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ESTE PAÍS NÃO É PARA VELHOS
Já era xerife deste condado
aos meus vinte e cinco anos.
Custa a crer.
O meu avô era autoridade,
o meu pai também...
Eu e ele fomos xerifes
ao mesmo tempo,
ele de Plano e eu daqui.
Acho que tinha vaidade nisso.
Eu cá tinha.
Alguns xerifes do antigamente
nem sequer andavam armados.
Custa a crer a muita gente
mas o Jim Scarborough nunca teve
pistola... Falo do Jim mais novo.
E o Gaston Boykins recusava-se
a andar com uma no Condado dele.
Sempre gostei de ouvir
histórias dos do antigamente,
nunca perco
uma oportunidade de as ouvir.
Um gajo não pode deixar
de se comparar com eles.
Pergunto-me como se sairiam
como xerifes, na actualidade...
Mandei um *** há tempos
para a cadeira eléctrica,
em Huntsville.
Fiz a detenção e o depoimento
que o sentaram nela.
Tinha matado
uma miúda de catorze anos.
O jornal disse tratar-se
dum crime passional
mas ele tinha-me dito que não
houvera paixão nenhuma naquilo,
que pensava desde sempre
em matar uma pessoa qualquer,
que se saísse cá para fora
voltava a matar.
Disse que sabia que ia para o Inferno.
Que 15 minutos depois de morrer já lá
estava. Eu nem soube o que pensar...
E continuo sem saber.
Os crimes que se vê agora,
nem dá para os percebermos.
Não é que tenha medo deles.
Sempre soube que um xerife
tem de estar pronto para morrer.
Mas quero lá
pôr o carro à frente dos bois
e ficar à espera de uma coisa
que nem sequer compreendo.
Um homem teria de pôr a alma
na linha de fogo.
Teria de dizer, "Muito bem...
Quero ser parte desse mundo.
Isso, acabo de entrar por aquela porta.
Ele tinha um aparelhómetro com ele
parecido com um tanque de oxigénio
para enfisemas,
e uma espécie de mangueira
metida na manga...
Isso mesmo,
depois quando chegar há-de vê-lo.
Tenho tudo controlado, sim.
Então que é que há?
- Importa-se de sair do carro?
Que é isso?
- Preciso que saia do carro.
Isso é para quê?
- Posso pedir-lhe
que se mantenha quieto?
Mantém-te quieto...
Merda.
Não tenho aqui água.
Já disse, não tenho agua.
Falas inglês?
O último?
O ultimo hombre ainda em pé,
alguém tem de ser,
para onde foi?
Eu cá voltava por de onde vim...
Mas quais lobos.
Paraste para ver se eras seguido.
Levava um tiro
e era por burrice minha...
Mas, se paraste,
foi algures à sombra.
Que levas aí nesse saco?
- Montes de ***.
Isso eu gostava de ver...
Onde arranjaste a pistola?
- Onde elas se arranjam.
Tu compraste-a?
- Não, achei-a.
Llewelyn...
- Que foi? Pára de chatear.
Quanto deste por ela?
Não tens de saber tudo.
Tenho de saber isso.
Não te calas e levo-te ali
para trás e espeto-te toda.
Promessas...
Não te cales, e logo vês.
Pronto, quero lá saber.
Nem sequer quero saber
onde passaste o dia inteiro.
Ora assim é que é.
Ora pronto.
Llewelyn?
- Diz.
Que estás a fazer?
- Vou sair.
Para ir onde?
Fazer uma coisa que esqueci,
mas depois volto.
Vais fazer o quê?
Uma coisa estúpida com'o raio,
mas vou fazê-la à mesma.
Se não voltar
diz à minha mãe que gosto dela.
A tua mãe morreu...
Pois então digo-lho eu.
Quanto é isto?
- 69 centavos.
E a gasolina?
Esperam chuva nas suas bandas?
E quais são elas?
- Como vi que é de Dallas.
E que tem
com de onde eu seja ou não?
Amigão?
Não perguntei por mal...
- Ai não foi por mal?
Só fazia conversa.
E se não aceita isso
não sei que mais lhe possa dizer.
Vai ser mais alguma coisa?
- Não sei, vai?
Há problema?
Com quê?
- Com tudo.
É o que me está a perguntar,
se há algum problema com tudo?
Vai ser mais alguma coisa?
- Já tinha perguntado isso.
Bom, vou ter de fechar...
Vai ter de fechar?
A que horas fecha isto?
- Agora, fecha agora.
"Agora" não é hora; a que horas fecha?
Em geral, ao escurecer.
Quando escurece.
Fala por falar, não é?
Como?
Eu disse que fala por falar.
A que horas se deita?
- Como?
Não será um pouco surdo?
Perguntei a que horas se deita.
Por volta das 9 e meia.
Isso, aí pelas 9 e meia.
Posso voltar a essa hora.
Para quê? Estaremos fechados.
É, já disse isso.
