecto,
William McDonough & Partners
... proporciona habitat para centenas
de espécies, acumula energia solar,
produz açúcares complexos e alimentos,
cria microclimas e auto-reproduz-se.
Como seria desenhar um edifício
como uma árvore?
Como seria desenhar uma cidade
como uma floresta?
E como seria um edifício,
se fosse fotossintético?
E se retivesse a energia solar
e lhe desse...
Sistema de iluminação híbrida - Pode
substituir a luz artificial usada de dia
... um uso produtivo e benéfico?
Por exemplo, se juntarmos o alojamento
e o tratamento do lixo...
O edifício evita a perda de energia
através das janelas de vidros duplos
...a produção de comida
e geração de energia...
Águas residuais purificadas
por plantas e microrganismos
...tudo integrado em sistemas globais...
Água reutilizada na rega
de jardim orgânico comestível
... podemos viver lindamente
no planeta...
A energia para o edifício é gerada
pelo sol através de painéis solares
...com um décimo ou menos
de recursos...
JOHN TODD
Designer Ecológico
...que a nossa civilização usa.
A construção ecológica
é essencialmente...
RICK FEDRIZZI - Presidente & Chefe
Executivo, US Green Building Council
...o design e a construção de edifícios
eficientes em energia e recursos.
Produzem locais saudáveis
para viver e para trabalhar.
Se tivermos em conta que os edifícios
consomem um terço da energia total...
CASA NÃO SUSTENT ÁVEL
...é o maior segmento do uso energético
e da produção de gás de estufa.
O que podemos fazer com edifícios...
CASA SUSTENT ÁVEL
...com as tecnologias mais simples,
é realmente extraordinário.
Banco da América - Arranha-céus mais
sustentável do mundo em construção
Com as tecnologias existentes
que já temos na prateleira
ou coisas que sabemos que podemos
desenvolver rapidamente...
KENNY AUSUBEL
Fundador, Bioneers
... podemos reduzir a marca humana
no planeta Terra em 90%,
o que seria uma grande mudança
em relação à situação actual.
Tesla Motors
Carro eléctrico de alto desempenho
A direcção a seguir é a separação
da nossa dependência do petróleo
através do transporte eficiente,
de casas com melhor isolamento,
do desenvolvimento
de alternativas renováveis,
como o sol, vento e a biomassa,
e fazer com que estes se tornem
a parte principal do mercado,
usando a eficácia como a transição.
Discoteca alimentada pela energia
despendida pelo movimento humano
Não será de um dia para o outro,
mas já devia ter começado há 30 anos.
Neste momento, temos
na Casa Branca e no Congresso...
STEPHEN SCHNEIDER - Co-Director,
Centro de Ciência & Política Ambiental
...pessoas a tentar atrasar ainda mais,
o que é irracional,
tanto para a nossa segurança nacional
como para a protecção ambiental.
Este país...
... pode avançar muito rapidamente
se quiser.
Não se esqueçam que depois
de 7 de Dezembro de 1941,
Roosevelt foi ter com Jimmy Byrnes
e disse:
" És o meu assessor incumbido
de mobilizar a Economia.
Se alguém te trair, trai-me a mim.
Vai trabalhar. "
Em seis meses, Detroit foi totalmente
reequipado, deixando de fabricar carros
e passando a fabricar camiões militares,
tanques, aviões de combate.
E, em três anos e oito meses,
desde o início da guerra,
tínhamos mobilizado,
tínhamos derrotado o ***ão imperial,
a Itália fascista, a Alemanha nazi,
com os britânicos e os outros aliados,
e iniciado a desmobilização.
-Três anos e oito meses.
-Não são tanto questões técnicas,
como são de liderança.
Quanto tempo temos?
Bem, não muito.
Segundo os meus cálculos, deveríamos
tratar disto o mais rápido possível.
Isto significa toda a gente.
Todos os cidadãos, os governos,
as organizações, as empresas.
É altura de todos porem mãos à obra!
Para que, no futuro,
daqui a 500 anos...
DAVID ORR - Presidente, Programa de
Estudos Ambientais, Oberlin College
...as pessoas olhem para esta época
e a vejam como a " melhor hora".
Que os humanos, naquela altura,
naquela geração, por todo o planeta,
se tenham juntado
numa visão muito diferente.
Hoje em dia, na Terra, há...
PAUL HAWKEN
Escritor, Ambientalista, Empresário
...mais de um milhão de...
...organizações ambientais,
de justiça social e locais.
É o movimento
com maior crescimento na Terra.
