Tip:
Highlight text to annotate it
X
Legendas: Lore
Embora cada um dos países do
mundo ignore este facto.
Nós os franceses,
sabemos a verdade.
A melhor comida do mundo
é feita em França,
a melhor comida de França
é feita em Paris,
e a melhor comida de Paris,
segundo alguns,
é a do chefe Auguste Gusteau.
A restaurante de Gusteau
é a sensação de Paris.
Reservado com 5 meses
de antecedência,
e está no top dos restaurantes
franceses,
acima de muitos dos competidores.
Além disso,
é o mais jovem de todos
a entrar no ranking,
e tem o seu próprio livro,
"Qualquer um pode cozinhar",
Está na lista dos mais vendidos,
mas nem todos celebram o
seu sucesso.
Tem um nome engraçado.
"Qualquer um pode cozinhar",
e o mais engraçado é que
o Gusteau
parece realmente acreditar nisso,
eu por outro lado levo a
culinária a sério
e não creio que alguém o
possa fazer.
Este sou eu,
parece que devo repensar
um pouco a minha vida.
Qual é o meu problema?
Primeiro, sou um rato,
o que significa que a vida é difícil.
E segundo,
tenho sentido do cheiro e dos
sabores muito desenvolvido,
as flores, os ovos,
o açúcar, baunilha.
Hum, uma pitada de limão
Oh, consegues cheirar isso tudo?
Tens um dom.
Este é o Emile, o meu irmão,
impressiona-se com facilidade.
Consegues cheirar os ingredientes,
e depois?
Este é o meu pai,
ele nunca se impressiona,
e por acaso, também é o
líder do nosso grupo.
E depois? Que mal faz ter os
sentidos desenvolvidos?
Espera, não comas isso.
O que é que se passa?
Acontece que aquele cheiro
engraçado era veneno.
De repente o papá já não achava
o meu talento inútil.
Eu estava feliz com o meu dom
até o pai me arranjar um trabalho...
Limpo.
É isso mesmo.
Verificador de veneno.
Não.
Limpeza,
o que significa que está limpo.
Não? São sinónimos
Não importa... Segue
Bem, deixava o meu pai orgulhoso.
Não te sentes melhor, Remy?
Não?
Ajudaste uma causa nobre.
Nobre?
Nós somos ladrões, papá,
e o que roubamos,
vamos ser honestos, é lixo.
Não é roubar
se ninguém o quer.
Se ninguém o quer,
porque é que o roubamos?
Digamos que temos opiniões diferentes.
Pelo menos, isto eu sabia.
Se somos o que comemos
então queria comer coisas boas.
Mas para o meu papá
a comida é combustível:
se és esquisito com o
que pões no depósito,
o teu motor vai morrer.
Agora cala-te e come o teu lixo!
Se vamos ser ladrões,
porque não roubamos as
coisas boas da cozinha?
Onde nada está envenenado?
Primeiro, nós não somos ladrões.
Segundo, afasta-te da cozinha
e dos humanos, é muito perigoso.
Eu sei que devo odiar os humanos,
mas há algo neles...
Não se limitam a sobreviver.
Descobrem, criam.
Olhem para o que fazem com a comida.
"Como posso descrevê-lo?"
"A boa comida é um aroma que podes
provar, um gosto que podes cheirar."
"Há excelência à tua volta."
"Sem que nos demos conta,
sem a vermos."
Oh, o Gusteau tinha razão.
Oh, sim, incrível.
Cada sabor era completamente único.
Mas juntando um sabor com outro
e alguma coisa nova era criada!
Agora teria uma vida secreta,
o único que sabia era o Emile.
Ei, Emile, encontrei um cogumelo.
Anda, desce daí e ajuda-me
a descobrir onde o coloco.
Ele não me entende.
Mas com ele posso ser eu mesmo.
Porque é que estás a andar assim?
Não quero estar sempre a lavar
as patas.
Já pensaste que as patas
com que andamos
são as mesmas que mexem na comida
e que a levam à boca?
Sempre.
Quando como não quero saborear
o chão por onde andei.
Ok, continua.
Mas se o papá te vê a andar
assim não vai gostar.
O que é que tens aí?
Isto.
Encontraste queijo?!
E não é um queijo qualquer,
é um dos melhores.
Ficará fabuloso com o meu cogumelo.
Oh, esta amora...
Esta amora com...
Talvez, talvez...
Algumas gotas desta erva doce!
Bem. Junta-se ao monte, acho eu...
E depois...
Não quero misturar isto com o lixo.
Isto é especial.
Mas temos que regressar à colónia
antes do pôr-do-sol e o pai...
Emile!
Há possibilidades por explorar aqui,
temos que cozinhar isto.
Agora "como?", é a verdadeira pergunta.
O segredo é manter isto a rodar
para lhe dar um sabor fumado
devagarinho...
A tempestade está a aproximar-se.
Ouve, não achas que devíamos?...
Oh, tens que provar isto!
Tem uma espécie de...
É queimado, derretido...
Não é bem queimado
é um... chama-se...
Talvez um...
Não achas?
O que é tu entendes de sabores?
Relâmpago...
está óptimo
Temos que repetir.
Quando a tempestade regressar
voltamos ao telhado, e...
Já sei do que precisa.
Açafrão.
Um pouco de açafrão vai fazer
maravilhas.
Açafrão?! Porque é que tenho
a sensação que...
Está na cozinha.
Açafrão.
Ok. Açafrão.
Tem cuidado!
Vão acordar.
Já aqui estive um milhão de vezes.
Assim que ela liga o canal
de culinária, bum,
nunca acorda.
Estiveste aqui um milhão de vezes?
Sei que o açafrão é mesmo o
que faz falta.
Gusteau jura que sim.
Quem é o Gusteau?
É o melhor chefe de cozinha do mundo
escreveu este livro de cozinha.
Espera... Tu lês?!
Bem...
não em demasia.
Oh pá. O pai sabe disso?
Tu podes encher um livro,
muitos livros
com as coisas que o pai não sabe
e encheram, é por isso que eu leio.
O que também é um segredo nosso?
Não gosto de segredos.
Tudo isto de cozinhar
e de ler,
e de ver TV enquanto lemos
e cozinhamos,
é como se me envolvesse
num crime.
E eu deixo
Porque é que eu deixo?
O que estará a demorar aqueles miúdos?
Oh, o grandioso açafrão italiano.
Isto é maravilhoso.
E a velhota quase não o usa.
Olha, é o Gusteau.
Emile, olha.
"...cozinhar não é para os fracos
de coração.
Vocês têm de ser imaginativos,
corajosos.
Têm que experimentar coisas
que podem não resultar
e não deixem ninguém desafiar os vossos
limites devido ao lugar de onde vêm.
Tudo o que importa é a vossa alma.
O que eu digo é verdade.
Todos podem cozinhar,
mas apenas os destemidos
podem ser grandes."
Pura poesia.
"mas não estava para durar,
porque este restaurante
perdeu uma das suas 5 estrelas
depois e duma prova pelo maior
crítico de cozinha de França.
Anton Ego.
Foi um golpe duro para Gusteau,
e o triste cozinheiro morreu
pouco tempo depois.
