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Exército dos Estados Unidos, cuja
cooperação permitiu contar esta história.
Em Junho de 1942, um pequeno grupo
de tanques e soldados americanos
juntou-se ao Oitavo Exército Britânico
no Norte de África
para ganhar experiência de guerra
no deserto sob reais condições de batalha.
A História provou
que aprenderam bem a lição...
Grupo de Tanques dos EUA, Unidade 5.
Repita mensagem.
Grupo de Tanques dos EUA, Unidade 5.
Repita. Terminado.
Sem código. Ordenada a retirada geral
de todos os setores.
Unidades sobreviventes, os pontos a este,
oeste e norte estão sob controle inimigo.
Terminado.
Não entendo. Para sul?
Os pontos a este, oeste e a norte
sob controle inimigo.
Mas que fazemos? Quais são as ordens?
Boa sorte. Terminado.
-O quê?
-Boa sorte, ianque.
Na sua língua: "ponha-se a andar."
Porque não disse logo isso?
Meu sargento!
Sargento Gunn!
Depressa, meu sargento!
Chegaram as ordens!
Tenha calma.
Você está bem, Waco?
Vamos.
Meu sargento!
Temos de sair daqui depressa.
Pontos a este, oeste e norte
sob controle inimigo. Ordens para retirar.
Este, oeste e norte. Eles cercaram-nos.
Ali é sul, mas não há nada lá
a não ser muita areia e pedras.
Qualquer lugar é melhor do que aqui.
Toca a andar. Venha cá nos ajudar.
E se não conseguirmos
pôr esta betoneira para andar?
Não a chame de betoneira.
Dê-me aquela ferramenta.
Entre.
Segure enquanto eu aperto.
-Acha que nos tira daqui?
-Depende de como o tratarmos.
É como uma mulher.
Aposto que nenhuma mulher soou tão bem
como este motor soará quando funcionar.
Se eles continuarem,
estão sujeitos a atingir-nos.
Isto deve chegar.
Dê a volta e ligue-o.
Tem o toque de um elefante.
Não o alimenta bem. É como uma mulher,
se não a alimentar, não faz nada.
Isso não é forma de tratá-lo.
Deixe-me entrar.
Está bem, Joe.
O motor está morto.
$5 em como ele o faz funcionar.
-Apostado.
-Está bem.
Vá lá, querido.
Comece a andar e tire-nos daqui.
Compro-lhe a mais bela camada de tinta
que já teve.
Vá lá, Lulubelle. Vamos embora.
É só sorte.
Meu sargento, dois sujeitos á frente.
-Que lhe parecem?
-Parecem-me ingleses.
Pode ser um truque, você conhece estes nazis.
Lembra-se da falsa rendição em Berhagen?
Não acredito que sejam ingleses,
nem que nos agitem com bifes.
Mantenham-nos cobertos
até eu descobrir quem são.
Sargento Gunn, Exército dos EUA,
Grupo de Tanques.
Capitão Halliday,
Corpo Médico do Exército Real.
É um prazer.
Tinha 42 feridos ali.
Quando os alemães acabaram conosco,
tinha 42 mortos.
Estes homens ajudaram-me
a procurar nos destroços.
Não valeu a pena.
Para onde está olhando?
Sirva-se.
-Cigarros americanos, há quanto tempo.
-Passe-os.
-Fala como um ianque, não é?
-Como deveria falar?
Estamos a espera de vocês há muito tempo.
O nosso tanque foi dos primeiros a chegar.
Quantos homens tem?
Dois: Um no rádio e um artilheiro.
Perdi o resto da minha equipe.
Acho que está tentando se juntar
a um destacamento.
É muito tarde para isso.
-Muito tarde?
-De que está falando?
Não ouviram?
Foi ordenada uma retirada geral.
Isso não é verdade. Ouça os tiros.
Os nossos ainda estão lutando
e estão perto.
Estão limpando o que resta deles.
Se formos para sul, podemos juntar-nos
a outra unidade quando atacarem.
Não conhecem essa parte do deserto.
É a pior da Líbia.
Não vão a lado nenhum nessa sucata.
Quando o dia nascer,
desmontem-na em pedaços.
Lamento que pense isso dele.
É um bom tanque e com uma equipe
tem mais chances do que homens a pé.
É uma questão de opinião.
-Eles vão dar cabo de vocês.
-Nós damos cabo de alguns primeiro.
Prefiro ficar aqui
do que fugir num caixão de lata.
Há três coisas erradas nessa frase.
Primeiro, não estamos fugindo,
cumprimos ordens.
Segundo, não é de lata.
E terceiro, não é nenhum caixão.
É um M-3 que pode atravessar 300 km
de deserto com a mesma facilidade...
com que você dá a volta
ao Piccadilly Circus.
Não vou ficar aqui a discutir.
Fiquem, se quiserem.
Deixem-se apanhar pelos nazis.
Passem o resto da guerra num campo
de prisioneiros em Berlim, mas eu não.
Quando chegar a Berlim,
vou naquele tanque.
Aquele que está ali com o nome
de "Lulubelle" escrito.
Eu vou com você.
Porque quer ir?
Gosto dos seus cigarros.
Está bem. Entre.
Lamento, perdi a calma,
mas o comentário daquele cara
em relação ao meu tanque chateou-me.
É um bom tanque.
Vou voltar a dizer. Ouvimos no rádio.
Estamos cercados
e a única saída é para sul.
É para aí que vamos.
Boa sorte.
Espere, vamos com vocês.
Vá lá...
Depressa.
Aqui tem.
Vá lá.
Vá lá, pessoal.
É peculiar.
Um sargento é igual
em todos os exércitos do mundo.
O quê?
Um sargento é igual
em todos os exércitos do mundo!