E começa-se a ver que estão a juntar-se,
a fechar os buracos
e a tapar as fugas
de energia, de água, de comida,
de dinheiro e de todas essas coisas
para reimaginar o que significa ser...
...como digo,
um ser humano no século XXI,
quando os sistemas estão em declínio,
e aprender a inverter isso.
É quase como se tivéssemos...
BRUCE MAU
Director Criativo, Bruce Mau Designs
...distribuído uma ambição
sem sequer a ter anotado,
para que as pessoas de todo o mundo
soubessem o que deveriam estar a fazer
e trabalhavam
à sua própria maneira,
sabendo que só tinham
uma espécie de pixel
neste extraordinário mosaico
de uma imagem do futuro.
E que poderiam contribuir
com aquele pixel para o mosaico,
sabendo que, no fim,
aquela imagem extraordinariamente
bonita era um futuro sustentável.
O mais empolgante é que podemos ver
como seria a nova Economia.
Energia Tridente
Energia obtida com a ondulação
Em vez dos combustíveis fósseis,
é alimentada por energia renovável.
Em vez de ter um sistema de transporte
centrado nos automóveis,
terá um sistema de transporte
mais diversificado.
Em vez de uma Economia descartável,
será uma Economia reutilizável,
onde tudo é reaproveitado.
Sistema Natural de Reciclagem da Água -
Plantas, peixes e algas para a purificação
De facto, vislumbramos o que está
a surgir aqui e em todo o mundo.
Temos tecnologias para ter uma nova
Economia que sustente o progresso.
Linhas JR - ***ão - Sistema de travagem
passa electricidade para as linhas
Vemos que está a aparecer
uma nova Economia.
LESTER BROWN
Presidente, Earth Policy Institute
O desafio da nossa geração é construir
essa Economia no tempo disponível.
E não me parece
que nos reste muito tempo.
Virtualmente, quase todas as nossas
principais alterações infra-estruturais
foram encorajadas, de certa forma,
pelo Governo.
Portanto, acho que a maneira de lidar
com esta transição do petróleo...
Sessão do Senado
sobre os Lucros das Petrolíferas
... não é fingir que a energia opera
num mercado livre e não regulamentado.
Não é assim. Mas para avançar
e, da forma mais viável possível,
deve-se dar incentivos
para a adopção destes combustíveis,
e alterações mínimas na infra-estrutura
é o que as torna possível.
A energia é o segredo de tudo
o que fazemos.
JOSEPH TAINTER - Autor,
The Collapse of Complex Societies
Com energia abundante, barata e limpa,
podemos resolver muitos problemas.
Sem ela, não conseguiremos resolver
muitos problemas.
O sol é o substituto mais abundante
e ilimitado que existe.
RAY ANDERSON
Fundador, Interface, Inc.
Há mais do que energia suficiente
proveniente do sol todos os dias...
Torre de Energia Solar Térmica - Austrália
Gera electricidade para 200.000 casas
... para operar todas as fábricas, casas
e carros da Terra, 13.000 vezes.
Também estamos a descobrir
que, numa escala maior...
GREG WATSON - Vice-Presidente,
Colaboração de Tecnologia Massachusetts
...o que chamaríamos escala utilitária,
a energia eólica evoluiu para um ponto
em que pode competir, no preço,
com os combustíveis fósseis,
como o carvão, o petróleo
e o gás natural,
e produzir um grande volume de energia
que pode ser distribuído pela rede,
que é a forma convencional
de receber energia.
É importante ver, à medida
que fazemos progressos no mundo...
MICHEL GELOBTER
Presidente, Redefining Progress
...que temos uma Economia flexível,
fluida e pronta para fazer mudanças.
Como protegemos a atmosfera
que nos pertence a todos?
Uma das formas é pôr as pessoas
que estão a poluir
a pagar por essa poluição,
através de um sistema de multas.
Baixamos os impostos
sobre os rendimentos...
LESTER BROWN
Presidente, Earth Policy InstLIPKISitute
...e aumentamos os impostos
sobre a gasolina, o uso de carvão...
Talvez conseguíssemos fazer tudo
com um imposto único.
Não estamos a mudar a taxa fiscal,
mas a reduzir o IRS
e a compensá-lo com um aumento
nos impostos relativos à energia.
Um imposto sobre combustíveis fósseis.
Quando acabarmos com a dependência
dos combustíveis fósseis,
veremos o dinheiro a ir para as indústrias
que simbolizam a vitalidade da Economia:
os media, a alta tecnologia, os serviços.
