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PRAGA,
REPUBLICA CHECA
A M não se importa que ganhe
uns trocos por fora, Dryden.
Mas preferia que não fosse
a vender segredos.
Se esta encenação se destinava
a intimidar-me,
bateu à porta errada, Bond.
Se a M tivesse a certeza
de que eu era corrupto,
teria enviado um 00.
E dado que sou chefe de secção,
eu saberia se alguém tivesse
sido promovido a 00,
não é?
O seu processo não menciona
qualquer execução...
-...e são precisas...
-Duas.
Que pena.
Mal chegámos a conhecer-nos.
Sei onde guarda a arma.
Já é qualquer coisa.
É verdade.
Como morreu ele?
O seu contacto?
Nada bem.
Perturbou-o, não foi?
Bom...
Escusa de se preocupar.
O segundo é...
Sim.
Consideravelmente.
confirmado estatuto 007
Como posso confiar o meu dinheiro
a um homem que nunca vi?
Você é que pediu
para lhe ser apresentado.
A minha organização
só se responsabiliza por isso.
Calculo que o nosso amigo Mr. White
lhe tenha dito
que ao longo dos anos tenho prestado
serviços bancários de confiança
a muitos outros
combatentes da liberdade.
Acredita em Deus,
Mr. Le Chiffre?
Acredito num lucro razoável.
Não quero correr riscos
com o meu investimento.
Está combinado.
E posso aceder-lhe em qualquer parte?
Sim.
Já tenho o dinheiro.
Venda mais um milhão
de acções da Skyfleet.
Deve saber que isso vai
contra a tendência do mercado.
Essas acções
estão em franca ascensão!
Venda.
Parece ser o nosso homem.
Tem a cara toda queimada.
Será que os bombistas
têm seguro contra essas coisas?
Ele vai-se embora.
Vai-se embora
e vem na minha direcção.
Larga o ouvido.
-Como?
-Baixa o braço!
Guarda a arma, Carter!
Preciso dele vivo.
EMBAIXADA DE NAMBUTU
As lágrimas de sangue devem-se
a uma disfunção do canal lacrimal,
meu caro General.
Não têm nada de sinistro.
Aposto tudo.
Eu tenho dois pares e o senhor
tem 17,4 por cento de hipóteses
de fazer uma sequência.
Agente governamental britânico
mata prisioneiro desarmado
Quando expira a Ellipsis?
Temos menos de 36 horas,
acho eu.
Seja como for,
só dispomos desse tempo.
Os convidados
têm cinco minutos para partir,
senão, atira-os borda fora.
Quem diabo se julgam eles?
Eu respondo perante
o primeiro-ministro
e ele tem a sensatez
de não me questionar.
Já viu tamanho bando de cobardes
sentenciosos e arrogantes?
Só lhes interessa o que fazemos
quando somos fotografados a fazê-lo!
E como pôde o Bond
ser tão estúpido?
Festejar a promoção a 007 destruindo
uma embaixada!
Mas ele será louco?
E onde raio se enfiou ele?
Dantes, quando um agente
fazia algo tão embaraçoso,
tinha o bom senso de desertar.
Que saudades tenho da Guerra Fria.
MENSAGENS ENVIADAS: 1
Lata não lhe falta!
Desculpe.
Para a próxima,
destruo primeiro a câmara.
Ou dá um tiro na cabeça.
Você invadiu uma embaixada.
Violou a única regra
absolutamente inviolável
das relações internacionais.
E porquê?
Para matar um Zé-ninguém.
A ideia era interrogá-lo,
não matá-lo!
AGENTE DO Ml6 MATA
PRISIONEIRO DESARMADO
Contamos que dê
provas de bom senso.
E dei.
Achei que o mundo só tinha a ganhar
com menos um fabricante de bombas.
Exactamente.
Um fabricante de bombas.
Investigamos como é financiada
uma rede de terrorismo
e você desencanta um bombista.
Dificilmente nos esclarece, não acha?
O homem nem sequer é crente.
É um mercenário.
E graças ao seu dedinho sensível,
não fazemos ideia
de quem o contratou nem porquê.
E como raio descobriu você
onde é que eu moro?
Da mesma maneira
que descobri o seu nome.
Pensei que "M" fosse uma
letra atribuída aleatoriamente,
nunca imaginei que fosse de...
Mais uma palavra e mato-o.
Eu sabia que ainda era cedo
para o promover.
Pelo que sei, os 00s têm uma
esperança de vida muito curta,
não é erro que vá durar muito.
Bond, é possível que a situação
seja complicada
demais para um bronco a entender,
mas a arrogância
e o auto-conhecimento
raramente coexistem.
Quer que eu seja uma mistura
de monge com assassino?
Matar está ao alcance
de qualquer bandido.
Quero que ponha de lado o seu ego
e avalie as situações
desapaixonadamente.
Tenho de poder confiar em si e saber
que você sabe em quem confiar.
E uma vez que não sei isso,
quero-o longe da minha vista.
Vá enfiar a cabeça na areia
e pense no seu futuro.