Não conhece o Joe. É um tipo esperto.
Acho que o sargento
não é um homem muito meigo.
Acho que o sargento
não é um homem muito meigo.
Mas deu o nome de alguém
que amava ao tanque.
O nome de um cavalo.
-De um quê?
-De um cavalo!
Ele ama um cavalo.
O Sargento esteve na Cavalaria
há muito tempo.
-Na quê?
-Na Cavalaria!
Na Cavalaria!
Há algum problema?
Sei o que é. Fiz a mistura demasiado fina
para tentar poupar gasolina.
Ele está cometendo um erro
indo nesta direção.
Deixe com o sargento. Ele sabe o que faz.
O sargento é um gênio. Faz milagres.
Quando não temos água, ele bate
numa rocha com um pau e cai água.
Bate-lhe duas vezes
e a água transforma-se em vinho.
Supõe que ficamos presos neste cemitério.
Sem água.
Abra a escotilha.
Está bem. Desçam por um minuto.
Que se passa?
O motor.
Está matando a fome dele?
Temos de poupar gasolina,
tal como poupamos água.
-Temos de lubrificar estas rodas.
-Rápido. Temos de continuar.
Volte a experimentar o rádio, Jimmy.
Já voltamos a andar. É melhor comerem.
Bebam um terço de uma caneca de água.
Meçam-na numa caneca.
Alguma coisa?
Nada exceto estática e "Heil Hitler".
Não temos contacto de rádio.
Não sabemos onde o Exército irá atacar.
Na pior das hipóteses,
a linha será em Tobruk.
-Deveríamos circular assim.
-Temos gasolina que chegue?
Acho que temos o suficiente
para 260 quilômetros.
Estou preocupado com a água.
Temos de encontrar um daqueles poços.
Chamam-lhes poços no mapa.
Mas a maioria são apenas buracos
secos cheios de areia.
Quem me dera poder meter os pés
num grande balde de água.
Devem estar 1.000 graus
dentro destas botas.
A minha garganta
precisa mais do que os pés.
-Eu tenho calos.
-Estou ficando cheio dos seus pés.
Eu já estou farto deles há anos.
-Acabou?
-Ainda não.
-Porque lhe chama Waco?
-É uma cidade no Texas.
-Chamam-lhe a "Cidade com Alma".
-Por quê?
Nunca soube.
Temos um grande painel elétrico
no maior edifício: "Cidade com Alma."
Que tal outra cidade com alma? Paris?
Você é de Paris?
Não, mas para os franceses
Paris é o coração, a alma, "La France".
Sabe de uma coisa? Sempre quis ir a Paris.
Talvez algum dia você vai.
Eu gostaria de ir para casa.
Vocês gostariam de ver uma foto
de uma garota bonita?
-É linda. Como se chama?
-Cathy.
Muito bonita.
Ela é fantástica.
Eu disse para a medirem numa caneca.
-Não estava pensando.
-Eu faço isso.
Tragam-me todos os cantis.
Temos aqui o nosso próprio oficial.
Só recebo ordens dele.
Ainda bem que falou nisso, Williams.
Tenho algo para lhes dizer, sargento.
Só temos um objetivo:
Salvarmo-nos para podermos voltar
a combater.
Temos de trabalhar em conjunto
e ter disciplina.
O Sargento Gunn comandava este tanque
quando nos juntamos a ele.
É um soldado experiente.
Parece-me indicado pedir-lhe
para continuar nessas funções.
Conversarei com ele sobre a segurança
e conduta da expedição.
Mas a autoridade imediata será dele.
O meu cantil, meu sargento.
Obrigado. Aqui tem, Frenchie.
-Que lhe parece?
-É o que estou tentando descobrir.
Dispare alguns tiros á frente deles.
Isso deve virá-los para nós.
É um inglês sudanês
com um prisioneiro italiano.
Acho que ele vai nos atacar.
Dê-me algo branco para abanar.
Depressa.
É verdade. Pensei que tinha capturado
um tanque inimigo.
Onde arranjou o prisioneiro?
Em Bir Hacheim. Uma coluna de muitos
tanques e máquinas atacou-nos lá.
Toda a minha companhia morreu
em batalha. Só escapei eu.
Foi então que capturei...
este homem para carregar
a minha mochila.
Como se chama?
Sargento Major Tambul.
Quarto Batalhão Sudanês.
-Conhece este deserto?
-Sim, sargento.
-É sempre assim?
-Sim.
Ainda...
pior para o tanque.
Areia profunda?
E pântanos de sal.
Só um trilho de caravanas.
Muito antigo. Difícil de seguir.
-Para onde leva?
-Para o poço de Hasan Barani.
-Acha que o consegue voltar a encontrar?
-Acho que sim.
Vou tentar.
Pegue na mochila e suba lá para cima.
Atire uma ração.
Voltem aos vossos postos.
Ligue-o. Vamos continuar agora.
Aqueles pássaros sabem quando aparecer.
Cheiram a morte antes do tempo.
-Alguém sabe o que ele está dizendo?
-Eu falo inglês.
Falo muito bem.
Não me deixem aqui. Levam-me com vocês?
Lamento, não temos espaço.
Aprendi inglês na escola em Torino.
E aprendi americano lendo as cartas.
São de um primo do tio da mia moglie.
É a minha mulher.
Ela tem um tio que tem um primo.
Ele vive na América.
Ele escreve muitas vezes.
Ele falou na grande montanha,
no grande edifício, no grande coração.
Tudo é grande na América.
-Ligue-o. Vamos embora.
-Eu mostro uma carta.
Recebi uma carta da minha mulher.
Ela disse-me que recebeu
uma carta do primo do tio.
Agora trabalha em Pittsburgh, nos EUA,
numa fábrica de aço.