Bom, vou ter de fechar...
Vive naquela casa ali atrás?
Vivo, pois.
Viveu toda a vida aqui?
Bom, isto pertencia
ao pai da minha mulher...
É sua, por casamento?
Vivemos durante muitos anos
em Temple, Texas.
Criámos lá os filhos... Em Temple.
E viemos para cá há quatro anos.
É sua, por casamento?
Se vê o caso assim...
Não o vejo de maneira nenhuma,
o caso é assim e pronto.
Qual foi o máximo
que já perdeu no jogo da moeda?
Como?
O máximo que já perdeu
a jogar à moeda.
Eu sei lá... Não sei dizer.
Vá diga, cara ou coroa.
Que apostamos?
- Diga só.
Há que saber o que está em jogo
antes de dizer.
Tem de dizer o senhor,
não posso dizer por si. Não seria justo.
Eu não apostei nada...
- Apostou, sim.
Tem a sua vida toda apostada,
só que não sabia.
Sabe que data vem nesta moeda?
1958,
ela andou por aí vinte e dois anos
até chegar aqui. E agora está cá,
e ou é caras ou coroa.
Vá, escolha.
Espere, primeiro devo saber
o que posso ganhar.
Tudo.
Não percebo...
- Pode ganhar tudo.
Está bem...
Caras, então.
Parabéns.
O senhor não a meta no bolso,
essa é a sua moeda da sorte.
Onde quer que a ponha?
- Em todo o lado menos no bolso.
Ou mistura-se com as outras
e torna-se só em mais uma moeda.
Que é o que ela é.
Llewelyn?
Mas que raio...?
Para Odessa.
- Que íamos fazer a Odessa?
Nós não, tu; vai para a tua mãe.
Para quê?
É meia-noite de domingo
e o tribunal abre daqui a 9 horas;
alguém irá participar
o número de série da minha viatura
e aí às 9 e meia batem-nos à porta.
Mas que tempo vamos...
Quando é que desistias de procurar
2 milhões de dólares teus?
E que digo à mamã?
Que tal chegares à porta
e gritar "Mãe, estou em casa!"?
Anda, mete coisas numa mala.
E o que deixares não voltas a ver.
Pronto, não me peças mais desculpas...
Estas coisas acontecem.
Vá, não posso voltar atrás.
Importa-se de ir ao meio?
É o jipe dele?
Tens uma chave de parafusos?
Quem lhe rasgou os pneus?
Devem ter sido mexicanos.
Nós não fomos.
Aquilo é um cão morto.
- Pois é.
Onde está o receptor?
- Tenho-o eu.
Estas petúnias
estão cá já mais podres...
Segura aqui.
Queres?
Recebes alguma coisa?
Nem um só bip.
Dá cá isso.
Não era só um carro a arder?
- E é um carro a arder,
mas diz o Wendell
que há lá mais qualquer coisa.
Lá para dentro.
Quando vai o Condado pagar
por alugar o meu cavalo?
Cada dia te amo mais.
Que amoroso...
Tem cuidado.
- Tenho sempre.
Não leves um tiro.
- Nunca levo.
Não mates ninguém.
Tu mandas.
Nunca pensei
que um carro ardesse assim.
Pois, devíamos ter trazido
umas espetadas.
Ele parece-te ser
um Ford de 77, Wendell?
Pode ser...
- Não tenho dúvidas de que seja.
O gajo morto na estrada?
Sim, era a viatura dele.
Ele matou o ajudante do Lamar,
levou-lhe o carro,
matou o homem na estrada,
ficou-lhe com o carro,
que agora trocou sabe Deus por qual.
Muito linear, Xerife...
A idade faz isso a um homem.
E há outro crime...
Monta tu o Winston.
Tem a certeza?
- Mais do que a certeza,
acontece alguma coisa
ao cavalo da Loretta aqui
e não quero ser eu
quem ia montado nele.
São as mesmas marcas de pneu
à ida e à vinda
e aí também à mesma hora,
vêem-se bem os sulcos dele.
Alguém arrancou
o número de série aqui desta.
Eu conheço esta carrinha.
É de um tipo chamado Moss.
O Llewelyn Moss?
- Esse mesmo.
Acha-o traficante de droga?
- Não sei...
Mas duvido.
O O.K. Corral fica já ali...
Macacos me mordam,
até o cão eles mataram.
Deve ter sido uma operação
que deu para o torto?
É, parece ter havido
um problema ou outro...
Essa aí é de que calibre?
De 9mm.
E também há umas .45...
Alguém encheu aquela viatura
de balas de caçadeira.
Porque não vieram
os coiotes comê-los?
Não sei.
Se calhar os que se prezem
não comem mexicanos.
Estes parecem mais empresários.
Acho que estamos
perante mais de que um confronto,
aqui uma execução,
ali um combate tipo faroeste.
É toda aquela erva mexicana...
Estes já incharam todos,
portanto morreram mais cedo.
Quando iam fechar negócio.