É que estes estupores
querem a sua cabeça.
E estou seriamente tentada
a entregá-lo de bandeja.
E, Bond...
Não volte a arrombar-me a porta.
Bom dia, senhor,
e seja bem-vindo ao Ocean Club.
Arruma-me o carro
ou tenho de esperar?
Certamente, senhor.
Desculpe, senhor.
Segurança ao parque
de estacionamento.
CÂMARA DE SEGURANÇA
6 DE JULHO - 2006
Bem-vindo ao Ocean Club.
Deseja registar-se?
Sim, mas foi um impulso
e não tenho reserva.
Temos uma vivenda
com vista para o mar.
Perfeito.
Faz-me um favor?
Ontem, vim cá jantar
e estacionei ao lado
dum lindíssimo Aston Martin de 1964.
Custa-me dizer,
mas risquei-lhe a porta. Sabe...?
O Mr. Dimitrios.
Se ele não reparou,
eu não lhe contava.
Ele não gosta de más notícias.
Mas se eu me sentisse obrigado
a comunicar-lho?
Ele tem uma casa mesmo na praia.
Obrigado.
-O que é?
-Ele está nas Bahamas.
Acordou-me
para me falar das férias dele?
Ele acedeu ao nosso website
com o seu nome e a sua password.
Como raio descobre ele estas coisas?
Estou a ver se descubro.
-Quem anda ele a investigar?
-Alex Dimitrios.
Esse miserável nojento.
Procura cúmplices conhecidos...
Le Chiffre.
Vai tomar alguma coisa?
Boa noite.
Um Mount Gay tónico.
Bem ganho, matulão!
Importam-se que me sente?
-Boa noite.
-Boa noite.
Pequena cega e grande cega.
Alinho.
Se foi para me dar sorte,
devias ter vindo há duas horas.
É a sua vez.
Eu ouvi.
Acha bem ou aposta?
-Acho bem.
-E para si.
Cinco mil.
Cinco para acompanhar.
-Acho bem.
-Ele acha bem.
Aposto tudo.
Não, espere.
Vinte mil.
Só vale a aposta da mesa.
Lamento.
Está bem. Isto está na mesa.
É do meu carro. Quer apostar?
Lamento, Mr. Dimitrios.
Por favor, dê-lhe uma hipótese
de recuperar o que perdeu.
Está bem, senhores,
mostrem as cartas.
Três reis.
Três ases.
Ganham os ases.
O talão do estacionamento.
Obrigado.
Não admira que ele estivesse
tão intratável.
Enganei-me.
Posso levá-la a casa?
Essa seria a gota de água.
Infelizmente,
não sou assim tão cruel.
Talvez esteja apenas destreinada.
Talvez.
Que tal uma bebida em minha casa?
Em sua casa?
-Fica perto?
-Muito.
Uma bebida.
Boa noite, senhor,
e seja bem-vindo de volta.
Bem-vinda à minha casa.
Não vejo como é que a culpa
pode ser minha.
O plano é seu.
Limitei-me a indicar-lhe o homem.
Um homem que estava sob a vigilância
dos Serviços Secretos britânicos!
O que me leva a ponderar
se posso realmente confiar em si.
Então não confie,
quero lá saber!
Mas quero mostrar-me
à altura da minha reputação.
Tenho outra pessoa
disposta a fazer o serviço.
Só precisa de saber os pormenores
e de ser pago.
Gostas de mulheres casadas
não gostas, James?
Mantém a simplicidade.
Que obsessão a minha
com os maus.
Tu, o meu marido...
Tive tantas hipóteses de ser feliz,
tantos tipos decentes!
Por que é que os tipos decentes
não são mais como tu?
Porque assim seriam maus.
Pois é!
Mas muito mais interessantes.
O que faz do teu marido
um homem mau?
Imagino que seja a natureza dele.
A natureza do trabalho dele?
Receio que seja um mistério.
Também receio que queiras dormir
comigo apenas para lhe deitar a mão.
E estás muito receosa?
Não o suficiente para parar.
Posso fazer-te
uma pergunta indiscreta?
O momento parece-me oportuno.
A palavra "ellipsis" diz-te
alguma coisa?
Queres que lhe pergunte?
Talvez mais tarde.
Diz, querido.
Está bem, eu compreendo.
Até amanhã. Adeus.
Ao que parece,
ele apanhou o último voo para Miami,
portanto, tens a noite inteira
para me questionar.
Nesse caso,
vamos precisar
de mais champanhe.
Boa noite.
Serviço de quartos.
Boa noite. Queria uma garrafa
de Bollinger Grand Année gelada
e uma dose de caviar.
Sim, com tudo.
O quê?
Não, para um.
Espere-me aqui.
Número 53.
A exposição Body Worlds do
Dr. von Hagens convida os visitantes
a observar os diversos
aparelhos do corpo...
Acho que estamos perante
algo de muito especial.
Mensagens enviadas
... imobilizados em poses
dramáticas e atléticas,
evidenciando a relação espacial
natural entre os órgãos.