O que de acordo com a tradição significa
a perda de mais uma estrela."
Gusteau morreu?!
Foge!
Não! Vais conduzi-la à colónia!
Ajuda-me!
Emile, balança o candeeiro.
Não sei se consigo.
Emile, despacha-te!
Evacuar!
Todos para os botes.
O livro!
Vamos!
Avancem!
Vamos!
Depressa!
Esperem por mim!
Vejam se estão todos.
Onde está o Remy?
Vem ali.
Já vou.
Despacha-te, filho.
Dêem algo para o puxar.
Vamos lá, filho. Tu consegues!
Agarra-te, estica-te!
Remy!
Pai!
Vamos! Tu consegues!
Pai! Esperem!
Estamos aqui, não pares, filho!
Já vou! Esperem!
Esperem!
Pai!
Pai!
Para que lado vou?
Esperei por...
um som...
uma voz...
um sinal...
algo...
Se tens fome
olha à tua volta, Remy!
Para quê esperar e lamentar?
Bem, acabei de perder a minha
família e todos os meus amigos.
Provavelmente para sempre.
Como é que sabes?
Bem, eu...
Tu és um desenho.
Porque é que estou a falar contigo?
Bem, acabaste de perder a tua
família e todos os teus amigos.
Estás sozinho.
Pois, e tu estás morto.
Ah, mas isso não é impedimento
para pensamentos positivos.
Se só pensas no que deixaste para trás
não podes ver o que está à tua frente.
Agora, vai em frente e olha à tua volta!
Oh, é grandioso.
O que estás a fazer?
Tenho fome.
Não sei onde estou,
e não sei se voltarei a encontrar
comida outra vez.
Mas tu és melhor que isso,
és um cozinheiro.
E o cozinheiro prepara,
e o ladrão rouba.
Tu não és um ladrão.
Mas eu tenho fome.
A comida virá, Remy!
A comida vem sempre para todos
os que gostam de cozinhar.
Não te vou dar nada.
Deus.
Paris!
Todo este tempo, tenho estado
por debaixo de Paris?!
É linda!
É a mais linda!
Gusteau's?!
É o teu restaurante?!
Trouxeste-me ao teu restaurante!
Parece que sim.
Sim.
Grandioso!
Conduzi-te ao meu restaurante.
Tenho que ver isto.
Mesmo a tempo.
Oh, meu Deus.
Preciso dos pratos da mesa 3.
Cogumelos.
Preciso de mais bebidas.
Preciso de dois especiais.
Estarão prontos num instante.
Por aqui, tragam mais salmão.
Tripalais a cozinhar.
Preciso de morangos.
Oh, meu Deus.
Olá, amigo!
O que nos traz agora?
Toma champanhe.
Olhe, chefe, veja quem chegou.
Alfredo Linguini.
O miúdo da Renata.
Olá!
"Olhem...
tu és um lindo bolo
Gusteau's flamejado”
Oh sim, eu lembro-me.
É simpático da tua parte vir visitar-nos.
Como está a tua...
A minha mãe?...
- Renata.
- Sim, Renata.
Como é que ela está?
Bem, quer dizer...
Não muito bem
Está melhor.
Quero dizer.
Ela morreu.
Oh, lamento.
Não lamente.
Ela acreditava no céu,
por isso está garantida.
Você sabe, depois que se morre...
O que é isto?
Ela deixou isto para si.
Acho que esperava que ajudasse,
a mim,
a conseguir um emprego,
aqui.
Mas claro, o Gusteau não
teria hesitado.
Qualquer filho da Renata...
Sim, temos que arquivar isto e
se aparecer algo adequado.
- Já o contratei.
- Quê?!
Como te atreves a fazer isso
sem a minha autorização?
Precisamos de um moço de recados.
Moço de recados, é?
Fico feliz que tenha resultado.
Senhor...
Não posso acreditar,
uma cozinha de verdade,
e eu posso ver.
Tu leste o meu livro,
vamos ver o que aprendeste.
Qual é o chefe?
Oh, é aquele.
E o seguinte no comando?
É o sub-chefe.
Aquele.
O sub-chefe é o responsável pela
cozinha quando o chefe não está.
O "societ" está encarregue dos molhos,
muito importante.
E o "chef de parti"... hum,
"demi chef de parti"
Ambos importantes.
Prepararam directamente
a comida.
É muito importante.
Ah, és um rato esperto!
E agora... Quem é este?
Oh, aquele?!
Não é ninguém.
Mas ele faz parte da cozinha.
Ele é um moço de recados.
Varre o chão e lava os pratos,
despeja o lixo mas não cozinha.
Olha...
ele cozinha?
Não!
Como é que sabes?
O que é que eu sempre digo?
Qualquer um pode cozinhar.
Bem... Sim, mas não significa que deva.
Talvez, mas...
não me parece que isso o vá deter.
Vês?!
O que é que ele está a fazer?
Não, não, não!
Isto é terrível!
Está a arruinar a sopa
e ninguém vai fazer nada.
Vamos, é o teu restaurante,
faz alguma coisa.
O que queres que faça?
Sou um produto da tua imaginação.
Mas está a arruinar a sopa.
Tenho que dizer a alguém.
Por aqui.
Cuidado!
Não!
Oh!
Despachem-se!
Parece-me bem.
Ah!
O que é isto?
Remy, do que é que estás à espera?
Se isto se vai tornar um hábito eu...
Tu sabes como arranjá-la.
Usa os teus talentos!
A sopa?
Onde está a sopa?
Estou a ficar cansado disto.
O que fazes aqui, moço?
Estás a cozinhar?
Como te atreves a cozinhar
na minha cozinha.
Quem te deu autorização?
Pensas que qualquer um pode chegar
aqui e fazer o que lhe apetece?
Vou ter que te dar uma lição,
mas antes quero que
fique bem claro
que aqui sou eu que mando,
e agora estás pronto para deixar
este restaurante.
Oh, não!...
Do que é que te estás a queixar?
É a sopa!
A sopa?!
Detenham essa sopa!
Não!
Se faz favor!
Tu!...
Estás despedido!
D- E-S-P-E-D-I-D-O
Despedido!
Ela quer conhecer o chefe.
Mas, ele...
O que disse o cliente?
Não era um cliente.
Era um crítico!
Ego?
Soline Le Claire.
Le Claire.
E o que disse?
Ela gosta da sopa.
Espera.
O que queres dizer com espera?
Tu és o responsável por eu estar
nesta confusão.
Estão a perguntar pela tua sopa.
A que é que estás a brincar?
Eu...
Ainda estou despedido?
Não podes despedi-lo.
O quê?
A Le Claire gostou da sopa
e fez questão de te dizer.
Se ela escrever sobre ti e depois
descobrir que despediste o cozinheiro...
Ele é um moço de recados.
Que fez algo que ela gostou.
Como podemos representar o nome
de Gusteau
se não preservamos a sua crença
mais estimada.
E que crença seria essa, senhorita Patou?
Todos podem cozinhar.
Se calhar fui um pouco rude
com o rapaz.
Ele correu um valente risco.