Talvez tenha feito o aço deste tanque
em Pittsburgh, nos EUA.
Eu mostro a fotografia.
Não tenho tempo para ver fotografias.
Ele tem razão.
É estúpido ter piedade na guerra.
Numa luta pode ter-se. Mas não assim.
Eu sei. Já os combato desde 1936.
-1936?
-Na Espanha.
Não há piedade.
A minha mulher e bambina.
É a minha filha.
É uma bela fotografia.
Deve ter muito orgulho delas.
Vou ver o que posso fazer.
Gostaria que mudasse de idéia.
Este homem é um prisioneiro de guerra.
Como tal, tem determinados direitos.
Temos de levá-lo.
Não podemos deixá-lo para morrer.
Se perguntarmos aos homens,
estou certo que concordam.
Agora concordam.
E quando estiverem morrendo
de fome e de sede?
-Pôs-me no comando para prever o futuro.
-É a vida de um homem.
Está errado. São as vidas de 10 homens.
Temos muito caminho pela frente
e precisamos de toda a comida e água.
Levo o sudanês porque é um soldado inglês
e tem direito a partilhar.
Mas não levo um monte de espaguete.
Andou até aqui, pode voltar para trás.
Acabou-se.
De que está esperando? Ligue-o.
É melhor entrar, Doc.
Lamento.
Não me deixem aqui á morte.
Juro, trabalho para vocês.
Não bebo a água de vocês.
Não como a comida de vocês.
Não me deixem aqui!
Pare!
Ande!
-Vá lá.
-Ande, italiano.
-Parem de disparar.
-Porque não dar cabo dele?
Esmagá-lo como uma mosca...
Tenham calma. Deixem-no pensar
que não temos munições.
Rebentei com ele.
-Vocês estão bem aí em baixo?
-Sim.
Chame um homem e siga-me.
Venha, para o caso dele não falar inglês.
-Eu vou com você.
-Aqui tem a sua arma.
Largue a arma. Ouviu-me. Largue-a.
Que disse ele?
O meu alemão está um pouco enferrujado,
mas acho que entendi.
Disse que não temos saída.
Quer que sejamos prisioneiros dele.
-Ele é doido?
-Pergunte-lhe se fala inglês.
Ele disse "Não".
-Ele não sabia que havia americanos aqui.
-Surpresa, alemão.
Guardamo-la especialmente para você.
Reviste-o.
-Que é que ele tem?
-Quer ser revistado por outra pessoa.
Quer? Por quê?
Não quer ser tocado por uma raça inferior.
Que não se preocupe por ele ser ***.
Não lhe suja o uniforme.
Reviste-o.
Uma faca.
E isto.
Foi o que pensei.
Que acha disso?
Diz: "Foi feita uma proposta
ao Exército Britânico.
"Levantem a bandeira branca
e entreguem as suas armas.
"Provamos que os ingleses são liderados
por incompetentes e idiotas."
Que é aquilo?
"A queda do..."
Tobruk!
Que foi aquilo sobre Tobruk?
Ele está mentindo como o maldito Führer.
Alguém está ferido.
O alemão, ele disparou.
Traga-o e ao pára-quedas.
Traga alguma água.
Que aconteceu?
Tenha calma.
Não sabíamos que ele estava ali.
Estava tão ferido,
que não podia dizer nada.
Traga a caixa de primeiros-socorros.
Levem-no para a sombra. Muito devagar.
Calma.
Isso.
Apanharam-no?
Sim. Não tente falar. Vamos tratar de você.
Como é que ele está?
Está mal, mas pode ser que escape.
Não podemos arriscar ficar aqui parados.
-É seguro deslocá-lo?
-Se for devagar.
Gostaria de ir depressa,
depois do que o alemão disse.
Talvez ele tenha razão.
-Vá para o rádio.
-Sim, meu sargento.
Que fazemos com este novo prisioneiro?
Temos muitos neste tanque...
e é outra boca a pedir água.
Não quero dizer que o podemos deixar
neste deserto á morte.
O meu coração também sente
por este nazi.
E se nós tivéssemos
uma conversinha com ele?
Vou levá-lo para trás daquela colina.
Quando estiver pronto para ir, eu volto.
Sozinho.
Sabe, você tem muito para aprender.
É um nazi.
Talvez tenha descoberto.
É como um cão raivoso.
Talvez, mas ganhou muitos prêmios.
-Gostaria de entregá-lo no quartel.
-Se conseguirmos chegar lá.
Ficamos com ele enquanto pudermos,
depois veremos.
Entretanto, está a seu cargo.
Obrigado.
Conseguiu alguma coisa?
-Os alemães conseguiram Tobruk.
-Já sei. Mais alguma coisa?
Atacam Sidi Barani. Ainda recuamos,
tentando reformar as nossas linhas.
De que está rindo?
Parece que entendeu o que ele disse.
Pergunte-lhe de que estava rindo.
Acha engraçado que queiramos continuar
a lutar com este estranho destacamento.
Acabe com esse sorriso
ou arranco-lhe os dentes pela cabeça.
Tudo bem. Avançamos.
Por cada minuto que ficamos aqui,
é cada vez menos provável passarmos.
Ele pode estar mentindo
sobre as colunas alemãs aqui perto,
mas não podemos saber.
Avançaremos como se fosse verdade.
Onde ficam os tais poços?
Entre 100 a 110 quilômetros.
É ali.
-A que distância?
-O quê?
A que distância?
Ali á frente.
Verá quando descermos esta colina.
-Como é que ele está?
-Muito mal.
-Que está dizendo?
-Parece o nome da namorada dele.
-Dê-lhe alguma água.
-Não posso.
Não temos nem uma gota.
Está seco.
