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Atenção a uma mensagem de
Dianthus, Presidente da Terra
e Primeiro Ministro rotativo
do Sistema Solar.
- Barbarella?
- Sr. Presidente!
- Amor.
- Amor.
Só um momento.
Vou vestir qualquer coisa.
Não te incomodes.
É um assunto de Estado.
O que vou dizer-te não só é grave,
mas também secreto.
Ouviste falar num jovem cientista
chamado Duran Duran?
Há pouco,
numa viagem à Estrela do Norte,
desapareceu nas regiões
desconhecidas de Tau Ceti.
Porque é que isso é segredo?
Porque ele inventou
o Raio Positrónico. É uma arma.
Porque havia alguém de querer
inventar uma arma?
Não faço ideia.
O Universo está pacificado
há séculos.
Aquilo que conhecemos.
O problema é que não sabemos nada
de Tau Ceti e dos seus habitantes.
Ainda viverão num estado
de irresponsabilidade neurótica?
Exacto. E se assim for,
e se tiverem aprendido com ele
o segredo indizível
do Raio Positrónico,
podem abalar a união
apaixonada do Universo.
Mas isso pode levar
a insegurança arcaica e...
E guerra!
- Quer dizer, competição egoísta e...
- Quero dizer guerra.
Conflitos sangrentos
entre tribos inteiras.
- Não acredito!
- Nem eu. Mas não podemos arriscar.
- Tem de se fazer alguma coisa.
- E és tu que tens de fazer.
Não tenho exércitos nem polícia, e não
posso dispensar a banda presidencial.
Além disso, és uma astro-navegadora
de 5 estrelas e classificação dupla.
Vamos à tua missão:
É encontrar Duran Duran,
e utilizares os teus talentos
para preservar a segurança das
estrelas e do nosso planeta-mãe.
Esta é a única fotografia conhecida
de Duran Duran.
Tem 26 anos, olhos cor de avelã.
É bastante atraente.
Não sei se serei capaz
de o reconhecer.
Isto é um detector portátil
de ondas cerebrais.
Regula o teu transmissor
de átomos para 035.
Objecto em trânsito.
Objecto recebido.
Quando quiseres testar a presença
de Duran Duran, carrega aí.
As luzes acendem-se, e o alarme toca.
Tem uma caixa de línguas incorporada.
Isto é outra coisa
de que podes precisar.
- É uma arma?
- Para auto-defesa.
Retirámo-la do Museu dos Conflitos.
Menina bonita. Um dia, teremos
de nos encontrar pessoalmente.
Obrigado e...
Amor.
Armada...
como uma selvagem nua.
Alfa 7 à Base. Abandonamos a zona
de Atracção Solar dentro de 7 minutos.
- Acuse a recepção.
- Base a Alfa 7 acusa recepção.
Preparar para aceleração
para o Espaço Temporal.
Vaiiniciar-se a aceleração.
Quando chegamos ao campo
gravitacional de Tau Ceti?
Daqui a 154 horas e 7 minutos,
tempo da Terra.
- Acorda-me daqui a 154 horas.
- Entendido.
- Boa noite, Alphy.
- Entendido.
Desaceleração à vista
Barbarella, acorda
Prepara-te para ingerir alimento.
Fim do percurso de aceleração
temporal daqui a 7 segundos.
Alphy, é Tau Ceti.
- Que se passa?
- Perturbações magnéticas.
Perturbações magnéticas?
Sistemas de emergência.
Todos os sistemas de emergência
vão funcionar.
Os nossos écrans magnéticos
não funcionam.
A força do furacão magnético
é de 11,9.
A girobússola não funciona.
- Então, não podes navegar?.
- Correcto.
Vou comutar para o manual.
Que possibilidades temos?
Possibilidades de não-destruição
são de 0,00002 para 10 000.
O meu estabilizador nº 2
foi danificado.
- Onde estou?
- Isso ia perguntar eu.
Planeta 16 do sistema de Tau Ceti.
Densidade do ar 0,051.
Tempo frio,
com possibilidades de precipitação.
Análise da atmosfera: tipo terrestre
com algum excesso de oxigénio.
600 324 moléculas
por milímetro cúbico.
Pelo menos, vou poder respirar.
Que garotas maravilhosas.