E temos de recompensar isso
como homens de bem.
Se ele quer nadar em águas perigosas,
quem somos nós para o proibir.
Íamos fugir.
Oh, sim.
E como tu mostraste tanto interesse
na sua carreira de cozinheiro
serás responsável por ele.
Algum comentário?
Então, voltem ao trabalho.
E tu ou és muito sortudo ou
muito azarado.
Vais preparar o esparguete
e desta vez eu vou prestar atenção.
Muita atenção.
Tu queres ser um cozinheiro.
Mas sabes o que acho, Linguini?
Acho que és um pequeno e
matreiro...
Rato!
Dá-me isso!
Dêem-me algo
com o que o apanhar.
Apanhem-no!
O que faço agora?
Mata-o!
Agora?
Não, na cozinha não.
Estás louco?
Sabes o que nos acontecia se soubesse
que tínhamos um rato na nossa cozinha.
Encerravam o restaurante,
a nossa reputação está por um fio.
Afasta isso de mim,
e rápido!
Mata-o e livra-te dele!
Vai!
Oh, raios!
Não olhes para mim assim.
Não és único que está encurralado eles
esperam que eu cozinhe outra vez
Eu não sou ambicioso.
Não estava a tentar cozinhar,
só estava a tentar evitar problemas.
Mas convenceste-os com as especiarias.
O que é que deitaste na sopa?
Orégãos?
Não?
O quê?
Rosmaninho?
É uma especiaria, não é?
Rosmaninho?
Não puseste rosmaninho?
Então o que é que eu
te vi a pôr na sopa?
Meu Deus.
Eu preciso deste emprego.
Já perdi tantos.
Nem sei como cozinhar
e agora estou a falar com um rato
como se...
Oh! Tu acenaste?!
Tens estado a ouvir?
Entendeste-me?
Então não estou louco.
Espera um segundo.
Eu não sei cozinhar.
Pois não?
Mas tu...
tu sabes, certo?!
Não sejas modesto.
Tu és um rato, por amor de Deus
Seja lá o que for que fizeste
eles gostaram.
Isto podia resultar.
Ouve, eles gostaram da sopa.
Eles gostaram da sopa.
Achas que a podias voltar a fazer?
Ok, então vou deixar-te sair agora.
Estamos juntos nisto.
Certo?
Ok.
Entra!
Não posso crer...
Bem.. Esta é a minha casa
não é grande coisa, mas é...
... tu sabes... Não é muito...
Mas podia ser pior
Há calor, luz e canais de TV.
Já sabes: Tudo o que é meu é teu!
Como estás?
Estou a sonhar?
o melhor tipo de sonho.
um que podemos partilhar
Porquê aqui? Porquê agora?
Porque não aqui? Porque não agora?
Que melhor lugar para sonhar...
do que em Paris?...
Bom dia, pequeno chefe.
Toca a levantar.
Oh, não!
Idiota, eu sabia que isto ia acontecer.
Deixo um rato entrar na minha casa
e digo-lhe que o que é meu é dele
e desapareceu!
Estúpido! Roubou a minha comida
e meteu-se à estrada.
Do que é que eu estava à espera?
É o que ganho por confiar num rato.
Olá!
Isso é para mim?
Está bom.
O que é que lhe puseste?
Onde é que conseguiste isso?
Olha, está delicioso,
mas não roubes.
Eu comprarei algumas especiarias, ok?
Oh não, estamos atrasados.
E logo no primeiro dia.
Vamos!
Sabem que eu, como outros críticos,
temos sido muito duros com Gusteau,
mas
esta sopa foi uma revelação.
Uma picante e deliciosa experiência.
A Le Claire escreveu isso?
Contra todas as probabilidades o
Gusteau's recapturou a nossa atenção.
Tanto talento, merece-o.
Bem...
Tu sabes...
Eu sei que é estúpido e esquisito
mas não podemos fazer isto sozinhos.
Por isso temos que fazê-lo juntos.
Certo?
Estás comigo?
Então vamos fazer isto!
Olá...
Oh, Meu Deus.
Diabos.
Bem-vindo ao inferno.
Agora vamos a recriar a sopa.
Leva todo o tempo que precisares.
Veremos se és capaz.
Sopa...
Meu Deus.
Isto assim não vai funcionar,
pequeno chefe.
Vou perder a cabeça se
voltarmos a fazer isto.
Temos que pensar noutra coisa,
algo que não envolva dentadas,
nem arranhar-me, nem fazer-me cócegas.
Morder? Não!
Arranhar? Não!
Não vale arranhar, ok?
Entendes, pequeno chefe?
Pequeno chefe?!
Oh, tens fome...
Ok...
Bem, continuemos...
Tu sabes cozinhar e eu
como chegar aqui...
e ser um humano.
Só temos que combinar um sistema
para que eu faça o que tu queres
sem que vejam que estou a ser
controlado por um pequeno...
Oiçam-me, estou doido, doido, doido!
Não é possível que esteja aqui
a falar com um rato.
Linguini?
Temos que comunicar.
Não posso estar constantemente
a perguntar sim ou não...
O rato.
Eu vi-o!
Rato?!
Sim, sim, um rato.
Estava a olhar para ti.
O que fazes aqui?
Estou a habituar-me às coisas,
você sabe...
Os vegetais e assim...
Sai daqui!
Não é o momento para estares
a ver os vegetais e assim...
Foi por pouco...
Estás bem aí dentro?
Lamento...
Como é que fizeste isso?
É estranhamente involuntário.
Um olhar e eu soube.
Tivemos a mesma ideia maluca.
Ok.
Não.
Para onde me levas?
Espera.
Alto.
Não.
Espera, não estamos a preparar comida.
Ok.
Ok.
À vossa saúde!
Isso deve chegar.
Parabéns,
foste capaz de repetir
o teu êxito acidental,
mas é preciso mais do que sopa para
sobreviver na minha cozinha, rapaz!
Collete será responsável por te ensinar
como as coisas funcionam aqui.
Oiça...
Só quero que saiba como me
sinto honrado
por aprender com uma tão...
Não, ouve-me tu.
Só quero que saibas exactamente
com quem estás a lidar.
Quantas mulheres vês nesta cozinha?
Bem, eu...
Só eu...
e porque pensas que é assim?
Bem, eu...
Porque esta cozinha é um lugar
arcaico dirigido por
um velho estúpido
tornando impossível às
mulheres entrarem aqui.
Mas eu continuo aqui
e porque é que isto acontece?
Talvez, porque...
bem, porque...
Porque sou a melhor cozinheira
desta cozinha
e não vou deitar tudo a perder
por um rapaz como tu.
Entendeste?
Fácil de preparar
Fácil de comer
Gusteau's faz comida chinesa.
Chinesa.
Excelente trabalho, François!
Como de costume.
Está bom, certo?
Quero que comece a trabalhar
numa ideia que tive.
Pequenos Cachorrinhos Gusteau's
São uma espécie de cachorros quentes
mas mais pequenos.
Do que é que está a falar?
Salsichas baratas e batatas fritas.
Você sabe, como os americanos.
Sabe como é...
Talvez uma figura representativa.
Talvez um cão bonito.