Bem-vindos ao Aeroporto
Internacional de Miami.
É o Bond.
Passe-lhe o telefone.
Não posso interrompê-la.
Quer deixar uma mensagem?
Ela que ligue para a segurança
do Aeroporto de Miami.
Vai rebentar uma bomba.
Trate já disso!
-Pode aguardar um pouco?
-Já esperava isso.
O que anda você a tramar?
Já lhe ligo.
APRESENTADO HOJE NO
AEROPORTO DE MIAMI
-O protótipo do Skyfleet S570.
-E...?
"O maior avião do mundo é hoje
apresentado no Aeroporto de Miami."
COMANDO MANUAL DE EXTINTORES
Bond?
Ele vai atacar o protótipo do Skyfleet.
Vai ser apresentado hoje.
Tenho de desligar.
Os seus puts expiraram. Lamento,
ainda não sei bem quanto perdeu.
Cento e um milhões,
duzentos e seis mil dólares.
Alguém falou.
Você tem vindo a acumular uma
quantidade considerável de corpos.
Torturaram-na primeiro.
Como você matou o marido dela,
só restava ela a quem interrogar.
Ela sabia alguma coisa
que pudesse comprometê-lo?
O seu nome ou aquilo que procura?
O Dimitrios era um intermediário.
Arranjava
sempre armas
e gente disposta a usá-las.
Trabalhava com quem quer
que tivesse dinheiro.
Durante anos esteve envolvido com um
homem que conhecemos por Le Chiffre,
o banqueiro privado dos terroristas.
Investe-lhes o dinheiro
e dá-lhes acesso
a ele em qualquer
parte do mundo.
Boa, já chegou!
Albanês, pensamos.
Um prodígio no xadrez.
Tem o seu quê de génio da matemática
e gosta de o demonstrar no póquer.
É para me vigiar?
Sim.
Quando analisaram a bolsa
após o 11 de Setembro,
a CIA descobriu avultadas
transacções
em baixa de acções
de companhias aéreas.
Quando as acções caíram
a pique a 12/9,
houve gente que ganhou fortunas.
Esta manhã, aconteceu o mesmo
com a Skyfleet,
ou era para acontecer.
A destruição do protótipo
teria levado a empresa à falência.
Em vez disso, alguém perdeu mais de
cem milhões com uma aposta mal feita.
E acha que esse alguém é Le Chiffre?
Daí que tenha organizado
um póquer de apostas altas
no Casino Royale, no Montenegro.
Dez jogadores.
Inscrição de dez milhões,
reforço mínimo de cinco milhões.
O vencedor fica com tudo.
Em princípio, 150 milhões.
Óptimo.
Então, sabemos onde ele vai estar.
Execução sumária
ou quer mandar uma mensagem?
Queremo-lo vivo.
O Le Chiffre não se pode
dar ao luxo de perder cem milhões.
Então tem jogado na bolsa
com o dinheiro dos clientes.
Não vão ficar nada satisfeitos
quando souberem que ele perdeu.
Não podemos deixá-lo ganhar.
Se ele perder,
não terá onde se esconder.
Vamos propor-lhe protecção
a troco daquilo que ele sabe.
Vou inscrevê-lo no jogo,
em substituição de alguém
que joga em nome dum grupo.
Segundo o Villiers,
você é o melhor jogador da Agência.
Acredite que preferia que não fosse.
Pedia-lhe para continuar
a não se envolver sentimentalmente,
mas isso não é problema seu,
pois não, Bond?
Escusa de dar notícias.
Nós saberemos onde está.
Pare de fingir.
Sabia que eu não largava isto,
não sabia?
Sabia que você é como é.
Sou o dinheiro.
Da cabeça aos pés.
O Tesouro concordou em financiá-lo.
"Vesper".
Oxalá tenha feito a vida negra
aos seus pais por causa do nome.
Obrigada.
A sua chefe deve estar
muito bem relacionada.
Nunca vi disponibilizar
tanto dinheiro tão depressa.
Ou de forma tão elegante.
Posso perguntar-lhe onde está?
Os dez milhões foram transferidos
para a sua conta no Montenegro
com um contingente de mais 5 milhões,
se eu achar o investimento prudente.
Presumo que já tenha pensado
que se perder...
...o nosso governo terá financiado
directamente o terrorismo.
O que recomenda?
Quer então dizer que é uma
questão de probabilidades?
Inquietava-me muito
que dependesse tudo do acaso.
Só se partir do princípio
que ganha a melhor mão.
Refere-se àquilo
a que se chama fazer bluff?
Conhece o termo?
Então também sabe que no póquer
não se joga em função da mão
e sim do adversário.
-E você sabe ler as pessoas?
-Sei.
Daí ter detectado na sua voz
um tom de sarcasmo mal contido.
Já me convenci de que o nosso
dinheiro está bem entregue.
Não acha o plano muito bom, pois não?
Então há um plano?
Pensei que arriscávamos
milhões de dólares
e centenas de vidas num jogo de azar.
Que outras conjecturas tem, Mr. Bond?
Sobre si?