Olá.
Falam inglês?
Parlez-vous français?
Eu acerto a minha caixa de línguas.
Deve ser dialecto 5.
Há tempos
que não ando de esqui.
É a nave do Duran Duran.
Olá.
Isto é muito divertido,
mas acho que foram longe demais.
Não quero fazer-lhes mal. Tenho
só umas perguntas acerca desta nave.
Desamarrem-me,
ou chamo os vossos pais.
São muito queridos, mas...
Socorro!
Olá.
Obrigada.
Não percebo.
Parlez-vous français?
Vou regular
a minha caixa de línguas.
Estás bem...?
Acho que sim. Quem és?
Sou Mark Hand, o Caçador.
E tu?
Sou do planeta Terra.
Que sabes desta nave?
Não sei nada.
Já aqui estava
quando aceitei o lugar de Caçador.
Todas as crianças têm de viver
no gelo e florestas de Weir
até atingirem uma idade útil.
Então, capturo-as com a rede,
tal como viste,
e entrego-as às Autoridades.
Obrigada.
Já ouviste falar no nome
Duran Duran?
Não sei nada disso. Vivo só
no gelo e nas florestas de Weir.
A vida do Caçador é assim.
Só em Sogo encontras resposta
para a tua pergunta.
Sogo? É perto?
Fica a seguir àqueles blocos de gelo.
O teu veículo é o que está
no outro extremo do lago?
É, mas parece-me que tem uma avaria.
Houve uma tempestade magnética,
e o estabilizador...
Talvez eu possa ajudar.
Tenho alguma experiência.
Sou eu que tenho de reparar
este veículo do gelo.
Eu levo-te à tua nave.
- Mas não há vento.
- Vais ver.
- Que belo camarote.
- Vento.
Estou tão grata,
que nem sei como agradecer.
Eu podia arranjar-te uma recompensa
do meu Governo.
Se quiseres alguma coisa, diz.
Podias deixar-me fazer amor contigo.
"Fazer amor"...?
Que queres dizer?. Nem sabes
qual é o meu psicocardiograma.
Há séculos que as pessoas
só fazem amor na Terra
quando há uma convergência
perfeita de psicocardiogramas.
Não sei nada disso.
Perguntaste o que podias fazer,
e eu disse-te.
Está bem, mas não sei se vai adiantar.
Tens comprimidos?
Deixa lá, eu tenho.
O que é isto?
É um comprimido de transferência
de exaltação.
Não conheço.
Na Terra, quando
os psicocardiogramas coincidem,
e queremos "fazer amor", como dizes,
tomamos um comprimido,
e colocamo-nos assim.
Durante um minuto,
até a relação terminar.
Isso não me interessa.
Refiro-me a isto, à cama.
Ninguém faz isso há séculos.
Só os muito pobres, que não têm
comprimidos, nem psicocardiogramas.
Provou-se que distrai,
e faz perigar a eficiência máxima.
E era inútil continuar,
havendo outros substitutos
para o ego e o apreço pessoal.
Então, não queres?
Se insistes, tem que ser.
Mas garanto-te que é inútil.
Sem a roupa, por favor.
Vou ver os teus estabilizadores.
Tens a roupa rasgada.
Veste as minhas peles.
Acho que descobri a avaria.
Podes ir para Sogo.
Encontrarás lá o Duran Duran.
Se ele ainda estiver vivo.
Não concordas agora
que, em certas coisas,
os processos antiquados
são os melhores?
O quê?... Sim, isso.
Sim, reconheço
que foi bastante interessante.
E têm razão, quando dizem que distrai.
Vens comigo a Sogo?
Prefiro a calma
do gelo e das florestas de Weir.
A vida em Sogo é demasiado rigorosa.
Mas talvez possas passar por aqui,
depois.
Talvez passe.
Adeus, e obrigada.
Por tudo.
O prazer foi meu.
Porfavor,
informa da situação actual.
Não compreenderias.
- O estabilizador está deficiente.
- Fui reparado ao contrário.
Vamos cair.
Vou ligar o perfurador.
Toda a energia
para os sistemas subterrâneos.
Subir a 45 graus.
1/4 para voltar à superfície.
Tenho de tirar esta cauda.
Estou morta!