É assim no deserto.
Numa estação, há água límpida e fresca,
como lagos nas montanhas.
Noutra estação, nada.
Só muita areia.
Qual é a graça?
Estava pensando...
que quando éramos crianças
era uma alegria brincar na areia da praia.
O próximo poço é muito longe?
A cerca de 80 quilômetros, meu sargento.
Nas ruínas de Bir Acroma.
É para sul.
Cathy,
tenho saudades...
Capitão Halliday.
Continua a falar para a namorada.
Morreu.
É difícil.
Foi ele!
Deixe-o sossegado, Stegman.
Ordem de batalha do Exército.
Não retirem nem mais um centímetro.
Cairo e Alexandria têm de ser defendidas.
O Exército resistirá e lutará a norte
de El Katara na linha de El Alamein.
As unidades dispersas
devem apresentar-se já aos comandos.
Precisamos de todos os homens
e máquinas. Apresentem-se aos comandos.
Reformar as linhas.
Apresentem-se aos comandos.
Rápido.
Má areia á frente, meu sargento.
Direita.
Esquerda.
Está ouvindo?
Está brincando, não está?
Quanto tempo ainda continuará andando?
Quem me dera saber.
Clarkson. Ali atrás.
Talvez tenha tido sorte.
Ali está, mesmo á frente. Bir Acroma!
Desçam. Escondam-se todos dentro.
Vá lá, Jimmy. De pé.
Como está?
Bem.
Onde é o poço?
Em algum lugar perto do edifício,
dentro da muralha.
Espalhem-se e procurem o poço.
Você fica comigo.
Foi difícil, não foi?
O poço!
Ele encontrou o poço!
É melhor ir ver.
Sim, meu sargento.
Desçam um balde!
Ainda pinga alguma água.
Rápido! Algo para apanhar a água!
Vai desperdiçar-se!
Traga algumas latas e cordas do tanque.
Aqui vem.
Subam-no devagar.
Cuidado.
Que bela paisagem.
Água verdadeira.
Calma. Não deixe cair uma gota.
Três goles para todos.
Só três goles.
Aqui tem.
Fique no lugar do Frenchie.
Três goles.
Giuseppe.
Três goles.
Para o alemão.
Todos bebem três goles.
Sim, meu sargento.
Estamos considerando ir até ao outro poço.
Mas temos de ter a certeza
que vamos ter água suficiente lá.
Nas ruínas de Bir Acroma.
Tem havido água em quantidade suficiente.
Mas significa desviarmo-nos
130 quilômetros do nosso caminho.
Estes homens precisam muito de água.
É possível que as máquinas de vocês
passem sem água.
Mas correm muitos riscos com os homens.
Você irá com o grupo avançado
do Sargento Krause.
Mostre-lhes o caminho para Bir Acroma.
O batalhão seguirá dentro de uma hora.
Temos de arranjar água.
Como vai isso?
Muito bem, meu sargento.
Pode fazer isso mais depressa?
Demora o seu tempo.
Não é como mungir uma vaca.
Acho que temos de ficar até termos
toda a água que pudermos levar.
Temos, mas é difícil
desperdiçar todo esse tempo.
Bates, fica aqui. Waco, traz o Lulubelle.
Vamos limpá-lo.
Os outros,
verifiquem o seus equipamentos.
Você fica de vigia.
A água ajudou, não ajudou?
Não agüentaria muito mais tempo.
Fique atento,
principalmente àquelas colinas.
Se houver problemas, virão dali.
-Atenção aos aviões.
-Certo.
Gostaria de ajudá-lo.
Entende alguma coisa de motores?
Era um excelente mecânico em Torino.
Tem trabalho.
Deixe o italiano vir aqui.
Sim, meu sargento.
Deixe-me lhe substituir por um tempo.
Não, não é preciso.
Como vai isso?
Receio que pingue mais devagar.
Com estes poços, nunca se sabe.
Pegue um cigarro.
Obrigado.
Há quanto tempo está no exército?
Há 20 anos.
O meu pai e o meu avô foram soldados.
Todos na minha família foram soldados.
Os meus pais foram sempre agricultores.
Sabe onde é o Texas?
Deve ser muito longe.
É sim. Vou voltar para lá
quando isto acabar.
Casei antes de partir.
-Que bom.
-Bom? É melhor que isso.
Mas acho que vocês sentem o casamento
de outra forma.
O pessoal disse-me que os muçulmanos...
têm cerca de 300 mulheres.
Não. O Profeta diz que quatro mulheres
chegam para um verdadeiro crente.
Por que quatro?
O Profeta diz...
que uma mulher torna a vida miserável
porque está sempre aborrecida.
Duas mulheres também dão cabo da vida.
Discutem sempre
e nunca sabemos qual tem razão.
Três mulheres também é mau.
Duas viram-se sempre contra a terceira.
Mas quatro mulheres...
é a verdadeira felicidade.
Como?
Duas a duas fazem companhia
umas ás outras.
E o homem tem descanso.
Isso me soa bem. Você tem quatro?
-Não, só tenho uma.
-O que lhe impede de ter mais?
Se tivesse esta lei no Texas,
teria quatro mulheres?
Não, a minha mulher não gostaria disso.
Comigo é igual.
A minha mulher não gostaria.
Aprende-se muita coisa no exército.
Sim, ambos temos muito que aprender
um com o outro.
Percebo. Aquele fulano que têm lá,
o Mussolini, não faz isso?
Ele é um grande homem.
Fala como um trovão.
-E vocês acreditam nele.
-Ele diz que sabe o que é melhor.
Ele escreve os motes dele em todo o lado,
nos muros, na rua.
Por isso, entram na nossa cabeça,
temos de acreditar nesses motes.