A sua beleza é um problema.
Receia que não a levem a sério.
Como qualquer mulher atraente
com dois dedos de testa.
Sim, você compensa
recorrendo a uma indumentária
algo masculina,
sendo mais agressiva
do que as suas colegas,
o que lhe dá uma imagem
de uma certa impertinência,
e, ironicamente,
dificulta a sua aceitação
e promoção junto de superiores
do sexo masculino,
que confundem a sua insegurança
com arrogância.
Normalmente,
deduziria que é filha única,
mas, pela forma como ignorou
o comentário aos seus pais,
arrisco-me a afirmar que é órfã.
Muito bem.
Pelo corte do seu fato,
andou em Oxford ou coisa assim
e convenceu-se de que os seres
humanos se vestem assim.
Mas o desdém com que o enverga
indica que não nasceu
em berço de ouro,
coisa que os colegas
nunca o deixaram esquecer.
Portanto, frequentou o colégio
graças à caridade de alguém,
o que explica essa sua hostilidade.
E dado que o seu impulso foi ver-me
como órfã,
deduzo que você o seja.
E é mesmo.
Gosto desta coisa do póquer.
E isso faz todo o sentido,
uma vez que o Ml6
procura jovens desajustados,
que não hesitam em sacrificar vidas
para proteger a Rainha e a pátria.
Sabe como é...
Antigos agentes da Força Aérea
com sorrisos fáceis e relógios caros.
-Rolex?
-Omega.
Lindo.
Como acabo de o conhecer,
não iria ao ponto
de lhe chamar pulha insensível.
Claro que não.
Mas não me custa muito imaginar
que vê nas mulheres
prazeres descartáveis,
e não alvos merecedores de conquista.
Portanto, por muito encantador
que você seja,
vou ficar de olho
no dinheiro do nosso governo
e ignorar esse seu rabinho
bem torneado.
Reparou?
As contabilistas
também têm imaginação.
Como estava o cordeiro?
Numa espetada.
Sinto-me solidário.
Boa noite, Mr. Bond.
Boa noite, Miss Lynd.
Hotel Splendid?
Pormenores de última hora.
Ao que parece,
estamos muito apaixonados.
Costuma ficar a saber isso
pelos porteiros dos hotéis?
Só quando o namoro
foi necessariamente breve.
O meu nome é Arlington Beech,
jogador profissional,
e você é Stephanie Broadchest,
herdeira dum...
-Não sou nada.
-Acredite que sim.
Não acredito.
Estamos envolvidos há algum tempo,
daí partilharmos uma suite.
A minha família
é profundamente católica.
Por uma questão de aparência,
quero uma suite com dois quartos.
Detesto quando a religião
se interpõe entre nós.
A religião e uma porta bem trancada.
Vai dar-me dores de cabeça?
Não se preocupe.
Você não faz o meu género.
Por ser esperta?
Por ser solteira.
Bem-vindos ao Hotel Splendid.
O nome, por favor.
James Bond, mas tem a reserva
em nome de Beech.
-Bem-vindo, Mr. Bond.
-Assine aí, querida.
Você representa o Tesouro.
Obrigada.
Aprecie a sua estadia.
Assim farei, obrigado.
Que engraçadinho.
O Le Chiffre está bem relacionado.
Sabe quem eu sou
e de onde vem o dinheiro.
Mesmo assim,
aceitou jogar comigo.
Ou está desesperado,
ou excessivamente confiante.
Mas seja como for,
isso diz-me algo sobre ele.
E, em troca, fica com um nome
que já conhece.
Também ficou a saber
que você é imprudente.
Vá no outro.
O seu ego não cabe no meu elevador.
Mr. Bond?
-Deixaram isto para si.
-Obrigado.
Também a adoro, M.
O meu nome é René Mathis.
Sou o vosso contacto local.
Ele sabe que o vigiamos?
O Le Chiffre?
Acho que não.
Provavelmente, porque
não somos muitos. Sou só eu.
Se arranjarem sarilhos,
não haverá reforços
ao virar da esquina.
O Le Chiffre chegou ontem
e tem estado a retomar
antigos conhecimentos.
É agora muito íntimo
do chefe da Polícia.
É aquele ali, o do bigode.
Por cima do meu ombro esquerdo.
Isso pode dificultar-nos muito a vida.
E até abreviá-la.
Ele não é muito subtil.
Pensei comprar os serviços dele,
mas para ser sincero...
...nunca conseguiríamos
superar a oferta do Le Chiffre.
Detesto dizê-lo, mas...
...actualmente o Ml6 parece
ser dirigido por contabilistas.
Não que eu tenha alguma coisa
contra contabilistas.
Muitos deles são encantadores.
Assim, decidi que era mais barato
fornecer ao assistente dele...
...provas de que estávamos
a subornar o chefe.
É espantoso o que se pode fazer
com o Photoshop, não é?
Penso que as suas possibilidades
melhoraram, Mr. Bond.
Sim?
Para si.
Espera que eu vista isso?
Preciso que esteja fabulosa,
para que, quando me for
beijar no pescoço...