Onde estou?
Estamos no labirinto
da Cidade da Noite.
- És um anjo?
- Sou Pygar, o último dos ornitantropos.
Como estás?
E tu?
Sou do planeta Terra.
Chamo-me Barbarella.
És suave e quente.
Dizem que os terrestres são frios.
Nem todos.
A minha pobre nave!
Olha para ela.
Desculpa.
Que aconteceu aos teus olhos?
Caí neste planeta
durante uma tempestade magnética,
e fui levado para Sogo.
A Cidade da Noite,
onde reina o Grande Tirano.
Destruíram-me os olhos,
e mandaram-me morrer para o labirinto.
- O professor Ping encontrou-me.
- É horrível.
Podes mesmo voar?.
- Não. Perdi a vontade de voar.
- Que pena.
Já não interessa.
Tudo pertence ao passado.
Pygar,
ouviste falar em Duran Duran?
Duran Duran.
É um astronauta do planeta Terra.
Não sei nada dessas coisas.
Talvez o professor Ping possa ajudar.
É sábio em tudo,
e conhece bem os assuntos de Sogo.
- Onde posso encontrá-lo?
- Está com os outros, a comer.
Coitada.
Está ali. Professor Ping.
Professor Ping?
Chamo-me Barbarella.
Diz-me qual é a tua origem.
Tens aspecto de terrestre.
- És fêmea, não és?
- Exactamente.
Isso é uma orquídea?
Elas têm fraco valor alimentar
e é dificílimo criá-las neste clima.
Diverte o Grande Tirano
insurgir-se contra os gastos
de dar orquídeas
a comer aos escravos.
Que sítio é este?
Ali é Sogo, Cidade da Noite,
governada pelo Grande Tirano,
e dedicada ao mal,
sob todas as suas formas.
Isto é o labirinto.
Tudo quanto não é mau,
é exilado para o labirinto.
Olha.
- Quem é aquele cavalheiro?
- É um dos Grandes Grotescos.
Aquilo é a maneira clássica
de acabar a vida no labirinto.
Já ouviste falar num homem
chamado Duran Duran?
Duran Duran, do planeta terra? Ouvi.
Ele está vivo? Onde?
- Em Sogo, certamente.
- Tenho de ir lá já.
Mas, como viste,
ninguém pode sair do labirinto.
Tenho uma nave.
Se puder fazê-la funcionar...
- Talvez eu possa ajudar-te.
- Se pudesses... Eu levo-te lá.
Pygar, indica-nos o caminho.
Qual é o problema?
Não sei bem.
Acho que são os estabilizadores.
Vamos lá ver...
Felizmente, as moléculas
hipotôndicas estão intactas.
- Vai demorar?.
- Horas? Dias? Semanas?
Sabe-se lá.
O génio é misterioso.
Mas eu não posso esperar semanas.
Tu podes levar-me lá.
Não posso.
Tenho atrofia do grande músculo alar.
O anjo
está aerodinamicamente perfeito.
É só uma questão de moral.
Só nos resta esperar.
Onde vives, Pygar?.
Anda.
Eu digo-te como deves guiar-me.
Em frente.
- É um ninho!
- Sim, é onde vivo.
- É maravilhoso.
- Ainda bem que gostas.
Espera. Vêm aí.
Socorro!
Pygar, mesmo à tua frente!
Não, para a direita.
O que é?
Um dos Guardas Negros,
ao Serviço do Grande Tirano.
Não está ninguém ali dentro.
Os Guardas Negros são homens
de couro, sem substância.
Salvaste-me a vida.
Pygar!
Tem cuidado.
Uma terapêutica interessante.
- Recuperei a vontade de voar.
- Eu sei.
Foi celestial.
Podes levar-me a Sogo?
- Não consigo ver.
- Eu serei os teus olhos.
Não é possível.
Seremos abatidos pelas patrulhas.
Com o meu projector
de mini-mísseis, não.
- Estás bem, Pygar?.
- Estou, obrigado.
Não me agrada o aspecto daquilo.
Um pouco para a direita.
Cuidado, Pygar.
Apanhei-o.
Para a direita.
Sobe, Pygar.
Vamos tentar esconder-nos atrás
daquela montanha.
Estás bem?