-Que é que isso significa?
-"Obedeça, acredite, trabalhe."
Obedeça? Trabalhe para quê?
Agora nem tanto.
Mas o Mussolini diz que em breve
tudo estará bem.
Diz que vai correr tudo bem.
-Ele pensa que é Deus, não pensa?
-Sim. Pensa.
Mas eu acho que talvez Hitler
seja um deus,
e o Mussolini é apenas o profeta dele.
Não se preocupe.
Um dia, esse fulano vai pelos ares.
Para algumas pessoas,
não faz mal rir do II Duce.
Mas quando se tem mulher e filha,
não é bom rir.
Minha pequena Giuseppina.
Uma bambina tão pequena.
Os olhos assim grandes.
Ela é linda.
Todos dizem que é parecida comigo.
-Não lhe diga isso.
-Não, eu não...
Claro que lhe vou dizer.
Como se escreve oásis?
O-Á-S-l-S.
-Cientificamente, não é um oásis.
-A minha mulher não é científica.
Estou lhe dizendo que estou no campo verde
com palmeiras abanando.
Já pensou que não pode enviar
uma carta daqui?
Mas eu prometi-lhe que escreveria todas
as semanas, se não morresse. Não morri.
Tenho estado para escrever á minha mãe.
De que parte da África do Sul você vem?
Duma pequena dorp perto de Kimberly.
-Dorp, que é isso?
-Uma aldeia.
É um belo país, há sempre uma brisa fresca
através da savana.
Parece ser bom, mas pessoalmente,
acho que prefiro Brooklyn.
Eu nasci em Sussex.
Mudamo-nos para uma pequena fazenda.
Tibowee, Tedford Downs. Em Yorkshire.
-Eu sou de Londres.
-Eu sou de Dublin.
De que parte dos Estados Unidos é,
meu sargento?
De nenhuma parte. Só do Exército.
Na minha aldeia,
tínhamos o melhor queijo do mundo.
-Que tipo de queijo?
-É da minha aldeia.
Nunca ouvi falar. Como é?
Um espécie de Brie ou Camembert?
Não há aldeia como a minha.
Não há queijo como o que fazemos.
Mes amis,
deviam comer uma refeição assim.
Pega-se numa faca, e...
aqui tem um pedaço de queijo
e um pedaço de pão.
Depois lava a garganta com vinho.
Depois um pedaço de queijo...
-E uma cebolinha.
-Boa. Uma cebolinha.
Um pedaço de pão, um pouco de vinho,
um pedaço de queijo, um pedaço de pão,
um pouco de vinho, uma cebolinha,
um pedaço de queijo, um pedaço de pão.
Pare com isso. Já chega.
Sinto-me melhor.
Há seis meses, estava na minha aldeia,
mas não sabia que não havia queijo.
Como se faz queijo sem leite?
Como se faz leite sem uma vaca?
Tínhamos boas vacas,
com focinho castanho e pescoço branco.
Os nazis levaram as vacas.
Cortaram-lhes a garganta com uma faca.
Acabou o queijo e o leite
para as crianças francesas.
Estava na França ocupada há seis meses?
-Que estava fazendo?
-Trabalhando para a Resistência.
Aprendi com o canal. Vi 12 pessoas
da minha aldeia serem executadas.
-Doze?
-Reféns.
O presidente da junta com a barba branca.
A madame Michelet gorda como gelatina.
O monsieur Lepec, que ensinava na escola.
A Rosalie, com cabelo cor do sol.
Não pude fazer nada.
Depois disto, deixei de trabalhar para eles.
Tinha muito ódio nos olhos.
Por isso vim para cá. Só quero matar.
Para me vingar
pelas pessoas da minha aldeia.
Vem algo nesta direção.
Está vendo aquela nuvem de poeira?
Vem depressa.
Um carro de reconhecimento alemão.
Fique de olho neles
e deitado para eles não lhe verem.
Meta o italiano lá dentro.
Tire o Tambul do poço.
Tragam esses cantis para cima.
Os restantes escondam-se.
Fala inglês?
-Ainda vêm para cá?
-Direitinhos para aqui.
Vigie-os.
-Onde estão agora?
-Atrás daquela colina, vêm para cá!
Você e o Jim para trás daquele cume.
Não disparem! Quero prisioneiros!
Os restantes, abaixem-se!
Entende o que estão dizendo,
não entende?
Fala inglês.
Pode falar comigo.
Cale-se!
Quando chegar a hora,
digo-lhe o que fazer.
Que aconteceu?
Houve um tiroteio e depois nada.
Silêncio.
Pergunte-lhe qual é o regimento.
Pergunte-lhe onde está o grupo deles.
Isto não nos leva a nada.
Bates, traga-me alguma água.
Diga-lhes para abaixarem as mãos.
-Que acha daquilo?
-Nada.
Levem-no.
Pergunte-lhe outra vez
onde está o grupo deles.
Pergunte-lhe se tem sede.
Diga-lhe que só pode beber água, se falar.
Ele diz que estão perdidos.
Diga-lhe que está mentindo.
Só se falar.
Pergunte-lhe. Continue a perguntar.
Temos de quebrá-lo. Vá lá, fale!
Ele diz que são um grupo avançado.
Parte dum batalhão mecanizado,
indo para sudeste pela fronteira egípcia.
Unidades ligeiras motorizadas.
Sem tanques, com cerca de 500 homens.
Não têm água há dias.
Disseram-lhes que arranjam a água
que quiserem aqui.
Aqui tem a sua água.
Vá lá, beba.
Tal como esperava. O poço secou.
-Quanta água temos?
-Nove latas e um quarto.
Não importa, porque vamos embora.
Será bem feito para os alemães
quando chegarem.
Quase não me importaria de ver
as caras deles.