Sim, mas, por favor.
Eue seja de bom gosto.
Chame o meu advogado!
Vejamos: Se no prazo de dois
anos após a morte de Gusteau
não aparecer nenhum herdeiro
o restaurante passa para
o sub-chefe: Você!
Eu sei o que está no testamento!
O que eu quero saber é se esta carta
e este miúdo mudam alguma coisa?
Não há muitas parecenças.
Não há parecenças nenhumas, eu sei!
Ele não é filho do Gusteau.
O Gusteau não teve filhos.
E a altura de tudo isto?
O prazo está a acabar em
menos de um mês.
De repente chega um rapaz
com uma carta
da falecida mãe a reclamar
que Gusteau é o pai dele?!
Eu, suspeito que...
Isto é do Gusteau?
Posso?
Claro, claro!
Mas o rapaz não sabe.
Ela disse que nunca lhe contou
sobre o Gusteau
e pediu-me para não lhe contar.
Porquê você?
O que quereria ela?
Um emprego para o rapaz.
Só um emprego?
Bem, sim.
Então porque é que está preocupado?
Se ele trabalha aqui
pode vigiá-lo, enquanto eu investigo
para saber até que ponto isto
é verdade.
Preciso de umas amostras do ADN
do rapaz.
Oiça-me bem, isto é tudo muito suspeito.
Ele sabe alguma coisa.
Relaxe, ele não passa
de um moço de recados.
Creio que consegue dar conta dele.
O que estás a fazer?
Estou a cortar vegetais.
Só isso...
Não! Estás a perder energia e tempo!
Achas que cozinhar é um trabalho
de crianças?
Como a mamã na cozinha.
Bem, a mamã nunca teve que
enfrentar as horas de mais movimento
quando os pedidos entram
todos ao mesmo tempo
tens os pratos todos ao lume,
com diferentes tempos de cozedura
e têm de chegar à mesa do cliente,
assim que ficam prontos
e perfeitos.
Todos os segundos contam.
E não podes ser a mamã!
O que é isto?
Mantém o posto de trabalho limpo.
Sabes o que acontece.
A confusão abranda-te,
a comida não sai,
a loiça suja acumula-se,
um desastre,
vou fazer isto simples de lembrar,
mantém o posto de trabalho limpo,
senão mato-te!
A manga não pertence aí dentro.
Mantém as mãos e os braços
junto ao corpo.
Assim, vês?
Voltas sempre a esta posição.
Moves-te rápido e regressas.
Mantém a concentração.
Reduzes os cortes, queimaduras
e mantém as mangas limpas,
como os chefes, mangas limpas.
Eu sei que quando começas a cozinhar
em cada receita de Gusteau
há sempre algo inesperado.
Garanto-te.
Decorei todas as suas receitas.
Fazer algo inesperado...
Não, segue a receita
Mas tu disseste...
Não, não, não! Era trabalho dele
agir de modo inesperado.
O nosso é seguir a receita.
Como é que sabes se um pão
é bom sem o provares?
Não é pelo cheiro, nem pelo aspecto,
mas pelo o som.
Oh, a sinfonia do estalar.
Só o melhor pão soa assim.
A única maneira de conseguires
boa comida é teres bons legumes.
E só há duas maneiras de o conseguir.
Ou as cultivas ou subornas o agricultor.
Porque não?
O melhor restaurante pode escolher.
Alguns acham que a culinária é inútil
e os chefes que a fazem também,
mas não é assim. Aquele ali,
o que está a mexer o molho,
foi criado no circo por acrobatas.
Foi despedido por namorar
a filha do patrão
Horst.
- Já esteve preso.
- Porquê?
Ninguém sabe ao certo.
Ele muda de história cada
vez que lhe perguntas.
Defraudei uma grande empresa.
Geri apostas.
Assaltei o maior Banco de França armado
apenas com uma esferográfica.
Criei o buraco do ozono.
Matei um homem
com este polegar.
E o Lalo era um jogador.
Foi banido de Las Vegas
e Monte Carlo.
O Garruce pertenceu à resistencia.
A qual delas?
Ele não diz, mas acho que não ganharam.
Por isso, vês,
nós somos artistas.
Piratas.
Que tipo de cozinheiros somos nós?
Nós?!
Agora és um dos nossos, certo?
Sim... Obrigado...
a propósito, por todos os
conselhos acerca de cozinhar.
Obrigado a ti também.
Porquê?
Por agradeceres.
Um rato.
Deixei cair as minhas chaves.
Isso era...
Os senhores, já decidiram?
A vossa sopa é excelente,
mas não podemos pedir sempre
o mesmo.
Sim, que mais têm?
Temos um óptimo salmão.
Sim, sei que é bom,
mas queria algo melhor.
O que é que o chefe tem que
seja novo?
Estão a pedir por algo novo.
- Novo?
- Isso mesmo.
O que vamos fazer?
O que lhes disseste?
Que ia perguntar.
Porque é que estás a gritar?
O cliente perguntou por algo novo
o que é que lhes digo?
O que lhes disseste?
Que ia perguntar.
Isto é simples...
usem uma receita do Gusteau que
não usamos há algum tempo.
Eles conhecem as receitas antigas.
Eles querem algo do novo chefe.
O quê?! Querem comida do Linguini?!
Muitos dos clientes gostam da sopa,
é só o que estamos a dizer.
Ora, muito bem.
Se é o Línguini que eles querem
diga-lhes que o chefe Linguini vai
preparar-lhes algo especial.
Algo que não está no menu.
E não te esqueças de mencionar
o nome do Linguini.
Sim, senhor.
Está na hora de experimentares
algo digno do teu talento.
Tinha-me esquecido da receita
favorita dos chefes,
suprema à la Augusto
A Colette vai-te ajudar.
Sim, senhor.
Agora despachem-se!
Os clientes estão famintos.
Tem a certeza?
Pode ser um desastre.
Gusteau era o único que
sabia fazê-lo.
É o seu talento que está à prova.
Suprema à la Augusto
Vinho tinto.
*** de pizza.
Peixe cozido
com um toque de especiarias.
Queijo.
E cogumelos secos.
E decora-se com molho verde.
Não tenho a certeza
acerca desta receita.
Mas é do Gusteau, por isso...
Lalo!
Temos algum estômago de vitela?
É só um minuto.
Estômago de vitela?
Os cogumelos.
Já venho.
Onde?
Acho que aqui.
Não se preocupem comigo,
só preciso de algumas coisas emprestadas
Vejamos
deste lado.
Obrigado.
Desculpe, mas preciso disto.
Olá, como está?
Levo estas especiarias.
O que fazes?
Devias estar a fazer a receita
do Gusteau.
É esta receita.
A receita não leva isto,
estás a improvisar.
Não temos tempo para experiências.
Estão à espera!
Tens razão.
Devia dar-te ouvidos
Pára!
Paro o quê?
O que estás a fazer.
Estás a enervar-me, pára.
Onde está o pedido especial?
Temos que fazer isto juntos.
Mas nós estamos juntos!
Então o que é que estás a fazer?
Não tenho tempo para explicar.
E então?
Está quase.
Ai...