Mesmo a tempo.
A minha caixa de energia esgotou-se.
- Já estamos em segurança?
- Acho que sim. Com licença.
Chegámos.
É mesmo abaixo de nós.
Temos de descer escondidos. Em Sogo,
ser visto com um anjo é um anátema.
Baixa a cabeça.
Temos de arranjar algo
para te esconder as asas.
Espera, Barbarella.
- Não tenhas medo, Pygar.
- Sinto perigo. Protege-te.
Não há nada, garanto-te.
- Barbarella!
- Espera por mim.
Que querem de mim?
Olá, Bela-Bela.
- Muito obrigada.
- Queres brincar comigo?
A uma pessoa como tu,
não cobro nada.
És muito bela, Bela-Bela.
Não me chamo Bela-Bela.
Chamo-me Barbarella.
Viram um anjo por aí?
A ave esquisita?
Que gritos são aqueles?
Muitas situações dramáticas
começam com gritos.
Pobre Pygar.
Para trás, Pygar.
Há uma sala atrás de ti.
Eles não nos seguem.
Anda, Pygar.
Diz-me o que isto significa.
Câmara...da Solução...Definitiva.
Não me agrada.
Acho melhor sairmos.
Vocês, que escolheram a morte,
sejam bem-vindos.
Para acabar com a amargura da vida,
têm direito a escolher
entre três excitantes e surpreendentes
formas de morte.
Cada uma delas
espera-os atrás de uma das portas.
Se não escolherem,
serão entregues ao "mathmos".
A solução seguinte.
A solução seguinte.
É melhor arriscarmos.
Esperem.
- Muito obrigada.
- Tens de vir comigo.
Como te chamas,
e que fazes na vida?
Sou o Porteiro do Grande Tirano.
Felicito-te pelo teu sentido
da oportunidade.
Não fui eu.
Foi ordenado pelo Grande Tirano.
O que é aquela coisa horrível
debaixo do chão?
É o "mathmos", minha filha.
És mesmo da Terra.
Não compreendes.
Toda a cidade está construída
sobre um lago.
É um lago muito curioso.
Compõe-se, como nós, de energia viva,
mas energia sob a forma líquida.
E ela observa-nos.
É magnética,
e como tem carga positiva,
alimenta-se
de vibrações psíquicas negativas.
Aquilo a que chamarias "Mal".
Adora pensamentos
maus, actos e carne.
Em troca, dá-nos calor, luz e vida.
Mas tem um apetite enorme.
Talvez vejas para outra vez.
Não te preocupes.
Não tardas a vê-lo de novo.
Vem comigo.
Senta-te.
Tens de fazer o que te mando.
Para a frente, por favor.
Olha, Moxys.
A terrestre. Vai apanhá-la.
O Porteiro não deixará.
Estraga-nos sempre o prazer.
- Brinca connosco, terrestre.
- Tens de brincar connosco.
- Temos muitas bonecas.
- Que fazem elas aqui?
São Stomoxys e Glossina,
sobrinhas do Grande Tirano.
Gozam dos favores da corte.
- Porque não connosco?
- Não é justo.
Agora é a vez do Grande Tirano.
Venham brincar ao pé de mim.
Então, voltamos a encontrar-nos,
minha Bela-Bela.
Tu... A rapariga com um só olho.
Tens boa memória, Bela-Bela.
Por vezes, gosto de me misturar
com o povo, ser como ele, vulgar.
Mau, como tu dirias.
Sou a tua "rapariga".
E sou também o Grande Tirano.
- Que bom.
- Diverte-me imenso.
Suponho que te interessa o paradeiro
e bem-estar de certo indivíduo, não é?
Vim por ordem do
Presidente da República da Terra.
Venho procurar Duran Duran.
Não me refiro a ele.
Refiro-me ao anjo.
Sim, o Pygar.
Escapou ao labirinto. É crime.
Destruiu 12 dos meus Guardas Negros.
Crime!
E atreve-se a privar-me
de um prazer único em Sogo.
Uma terrestre. Crime! Crime!
- Onde está o Pygar?.
- Queres o teu amigo de penas?
Ali o tens.
Divertido, não é?
Não te apetece brincar?.
Podes brincar connosco, se quiseres.
Porque não?