Agir face às alterações do clima é bom
para os empregos e para a Economia.
Verdant Power - Gera electricidade
com as correntes do Rio Hudson
Se remodelássemos...
LEO GERARD - Presidente,
Sindicato dos Trabalhadores do Aco
...todos os edifícios governamentais
construídos antes de 1950
e criássemos ambientes fiscais
para ajudar as cidade, os municípios
os estados e o Governo Federal
a remodelar esses edifícios,
poderíamos criar 3 milhões de empregos
no sector industrial.
Além disso, poderíamos importar
muito menos petróleo do Médio Oriente,
mas, mais importante, teríamos
um ambiente muito mais limpo.
Se sairmos do jogo viciado
que temos agora, no sector energético...
VIJAY VAITHEESWARAN -
Correspondente Ambiental, The Economist
...para um nível de concorrência entre
os combustíveis poluentes e limpos,
não tenho dúvida
de que os combustíveis limpos ganharão.
Avião a energia solar-hidrogénio
Assim que enviarmos o sinal certo
ao mercado,
que os dois tipos
que criaram a Hewlett-Packard...
Carro eléctrico de uso partilhado
Quero que esses dois tipos
trabalhem no sector da energia limpa.
Quero que saibam que mudámos
as nossas políticas públicas,
para que sejam recompensados quando
inventarem algo para derrotar a Big Oil.
É o que temos de fazer.
E veremos uma transição relativamente
rápida para uma energia mais limpa.
ÁRCTICO
AVISO
As pessoas têm de perceber
que podem fazer coisas no dia-a-dia.
MATHEW PETERSEN Presidente &
Chefe Executivo, Global Green EUA
Manter a pressão dos pneus certa,
adoptar lâmpadas de luz fluorescente.
A acção individual é importante.
O problema do aquecimento global
é enorme e tremendo,
e pode parecer inconsequente
fazer uma acção individual,
mas é importante por muitas razões.
Porque se todos fizerem algo para mudar,
o resultado será significativo.
Mudar a maneira de agir e viver
faz parte da solução a longo prazo,
porque, se o fizermos, mostraremos
aos nossos líderes que nos preocupamos.
É o que precisamos
que as pessoas façam.
O passo seguinte é convencer
a força política a agir.
Também pode votar.
GLORIA FLORA - Directora,
Sustainable Obtainable Solutions
E não me refiro ao voto
numa urna eleitoral.
Qualquer pessoa de qualquer idade
pode votar.
Porque votamos todos os dias
que compramos uma coisa.
Sempre que pomos o dinheiro em cima
do balcão para pagar uma coisa,
estamos a dizer: "Aprovo este objecto.
Aprovo o método de fabrico,
os materiais que o compõem
e o que lhe irá acontecer quando
já não precisar dele e o deitar fora. "
A vida cria condições
que são favoráveis à vida.
Portanto, a nossa tecnologia,
as nossas cidades, as nossas escolas,
o que fazemos, o que vestimos,
o que comemos, tudo isso,
se for orientado
para esse princípio,
para esse princípio de vida,
ficaremos aqui durante muito tempo,
num mundo extraordinário.
A questão é: " O que é preciso
para a Humanidade mudar de atitude? ",
e estou muito encorajado pela declaração
de Deepak Chopra quando diz
que as pessoas estão a dar o seu melhor,
dado o seu nível de consciência.
Para mim, ganhar esta batalha
em que estamos,
para mudar a mente
e o coração das pessoas
é uma questão de aumentar os níveis
de consciência. Aumentar sempre.
E há sempre um nível mais elevado
de consciência em todos nós.
Temos de ser mais lentos
e mais espertos.
O movimento lento significa
o afastamento do consumismo
como a principal via de experiência.
Não rejeitamos qualquer consumo,
mas diz:
"Não vamos viver a vida controlados
pelo mercado ou pelo que é vendido.
Não basearemos as nossas identidades
nem o nosso propósito nisso.
Em vez das deslocações longas,
do carro e da casa maiores,
vamos desfrutar da produção local,
dedicar tempo a nós próprios
e compreender que os objectos
são os ladrões do tempo. "
Quanto mais coisas se tem,
mais tempo se passa a trabalhar,
mais a sua vida fica presa a um ritmo
para obter essas coisas.
O outro elemento é a inteligência.
Aqui, acho que temos de reintroduzir
um termo...
...um termo antigo, anterior
à Revolução Industrial: frugalidade.
Frugalidade não significa pobreza.
Frugalidade significa o uso
inteligente dos recursos.