Oh, espera!
Não te atrevas!
Não estou a fazer nada...
Lamento...
O prato do Linguini já está pronto?
Sim, é tão mau como nos lembrávamos.
Acabei de o mandar para a mesa.
Provaste-o?
Sim, claro,
antes de ele mudar os ingredientes
O quê?
Como pode mudar a receita?
Mudando...
quando estava a sair pela porta
Eles gostaram!
Nem acredito.
Linguini, tenho mais sete novos pedidos.
Que maravilha.
Pedido especial
Pedido especial!
Saúde!
Muito bem!
Como pode ser?
Agora és a sensação.
Faz uma pausa, pequeno chefe.
Respira um pouco de ar puro.
Portaste-te muito bem esta noite.
Apanhei-te o chapéu.
Agora a sério.
Gostava de ter uma conversa contigo...
Linguini, no meu escritório.
Estou metido em sarilhos?
Sarilhos?!
Não, é só uma pequena conversa,
um copo de vinho.
Só isso.
Parece que não vai voltar a
pedir-te conselhos, hã, Collete?
Já te esqueceu.
Brinda ao teu êxito,
Linguini,
que bom para ti.
Oh, só aceitei para não ser mal educado...
Eu não bebo.
Oh, claro que não.
Eu também não beberia isso...
mas serias um idiota gigantesco para
não apreciar este Chateu Lateau de 61.
E você, senhor Linguini,
não é nenhum idiota.
Brindemos a isso.
Remy!
Emile!
Não acredito! Estás vivo!
Pensei que não te voltava a ver.
Sobreviveste aos rápidos!
O que estás a comer?
Não sei.
Acho que é comida de ratos.
Não.
Estamos em Paris agora,
é o meu lugar.
E nenhum irmão meu vai comer restos.
Remy.
Estás a roubar? Disseste ao
Linguini que podia confiar em ti.
E pode, mas é para o meu irmão.
Mas o rapaz pode perder o emprego.
O que significa que eu também.
Está tudo sobre controle, ok?
Mais vinho?
Não deveria, mas está bem.
E então,
onde aprendeste a cozinhar, Linguini?
Aprendi?
Oh, claro!
Não estás à espera que eu acredite que
esta foi a primeira vez que cozinhaste...
- Não foi.
- Eu sabia!
Pois esta é a 5ª vez
Segunda-feira foi a 1ª vez
Mas despejei o lixo muitas
vezes antes disso.
Sim, sim, bebe mais um pouco.
Fala-me sobre ti.
Gostas de animais?
Quais animais?
De que espécie?
Os do costume: Cães, gatos, cavalos,
porquinhos da India...
ratos?
Eu trouxe-te qualquer...
Ahh, não, não, cospe isso já!
Não, não, não. Não é
para engolir directo!
Já foi.
Toma.
Mastiga devagar e pensa só no sabor.
Estás a ver?
Na verdade, não.
Cremoso, agridoce...
um toque de nozes.
Detectas-te isso?
Eu, detecto um toque de nozes?
Feche os olhos!
Agora experimenta isto.
Coisa bem diferente, certo?
Doce, crocante,
levemente amargo no final?
- Certo...
- Agora, prova-os juntos.
Certo.
Acho que estou a perceber
alguma coisa aqui...
- Pode ser o toque de nozes...
- Estás a ver?
- Pode ser o amarguinho...
- É isso!
Agora, imagina tudo de gostoso no
mundo a formar combinações infinitas!
Sabores que ninguém experimentou
ainda, descobertas a serem feitas!
Eu acho que...
Deixaste-me confuso outra vez.
Ah, sim...
Mas foi interessante. O lixo
mais interessante que eu já...
O que é que estamos a fazer?!
O pai ainda não sabe que estás
vivo. Temos que ir para a colónia.
Vão ficar todos contentes.
- Sim, mas...
- O quê?
É que... Eu tipo... tenho que...
O que é mais importante que
a tua família?
O que é mais importante aqui?
Bem... Eu...
não fazia mal fazer uma visita...
- Já teve um rato de estimação?
- Não.
- Trabalhaste em laboratórios com ratos?
- Não!
- Já viveste na sujeira alguma vez?
- Nananinanão.
Sabes algo sobre ratos!
Tu sabes que sabes!
Você sabe que eu sei que você sabe.
rata-ta, rata-te, rata-ti rata-to...
Ei, por que se chama assim?
- O quê?
- Ratatouille.
É como um cozido, certo?
Por que se chama assim?
Se vai dar nome a uma comida,
deverá ser um nome que soe a delicioso.
Ratatouille não soa delicioso.
Soa como rato...
Ratatouille.
Que não soa nada delicioso...
Lamentavelmente...
Acabou todo o nosso vinho.
Meu filho...
Remy voltou!
Olha que encontrar quem te substituísse
como verificador de venenos
foi um desastre.
Felizmente, nada estava envenenado,
mas não tem sido fácil,
tu não o tornaste fácil.
Eu sei.
Lamento, pai.
Bem, o importante é que estás em casa.
Sim... Bem... Acerca disso...
Pareces magro.
O que se passa?
É falta de comida,
ou excesso de snobismo.
É difícil estar lá fora no mundo
completamente sozinho, não é?
Sim, mas não é como se eu...
O que foi?
Eu sou capaz de tomar
conta de mim próprio.
Encontrei um lugar para morar,
não muito longe daqui.
Nada como um pouco de realidade...
O quê?
Eu venho visitá-los, prometo.
Frequentemente.
Não ficas connosco?!
Não.
Não é nada de demais, pai.
Eu apenas...
Não pensaste que eu ia ficar
para sempre, pois não?
Eventualmente todos os pássaros
abandonam o ninho.
Nós não somos aves. Somos ratos,
não deixamos os nossos ninhos,
fazemo-los maiores.
Talvez eu seja um tipo de
rato diferente.
Talvez nem sejas um rato.
Talvez isso seja uma coisa boa.
Oiçam, a festa hoje está espectacular!
Ratos...
Tudo o que fazem é tirar, pai.
Estou cansado de tirar!
Quero fazer coisas!
Quero dar algo a este mundo!
Falas como um humano.
Que não são tão maus
como sempre disseste.
Ai não?
O que te dá tanta certeza?
Talvez porque fui capaz de observar
a modos que...
perto...
De quão perto?
O suficiente.
E não são tão maus
como dizias
que são.
Vem comigo, há algo que
quero que vejas.
Sabem, eu acho que vou ficar aqui
Assegura-te que o chão e as
bancadas estão limpos antes de saíres.
Espere...
Quer que eu fique a limpar?...
Isso é problema?
Não.
Bom rapaz!
Até amanhã!
Chegamos...
Penduram-nos.
Isto é o que acontece quando
os ratos confiam nos humanos.
O mundo em que vivemos
pertence aos inimigos.
Temos que viver com cuidado.
Cuidarmos da nossa própria raça, Remy.
Depois de tudo dito e feito
é tudo o que temos?
Não...
O quê?!
Não, pai, não acredito!
Estás a dizer-me que o futuro
só pode ser mais disto?
É assim que as coisas são.
Não podes mudar a natureza.