Óptimo. Como vês,
o "mathmos" começa a afectar-te.
São os fumos.
Dão vontade de brincar.
Descrucifica o anjo.
Descrucifica-o,
ou derreto-te a cara.
A minha cara... a minha bela cara...
Pára ou disparo.
A minha cara...
Como te atreves a pôr em perigo
a minha cara?
Vê o cinturão de energia dela,
majestade.
Descarregado.
Esta arma é inofensiva.
Então, foi um truque?
Devias tê-los guardado...
Para os pássaros, majestade?
Sim, os pássaros.
Dêem-na aos pássaros.
Diz-me, meu belo anormal de penas:
em que pensas
quando fazes amor com a Barbarella?
Fazer amor?. Não compreendo.
Não sejas tímido.
Não estás em posição para isso.
Se tivesses um só olho,
verias a delícia que sou.
A minha cara, o meu corpo...
Toda eu sou deleite.
- Um deleite requintado.
- Que queres?
Partilho os meus deleites contigo.
Vais fazer amor comigo.
Um anjo não faz amor.
Um anjo é amor.
Então, estás morto. Guardas!
Este tarado de asas
vai para o "mathmos".
Vem.
Entra.
Que amoroso.
É a uma maneira
demasiado poética de morrer.
A senha, depressa.
Não compreendo.
- És um preso político?
- Acho que não.
- Então, não és dos nossos?
- Sou da Terra.
O planeta das revoluções.
Juntas-te à nossa causa?
Que causa? Quem és?
Sou Dildano,
chefe das forças revolucionárias.
Isto é o nosso quartel-general.
Viva a revolução.
O relatório da patrulha.
Para o segundo nível,
imediatamente.
Vai pela passagem secreta.
Pela porta... A porta.
És a mulher típica da Terra?
Sou média.
Como saí da gaiola?
Por uma das nossas
passagens secretas.
Instalámos várias, por toda a cidade.
Estão indicadas no mapa, pelas luzes.
É para protecção do nosso grupo.
Suponho que sabes
que me salvaste a vida.
Uma vida sem causa
é uma vida sem efeito.
Tenho a certeza de obter uma boa
recompensa do meu governo.
Eu digo-te do que gostava, terrestre.
Acho que sei.
Assim não. Como na Terra.
O comprimido...
Eu tenho o comprimido.
Não pode ser à vossa maneira?
Não quero quebrar tradições.
Não sou um selvagem!
O comprimido!
Há 5 anos que espero
por esta experiência.
Viva a revolução.
O meu grupo tem de...
Olá.
Desculpa.
O meu grupo precisa de mais...
Onde arranjaste os comprimidos?
Só os terrestres os têm.
Que novidades tens?
O meu grupo precisa de mais armas,
antes de atacarmos.
Volta ao teu posto e espera.
Hás-de receber ordens.
- Hás-de receber ordens.
- Viva a revolução.
A porta... A porta!
Tens de me dizer
onde arranjaste os comprimidos.
Foi um terrestre que tos deu?
Um homem, Duran Duran?
- Exactamente.
- Onde está ele?
Ele deu-me os comprimidos
quando chegou a Sogo.
Deve estar vivo, algures no castelo.
- Tens algo para eu...
- As nossas fardas secretas.
O meu Governo
mandou-me procurar Duran Duran.
Isso deve significar
que tens uma nave e armas.
Claro. Não gosto deste vermelho.
Emprestas o teu equipamento
à nossa causa?
Não posso,
antes de cumprir a minha missão.
Talvez possamos fazer um acordo.
Só a Rainha Negra conhece
o paradeiro de Duran Duran,
e ela só tem um momento vulnerável.
Quando está na Câmara dos Sonhos
secreta.
Ela dorme sozinha
numa sala sobre o "mathmos",
rodeada por uma parede
de energia impenetrável,
de que só ela tem a chave secreta.
Mas há uma segunda chave secreta,
que os meus agentes encontraram,
e que eu tenho.
Tu queres saber
onde está o Duran Duran,
e eu quero capturar a Rainha Negra.
Se tens a segunda chave secreta,
porque não a utilizaste?
Porque as nossas forças
ainda não estavam aptas.
A captura da Rainha Negra tem de
ser acompanhada dum golpe militar.