...os meus adversários pensem
no seu decote
e não nas cartas que têm.
Pode fazer isso por mim?
Vou esforçar-me.
Obrigado.
Eu tenho um smoking.
Há smokings e smokings.
Esse aí é um smoking.
Preciso que você pareça um homem
que pertence àquela mesa.
Como...?
É a minha medida.
Avaliei-o mal o vi.
Boa noite.
Obrigado.
E o senhor deve ser o substituto
do Mr. Bliss.
Bem-vindo, Mr. Beech.
Ou será Bond?
Sinto-me algo baralhado.
Não queremos nada disso,
pois não?
Senhoras e senhores,
bem-vindos.
Como sabem,
este é um Texas Hold sem limite.
Cinco cartas comuns,
duas para cada um.
O Mr. Mendel representa
o Banco de Basel, na Suíça,
onde foram feitos os depósitos.
Cada um de vocês
fez uma inscrição de dez milhões.
Poderá ser feito um reforço posterior
de cinco milhões
por transferência electrónica.
O dinheiro fica reservado
até eu regressar.
Aí, o vencedor introduz
a password no codificador
e a soma total será transferida
para qualquer conta
que o mesmo designe.
Mr. Bond?
Procederemos por ordem alfabética.
Queira introduzir a sua password.
Seis ou mais letras.
O dealer é a carta mais alta.
É o Mr. Gallardo.
O Mr. Kaminofsky é a pequena cega,
de cinco mil dólares,
e o Mr. Fukutu é a grande cega,
de dez mil dólares.
Apreciem o jogo.
Quatro jogadores.
A aposta é sua.
Acho bem.
Aposta, cinquenta mil.
Acompanho.
Passo.
Passa. Mano a mano.
Mr. Le Chiffre?
Aposta, cem mil dólares.
Não devia ter entrado
para os outros a verem?
Devia? Perdoe.
Boa sorte, querido.
É consigo, Mr. Bond.
Desculpe, qual era a aposta?
Cem mil?
Acompanho.
Escusado será dizer-lhe
que está lindíssima.
Metade dos ocupantes da mesa
ainda está a olhar para si.
Champanhe.
Monsieur Le Chiffre.
Aposta, duzentos mil.
O senhor acompanhou.
Mostre as cartas, por favor.
Um fullen para o Mr. Le Chiffre.
Duques por nove.
Mr. Bond?
Passo.
Pode mandar-me o empregado?
Um Martini seco.
Espere. Três medidas de Gordon's,
uma de ***,
meia de Kina Lillet,
tudo batido com gelo,
e uma casquinha de limão.
-Também quero um.
-Eu também.
Amigo, traga-me um também.
Sem fruta.
É tudo?
Afinal querem jogar póquer?
Está com muita pressa.
Dão-me licença?
Sabe bem.
Não tínhamos prescindido
da nossa fachada?
Prescindimos da que não interessava
e criámos uma que interessa.
-Ele está a olhar?
-Sim.
Óptimo.
Isto sou eu a fingir-me furiosa
por você perder tão depressa,
que depois da meia-noite
já cá não estamos.
Estranhamente, os sentimentos da
minha personagem espelham os meus.
Isto não é nada mau.
Vou ter de lhe arranjar um nome.
Valeu a pena
para descobrir o tique dele.
Como assim?
Quando ele faz bluff,
treme-lhe o olho.
-Bluff? Ele tinha a melhor mão.
-Mas só com a última carta.
As probabilidades eram de 23 para 1
e ele sabia-o.
Quando repicou da primeira vez,
não tinha nada.
Ganhou por muita sorte.
Trouxe-me o microfone?
Ele ainda é capaz
de nos surpreender.
Senhoras e senhores...
Jogamos há quatro horas.
É tempo de fazer um curto intervalo.
Retomaremos o jogo
dentro de uma hora.
Acho que vou dar conta
das frivolidades do serão.
E então?
Quer fazer-me o quê?
Não estou a perceber.
Disse que está mortinha
por me levar ao quarto. Vamos.
E então, o que se passa
de tão importante?
Desculpa.
O meu dinheiro?
Boa noite.
Entregaram-lhe uma coisa para mim.
Obrigado.
Achaste que perdias aquele dinheiro
todo e que ninguém reparava?
O seu dinheiro está seguro.
Abra lá isso.
Entrego-lho amanhã.
Todo.
Esta traição devia custar-te a mão,
mas precisas dela para jogar.
Estende o braço.
Estende o braço, minha linda,
senão corto-te a cabeça.
Espere por mim no quarto.
Escadas.
Nem uma palavra de protesto.
Tens de arranjar outro namorado.
Vá procurar o Mathis.
Diga-lhe que escondi os corpos aqui
e que quero que ele se livre deles.
Trate já disso. Vá, vá.
Mudou de camisa, Mr. Bond.
Espero que o nosso joguinho
não o faça transpirar.
Um bocadinho.
Mas só me verei atrapalhado
quando começar a chorar sangue.
Se já estamos todos prontos,
vamos prosseguir o jogo.