Que disse?
Disse que quase não me importaria de ver
as caras deles.
Sim.
Isso mesmo.
Talvez devêssemos ver as caras deles.
Há água num raio de 150 quilômetros
do primeiro poço?
Não, meu sargento.
-Algo á vista?
-Nada, meu sargento.
Doc, Williams, Stegman.
Tenho muito para dizer
e pouco tempo para isso.
Descobrimos que aqueles alemães fazem
parte de um batalhão...
com armas, preso no primeiro poço,
com muita necessidade de água.
Pensem num batalhão
tão necessitado de água,
que tem de se desviar 110 quilômetros
da linha de marcha para a ter.
E se eles ficassem retidos o suficiente
para mandarmos uma mensagem.
Como?
Suponham que mandamos aqueles
dois alemães dizer-lhes que há água aqui.
Suponham que os retemos durante dois
ou três dias para a tentarem conseguir.
Só há uma coisa errada nesse plano.
Nós estamos aqui.
Os alemães estão aqui
e eis o que acontece.
É isso mesmo.
É uma hipótese de cem para um.
Poderíamos sair daqui rapidamente.
Com um pouco de sorte,
atravessar as linhas alemãs, até ás nossas.
Se voltássemos,
talvez nos dessem uma medalha.
Se ficarmos aqui,
talvez nunca ninguém saiba
o que aconteceu aqui.
Se valeu a pena,
ou se foi um desperdício.
Eu sei que esta idéia de nove homens
a lutar contra 500 não é sensata.
Mas, o dever de cada homem nas
forças armadas é fazer tudo o que puder.
Se me permitem, nós os nove
com armas de brinquedo, não faz sentido.
Se o nosso dever é tentar atrasar
esta coluna, para quê a conversa?
Dê-nos as nossas ordens.
Isso leva-nos aos casos.
Eu vejo as coisas assim.
Porque é uma probabilidade de cem para um.
Porque é muito mais
do que "no cumprimento do dever".
Porque há poucas chances
de qualquer um de nós sobreviver.
Senti que deveria falar com vocês.
Todos têm famílias em casa.
Mulheres, mães e namoradas.
Eu não tenho nenhuma,
por isso não importa.
Eu sei o que sentem.
Por não ter nenhuma, ainda sei melhor.
Seja qual for a decisão,
decidam rapidamente.
Eu falo pelo Waco e pelo Jimmy.
Ninguém se importa de dar a vida,
mas isto é jogá-la fora. Por quê?
Por quê?
Porque agiam em Londres
quando os alemães bombardearam?
Porque é que os barcos tiraram
os homens da praia em Dunquerque?
Porque é que os russos
resistiram em Moscou?
Porque é que os chineses moveram
cidades inteiras para o interior...
quando foram atacados pelos japoneses?
Por que Bataan?
Por que Corregidor?
Talvez fossem todos loucos,
mas fizeram uma coisa:
Atrasaram o inimigo
e continuaram a atrasá-lo,
até ficarmos suficientemente fortes
para os atingir.
Não sou general, mas parece-me
que é uma forma de vencer.
Se tudo o que disse não responder
à pergunta de vocês,
então digam-me por que.
Eu sou a favor de ficar.
-Eu fico.
-Eu também.
Talvez fique surpreendido, professor,
mas era o único homem
com quem eu contava mesmo.
Mas olhe que é contra o meu bom senso.
Então sei que tenho razão.
-E você?
-Continuo a gostar dos seus cigarros.
Está bem, de pé.
Diga ao sargento
que o vamos mandar voltar.
Diga-lhe que o outro sujeito disse a verdade.
Diga-lhe que estamos perdidos.
Precisamos de comida, eles de água.
É uma troca justa.
Não vale a pena discutir. Água por comida.
Calem-no!
Ele entende inglês. Tentou avisá-los.
Está brincando?
Pode chamar-lhe isso.
-Se ele se mexer sem ordem, mate-o.
-Com prazer.
-Sabia que ele falava inglês?
-Descobri há pouco tempo.
-Então porque não me disse?
-Tive medo.
Eu sou como um homem
que combate a própria sombra.
Dão-me água, como a comida de vocês.
Juro, não farei nada de errado.
Dou-lhe a minha parola.
É a minha palavra.
Temos de trabalhar depressa.
Quero aquele tanque enterrado
e algumas trincheiras no muro.
Será o Williams, o Stegman e o Bates.
Levem o italiano para ajudar.
Está bem. Continue.
Ponham-nos a caminho
e tragam o carro de assalto no regresso.
Marchem. Vá lá.
-Como vai isso?
-Está quase cheio.
-Quantos faltam?
-Um pouco mais de cinco cantis.
Isto é para você na estrada.
Aceite.
Está bem.
Sim?
-Está cheio?
-Está muito seguro de si, não está?
Gosto de viajar. Alarga horizontes.
Gostaria que não fosse tão convencido.
-Acha que não consigo?
-Não sei dizer.
Faço uma aposta.
-Dinheiro igual?
-Porque não?
Tenho uma chance de chegar lá.
Amanhã vou comer comida inglesa.
$5 dólares em como não vai.
$10 em como vou.
-É uma aposta arriscada.
-Se perder, não vou precisar dos $10.
Está bem. O Joe fica com o dinheiro.
Vá. Tem de conseguir.
Diga-lhes que estamos retendo um batalhão
aqui e que precisamos de ajuda.
Não se preocupem. Eu consigo pôr isto
em pé nas patas de trás e uivar.
Até á vista.
Tenho de por cartas no correio.
Vira á direita.
Um pouco mais á direita.
Agora em frente.
Ainda bem que os alemães tinham
minas no carro de reconhecimento.
-Ali estão eles. Descendo as colinas.