Com as tuas armas, isso consegue-se.
Com a Rainha em nosso poder, podes
fazê-la dizer onde está Duran Duran.
Preciso de 6 horas
para preparar o ataque.
Tenho de contactar o professor Ping,
para saber se o Alfa 7 foi reparado.
É fácil.
Tenho um emissor secreto.
Professor Ping ao Quartel-general.
Quartel-general ao professor Ping.
Aqui Ping.
Recepção perfeita.
- Tenho a terrestre.
- Barbarella...
Ela ofereceu-nos a nave
e o armamento. Está em condições?
Reparei os estabilizadores.
Está pronta para voar.
Mas há um perigo. Uma patrulha
de Guardas Negros encontrou a nave
e pode vir destruí-la
a todo o momento.
Programei-a para voar até um
esconderiijo fora do labirinto.
És um mágico, Ping.
Está a descolar agora.
Lá vai. Um voo perfeito.
Encontramo-nos às 16 horas.
A senha é:
Llanfairpwllgwyngyllgogerychwyrn
drobwIIllantysiliogogogoch.
Llanfairpwllgwyngyllgogerychwyrn
drobwIIllantysiliogogogoch?
Quartel-general termina a comunicação.
É a altura exacta.
A Rainha está na Câmara dos Sonhos.
E a chave?
Aqui tens a chave secreta.
É invisível. Só uma chave
invisível abre uma parede invisível.
Onde?
A chave...
A chave...
Encontrei-a.
Vou pendurá-la ao teu pescoço.
É invisível.
O mapa secreto
que te levará ao 12º corredor.
Por aqui.
Llanfairpwllgwyngyllgogerychwyrn
drobwIIllantysiliogogogoch.
Viva a revolução!
Um momento.
Não sou do género de tubos.
Podes dizer-me
como se vai para o 12º corredor?.
Tenho uma coisa para provares.
- O que é?
- Essência de homem.
Essência de homem?
Então, escapaste aos pássaros?
Ainda bem.
É a minha vez de me divertir.
Vem comigo.
- O que é isto?
- Não tardas a saber.
Sonata para executor e várias jovens.
É agradável, não é?
É agradável...ao princípio.
Espera que a música mude,
que logo vês.
Que queres dizer?.
Quando chegarmos ao crescendo,
morrerás de prazer.
O teu fim será rápido mas doce,
muito doce.
Não acredito! Não pode ser!
Malvada rapariga! Que fizeste
à minha Máquina dos Excessos?
Desfizeste-a.
Desfizeste-me.
Olha,
os cabos de energia estão a encolher.
Destruíste-os.
Queimaste a Máquina dos Excessos.
Rebentaste os fusíveis todos.
Esgotaste-lhe a energia.
Ela não chegou para ti.
Que rapariga és tu?
Não tens vergonha?
Que vergonha! Vais pagar por isto.
Tenho uma coisa reservada para ti.
Vais desejar ter morrido de prazer.
Agora, vais aprender pela força.
Por favor.
Não me fizeste já bastante mal?
Faço coisas que ultrapassam
todas as filosofias conhecidas.
Vais ver quando eu trouxer
os meus instrumentos.
Duran Duran!
Então, reconheceste-me?
Nunca te reconheceria.
Julgava-te com 25 anos.
- O que aconteceu?
- O "mathmos" tem os seus efeitos.
Envelheceste 30 anos.
O "mathmos"
tem a sua maneira de se alimentar.
Em troca, ensina a Verdade.
Podes dar-me roupa?
Fui enviada pelo Presidente
da República da Terra,
para te salvar, e levar-te à Terra.
Nunca! Sabes porquê?
Porque sei demais.
Em Sogo, aprendi a verdade. Refiro-me
à dignidade, à nobreza do Mal puro.
Dá-me as minhas botas.
Humanismo, moral, princípios...
Tudo lixo.
Eu só falo da verdade e essência.
Que fizeste com o Raio Positrónico?
- Então, é isso.
- Que faz ele?
Tudo o que ele apanhe
é enviado para a 4ª dimensão.
Para a 4ª dimensão,
irremediavelmente.
- É monstruoso!
- Pois é.
Porque não o utilizaste
para tomar o poder em Sogo?