A natureza é mudança.
Pelo menos a parte que
podemos influenciar.
E começa quando decidimos.
Para onde vais?
Com sorte
em frente.
Olá!
Bons dias!
Bons dias!
Então o chefe convidou-te
para uma bebida?
Isso é importante!...
O que é que ele disse?
Quê?
Não me podes contar?
Desculpa se interfiro na tua
relação pessoal com o chefe.
Estou a ver como és...
agora que és importante,
ignoras os outros.
Acorda!
É triste.
Pensei que eras diferente.
Pensei que tu achavas que eu
era diferente.
Eu não precisava de te ajudar.
Se tivesse cuidado só de mim
tinha-te deixado afundar,
mas,
quero que tenhas êxito.
Eu gosto de ti,
o erro foi meu.
Colette!
Espera, Colette!
Oh, acabou-se, pequeno chefe.
Não posso mais.
Colette!
Espera, não te vás embora de moto.
Colette.
Olha, eu não sou bom com palavras,
nem com a comida.
Pelo menos não sem a tua ajuda.
Odeio falsa modéstia.
É apenas outra forma de mentir.
Tu tens talento.
Não, eu não tenho.
A sério, não sou eu.
Quando mudei os ingredientes em vez
de seguir a receita como tu disseste
também não era eu.
Do que é que estás a falar?
Quero dizer que eu não faria isso,
eu ia seguir a receita,
ia seguir os teus conselhos,
e ia fazê-lo.
Porque te amo...
os teus conselhos
O quê?
Mas, eu...
Não o faças.
Tenho um segredo.
Pode ser um pouco enervante,
mas eu tenho algo.
O quê?
Tenho um rato.
Tens um rato?
Não, tenho um pequeno...
Pequeno...
Um pequeno chefe que me diz
o que fazer.
Um pequeno chefe?
Sim, aqui em cima.
No teu cérebro.
Porque é tão difícil falar contigo?
Ok, aqui vai.
Tu inspiras-me.
Vou arriscar tudo.
Vou arriscar parecer o maior idiota
e maluco que alguma vez viste.
Queres saber porque é que
eu aprendo tão depressa?
Queres saber porque é que
cozinho tão bem?
Não te rias, vou-te mostrar!
Não... Não!
O que foi?...
- Gusteau's.
- Vai finalmente fechar, é?
Não...
Mais problemas financeiros?
Não...
O que se passa, diz duma vez.
Está de volta, é popular.
Não visitei os herdeiros do Gusteau.
Talvez se trate de um
completo desconhecido.
Sim, senhor.
Eu escrevi: Gusteau encontrou
finalmente o seu lugar na história
ao lado de outro famoso e
infame chefe, o Sr. Boyardi.
E foi assim que o deixei.
Isso mesmo.
Essa foi a minha última palavra.
A última palavra.
Sim.
Então diz-me, Almistar...
Como é possível que seja popular?
Não, não, não.
Não, não, não.
O ADN confirma.
A idade está certa.
Ele é o filho do Gusteau.
Isto não pode simplesmente acontecer,
tem de ser uma armadilha,
o rapaz deve saber.
Olhe para ele ali fora,
a fingir que é um idiota,
a brincar com a minha mente,
como um gato com um novelo.
Algo...
Extremo?
Sim, algo mesmo parvo.
Algo sem rato.
Rato?
Sim, recebe conselhos de um.
Faz de propósito para que eu
pense que é importante.
O rato?
Sim.
E o rato é importante?
Claro que não.
Ele só quer que eu pense que sim.
Oh, já estou na ver.
Claro, na primeira noite do rapaz
ordenei-lhe que matasse o rato,
e agora, ele quer que eu
o veja em todo o lado.
Está aqui.
Não está ali! E eu vejo-o!
É a pior forma como o vejo,
mas, não...
recuso-me a ser envolvido no jogo dele.
Oh
Devo estar preocupado com isto?
Acerca de si?
Não o posso despedir.
Ele tem uma reputação,
se o despeço agora, todos
vão querer saber porquê.
E a última coisa que quero
é pessoas a investigar isto.
Porque é que se preocupa tanto?
Não é bom estar nos jornais?
Não é bom estar nos cabeçalhos?
Mas não com a cara dele.
Gusteau's já tem uma cara
adorável e familiar
que eu adoro
e que vende burritos.
Milhares e milhares de burritos.
O prazo termina dentro de 3 dias.
O que quer dizer que pode ficar
com tudo
e nunca ninguém saberá.
Estava preocupado com a amostra
de cabelo que me arranjou,
tive que a reenviar para o laboratório.
Porquê?
Da primeira vez foi identificada
como de roedor.
Não, não, não!...
O quê?
Experimenta este, é melhor.
Está bem.
Onde vais?
Rato!
Que criaturas nojentas!
Lembrei-me de como tudo
aquilo era frágil,
de como o mundo realmente me via.
E não podia ser pior
Remy!
Olá, irmãozinho!
Estávamos preocupados que não...
aparecesses.
Então Remy, como estás?
Disseste-lhes?
Emile, foi exactamente o que
te pedi para não fazeres.
Mas sabes que eles são meus amigos.
Não pensei que te aborrecesses.
Lamento.
Não me digas a mim que lamentas,
diz-lhes a eles.
Ei, há algum problema aqui?
Não, não há.
Esperem aqui.
Está fechado.
Remy, o que estás a fazer aqui?
O Emile apareceu com...
Eu disse para ele não...
e ele contou a todos.
É um desastre
de qualquer maneira,
tem fome e a porta está trancada,
preciso da chave.
Querem que roubes comida?
Sim! Não!...
É complicado.
São família.
Não têm os teus ideais.
Ideais...
É difícil ter ideais!
O que é que pensas, que
temos um churrasco aqui?
Ou burritos de micro-ondas?
Ou frango frito?
És tão francês como um cachorro.
Eu estou aqui.
Deixa de dizer coisas e
imagina-me a mim aqui.
Não o podes fazer?
Creio que se devam portar melhor.
Calem-se!
Tenho que pensar.
Isto vai espalhar-se.
Se não os conseguir manter calados
vão vir todos atrás de mim
com as bocas abertas,
e então...
Aqui está
Olha, o teu testamento.
Parece interessante.
Posso?
Está à vontade.
Linguini.
Porque será que o Linguini estará
arquivado no teu testamento?
Este costumava ser o meu escritório.
Não estivemos muito perto...
Não digas ao Alfredo...
Se não encontrarem herdeiros
é filho do Gusteau.
Ele é o teu filho?
Tenho um filho?
Como é que não sabias?
Sou um produto da tua imaginação
Se tu não sabias, como
é que eu podia saber?
Bem, o teu filho...
é o dono legítimo deste restaurante.
Não, não.
Não faças isso!
Cuidado, roubou-me os meus documentos.
Tu!... Sai do meu escritório!
Ele não está no teu escritório.
Tu é que estás no dele!
Saúde!
CHEFE EM ASCENSÃO
DECLARADO DONO DO GUSTEAU'S
Como conseguiu?
E sem treino?!...
Qual é o segredo do seu génio?
Segredo?!