-Estou os vendo.
Dê-me o seu cinto.
Esconda-se e fique de olho nesse alemão.
Á volta da esquina, no muro.
-Tudo pronto aqui?
-Tudo pronto.
Não disparem até eles chegarem
àquele cume.
-Doc!
-Certo!
-Jimmy!
-Sim!
-Bates!
-Estou aqui.
-Tudo bem, Frenchie?
-Ici, Sergent.
-Tambul?
-Tudo bem, meu sargento.
Stegman?
Posso estar enganado,
mas acho que vi algo branco ali fora.
Estão mostrando uma bandeira branca.
Dissemos que faríamos uma troca.
Talvez seja o que querem.
Parece que o nosso truque
está começando a funcionar.
Eu vou. Se forem necessárias traduções,
eles que as façam.
Cuidado, com eles nunca se sabe.
Não confie neles. É uma armadilha.
Ficarei bem. Fiquem aí e protejam-me.
Major Hans von Falken, Corpo de África.
Gunn, Exército dos Estados Unidos.
Veio de muito longe,
para tirar as castanhas inglesas do fogo.
Não importa. Gostamos de castanhas.
Não as queremos queimadas.
Muito bem.
Acho que não veio contar piadas.
Que quer?
Está autorizado a negociar?
Onde está o seu capitão?
São cerca de 17:00. Sabe como são
os ingleses em relação ao chá.
Pelo visto, ele propôs dar-nos água
em troca de comida.
Não sabíamos quantos homens tinha.
Pensamos que só tinha cerca de 30.
Sempre soube que era um batalhão.
O soldado que nos deu
esta informação confessou. Foi executado.
Ainda é possível chegarmos a um acordo?
Qual é o acordo?
Entreguem as armas
e estão livres para partir,
com a água e comida
que conseguirem levar.
Gostamos daqui. Estamos bem.
Muita água e muito mais comida
do que pensávamos que tínhamos.
Faço-lhe uma proposta.
Água pelas armas.
Por cada espingarda, dou-lhe um quartilho.
Pelo morteiro, dou-lhe um quarto.
Entreguem todas as armas
e dou-lhes água para todos os homens.
Ouvi dizer que os americanos
têm um grande sentido de...
humor.
Dou-lhe uma última hipótese.
Pode salvar a sua vida
e a vida dos seus homens.
Ouviu a minha proposta. Água por armas.
-Como correu?
-Ele falava inglês bastante bem.
-Que disse ele?
-Funcionou.
Acham que temos tanta água,
que estamos nadando nela.
Estão pior do que pensávamos.
Propuseram deixar-nos ir
se lhes dermos água.
E o Waco?
Acham que ele está no posto inglês?
-É possível.
-Talvez venham para nos ajudar.
Já os consigo ver á volta dele,
dando-lhe grandes copos de água gelada.
-Estão ficando ansiosos.
-Só apanhei dois deles.
Ótimo. Mas tenha calma, está bem?
Continuem assim e amanhã
estaremos no nosso último cinto.
Não é suficiente apanhar dois?
Não. Temos de apanhar 10 com cada tiro
para eu ficar satisfeito.
Aqui tem a água.
Está na hora de bater na pedra?
-Que é isso?
-No outro dia estava gozando com você.
Disse: "quando chegar a hora,
ele fará um milagre.
"Bata numa rocha e jorrará água,
ou talvez champanhe."
O único milagre de que ouvi falar
é aquele que se consegue com esforço.
Gostaria que um milagre
curasse o meu calo.
Por quê? Dê-lhe algo em que pensar.
Tenho muito em que pensar.
De fato, tenho estado tratando
de um problema.
Que tipo de problema?
Pode chamar-lhe um projeto.
Projeto?
Estou planejando irrigar este deserto.
-Todo?
-Porque não? Transformá-lo num jardim.
Não é má idéia.
Há muita água no mundo.
Só não está no lugar certo.
Está por aí, á espera que as pessoas
se afoguem nela.
Está se sentindo bem?
Segundo me lembro,
pode-se irrigar um hectare...
com cerca de 1.000 metros cúbicos
de água.
Você é doido. Onde aprendeu isso?
Sou tipógrafo de profissão.
Aprende a ler enquanto põe as letras?
Não há nada igual para aprender.
Já fiz cerca de 5.000 livros.
Prosa e poesia.
Não acreditaria,
mas gosto muito de poesia.
Um livro de versos debaixo de uma árvore.
Uma caneca de vinho.
Era uma probabilidade de cem para um.
Chegou a hora!
Temos de chegar ao acampamento alemão
para lhes dizer que não há água aqui.
Não. Não posso fazer isto.
Só temos de subjugar um homem
e tirar-lhe a espingarda.
Talvez roubar uma metralhadora.
Assim podemos matá-los a todos.
-Não os odeio.
-Com ou sem ódio, a decisão não é sua.
-Não vou.
-Este lugar será tomado brevemente.
Se recusar a me ajudar agora,
denuncio-lhe como traidor.
Então, denuncie.
Os italianos não são como os alemães.
Só o corpo usa o uniforme, a alma não.
Mussolini não é tão esperto como Hitler.
Só consegue vestir os italianos para
parecerem ladrões, traidores e assassinos.
Não pode, como Hitler,
fazê-los sentir assim.
Não pode, como Hitler,
apagar-lhes da consciência...
o saber o que está certo
e o que está errado.
Ou fazer-lhes buracos na cabeça
para plantar os seus Dez Mandamentos.
Roube o seu vizinho.
Engane o seu vizinho. Mate o seu vizinho.
Atreve-se a insultar o Führer!
Seria preciso um artista.
Sou simplesmente um mecânico.