E aí houve desacordos...
Se calhar, nem de dinheiro.
É bem possível.
Mas não lhe parece?
- Não,
o mais certo é não me parecer.
Mas é cá uma bela barafunda?
Se não é,
serve até a verdadeira chegar.
Sim, diga.
Procuro o Llewelyn Moss.
Já foi à casa dele?
- Fui.
Pois deve ter ido trabalhar;
quer deixar-lhe recado?
Onde trabalha ele?
- Não posso dizer.
Onde trabalha?
Não estou autorizada
a dar informações sobre os residentes.
Onde trabalha?
Não me ouviu?
Não podemos dar informações dessas.
Que vais fazer a Del Rio?
Pedir um carro emprestado ao Roberto.
E comprares um?
Não o quero em meu nome...
Ouve, ligo-te daqui a uns dias.
Prometes?
- Prometo, sim.
Tenho um mau pressentimento...
Também tenho mas bom,
estamos empatados.
Pára de te ralares tanto, estás a ouvir?
A mamã vai desatar aos gritos.
Vai chamar-te de tudo.
Já deves estar habituada.
Estou habituada a muita coisa,
trabalho numa Wal-Mart...
Já não trabalhas, Carla Jean,
agora reformaste-te.
Llewelyn?
- Minha senhora?
Tu voltas, não é?
Eu volto.
É o Xerife!
Olha a fechadura.
Vamos entrar?
- De arma em riste.
E a sua?
- Entro escondido atrás de ti.
É o Xerife!
Acho que se puseram na alheta.
- Acho que tens razão.
Isso é da fechadura?
Calculo que seja.
E quando esteve ele cá?
- Não sei.
Isto não se faz...
Ainda está húmida.
Xerife, falhámo-lo por pouco!
Há que pôr a informação
a circular no rádio.
Pode ser...
Mas circulamos o quê?
Procurem um homem
tendo recentemente bebido leite?
Pois, isso não se faz...
Já tinha chegado a essa conclusão.
Acha que o Moss faz alguma ideia
do tipo de sacanas que tem à perna?
Se não sabe, devia.
Viu as mesmas coisas que eu vi
e a mim ficaram-me na memória.
Leve-me a um motel.
Algum em especial?
- A um barato.
Escolha a opção.
- Escolho o quê?
O preço do quarto
depende da opção escolhida.
Sou só eu,
o tamanho da cama pouco importa.
Ligou para Roberto's Automotive;
não estou, é favor deixar recado.
Sim?
O Llewelyn está?
O Llewelyn? Não, não está.
Mas espera-o?
Porque havia eu de esperar?
E quem é que fala?
Faça favor?
Tem botas Larry Mahans
em couro Shoulder, tamanho 11?
Vou ver.
E vendem meias?
- Só brancas.
É só as que calço. Os lavabos?
Não pare,
continue até passar aqueles quartos.
Qual quarto?
Dê só umas voltas.
Quero ver se está ali uma pessoa.
Continue, não pare.
Ó amigo,
não me meta em nenhuma alhada, sim?
Não há azar.
E se eu o deixar aqui
e não se fala mais no assunto?
Leve-me a outro motel.
- Não, acaba aqui a corrida.
Numa alhada já está metido,
estou é a tentar safá-lo;
leve-me a outro motel.
O relatório que Austin mandou
do sangue na auto-estrada.
De que calibre era a bala?
- Não houve bala.
Não houve bala?
- Pois, não havia lá nenhuma.
Bom, Wendell, com todo o respeito
isso não faz muito sentido...
Dizes haver um buraco de entrada
de bala na testa mas nenhum de saída?
Isso mesmo.
Ele deu-lhe um tiro
e depois escarafunchou-lhe a cabeça?
Isso não quero nem imaginar...
- Também eu não.
Sirvo-lhe mais café?
Bem preciso, Maureen.
Um Ranger e um D.E.A.
vão à cena do crime esta manhã;
pensa ir com eles?
Porquê, acumularam-se lá
cadáveres novos?
Não...
- Então acho que passo.
Uma calibre 12... Vai querer cartuchos?
Vou, das 00.
Esses dão cá um esticão...
E tem material para acampar?
Postes para tenda?
A tenda, já tem?
- Sim, mais ou menos.
Diga-me o modelo dela
e encomendo-lhe os postes.
Deixe lá, quero antes a tenda.
- De que tipo?
Das que tiverem mais postes.
Dá-me outro quarto?
- Quer mudar de quarto?
Não, ficar com o meu
e alugar mais outro.
Quer um segundo?
- Isso.
E tem a planta dos quartos?
Tenho, há uma por aí...
Obrigado.
Que tal o 38?
Posso dar-lhe o quarto
ao lado do seu se quiser, o 137...
Preferia o 38.
Tem duas camas de casal...
Onde o arranjaste?
Não devia fazer isto.
Mesmo sendo ainda um jovem.
Fazer o quê?
Andar à boleia.