Primeiro,
a Rainha Negra tem de ser destruída.
Mas, como viste, está sempre
rodeada por Guardas Negros.
Quem consiga matá-la,
terá uma morte horrível.
Acho horrível a ideia de me
fazerem o que faço aos outros.
Disseram-me
que ela é vulnerável enquanto dorme.
Não há Guardas Negros
na Câmara dos Sonhos.
Não são precisos,
porque não há acesso à Câmara.
Chegou a altura do meu prazer,
e da tua morte.
Espera!
Sei como se pode entrar
na Câmara dos Sonhos.
- Como? Fala!
- Tenho a chave.
- Como é ela?
- É invisível.
Então, tu tens mesmo a chave.
Dou-te 5 minutos.
Leva-me à Câmara dos Sonhos.
Vai à frente, Barbarella.
Para a direita.
À esquerda.
Pára.
Abre.
Isto deve ser a parede invisível.
Onde está a chave?
- Depressa. Não demores.
- Estou a procurar a fechadura.
Estás presa na Câmara dos Sonhos.
O "mathmos" vai devorar-te.
Tenho as duas chaves. A parede
está fechada para a eternidade.
Desiste dessa loucura.
Volta comigo para a Terra.
Regressarei à Terra, sim.
Como conquistador.
Graças a ti, a Rainha,
o último obstáculo, foi afastada.
Nada pode deter-me.
Hoje, senhor de Sogo,
amanhã, senhor da Terra,
senhor da Galáxia,
senhor do Universo.
Diz-me, meu amigo de penas,
em que pensas
quando fazes amor com a Barbarella?
Um anjo não faz amor.
Um anjo é amor.
Acorda, majestade.
Tens de acordar.
Para trás, terrestre.
Sei que não existes.
Talvez, mas é melhor acreditarmos
no que vemos.
Que fizeste? Ninguém deve
entrar aqui enquanto durmo.
O teu Porteiro
está a apoderar-se do trono.
- Que dizes?
- É verdade. Tirou-te a chave.
Estamos presas aqui dentro.
Ele roubou a chave...
Estamos perdidas.
Perdidas!
Ele disse
que o "mathmos" nos devoraria.
Diz-se que,
se não estiver só na Câmara,
o "mathmos" me devorará.
- É a sala do trono.
- Eu vejo toda a cidade e o labirinto.
Ninguém pode ver
que aquele maldito me prendeu.
Majestade, estamos a ser atacados
pelos seres do labirinto.
Estão a revoltar-se.
Como te atreves
a interromper a coroação?
Envia a Flotilha Aérea.
Depressa, majestade.
O labirinto.
É o Dildano. Vai salvar-nos.
Foram todas destruídas, majestade.
Óptimo.
Já não há criaturas no labirinto.
Não restaram naves.
Eles têm armas terrestres.
Idiota! Mentiroso!
Tenho de ser eu a fazer tudo?
- Tenho de destruir aquela escumalha.
- Ele vai utilizar o Raio Positrónico.
Funciona.
Funciona... Funciona...
Está tudo perdido.
Tenho de morrer,
mas serei a última a rir.
O imbecil não sabe
o segredo do Grande Tirano.
A arma suprema.
Vou libertar o "mathmos".
Achas sensato?
Sogo desaparecerá.
Será o fim, o apocalipse.
- Onde estamos?
- No "mathmos", e vivas.
Isso vejo eu. Mas porquê?
O "mathmos" criou a bolha
para se proteger da tua inocência.
Pára! Ordeno-te.
Eu sou Duran Duran.
Sou o senhor do "mathmos".
Para trás!
Senão,
destruo-te com o meu Raio Positrónico.
És tão bondosa
que obrigaste o "mathmos" a vomitar.
Pygar!
Que fizeram ao Pygar?.
Foi para o "mathmos",
mas é tão indigesto como tu.
Não podes estar morto.
Venceste, Barbarella, mas a Terra
perdeu o seu último grande ditador,
o génio do Raio Positrónico.
Faz-lhe respiração boca a boca.
Tenho uma ideia melhor.
Pygar, acorda.
Temos de voar até à minha nave.
Tens forças?
Porque a salvaste,
depois das coisas que ela te fez?
Um anjo não tem memória.