Sinto as mãos ensanguentadas,
não consigo lavá-las.
Deixe ver.
Assim está melhor.
Tem frio?
Teve problemas com os corpos?
Há quem tenha mais do que eu.
Mesmo mortos ainda podem ser úteis.
Quero que o Le Chiffre
viva amedrontado,
sempre a pensar
quem virá atrás dele a seguir.
Como está a nossa menina?
Já derreteu o seu coração insensível?
Acompanha.
Passa.
E acompanha.
Três jogadores.
Trezentos mil.
Aposta,
trezentos mil dólares.
Acompanho.
Acompanho.
Três jogadores.
Acha bem.
Mr. Bond.
Aposta.
Quinhentos mil dólares.
Veja. É o tique, está a fazer bluff.
O James tinha razão.
É a sua vez.
Repica. Um milhão.
Parece que alguém sabe
algo que eu não sei.
Passa.
Mano a mano.
É a sua vez.
Dois.
Contra-repica. Dois milhões.
É a sua vez.
Aposto tudo.
São 14 milhões e meio.
É sua vez, Mr. Bond.
O Bond vai ter de apostar tudo
para acompanhar o bluff dele.
Acompanho.
Mostrem as cartas, por favor.
Fullen. Reis e ases.
Mr. Le Chiffre?
Quatro valetes.
Ganha o Mr. Le Chiffre.
Deve ter pensado
que eu estava a fazer bluff.
Por favor.
Vamos interromper o jogo
por uma hora.
Quando regressarmos,
a grande cega será de $200 mil.
Preciso dos outros cinco milhões
para poder continuar a jogar.
Não posso autorizá-lo, James.
Ouça, cometi um erro.
Fui impaciente, talvez mesmo
arrogante, mas sei que posso vencê-lo.
-Lamento.
-Lamenta?
Lamenta?
Experimente dizer:
"Lamento, mas o Le Chiffre vai ganhar.
Continuará a infundir terror e a matar
inocentes". É isso que lamenta?
Você perdeu, porque é um convencido
e por isso também não se conforma.
É disso que se trata.
Continuar só serve para o afundar.
Então, você é uma idiota.
-Como?
-É uma grande idiota.
Olhe-me nos olhos.
Sabe bem que eu posso vencê-lo.
Largue-me o braço.
Um *** Martini.
-Batido ou misturado?
-Acha que isso me interessa?
Tire daqui a rapariga.
O jogo tem piada.
Desculpe, devia ter-me apresentado,
já que somos aparentados.
Felix Leiter,
um irmão de Langley.
Devia ter mais confiança em si.
Se conseguir concentrar-se,
poderá ganhar-lhe.
Poderia. Desculpe.
Não vai fazer um reforço?
Eu não paro de perder.
Não me aguento muito mais.
Você tem mais hipóteses,
eu financio-o.
Dou-lhe o dinheiro para poder
continuar a jogar.
Só uma coisa. Se você ganhar,
é a CIA que o prende.
E os ganhos?
Temos ar de quem precisa do dinheiro?
Podemos aumentar as cegas?
E por que não?
Aposte.
Repico.
Com licença.
Repico.
Repica.
Quinhentos mil dólares.
-Passa.
-Obrigado.
Passa.
Passa.
Ganha.
Volto já.
Lamento, mas o senhor
é a grande cega.
Pequena cega, por favor.
-Quem é?
-É o 007.
O Bond foi envenenado,
vai ter um ataque cardíaco.
Tenha calma e não interrompa.
Se não fizer o que eu digo,
morre em dois minutos.
Sou todo ouvidos.
Tire o desfibrilador da bolsa.
-Já sabemos o que é?
-Está a analisar.
Fixe os condutores ao peito.
Taquicardia ventricular.
Digitalina.
O que havemos de lhe dar?
O kit tem anfetaminas.
-Mal isso esteja carregado...
-Lidocaína! Vai resultar.
Não carregue já no botão vermelho.
O coração vai parar.
Só há tempo para carregar uma vez
antes de ele desmaiar.
Pegue na seringa azul.
No meio do pescoço. Na veia.
Isso vai neutralizar a digitalina.
Vai desmaiar dentro de segundos
e o coração tem
de continuar a funcionar.
Carregue no botão vermelho!
-Carregue na porcaria do botão!
-Agora!
-Você está bem?
-Eu?
-Obrigado.
-Não tem de quê.
-Vá para o hospital.
-Está bem.
Assim que ganhar o jogo.
Não me diga que pensa voltar.
Nem a sonhar.
Aposta. Um milhão.
-Aposto tudo.
-Acompanha. Aposta tudo.
Cavalheiros,
mostrem as cartas.
Dois pares. Ases e setes.
A dama vale mais. Ganha.
Lamento.
Aquela última mão
ia dando cabo de mim.
Com esta troca de fichas,
entramos na fase final do jogo,
portanto, não há mais reforços.
A grande cega é agora
de um milhão de dólares.
Quatro jogadores.
É a sua vez.
-Mr. Bond.