É perigoso.
Conhece o Anton Chigurh
pessoalmente, certo?
Conheço-o bem, sim.
Quando o viu pela última vez?
A 28 de Novembro do ano passado.
Está muito certo da data...
Eu mandei-o sentar?
Não, mas não me pareceu homem
que ande a desperdiçar cadeiras.
Nunca esqueço datas, nomes e
números e vi-o no dia 28 de Novembro.
Temos uma castanha quente nas mãos,
ficámos sem uma data de ***
e o outro lado, sem produto.
Esta conta permite levantamentos
de 1.200 dólares cada 24 horas,
quando antes era de 1.000.
Se incorrer em maiores despesas,
depois reembolsamo-lo.
Conhece mesmo bem o Chigurh?
- Que deseja saber?
Só a opinião que faz dele,
em termos gerais.
Até que ponto é perigoso?
Comparado a quê, à peste negra?
É suficientemente mau
para me terem chamado.
É um psicopata assassino, sim,
mas e depois?
Não faltam desses por aí.
Ontem matou três homens
num motel em Del Rio
e outros dois no local daquele
massacre gigantesco no deserto.
Podemos detê-lo.
- Está muito seguro de si...
Tem vivido uma vida bem encantadora
até aqui, Mr Wells?
Para falar com franqueza
não vou dizer que o meu encanto
tenha tido muito a ver...
A propósito...
Anula-me o talão do estacionamento?
Isso foi uma tentativa para ter graça?
Peço desculpa.
Sabe, contei da rua
quantos andares tem este prédio.
E...?
- Um deles desapareceu.
Eu tomo nota.
Um quarto para uma noite.
São 26 dólares.
Estará aí a noite toda?
Sim, não vou sair daqui
antes das dez da manhã.
Isto é para si.
Não lhe peço que faça nada de ilegal,
mas anda uma pessoa à minha procura.
Não da Polícia.
Avise-me, se mais alguém
lhe alugar um quarto hoje.
Mas só quem os tenha entre as pernas.
Não podia mesmo ser...
Não tenha medo, que não lhe faço mal.
Só preciso de sair daqui.
Teve um desastre de carro?
Dou-te 500 dólares por esse blusão.
Mostre o dinheiro.
Teve um desastre no carro?
Está bem, dê cá a ***.
- Está aqui, dá-me o blusão.
Passe-lho para a mão.
Dá cá isso.
Também quero essa cerveja.
Quanto me dá?
Brian, dá-lhe a cerveja.
Que se sabe já das viaturas?
Descobri tudo o que havia a descobrir,
todas elas estão registadas
e em nome de gente já falecida.
O proprietário do Bronco
morreu há vinte anos.
Vejo o que há sobre as mexicanas?
Era lá preciso...
Leva os cheques do mês.
Voltou a ligar o da D.E.A.;
não vai mesmo falar com ele?
Vou tentar manter-me
o mais longe que possa.
Ele vai lá outra vez
e queria saber se não quer ir também.
Que amável...
Dizes à Loretta
que fui a Odessa
procurar a Carla Jean Moss?
Ligo-lhe mal lá chegar.
Ligava agora, mas pedia-me
que fosse para casa e eu ia.
Espero até o ver pelas costas?
Só deves mentir,
quando for absolutamente necessário.
Que diz o Torbert
sobre a verdade e a justiça?
Que nos dedicamos a elas
diariamente... Qualquer coisa assim.
Vou começar a dedicar-me
duas vezes diariamente.
Ou três, antes disto acabar.
Mas que porra...?
Por acaso viu o que aí leva?
Por esta não esperava...
Uma das cordas deve-se ter soltado.
Com quantos corpos começou?
Não perdi nenhum deles...
Não os podiam ir buscar
numa furgoneta fechada?
Não as temos
com tracção às quatro rodas.
Vai multar-me
por carga mal acondicionada?
Põe-te é a andar.
Se me perguntasse, diria que não foi
este o futuro que imaginou para si
quando pôs os olhos naquele dinheiro?
Não tenha medo,
não ando eu atrás de si.
Eu sei...
A ele já o vi.
Já o viu? E não está morto?
O gajo é suposto ser o quê,
o mau dos maus?
Não o descreveria assim...
Descrevia-o como?
Acho que dizendo...
Que não tem senso de humor.
Chama-se Chigurh.
Sugar?
- Chigurh, Anton Chigurh.
Sabe como deu ele consigo?
- Sei como deu comigo, sim...
Chama-se àquilo transponder.
- Bem sei como se chama.
E ele não volta a encontrar-me.
Dessa maneira, não.
- Dessa ou de nenhuma.
A mim levou-me três horas...
Porque tenho estado parado.
Não, não está a perceber...
Que é que faz?
Estou reformado.
Que fazia?
- Era soldador.
Usando o quê?
Seja o que for;
se puder ser soldado, eu soldo.
Ferro fundido?
Não falei em solda forte.
- Eu sei.