Mas fazer-me de cego e ajoelhar-me
para adorar um maníaco,
que transformou o meu país
num campo de concentração,
que transformou o meu povo em escravos.
Tenho de beijar a mão que me bate?
Lamber a bota que me dá pontapés?
Não.
Prefiro passar os resto da minha vida
neste buraco sujo,
do que escapar para voltar a lutar
por coisas em que não acredito.
Contra pessoas que não odeio.
E para o vosso Hitler,
é por causa de homens como ele que Deus,
o meu Deus, criou o Inferno.
Alemão fugiu.
Diga-lhes que não há água.
Perdi-o.
Eu o apanho.
Lá vem ele.
Não tem chances.
O maldito...
Ele apanhou-o.
Wasser...
Isto é para você.
-Como se sente?
-Ótimo.
O sargento disse que isto é para durar
até á próxima semana.
O sargento gosta de piadas.
Em todo o mundo, não há nada...
-Cabo francês Leroux, parlementaire.
-Major von Falken.
Era o único que ele podia mandar.
Os outros estão tomando banho.
Tenha cuidado. Não temos mais.
Daria tudo para ver a expressão
daquele alemão agora.
Muito impressionante.
E o resto? Estão mortos?
Não tentaremos voltar a tomar o poço,
se recebermos água suficiente.
É a minha última oferta.
Transmita-a ao seu comandante.
É muito generoso.
Mas o meu sargento não disse
que gostaria de ouvir as suas condições.
Disse que talvez gostasse de ouvir
as condições dele outra vez.
Por cada espingarda,
ele mandará meio litro de água.
Duas espingardas, um litro.
Três espingardas...
Basta!
Se não gostar destas condições
e ainda quiser a água,
tem de ir buscá-la.
Fogo!
O Frenchie tinha razão.
Não conhecemos os nazis.
Eles mataram-no pelas costas.
Entre, Doc.
Lamento não lhe poder dar uma alta.
Como está o Jimmy?
Com pouca munição.
Se ficarmos sem munição,
com que vamos lutar?
Com baionetas, coronhas, punhos.
Quanto tempo podemos
nós quatro continuar?
Não sei. Tenho de admitir,
parece impossível, mas...
temos de conseguir.
Parece que alguém terá de fazer
um milagre.
Milagre? Que tipo de milagre?
Não faço idéia.
Parece-me que quatro de nós retendo
várias centenas deles não é nada menos...
do que um milagre.
Sabe por que o conseguimos fazer?
Porque somos mais fortes do que eles.
-Que quer dizer com fortes?
-Não me refiro a números.
Refiro-me a outra coisa.
Sabe, aqueles homens ali fora
nunca conheceram...
a dignidade da liberdade.
Dignidade?
É uma forma engraçada
de colocar a questão.
Talvez tenha razão.
Todos temos alguma coisa.
Fui atingido!
-Consegue ir para dentro?
-Vou tentar.
Tem de conseguir. Vá lá.
Abaixa-se!
Vai ficar bem.
Sim. Vai ser preciso muito mais
do que isto para me matar.
É assim mesmo. Nunca diga morrer.
Tenho de conseguir.
Está lá alguém deitado.
Está morto?
Não.
É um americano.
Foi por pouco. Conseguiram o poço.
Em cheio no poço.
Qual é a diferença?
Não há diferença.
Como diz o ditado:
"Foi bom, enquanto durou."
Qual será a sensação?
De quê?
Aço frio.
Dizem que acaba bastante depressa.
Nunca lhe disse qual era
o meu primeiro nome, certo?
Não. Qual é?
Osmond.
É um nome engraçado.
É bonito.
Espero que encontrem isto.
O quê?
A minha chapa.
Por quê?
Se não a encontrarem,
estou desaparecido.
Se a encontrarem,
estou morto.
Se estiver desaparecido,
ninguém saberá que estou morto.
Se estiver morto,
ninguém saberá que estou desaparecido.
Mais vale estar morto.
Lá vêm eles.
Parece que vêm todos desta vez.
-Pronto, Osmond, é agora.
-Está bem, Joe.
Porque não chegam aqui?
Porque não acabam com isto?
Venham enfrentar-nos!
Estamos à espera de vocês!
Vá lá! Acabem com isto!
Não nos rendemos!
Água?
Estão dando armas por água!
Avancem! Está ali!
Bebam a que conseguirem encontrar!
Vá lá! Está ali! Rebolem nela!
Nadem nela!
Bebam até que lhes saia pelas orelhas!
Vá lá!
Bebam até rebentarem!
Está cheio de água.
O morteiro abriu o poço.
É um milagre.
É mesmo um milagre.
Desça e tire-lhes as armas.
Deixe-os beber tudo o que quiserem
e depois alinhe-os. Eu lhe cubro daqui.
É um tanque americano...
com alguns prisioneiros alemães.
Mandem alguns homens para os trazerem.
São eles. Vieram ter conosco. Conseguiu.
Olá, meu sargento. Que bom vê-lo.
Como está o Lulubelle?
Olá, rapazes!
É bom ver vocês!
Conte-nos tudo.
Foi muito difícil.
Olá.
-Tem um cigarro?
-Sim.
Têm ali um maldito grupo de sujeitos.
Como os apanharam?
Apareceram por aqui.
Parece que os reduziram um pouco.
Eles também nos reduziram.
Como foi? Muito difícil?
Bastante difícil.
Estive fora desta guerra por uns dias.
Que se passa?
Os ingleses apanharam os alemães
em El Alamein.
É uma pena eles não saberem disso.
Sim.
Eles gostariam de saber.
O Halliday,
o Doyle,
o Tambul,
o Williams,
o Stegman,
o Frenchie,
o Clarkson,
eles retiveram-nos em El Alamein.