-Acho bem.
Já estão 24 milhões no pot.
Acho bem.
Acham todos bem.
Quatro jogadores.
Acho bem.
Aposto tudo. Seis milhões.
Aposta. Seis milhões.
Aposta tudo.
Cinco milhões. Aposta tudo.
A aposta é de seis milhões.
Repico.
Repica.
Doze milhões.
Mano a mano.
Aposto tudo,
quarenta milhões e meio.
Repica. Aposta tudo.
Acho que vou acompanhar.
Acompanha.
O pot tem 1 15 milhões.
Mostrem as cartas, por favor.
Cor. Ás, rei, dama.
Fullen de oitos por ases.
Um fullen mais alto.
Ases por seis.
Cinco e sete de espadas.
Sequência de cor.
Do quatro ao oito.
A mão mais alta.
Ganha o Mr. Bond.
-Para si.
-Muito obrigado.
-É todo seu.
-Muito agradecido, irmão.
Parabéns.
Devíamos comemorar.
Estava quase morto há uma hora.
Vamos, estou esfomeado.
O Mathis diz que os americanos
contactaram o Le Chiffre.
Vão levá-lo antes da madrugada.
Acho que vou chamar-lhe Vesper.
Por deixar um travozinho amargo?
Não. Porque agora que a provei,
não quero beber outra coisa.
-Foi um elogio e peras.
-Foi um belo elogio.
Mas você faz troça dele.
-Não tanto como você.
-Então, tudo bem.
Já sei o que isso é.
É um nó de amor argelino.
A sério?
Para mim, é só algo bonito.
Não é nada.
Alguém lhe deu isso.
É um homem afortunado.
Você desliga-se tão facilmente.
Não o incomodou
ter morto aquela gente?
Não seria muito bom no que faço,
se isso me incomodasse.
Não acredito em si.
Você tem uma alternativa.
Fazer uma coisa uma vez
não nos obriga a repeti-lo.
Por que é que aqueles que não seguem
conselhos insistem sempre em dá-los?
Acha que eu não consigo
seguir o meu próprio conselho?
Acho que você tem um objectivo.
E acho que nunca vou saber qual é.
O Mathis precisa de mim.
Boa noite.
Mais uma vez, parabéns.
O Mathis.
Infelizmente,
o seu amigo Mathis é na realidade...
...meu amigo.
Tem cuidado bem do seu corpo.
Que desperdício.
Sabe?
Nunca compreendi
aquelas torturas elaboradas.
É simplicíssimo...
...causar uma dor insuportável
a um homem.
E, claro,
não me refiro à agonia imediata,
mas ao conhecimento
de que se a pessoa
não ceder a tempo,
pouco restará
que a identifique como homem.
Resta saber se...
...vai ceder a tempo?
Quero o dinheiro.
A Miss Lynd vai dar-me o número,
se é que ainda não o deu.
Só preciso que me dê a password.
A password, por favor?
Tenho uma comichãozinha...
...aí em baixo.
Importa-se?
Mais para a direita,
para a direita.
Você tem graça, Mr. Bond.
Sim, sim!
Toda a gente saberá que você morreu
a coçar-me os tomates.
Morri?
-Eu morri?
-Sim.
Porque, faça você o que fizer,
não lhe dou a password,
portanto os seus clientes
hão-de persegui-lo
e esquartejá-lo vivo.
Porque se me matar,
não terá onde se esconder.
Está muitíssimo enganado!
Porque mesmo tendo-vos morto,
a si e à sua namoradinha,
a sua gente vai receber-me
de braços abertos,
porque precisam daquilo que eu sei.
O panorama geral.
Dê-me a password
e eu deixo-a viver.
Despache-se
e talvez a apanhe inteira.
Não me vai mesmo dizer, pois não?
Então acho...
...que lhe vou dar a comer
aquilo que você desvaloriza.
Eu arranjo o dinheiro.
Diga-lhes que eu arranjo o dinheiro.
A nossa organização dá
menos valor
ao dinheiro do que à confiança
no pessoal.
Vesper.
Ele não.
O Mathis não.
Vou chamar o médico.
Ele não.
Algum palpite?
-O quê?
-Por que vos pouparam.
Onde está ela?
Está a dormir.
Mandaram-me dar-lhe isto.
É estranho.
Terem morto toda a gente,
mas terem-vos poupado.
É quase como se quisessem
dizer-nos alguma coisa.
Viu bem o assassino?
Que pena.
Beba.
Lembra-se de mais alguma coisa?
Algo que possa ajudar-nos?
Ajudar-nos?
Ou ajudá-lo?
Você está bem?
Não resisto a acordá-lo.
Cada vez que o acordo, você olha-me
como se não me visse há anos.
Faz-me sentir renascida.
Se tivesse acabado de nascer,
não estaria nua?
Apanhou-me.
Pode ter-me onde quiser.
Posso?
Sim, aqui e onde quiser.
Isso significa
que começa a gostar de mim?
Sim.
Eu diria que é assim.
É só porque há pouco tempo
teria descrito os seus sentimentos
em relação a mim como...