Liga de cobre?
- Eu não disse "tudo"?
Esteve no Vietname?
Estive lá, sim.
Também eu.
E isso faz de mim quê, seu amigo?
Tem de me entregar o dinheiro,
é a única razão
que tenho para o proteger.
Tarde de mais, gastei-o.
Aí milhão e meio em putas e copos
e o resto, sem dar por isso.
Sabe se ele não irá agora
para Odessa?
Que ia ele lá fazer?
Matar a sua mulher.
Talvez deva ser ele a ralar-se. Comigo.
Você não o rala.
Foi lá feito para isto,
é apenas um gajo
que por acaso deu com aqueles carros.
Estou no outro lado do rio,
no Hotel Eagle.
Carson Wells.
Ligue quando estiver farto.
Vou até deixá-lo ficar
com algum do dinheiro.
Se procurasse acordos não era melhor
fazê-los com esse Sugar?
Você não percebe mesmo...
Com ele não há acordos,
ainda que lhe devolva a ***
ele mata-o à mesma,
pelo transtorno causado.
É um tipo estranho,
vou quase até ao ponto de dizer
que tem princípios,
transcendendo o dinheiro,
a droga, seja o que for.
Não é nada como você.
Nem sequer como eu.
Pois, fala bem menos que você;
só por isso merece pontos meus.
Obrigado por se encontrar comigo.
Nem sei porque vim...
Como lhe disse, não sei onde ele está.
Não teve notícias?
- Pois, não tive.
Nenhumas?
- Nem uma palavra.
Dizia-me, se tivesse?
Não sei...
Precisa lá que lhe dê chatices.
- Não sou eu que lhas dou.
Então, quem?
- Gente má de verdade.
Gente que o vai matar,
que não desiste, Carla Jean.
Também ele não,
não é homem para desistir.
E vence qualquer um.
Conhece o Charlie Walser,
o do rancho a Leste de Sanderson?
Sabe como ele costumava matar o gado
com um malho na testa,
e atando-o e degolando-o?
Pois tinha um amarrado
e pronto a degolar
quando o boi acorda,
põe-se a espernear...
Eram 300 quilos de boi
mesmo *** da vida,
se perdoa a...
O Charlie pega numa arma
e espeta-lhe um tiro na cabeça,
mas com tanto esperneanço
a bala passa-lhe de raspão,
faz ricochete,
volta e mete-se no ombro do Charlie.
Vá vê-lo, ainda hoje
não põe o chapéu com o braço direito.
O que quero dizer é que até
no confronto de homem e animal
o resultado nunca é certo.
Quando o Llewelyn ligar
diga-lhe só que eu o protejo.
É claro, hoje mata-se o gado
duma maneira muito diferente,
com uma pistola de ar
que mete uma cunha de metal
nos miolos,
o bicho nunca chega a saber
o que lhe aconteceu.
Contou-me isso porquê?
- Nem sei...
Às vezes divago.
Olá, Carson.
Vamos para o teu quarto.
Não tens de fazer isto.
Sou apenas um assalariado,
podia só ir para casa...
Pois podias.
E podias ganhar com isso,
levava-te a uma ATM,
tenho 14 mil dólares na conta.
E lucrávamos os dois.
Uma ATM...
Sei onde está a mala.
Se soubesses, tinha-la contigo.
Sei o sítio da margem do rio
onde ele a deixou.
E eu sei uma coisa melhor.
O quê?
- Onde ela vai estar.
E onde será isso?
Ela vai ser-me trazida...
E colocada aos meus pés.
Não podes ter essa certeza.
E daqui a 20 minutos pode estar aqui.
Posso ter essa certeza, sim...
E sabes o que acontece agora?
Devias aceitar a tua posição,
era mais digno da tua parte.
O diabo que te carregue.
Está bem,
deixa que te pergunte uma coisa.
Se a norma com que te reges
só te trouxe até aqui,
para que serviu a norma?
Fazes alguma ideia do maluco
que realmente és?
Falas da natureza desta conversa?
Falo da tua natureza.
Eu dou-te o dinheiro, Anton.
Estou?
Está aí o Carson Wells?
Não no sentido em que pensas.
É melhor vires ter comigo.
Quem fala?
Tu sabes quem.
Vais querer falar comigo.
Não vou nada querer falar.
- Eu acho que vais.
Sabes aonde vou?
Porque havia de querer saber?
Sei onde estás.
Ah, onde estou?
No hospital do outro lado do rio,
mas não é para aí que eu vou.
Sabes aonde eu vou?
Sei aonde vais...
Mas não a encontras lá.
Não tem a menor importância
onde está ela.
Então que vais lá fazer?
Sabes como isto vai acabar, não é?
Não...
Cá para mim, sabes.
Portanto eis a minha proposta.
Trazes-me o dinheiro e eu deixo-a viver.
Caso contrário
merece tanto que a mate como tu.
É a melhor proposta que terás.