Meu Deus... Querem a verdade?
Eu sou o filho do Gusteau.
Acho que me está no sangue.
Mas não usa esse uniforme
há muito tempo!...
Não.
E sobre a propriedade do restaurante...
Como descobriu?
Bem, acho que uma parte de
mim sempre soube.
A parte do Gusteau.
De onde vem a sua inspiração?
A inspiração tem muitos nomes...
A minha chama-se Colette
O quê?!
Tenho algo preso no meu dente.
Fala o inspector.
Quero declarar uma infestação de
ratos no restaurante Gusteau's.
Gusteau's, hã?
Posso passar por lá.
A primeira vaga é dentro de 3 meses.
Tem de ser agora!
Senhor, eu tenho a informação,
se alguém cancelar eu dou-lhe a vez.
Mas os ratos...
ele roubou...
roubou os meus documentos...
Já passa da hora de abertura.
Ele já devia ter acabado há uma hora.
A sério, não diga.
Bom dia, minha querida!
Junta-te a nós.
Estamos a falar sobre a minha inspiração.
Sim, ele chama-lhe o pequeno chefe.
Não era isso, amor,
referia-me a ti!
Olhem, é o Anton Ego.
Você é o senhor Linguini...
Perdoe-me por interromper a sua...
prematura celebração.
Mas achei justo dar-lhe uma
hipótese
já que é novo neste jogo.
Jogo?!
Sim! E tem estado a jogar sem oponentes,
o que é contra as regras.
Você é Anton Ego.
Você é lento para alguém que
anda na via rápida.
E você é magro para alguém
que gosta de comida.
Eu não gosto da comida, eu amo-a!
e se não a amo, não a engulo.
Volto amanhã à noite com
grandes expectativas.
Reze para que não me desiluda.
Não queremos ser rudes,
mas somos franceses
Vamos!
Ela quis dizer que está na hora de
jantar e que somos franceses.
Não me olhes assim.
Estavas a distrair-me em
frente dos repórteres.
Como é que me podia concentrar
contigo na minha cabeça?
E isso é outra coisa.
A tua opinião não é a única
que conta aqui.
Colette também sabe cozinhar, sabias?
Au! Pronto, já chega!
Faz uma pausa, pequeno chefe.
Eu não sou o teu fantoche.
E tu não és o tipo que
controla os fantoches.
Oh! O rato é o cozinheiro!
Acalma-te e ganha juízo,
pequeno chefe.
O Ego está a chegar e eu
tenho que me concentrar
Estúpido...
Maldito...
Uau! Nunca tinha visto nada assim antes.
É como se fosses o amiguinho
peludo dele.
Lamento, Remy.
Eu sei que são muitos tipos
eu tentei, mas...
Não, está tudo bem.
Tenho sido egoísta.
Tem fome?
Ok, o jantar é por minha conta.
Voltem à hora de fechar
Aliás, digam ao pai para
trazer o clã inteiro.
Pequeno chefe?...
Oh, isto é óptimo, filho!
Um trabalho interno.
Vejo o carisma!
Pequeno chefe?
Pequeno chefe!...
Ei, ouve, pequeno chefe
Pensei que tinhas voltado ao
apartamento
mas quando não te encontrei
eu.. eu...
Não sei...
Não me pareceu bem deixar as
coisas como estavam...
Olha, eu não quero discutir,
tenho estado debaixo de
muita pressão ultimamente.
Muita coisa mudou em muito
pouco tempo, sabes?
Sou filho do Gusteau
e devo ser como ele.
Não quero decepcioná-los,
o que é esquisito.
Sabes, nunca decepcionei
ninguém antes,
porque ninguém esperava
nada de mim.
E a única razão que esperam agora é
por causa de ti.
Não fui justo contigo.
Nunca me falhaste, e isso
eu não o esquecerei.
Tens sido um bom amigo!
O que é isto?
O que se passa?
Estás a roubar comida?
Como pudeste?...
Pensei que eras meu amigo.
Confiei em ti.
Fora!
Tu e os teus amigos ratos,
e não voltem,
ou trato-te como os ratos
devem ser tratados.
Tens razão, pai.
Quem é que eu quero enganar?
Somos o que somos,
e somos ratos.
Bem, eles saíram cedo e
eu sei por onde entram.
Por isso, roubem o que quiserem.
Tu não vens?
Perdi o apetite...
Já sabe o que deseja esta noite, senhor?
Sim, quero o seu coração
grelhado num espeto!
Entra!
Hoje é o grande dia.
Devias dizer-lhes algo.
Tal como?...
Tu és o chefe, inspira-os.
Atenção!
Atenção a todos
Hoje é a grande noite.
O apetite vem
e vai trazer um grande ego.
Quer dizer o Ego, ele é que vem.
O crítico, e vai encomendar
algo...
Algo do nosso Menu
e nós vamos ter que o cozinhar.
Não desistes, pois não?
Não devias estar aqui durante
as horas de funcionamento.
Não é seguro.
Tenho fome
e não preciso da comida lá
de dentro para ser feliz.
O segredo, meu amigo,
é não ser esquisito.
Observa.
Não! Espera!
Oh, não!
O que é que eu faço?
Oh, meu Deus, vou buscar o pai.
Podes pensar que és um chefe,
mas não passas de um simples rato.
É verdade que da última vez tirou
uma estrela ao restaurante.
É verdade que provavelmente
matou o Gus... o pai.
Isto é magia muito má.
Mas digo-vos uma coisa...
O Ego chegou!
Anton Ego é só mais um cliente.
Vamos cozinhar!
Sim! Vamos!...
Ok...
Então... Tenho em mente
um simples acordo.
Vais criar uma linha de novas
receitas congeladas para mim.
E em troca eu não te mato.
Au revoir, rat!
Já sabe o que deseja esta
noite, senhor?
Sim, acho que sei.
Depois de ler tantos elogios exagerados
sobre o vosso novo cozinheiro
estou desejoso de uma...
boa perspectiva.
É tudo!
Quero uma boa perspectiva. E pode-me
recomendar um vinho que vá bem com isso?
Com... o quê?!
Com uma perspectiva fresca.
Eu...
Muito bem, já que não tem perspectivas
e mais ninguém as parece ter nesta
cidade, eu faço um acordo consigo.
Você fornece a comida e
eu a perspectiva,
que vai bem com um vinho de 1947.
Eu lamento...
Mas a sua escolha para o jantar?...
Diga ao chefe Linguini que eu quero
o que ele se atrever a servir-me.
Diga-lhe para fazer o melhor que pode!
Quero o mesmo que ele pediu.
Então? Desistimos?
Porque dizes isso?
Estamos numa jaula,
dentro da mala de um carro,
à espera de um futuro nas
comidas congeladas.
Não. Eu é que estou na jaula,
eu é que desisti.
Tu és livre.
Só sou tão livre quanto tu o imaginares.
Tal como tu.
Oh, por favor,
estou cansado de fingir.
Finjo ser um rato para o meu pai.
Finjo ser humano para o Linguini.
Finjo que tu existes
para ter alguém com quem falar.
Só me dizes coisas que eu já sei.
Eu sei quem sou.