Procuro uma palavra melhor
do que "desprezo".
Receio ser uma mulher complicada.
Tem razões para recear.
Que oportuno.
Mr. Mendel,
como vão as coisas na Suíça?
As minhas desculpas.
Não quero apressar-vos,
mas 120 milhões é muito dinheiro.
Realmente é.
Não trouxe bombons?
Receio bem que não.
Queira introduzir o número da conta.
E agora a password.
Podes pô-la tu.
Até punha, se a soubesse.
V-E-S-P-E-R.
Os fundos foram transferidos.
Desculpem a interrupção.
Adeus.
Sabes, James...
Mesmo que só sobrasse de ti
o sorriso e o dedo mindinho...
...serias mais homem do que alguém
que eu jamais tenha conhecido.
Isso é porque sabes do que o
meu dedo mindinho é capaz.
-Não faço ideia.
-Mas estás mortinha por saber.
Não me vais deixar entrar,
pois não?
Voltaste a pôr a armadura.
E pronto.
Não me resta qualquer armadura.
Tiraste-ma.
O que quer que reste de mim...
O que quer que reste de mim...
O que quer que eu seja...
...sou teu.
Não faço falta à M nos próximos dias.
Anda ocupada demais
a interrogar o Mathis.
Lembras-te de vos revelar o tique
do Le Chiffre?
O Mathis contou-lhe.
Foi assim que ele me venceu.
Também lhe falou do implante,
mas esse não me faz grande falta.
Não posso acreditar.
Eu também não.
Julguei que ele me protegia.
Mas pronto, aprendi uma lição.
Toda a gente tem um tique?
Sim.
Toda a gente.
Todos, menos tu.
Pergunto-me se será isso
que me faz amar-te.
Tu amas-me?
Bastante para largar tudo
e vogar pelo mundo
até um de nós arranjar
um emprego honesto.
Mas acho que terás de ser tu,
porque eu não sei o que isso é.
Estás a falar a sério?
Tal como disseste,
se passar muito mais tempo nesta vida,
não haverá alma que se salve.
Vou largar tudo
com o pouco que me resta.
Chega para ti?
M, demito-me com efeito imediato.
Os meus cumprimentos
James Bond
Não, pára!
Tenho de ir ao banco.
Que horas são?
De quanto precisamos
para velejar durante um mês?
Tenho o suficiente.
Quero pagar a minha parte
das nossas deambulações.
Deixaste de usar o colar.
Estava na altura.
Estava na altura
de esqueceres o outro?
De perceber que, por vezes,
podemos esquecer o passado.
Mas, pelos vistos,
não o nosso patrão.
Volto daqui a um mês.
Anda.
Eu vou buscar o dinheiro
e tu vais comprar mantimentos.
Encontramo-nos aqui
daqui a meia hora.
-Olá, M.
-Recebi o seu recado.
Mais tarde discutimos isso.
Neste momento, tenho aqui
um simpático senhor do Tesouro,
pergunta se tenciona
depositar os ganhos.
Que pena.
Contava que não dessem pela falta.
Sim.
Eu já os tranquilizei.
Vai depositá-lo hoje.
Vou agora a caminho do banco.
É o James Bond,
queria falar com o Mr. Mendel.
Mr. Mendel?
Não consigo aceder aos meus fundos.
Foram transferidos para a conta
que a sua empresa nos indicou.
Estão a ser transferidos
neste preciso momento.
-Para onde?
-A filial de Veneza, claro.
Na Praça de São Marcos.
Encontramo-nos daqui a meia hora.
Há algum problema, Mr. Bond?
Mato-a!
Permita.
Lamento, James.
Ela tinha um namorado.
Um francês argelino.
Estavam muito apaixonados.
Ele foi raptado pela organização
que apoiava o Le Chiffre.
Depois fizeram chantagem com ela,
ameaçando matá-lo
se ela não colaborasse.
Devíamos ter percebido,
mas, às vezes, estamos
tão obcecados pelos inimigos,
que nos esquecemos
de olhar para os amigos.
Como está você?
Ela deixou o telemóvel.
Devia saber que eu ia verificá-lo.
Ela sabia que você é como é.
Pelo menos, iliba o Mathis.
Provámos que ela é culpada,
mas não que ele é inocente.
Podiam trabalhar às escuras.
Continue a interrogá-lo.
Você não confia em ninguém,
pois não?
Então aprendeu a lição.
Volte quando puder.
Precisamos de si.
Fique descansada.
Se precisar de mais tempo...
De tempo para quê?
O caso está encerrado.
A cabra está morta.
James?
Nunca estranhou que não o tivessem
morto naquela noite?
Não é óbvio?
Ela entregou-lhes o dinheiro
na condição de lhe pouparem a vida.
Devia ter esperanças
que a poupassem.
Mas devia saber
que não ia escapar.
E agora nunca saberemos
quem estava por detrás disto.
O rasto arrefeceu.
Para o James:
Mr. White?
Temos de falar.
Quem fala?
O meu nome é Bond.
James Bond.