Não digo que a ti te podes salvar,
porque não podes.
Eu levo-te uma coisa, sim...
Decidi fazer de ti um projecto meu,
não vais ter de me vir procurar.
Os do motel em Del Rio?
- Pois.
Nenhum tinha identificação
mas dizem que são os três mexicanos.
Eram mexicanos.
Há uma dúvida,
de se deixaram de o ser, e quando.
E informaste-te
quanto ao canhão da porta?
Sim, foi arrancado a tiro.
Vai até lá?
Não,
eles devem ter morrido
de causas naturais...
Porque diz isso?
- Naturais ao tipo de trabalho deles.
Deus, é uma autêntica guerra,
não há outra palavra para isto.
Que gente é esta?
A semana passada
foi preso um casal na Califórnia,
que alugava quartos a velhos,
matava-os, enterrava-os nas traseiras
e recebia as reformas deles.
Primeiro torturava-os,
porquê, não sei.
Talvez o televisor estivesse avariado...
E aquilo continuou até, e cito,
"Vizinhos desconfiaram
quando um homem fugiu da casa
usando só uma coleira".
Ninguém inventa uma história destas,
tu tenta sequer.
Mas repara, foi aquilo
que chamou a atenção de alguém,
fazerem covas nas traseiras
não despertou curiosidade.
Isso, ri-te à vontade,
às vezes até eu próprio me rio.
Pouco mais há a fazer...
Diga-me só uma coisa,
quem passa por aqui e entra
nos Estados Unidos da América?
Não sei... Cidadãos americanos?
- Certos cidadãos americanos.
E a decisão é de quem?
- Sua, calculo...
Pois, e como decido eu?
Não faço ideia.
- Fazendo perguntas.
E se as respostas são razoáveis
entram na América,
se não são, eles não entram;
alguma coisa que não percebesse?
Então volto a perguntar:
que é que faz aí sem roupas?
Sobretudo, tenho...
Está a tentar gozar-me?
Não me goze.
Está na tropa?
- Não, sou veterano.
Vietname?
- Sim, duas comissões.
Unidade?
No 12º Batalhão de Infantaria, de 7 de
Agosto de 1966 a 2 de Julho de 1968.
Wilson!
Alguém que venha ajudar este,
precisa de ir ali à cidade.
As Larry têm-se portado bem?
Muito, mas agora preciso
de tudo o resto.
Entra-lhe muita gente na loja
sem uma peça de roupa?
Não, é pouco normal.
Ela não quer falar contigo.
- Quer sim, passe-lhe o telefone.
Viste as horas?
- Quero lá saber das horas
e não desligue o telefone!
Insultada por um genro
que não presta para nada...
Llewelyn?
Que é que eu faço?
Sabes o que se passa?
Não, mas esteve cá
o xerife de Terrell County.
Que lhe contaste?
- Que sei eu para contar?
Estás ferido, não é?
Porque perguntas?
Ouço isso na tua voz.
Ouve, vem ter comigo
ao Desert Sands Motel, em El Paso;
dou-te o dinheiro e meto-te num avião.
Eu deixo-te lá à nora...
É a melhor maneira,
sumidos tu e o dinheiro
ele em mim não toca,
mas toco eu nele.
E quando o tiver encontrado
vou ter contigo.
Encontrado quem?
E que faço com a minha mãe?
Ela fica bem.
- Ela fica bem?
Bem, eu? Tenho um cancro!
A ela ninguém chateia.
Quem és tu?
Eu?
- Sim, tu.
Ninguém.
Sou contabilista.
Ele deu outro receptor aos mexicanos.
Acha...
- achava -
que quantos mais procurassem...
- Que grande disparate.
Há que escolher-se
o utensílio certo para o trabalho.
Vai matar-me?
Isso depende...
Estás a ver-me?
Disse sempre que o casamento
havia de acabar assim,
vi isso logo há três anos.
Nem há três casámos...
Disse logo há três anos
as palavras, "não" e "presta".
E vê-nos aqui às duas,
a uma temperatura de 40 º
eu com um cancro e olha,
sem sequer uma casa que seja nossa.
Vamos a El Paso, no Texas.
Sabe quantas pessoas
conheço em El Paso, no Texas?
Aí tem quantas.
O meu Prednisona?
Eu trouxe-o, mãe...
- Mas não o vejo.
Pu-lo aqui nesta mala.
Espere aqui sentada
enquanto trato dos bilhetes
e do carrinho.
Precisa de ajuda com as malas?
Graças a Deus que ainda resta
um cavalheiro no Texas.
Muito agradecida,
estou velha e muito doente!
Qual vai tomar?
A camioneta para El Paso,
não pergunte porquê...
É pouco comum
ver-se um mexicano de fato...
Vai para El Paso? Eu sabia.
E pensa ficar onde?
Carla Jean, como está?
Aquela história do Charlie Walser
era mesmo verdadeira?
Quem é o Charlie Walser?