Como já disse, o significado
da Revolução Industrial foi:
a Natureza transformou-se num recurso,
considerado infinitamente abundante.
Não é verdade.
Não só é a 11 ª hora.
É 11:59 e 59 segundos.
E apesar dos autores
dos movimentos anteriores...
TOM LINZEY - Director Executivo,
Fundo de Defesa Ambiental
...terem demorado 30, 40 anos a atingir
um ponto em que tinham o poder
para exercer mudanças na estrutura
fundamental do Governo,
nós não temos 30 a 40 anos.
Não é só uma questão de arrancar
uma política aqui e outra ali.
SANDRA POSTEL, Directora,
Projecto Política Global da Água
Será necessário
uma vasta mobilização social.
Será preciso um envolvimento
a todos os níveis,
desde o Governo, à indústria,
até às nossas comunidades,
e um crescente envolvimento
dos cidadãos.
Winston Churchill tinha razão
em relação a nós:
" Os Americanos fazem sempre
a coisa certa,
mas, infelizmente, só depois de esgotarem
todas as outras possibilidades. "
E começámos a esgotar algumas
dessas más possibilidades há muito.
Acho que estamos, talvez,
prontos para acertar.
As pessoas perguntam frequentemente:
" Que posso fazer?
Quero fazer qualquer coisa. "
KENNY AUSUBEL
Fundador, Bioneers
Já fizeram a primeira escolha porque
sabem que têm de fazer alguma coisa.
O resto é uma questão de olhar
para o coração e para a alma
e compreender quais são os seus dons,
onde está a sua paixão
para fazer alguma pesquisa,
educar-se,
encontrar pessoas com quem se sente
à vontade e, depois, envolver-se.
Há duas coisas que podem,
provavelmente, salvar o mundo.
PETER WARSHALL
Ecologista, Whole Earth Catalogue
Uma seria a mestria da bondade
de cada um e um bom coração.
E a outra seria o reconhecimento
da sua paixão pelo local,
pelo sítio onde vive, e amar
realmente o sítio onde vive.
O ambientalismo já foi o projecto
de alguns apaixonados.
Agora, milhões de pessoas responderam
à destruição ecológica
e criaram o fundamento para um mundo
sustentável e justo.
Com o aparecimento do aquecimento
global e outros eventos catastróficos,
o ambientalismo tornou-se
uma questão humana de união.
Como cidadãos, líderes, consumidores
e eleitores,
temos a oportunidade de ajudar
a integrar a Ecologia
na política governamental
e nos padrões de vida do dia-a-dia.
Durante este período crítico
da História humana,
remediar os danos da civilização
industrial é a missão da nossa geração.
A nossa resposta depende
da evolução consciente da nossa espécie
e essa resposta pode muito bem
salvar este planeta azul único
para gerações futuras.
Portanto, vejo um mundo, no futuro,
em que compreendemos que toda
a vida está relacionada connosco
e que temos de tratar essa vida
com grande humildade e respeito.
Também nos vejo como criaturas sociais.
E, quando começo a olhar para trás
e digo:
"Em suma, o que é fundamental
para nós como criaturas sociais? "
Não queria acreditar, porque parecia
tão hippie, mas era o amor.
O amor é a forca
que nos torna totalmente humanos.
Para mim, o valor...
...é o poder curativo que advém do facto
de percebermos
que não é só o aquecimento global.
Não é só a dependência
dos combustíveis fósseis.
Não é só a erosão do solo.
Não é só a contaminação química
do nosso solo e da água.
Não é só o problema da população.
Não é só tudo isto.
A deterioração do ambiente
do nosso planeta
é um espelho para o exterior
de uma condição interior.
O interior reflecte-se no exterior.
E isso faz parte do grande trabalho.
E se optarmos por nos erradicar
desta Terra por qualquer meio?
A Terra não vai a lado nenhum.
E, com o tempo, regenerar-se-á
e todos os lagos
voltarão a ficar imaculados.
Os rios, as águas, as montanhas,
tudo voltará a ficar verde.
Haverá tranquilidade.
Pode não haver pessoas,
mas a Terra regenerar-se-á.
E sabem porquê?
Porque a Terra
tem todo o tempo do mundo
e nós não.
Portanto, acho que é aqui
que estamos, neste momento.
LEONARDO DICAPRIO APRESENTA
A 11 ª HORA
JUNTE-SE AO MOVIMENTO
LEONARDO DICAPRIO APRESENTA
A 11 ª HORA
Legendagem:
SDI Media Group
[PORTUGUESE]