Porque é que preciso que tu me digas?
Porque é que preciso de fingir?
Mas não precisas, Remy!
Não, de verdade!
Não, a minha outra terra.
Pai!
Remy!
Olá, mano!
Emile!
Adoro-os, rapazes!
Onde vais?
Voltar ao restaurante.
Precisam de mim.
Porque é que te importas?
Porque sou um cozinheiro!
A tua própria receita.
Como é que não te lembras?
Porque não a escrevi,
simplesmente ocorreu-me.
Faz com que ocorra outra vez, ok?
Onde está o meu pedido?
Não lhe podemos servir outra coisa?
Algo que eu não tenha inventado?
Mas foi isso que pediram.
Façam-nos pedir outra coisa.
Digam que já não temos mais.
Não podemos fazer isso,
acabámos de abrir.
Tenho uma ideia... E se lhes
servíssemos o que pediram?
Se não o vais fazer ao menos
diz-nos como o fizeste.
Eu não sei.
Temos de dizer alguma coisa
aos clientes.
Digam-lhes que...
Remy, não o faças!
Vão-te ver, filho!
Não estou a falar dele,
estou a falar sobre o que fazer agora.
Ratos!
Não lhes toquem!
Obrigado por teres voltado,
pequeno chefe.
Eu sei que isto vai parecer
uma loucura,
mas a verdade às vezes soa
a loucura,
o que não significa que o não é.
A verdade...
A verdade é que eu...
não tenho talento.
Mas este rato
é que está por trás de todas
as receitas.
Ele é o cozinheiro,
o verdadeiro cozinheiro.
Estava escondido no meu chapéu
e controlava as minhas acções.
Ele é a razão porque cozinhei tão bem.
A razão pela qual o Ego está lá fora.
Vocês deram-me crédito
pelo dom dele.
Eu sei que é difícil de acreditar
mas, ei... vocês acreditaram
que eu sabia cozinhar.
Olhem... Isto funciona.
É de doidos, mas funciona!
Podemos ser o melhor
restaurante de Paris.
e este rato, este brilhante
pequeno chefe.
Pode levar-nos lá.
O que é que dizem?
Estão comigo?
Pai!
Pai! Não sei o que dizer...
Eu estava enganado acerca do
teu amigo.
E acerca de ti.
Mas...
eu não quero que penses que
escolhi isto em vez da família.
Não consigo escolher entre
duas metades de uma maçã.
Não estou a falar de cozinhar.
Estou a falar de coragem.
Isto é assim tão importante para ti?
Não somos cozinheiros, mas somos família.
Diz-nos o que fazer e nós fá-lo-emos.
Detenham o inspector de saúde!
Vamos!
Apanhem-no, vamos!
OS EMPREGADOS DEVEM
LAVAR AS MÃOS
Equipa 3 trata do peixe.
Equipa 4 da carne.
Equipa 5 do forno.
Equipa 6 dos molhos.
Todos para os vossos lugares, vamos!
Tem calma, não estamos habituados
a andar em duas pernas.
Precisamos de alguém para servir
às mesas.
Lamento pela demora,
mas hoje estamos com pouco pessoal.
Não se preocupe.
Verifica se a carne está tenra.
Dá-lhe com força!
Isso vai para a sopa.
Mais força!
Mais manteiga.
Não comam o queijo.
Até parece que estás a pintar um quadro!
Não parem de mexer.
Não deixem o molho separar,
continuem a trabalhar.
Vamos!
Prova!
Vamos! Já!
Sal a mais?!
Bom!
Está quase pronto.
- Emile!
- Lamento!
Colette, espera!
Colette, voltaste!
Colette, eu...
Não digas nada
antes que eu mude de ideias,
diz-me o que o rato quer cozinhar.
Ratatouille.
É um guisado.
Tens a certeza que queres
servir isto, amigo?
O que é?
Estou a fazer Ratatouille.
Como é que tu o fazias?
Ratatouille?!
Deve estar a brincar?
Quem cozinhou esse Ratatouille?
Quero saber!
Normalmente pedia ao empregado que
desse os meus parabéns ao chefe,
mas agora encontro-me na curiosa posição
de o meu empregado ser o chefe.
Obrigado, mas hoje eu sou
apenas o empregado.
Então a quem agradeço pela refeição?
Só um minuto.
Você deve ser o chefe.
Se quer conhecer o chefe tem que
esperar até que todos saiam.
Assim seja.
Ao principio Ego pensa que é
uma brincadeira,
mas à medida que Linguini explica,
o sorriso de Ego desaparece.
Não reage senão para fazer
uma pergunta ocasional,
e quando termina a história,
o Ego levanta-se, agradece a
comida e sai sem dizer mais nada.
No dia seguinte
sai o seu artigo.
De certa forma o trabalho
de um crítico é fácil,
arriscamos muito pouco.
Gozamos de uma posição superior aos
outros que nos oferecem o seu trabalho
e a si próprios, à nossa crítica.
Vibramos com as críticas negativas
que são divertidas de escrever e de ler,
mas a amarga verdade, que nós,
críticos devemos enfrentar,
é que no grande esquema das coisas
um simples bocado de lixo tem mais
significado do que as nossas críticas
todas juntas.
Só há uma altura em que
um crítico arrisca algo,
e isso é na descoberta e
na defesa do novo chefe.
O mundo é por vezes injusto
para com os novos talentos,
novas criações e novos amigos.
Ontem à noite experimentei
algo novo,
uma refeição extraordinária,
de uma singular e inesperada fonte.
Dizer que tanto a comida como
o chefe desafiaram
os meus preconceitos acerca
da boa comida...
é pouco!
Enganei-me até ao tutano.
No passado não fiz segredo do
meu desdém
pelo chefe Gusteau...
e pelo seu famoso lema
"Qualquer um pode cozinhar",
mas só agora percebo o que
ele realmente significava.
Nem todos se podem tornar
grandes artistas,
mas um grande artista pode
vir de qualquer lado.
É difícil imaginar origens mais humildes
do que as do génio
que agora cozinha no Gusteau's,
que é, nesta opinião crítica,
nada menos que o melhor chefe
em França.
Regressarei ao Gusteau's em
breve com apetite para mais.
Foi uma noite especial.
A mais feliz da minha vida.
Mas a única coisa previsível na
vida é a sua imprevisibilidade.
Bem, tivemos que soltar
o inspector de saúde,
e claro que nos denunciou.
A comida não interessou
assim que se soube que havia
ratos na cozinha,
o restaurante foi encerrado,
O Ego perdeu o seu trabalho
e a credibilidade.
Mas não se sintam mal por ele
está a ir muito bem
como investidor em pequenos negócios.
Parece muito feliz!
Como é que sabes?
Olhem!
Tenho que ir.
Hora do jantar!
Tu sabes como ele gosta.
Obrigado, pequeno chefe.
Posso interessá-lo numa
sobremesa esta noite, senhor?
Claro que sim.
Qual é a que deseja?
Surpreenda-me!
Acreditem, esta história fica
melhor quando sou eu a contar.
Vamos, juntem-se.
Vamos, que estamos com fome!
Legendas: Lore