Verdade, claro; não juro
que todos os pormenores sejam
mas é verdade e história...
Xerife, dá-me a sua palavra
sobre uma coisa?
Se lhe disser
para onde se dirige o Llewelyn
promete que só o senhor
lá vai falar com ele?
O senhor e mais ninguém.
Claro, está prometido.
Ele nunca pediria ajuda.
Nunca acha precisar...
Carla Jean,
eu não faço mal ao seu marido.
Que bem precisa de ajuda,
quer ele o saiba ou não.
Qual é o problema, ó vizinho?
É, essa coisa
chupa-lhe a bateria toda...
É cá destas bandas?
Sou, de Alpine, nado e criado.
Ora aqui tem.
Que aeroporto usaria?
Aeroporto ou aeródromo?
Aeroporto.
Para ir onde?
- Não sei.
Quer só ir para longe, é?
Amigo, já me aconteceu o mesmo.
Bom, há aeródromos...
O aeroporto é em El Paso.
Mas querendo um local específico,
melhor para si era ir até Dallas,
não tinha de mudar de avião.
Não vai ligá-las?
As gaiolas das galinhas
podem ser tiradas ali de cima?
Para quê, porquê?
Ó sr. Todo-Desportista!
Olá...
Gosta de desporto?
Gosto, desporto é comigo.
Tenho cervejas no quarto...
Estou à espera da minha mulher.
Não pára de ir à janela espreitar
por causa dela?
É metade da razão...
Qual é a outra?
Gosto de ver o que vem aí.
Isso é coisa que nunca se vê...
Mas cerveja é o que aí vem;
trago para aqui a geladeira
e pode continuar casado.
Não, sei aonde leva a cerveja.
Cerveja leva a mais cerveja.
Chamem a Polícia.
A autoridade cá do sítio.
Não estou na frequência dela.
Ofereço-te um café
antes de voltares para casa?
Não havia dinheiro no quarto?
Só umas centenas, nele;
os hombres terão levado o resto.
Imagino...
Apesar de se irem embora
com muita pressa.
É tudo pela porcaria do dinheiro,
Ed Tom, do dinheiro e da droga.
Já passou das marcas todas...
E que é que se segue,
aonde é que isto vai parar?
Sabes, se há vinte anos
me tivesses dito
que veria miúdos nas ruas
do nosso Texas com cabelo verde
e ossos espetados no nariz,
eu nunca tinha acreditado.
São os sinais dos tempos...
Cá para mim, se deixa de haver
educação, é isto que acontece.
É a tendência,
a tendência das coisas...
Não há só uma razão.
Mas nada explica aquele homem.
Ele é só um tarado homicida, Ed Tom.
Não sei se será tarado...
Que é que lhe chamavas?
Às vezes acho-o mais um fantasma.
Não, ele existe, sim...
Aquilo tudo no Hotel Eagle?
Transcende o imaginável.
O gajo tem casca mais dura...
Isso é dizer muito pouco;
mata um recepcionista de hotel
num dia,
volta no dia seguinte
e mata um coronel reformado...
Nem dá para crer.
Volta com toda a calma
ao local de um crime...
Quem faz coisas destas?
E como nos defendermos disto?
Bom, faz boa viagem, lamento
não ter podido ajudar o teu rapaz.
Cá atrás!
Como soubeste ser eu?
Quem mais guia o teu carro?
Ouviste-o?
Se ouviste o meu...
Estavas a gozar comigo.
Que te deu tal ideia?
Um dos gatos ouviu-o.
Mas soubeste ser o meu?
Deduzi isso, ao ver-te entrar.
Quantos tens?
O quê, gatos? Não sei, vários.
E depende do que significa esse "tens",
alguns são meio-domesticados,
outros são mesmo selvagens.
Como tens passado, Ellis?
Tu vês como.
Mas tenho de dizer
que tu pareces mais velho.
E estou mais velho.
Tive carta da tua mulher,
ela escreve-me regularmente,
contando as notícias da família.
Não sabia que as havia...
- Diz que te vais reformar?
Bebes um café?
- Agradecia.
Quando fizeste este?
Costumo fazer uma cafeteira
uma vez por semana,
mesmo que ainda sobre algum.
O gajo que te deu o tiro
morreu na cadeia.
Na de Angola, pois.
Que tinhas feito se tivesse saído?
Não sei... Nada.
Não valia a pena.
Admira-me ouvir-te dizer isso.
O tempo todo que se passa
a tentar recuperar o que nos foi tirado
é mais tempo perdido...
Ao fim dum certo tempo
há que lhe pôr um torniquete.
O teu avô nunca me quis
para ajudante de xerife dele.
Diz a Loretta que te vais reformar?
Vais reformar-te para quê?
- Nem sei...
Sinto-me ultrapassado.
Sempre pensei que, com a idade,
Deus acabasse
por entrar na minha vida...
Mas não entrou.
E percebo-O muito bem.
Se fosse a Ele tinha a mesma opinião
sobre mim que Ele tem.
Sabes lá o que Ele pensa.
Mandei o revólver e distintivo
do Tio Mac aos Rangers,
para os porem no museu deles.
Alguma vez o teu pai te contou
como ele foi ter com o Criador?
Foi abatido diante da própria casa,
lá em Hudspeth County.
Foram lá sete ou oito deles,
querendo isto e aquilo...
E o Tio Mac quis ir a casa
buscar a caçadeira.
Só que se adiantaram.
Mataram-no na ombreira da porta.
A Tia Ella
bem tentou estancar o sangue,
enquanto o Tio Mac
não desistia de pegar na caçadeira...
E eles ficaram ali
montados nos cavalos, vendo-o morrer.
Ao fim de certo tempo um deles disse
qualquer coisa em índio,
e viraram costas
e foram-se.
O Tio Mac sabia o seu estado,
mesmo a Tia Ella não sabendo.
Uma bala furou-lhe
o pulmão esquerdo...
E como é costume dizer-se,
caro encerrado.
Quando morreu ele?
Em mil novecentos e... nove?
Não, quis dizer, logo nessa noite, ou...
Quando foi?
Acho que foi nessa noite.
Ela enterrou-o na manhã seguinte.
Cavou sozinha aquela dura terra...
O que sentes não é nada de novo.
Este país é tramado para a sua gente.
E não se pára o mundo.
Ele não nos faz a vontade.
Pensar que sim é vaidade.
Bem sabia que isto não tinha acabado...
Não tenho o dinheiro.
O pouco que tinha já se foi
e ainda há contas a pagar.
Enterrei hoje a minha mãe,
e até nem isso está pago.
Eu não me ralava...
Tenho de me sentar.
Não tem razões para me fazer mal.
Pois não. Mas dei a palavra.
Deu a sua palavra?
Ao seu marido.
Isso não faz sentido.
Deu a sua palavra ao meu marido
que me matava?
Ele teve hipótese de a salvar.
E em vez disso,
usou-a para se tentar salvar a ele.
Não assim...
Não foi como diz.
Não precisa de fazer isto.
Toda a gente diz o mesmo.
Diz o quê?
"Não precisa de fazer isto."
E não precisa.
Isto é o melhor que posso fazer.
Cara ou coroa?
Mal o vi aí sentado
percebi que era doido.
Soube exactamente
o que me estava reservado.
Escolha.
Não vou escolher nada.
Escolha.
Não decide nada a moeda.
Decide você.
Eu e a moeda chegámos os dois cá
da mesma maneira.
O senhor tem um osso
a sair-lhe do braço.
Eu estou bem,
só preciso de um minuto.
Vem aí uma ambulância,
um homem ali foi chamá-la.
Está bem...
Sente-se bem?
Tem um osso a sair-lhe do braço.
Quanto pedes pela camisa?
Eu dou a minha camisa ao senhor,
c'os diabos.
Olha-me só a porra do osso.
Dá-lhe um nó.
Dá-lhe um nó, só peço isso.
Não me importa nada ajudar,
e isso aí é uma data de ***.
- Aceita.
Ficas com ela e não me viste.
Já me tinha sumido.
Parte disso é meu, sabes?
Ainda tens a tua camisa.
Deu-to lá por isso!
Se calhar...
Mas eu cá fiquei sem uma camisa.
Acho que vou montar.
Que é que dizes?
Não vou planear o teu dia.
Não, vens também?
- Não, eu não me reformei.
Então talvez te ajude na casa.
É melhor não...
Que tal dormiste?
- Não sei... Sonhei muito.
Tens tempo para sonhos, agora.
Algum foi interessante?
São sempre, para o interessado.
Eu não te gozo, Ed Tom.
Pronto, está bem.
Foram dois, e ambos com o meu pai.
Tem graça,
sou mais velho vinte anos
que ele quando morreu,
portanto, até certo ponto,
ele é o mais novo.
Bom, do primeiro
não me lembro muito bem,
mas encontrava-o
numa cidade qualquer
e ele dava-me dinheiro.
Acho que o perdia...
No segundo, tínhamos os dois
voltado para trás no tempo.
Eu ia a cavalo montes fora,
a meio da noite.
Seguia por um desfiladeiro,
fazia muito frio,
o chão estava coberto de neve,
e ele passou por mim e continuou,
sem dizer nada,
passou por mim e continuou.
Estava embrulhado num cobertor
e ia de cabeça baixa...
Ao passar por ele reparei
que levava lume num chifre,
como se fazia antigamente,
dava para ver que o chifre
era da cor da Lua,
pelo lume dentro dele...
E no sonho eu sabia
que ele ia continuar.
Que ia fazer uma fogueira algures,
no meio da escuridão e do frio.
E sabia que sempre que lá chegasse,
ele lá estaria.
E depois, acordei.
Argumento e Realização
Produção
Baseado no Romance de
Ripadas e sincronizadas por:
PT-Subs Rips